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domingo, 26 de setembro de 2021

Lúcifer: o nome, o orgulho, a soberba e o Padre Fábio de Melo

Igor Rickli Christóforo é Lúcifer em
Gênesis - novela da Record TV
Vejo sendo compartilhada em redes sociais uma afirmação sobre Lúcifer. Em alguns casos o texto está sem autoria, em outros a autoria está atribuída ao Padre Fábio de Melo mas com algumas variantes. Seja frase do sacerdote católico ou não, gostaria de expor algumas referências bíblicas para reflexão de internautas sobre a questão. Confira:

"Então, Lúcifer não foi expulso do céu porque bebeu, se prostituiu, por ter usado drogas, por ser heterossexual ou gay, por ser umbandista, católico, evangélico ou ateu. Ele caiu pelo seu próprio orgulho. Caiu pela soberba em se achar melhor que Deus. Isso é o que acontece quando você acha que tem o poder de condenar outra pessoa, só porque ela pensa de uma forma diferente da sua. Somos todos falhos e pecadores então não fique arrotando santidade se você também peca. Jesus disse "amar ao próximo" e não "só quem você acha que te convém."

A minha reflexão sobre a frase estão baseadas em três versículos da Bíblia Sagrada.

1. "Não julguem segundo a aparência, mas julguem pela reta justiça" -  João 7.24. 

Jesus Cristo nunca condenou o ato de julgar, apenas disse que é preciso exercer o julgamento usando critérios bíblicos: 

2. "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra; ela é luz para os meus caminhos" - Salmos 119.105.

A Bíblia mostra que a Palavra de Deus é a luz que desfaz as trevas do pecado. A bebedice é pecado; a prostituição é pecado; a sexualidade fora dos padrões bíblicos é pecado; e a religião que não apresenta Jesus Cristo como Senhor e Salvador é vã. Ao apontar esses desvios o cristão não faz arroubos de soberba ou orgulho, apenas mostra o que está escrito nas Escrituras Sagradas, que é a sua regra de fé e de comportamento. Portanto, se alguém usa-a apontando o que é e o que não é pecado, o que faz não é condenar o pecador, mas iluminar seu caminho para que tenha chance de sair das trevas.

3. "Ora, a qual dos anjos Deus em algum momento disse: “Sente-se à minha direita, até que eu ponha os seus inimigos por estrado dos seus pés”? Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?" - Hebreus 1.13-14.

Causa estranheza ver neste texto o tratamento dado a Lúcifer, que é um anjo caído. Anjos são espíritos, não existe neles concupiscências humanas. 

Alias, nem uma nome próprio o ser maligno possui. Segundo definição da Concordância de Strong, a palavra hebraica "epiousa", encontrada na passagem bíblica de Isaías 14.12, é a base de onde o tradutor da Vulgata usou o termo "estrela da manhã". "Epiousa" é termo composto, de difícil entendimento e tradução; é particípio feminino no singular, traz a definição de movimento, tempo e surpresa. E não conseguimos ver alguma associação com a palavra usada no latim (estrela da manhã). Talvez o tradutor tenha usado "estrela da manhã" a partir da expressão "como caíste do céu", que está próximo de "epiousa" no texto do profeta Isaías.

Em tempo: a Vulgata é a tradução da Bíblia em Latim, traduzida por São Jerônimo no quarto século da era cristã; o Antigo Testamento foi vertido diretamente do hebraico.

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