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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

As obras da carne e o fruto do Espírito


As obras da-carne e o fruto do Espírito. Lição nº 1. EBD - primeiro trimestre de 2017. CPAD - Obras da Carne e o Fruto do Espírito: Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente. Comentarista. Osiel Gomes.
Por Eliseu Antonio Gomes

A Carta aos Gálatas é uma das epístolas mais enérgicas que Paulo escreveu. Seu conteúdo nos permite vislumbrar o caráter cristão. Na ocasião da redação, o cristianismo corria o risco de ser transformado numa seita do judaísmo, os opositores do apóstolo tentavam convencer os cristãos, convertidos em seu ministério, a desistirem de seguir a doutrina de Cristo que ele anunciava.

Há duas correntes sobre os destinatários de Gálatas. A primeira teoria afirma que os destinatários seriam os cristãos da região conhecida como Galácia étnica, cujas cidades principais eram Ancina (Ankara, atual capital da Turquia), Pessino e Tavium.  A segunda teoria, mais aceitável, afirma que os destinatários localizavam-se na Galácia do Sul, a região abrangida pelas fronteiras da Licia e da Panfília, que o apóstolo visitou em sua primeira viagem missionária, quando pregou nas cidades de Antioquia da Pisía, Icônio, Listra e Derbe (Atos 13 e 14).

A salvação pela graça
Alegria, fruto do Espírito; invejar, hábito da velha natureza
Diga não às drogas: carta de adeus de um jovem de 19 anos ao pai...
Fidelidade
Fruto do Espírito: amor
Salvação e livre-arbítrio
Sete porções bíblicas sobre a saudação "a paz do Senhor"


O assunto central da Carta aos Gálatas é "a verdade do evangelho" (1.6-10; 2.5, 14). Porém, o apóstolo teve quatro propósitos relacionados entre si ao escrever.
• Ele defendeu a legitimidade de seu apostolado;
• Redigiu a carta para afirmar, provar que a mensagem do Evangelho, fez tal afirmação com propósito apologético;
• Escreveu para enfatizar que Jesus foi crucificado, ressurgiu de entre os mortos, sendo o único meio de salvação para o ser humano mediante a fé (1.1; 3.1; 1 Coríntios 1.23; 15.1-11). Explicar que não havia "outro evangelho", que a observância de ritos cerimoniais não resultam em salvação (3.3; 4.10; 5.2,3, 6),
• Elaborou a missiva propondo aos leitores que o Evangelho fosse aplicado ao viver diário de cada cristão. É o que está contido no quinto capítulo e este artigo passa a focar nos parágrafos seguintes.
A guerra da carne contra o Espírito (5.17).

Existe, em todas as pessoas cristãs, uma luta diária entre a parte carnal e o Espírito Santo. A carne realiza um grande esforço para fazer oposição vigorosa; sempre reagindo negativamente a todos os movimentos do Espírito, opondo-se a tudo que representa a espiritualidade que agrada a Deus.

É dever de todo cristão impor a si mesmo viver segundo a influência e direção do Espírito Santo. Quando o crente tem esse cuidado, pode ter certeza de que, mesmo existindo conflito entre a nova e a antiga natureza corrompida, está em condições de fazer dura resistência contra ela e vencê-la em suas concupiscências. Embora a essência corrompida ainda esteja em nós, todavia, não tem domínio sobre nós, cristãos convertidos.

Muitos crentes não dão vez ao Espírito e, apesar de serem religiosos, vivem mais segundo os impulsos da carne do que segundo a orientação do Espírito. São religiosos carnais. Por outro lado, os cristãos que se entregam com inteireza de coração ao Senhor, suas vidas estão repletas de atos harmonizados com a personalidade e caráter de Jesus Cristo.

Obras da carne (5.19-21).

Satanás não perde oportunidades, tenta o cristão para que afaste-se da vontade de Deus, Aproveita-se da situação de inimizade entre a carne e o Espírito. Utiliza cada situação - que se consiste em comportamentos pecaminosos - com o objetivo de que o crente queira e pratique o mal. Em momentos de tentação, precisamos ser defensores persistentes do nosso pensamento, retendo a austeridade. 

O pecado possui sintomas e manifestações, da mesma maneira que as doenças apresentam determinados sinais. A enfermidade tem sintoma, entretanto o sintoma não é a enfermidade. Mesmo que o doente elimine o sintoma, ainda continuará com o estado de saúde alterado. O pecado também reúne e mostra sintomas. E Paulo apresenta uma lista deles, em Gálatas 5.19-21. A manifestação dessas coisas, contidas na lista escrita pelo apóstolo, aponta para a situação má, que reside no interior do coração humano: a trágica atitude rebelde de individualidade, que usurpa a autoridade de Cristo.

É evidente que as coisas das quais Paulo escreve são produtos de uma natureza corrupta e depravada. Todas elas são condenadas pela luz das Escrituras Sagradas.
Prostituição e lascívia. Pecados em que estão implícitas não apenas ações grosseiras, mas também pensamentos e palavras;
Idolatria e feitiçaria. Pecados contra o segundo e o primeiro mandamentos;
Inimizades e pelejas. Pecados contrários à lei do amor fraterno e contra o próximo;
Dissensões e homicídios. Pecados não somente contra a vida humana, porém, também, contra o nome e a reputação das pessoas;
Inimizades e pelejas.  Pecados contra o próximo e contra a lei real do amor;
Bebedices e glutonarias. Pecados contra nós mesmos.
Cabalmente, a prática do pecado impede o ser humano de entrar no céu. Deus, que é justo e santo, jamais admitirá que todo aquele que ama e pratica o pecado mantenha-se em sua presença, a não ser que primeiro se arrependa, seja lavado, santificado e justificado no nome de nosso Senhor Jesus Cristo. 

Fruto do Espírito (5.22-23).

Andar no Espírito é uma expressão que descreve a situação quando há uma nova natureza, uma nova criação agindo dentro da pessoa que recebeu a Cristo como Salvador.

Da mesma maneira que o pecado é chamado de obras da carne porque a natureza corrupta é o princípio que leva os homens a pecar, assim a graça é chamada de fruto do Espírito porque a nova natureza espiritual do crente procede do Espírito, tal qual o fruto procede da raiz.
Amor. Podemos criar convívios sadios e vitais - com Deus, nossa família e amigos. É possível satisfazer nossas profundas necessidades de dar e receber amor.
Ao manusear a Bíblia, ler e meditar sobre o fruto do Espírito em seu contexto, nos aprofundamos na exploração do conhecimento à construção de relacionamentos saudáveis: importante, perdoador, durável. Primeiro, precisamos amar a Deus e depois ao próximo por amor a Deus,
O objetivo por excelência da prática do amor na vida do cristão, através da perspectiva bíblica, é permitir que o mundo tenha contato com Deus através de nós e experimente seu amor por meio de nós. "Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado" - 1 João 4.12.
A maior e a mais sublime de todas as virtudes é o amor, que é o "caminho mais excelente" à vida cristã (1 Coríntios 13). 
Gozo ou alegria. É o profundo sentimento pelo qual pode-se compreender o constante prazer em servir a Deus e também o júbilo na interação com os amigos. A alegria pode ser descrita como um estado emocional benigno que produz o acréscimo de bom ânimo.
Como fruto do Espírito, a alegria é uma emoção que não depende das circusntâncias adversas (1 Tessalonicenses 1.6, 7). Paradoxalmente, está presente nos lugares e momentos mais inesperados desta vida: em leitos de enfermaria  de hospitais, onde há pessoas enfermas; ao redor de uma mesa de jantar, quando o marido anuncia que foi despedido do emprego. Embora situações como estas sejam difíceis, elas podem ser experimentadas com alegria, pois o fruto do Espírito ajuda o cristão a sentir o amparo de Deus em momentos de crises.
É possível ao crente experimentar a alegria em tempos bons e também em meio às provações, pois, conforme declara a Bíblia Sagrada, nada, absolutamente nada, pode nos afastar do amor de Deus (Romanos 8.38-39). 
PazO crente é capaz de experimentar a paz que excede todo o ententimento humano (Filipenses 4.7), está apto a proteger a mente do estresse da vida diária, pois o fruto do Espírito é a fórmula criada por Deus para que enfrente e vença a ansiedade, obtenha segurança sob os cuidados do Espírito e viva relacionamentos de boa qualidade com os outros. 
O vocábulo para "paz" em hebraico é "shalom" e em grego é "eirene". O termo pode ser descrito como a tranquilidade da consciência e o bem-estar em todas as áreas da vida, pois é sinônimo de harmonia, plenitude, prosperidade e firmeza. Resulta das relações misercicordiosas de Deus para conosco. Gera uma personalidade e modo de agir pacíficos para com os outros.
A paz que o Senhor oferece é uma experiência nova a cada desafio, supera conflitos de todas as ordens, com vista a nos fazer crescer em nossa confiança no "Deus, em cuja mão está a nossa vida, e de quem são todos os caminhos" (Daniel 5.23). 
LonganimidadeÉ mais fácil brincar com a longanimidade dos outros do que ser longânimo. Todavia, saiba que Deus desenvolve a longanimidade em sua vida quando você passa po experiências frustrantes; quando outros falham em atender as suas expectativas; quando as pessoas de quem você depende lhe desapontam. Mais que isso: você sabe que está aprendendo a ser longânimo quando clama ao Senhor por ajuda e Ele parece estar de férias.
No entanto, vale a pena esperar pacientemente em Deus. Os benefícios da espera incluem a capacidade de influenciar outros em piedade, a certeza das bênçãos divinas, o conhecimento mais profundo do conteúdo das Escrituras, mais paciência e perdão dos outros e a segura esperança que nos sustenta mesmo em períodos de trevas, entre outras situações (Salmos 40).
Longânimo é a pessoa que tarda em irar-se (Tiago 1.19). Podemos definir a longanimidade como a habilidade de aguentar com paciência a afronta de pessoas contra nós. Também, como a capacidade de suportar e superar danos.
Deus é longânimo para conosco (Êxodo 34.6);
Benignidade. O conceito das palavras "benignidade" e "bondade" são muito próximos, tanto no idioma hebraico como no idioma grego, usados no Antigo e Novo Testamentos.
Define-se como pessoa benígna aquela que é misericordiosa e benevolente, que em sua maneira de ser se dispõe a ser afável e gentil, que continua a ser tratável mesmo quando destratada.
Todos os versículos do Salmo 136 exaltam a benignidade do Senhor. 
Bondade. A história do Bom Samaritano (Lucas 10.30-37) é repetida fora das páginas da Bíblia Sagrada todos os dias. Quer seja uma pessoa sem lar que dorme ao relento, quer seja uma família ao lado da estrada com o carro quebrado, ou um pedinte suplicando por uma esmola. Viramos o rosto para não vê-los ou alcançamos essas pessoas com um gesto de bondade? Tais oportunidades diárias nos estimulam a analisar como está a qualidade do nosso comportamento cristão.
A bondade pode ser explicada como a característica de uma pessoa  boa e clemente. Ela demonstra gentileza, não se recusa a fazer o bem a todos quando surge oportunidade.
A palavra traduzida do Antigo Testamento por bondade é "hesed". Ela é muito rica em significado A Nova Versão Internacional traduz este vocábulo como "amor" (129 vezes), "amor inefável" (32 vezes),"bondade" (quatro vezes), "bondade infalível (três vezes) e "bondade amorável" (uma vez). A palavra equivalente no grego, encontrada no Novo Testamento,  também é rica e variada em significação. É um termo amplo porque a bondade, como fruto do Espírito, expressa o amor de Deus em atitudes. 
No Salmo 143.10, o Espírito Santo é chamado de Bom Espíito;
Fé ou fidelidade. A fidelidade é descrita como lealdade de uma pessoa a outra, é conhecida através de ações francas, inabaláveis e constantes a quem estamos unidos pelo elo de promessa e compromisso. É manifestada em atos de justiça, honestidade e fidedignidade (Salmos 101.6).  
Todos nós precisamos de amigos fiéis, de pessoas que nos aceitam como nós somos, que buscam entrar em sintonia com os nossos melhores interesses, e que permanecem ao nosso lado durante os tempos de crises. Na verdade, é mais importante ser um amigo fiel do que ter um amigo fiel. 
O Senhor é apresentado na Bíblia como Deus fiel (Salmo 100.5; 1 Coríntios 1.9-19).  
• Mansidão. Pela ótica do mundo que jaz no malígno, pessoas mansas raramente são vistas como fortes. Elas preferem dar-se a si mesmas do que se autoafirmarem, preferem fazer uso de uma palavra agradável do que fazer uma observação ríspida, preferem persuadir mas não impor. O fruto do Espírito nos leva a entender que as  atitudes de mansidão revelam força.  
Uma pessoa robusta pode não ser mansa, mas uma pessoa mansa pode ser robusta. Em 2 Coríntios 10.1-11, Paulo é criticado por ser "tímido, "inexpressivo" e fraco como orador em público. Em vez de se defender e mostrar seus "pontos fortes" ele responde falando sobre a humildade e mansidão de Cristo (Mateus 11.29).
A mansidão é manifestada como brandura de gênio, índole pacífica e serena, qualidade que capacita a não ser facilmente provocado à ira (Salmo 37.11). 
Temperança. Nossas paixões carnais exercem uma poderosa influência sobre nós. O Tentador trabalha para nos induzir a utilizar essas paixões desordenadas em atividades que Deus jamais aprovaria. Quanto mais caminhamos nessa direção, mais elas firmam suas garras, nos escravizando.
Temperança também é um vocábulo traduzido ao português como domínio próprio. É a virtude de quem exerce o autocontrole em áreas fundamentais: a língua, o corpo, os desejos desenfreados, os apetites e as finanças. É a característica de quem é moderado, sensato, emocionalmente equilibrado; é a capacidade daquele que domina os ímpetos ruins e nunca é pessoa exagerada ao lidar com os prazeres da vida (Provérbios 19.11). 
Em Romanos 13, Paulo aconselha a nos revestirmos de Cristo, com a finalidade de sermos cristãos não somente na aparência, mas em todos os aspectos de nosso ser. Que de fato sejamos cobertos, pois Jesus nos deixou o exemplo de pessoa temperante diante das mais terríveis adversidades que encontrou em seu ministério (Lucas 9.51-56; 23.28, 35).
Conclusão.

O Espírito trabalha no coração e na vida das pessoas que dão ouvido a sua voz, testemunha ao mundo a respeito do Salvador. Age com a intenção de que as almas perdidas entreguem a vida ao Senhor e deixe-o assumir o controle e dar o suporte que possibilite-lhes vencer os desejos da carne. Concede a possibilidade para todos possuirem os nove ingredientes do fruto espiritual. Age eficazmente para que cada um seja pessoa amorosa, alegre, pacífica, longânima, benígna, bondosa, fiel, mansa e temperante.

A única solução eficaz contra o efeito nocivo do pecado é andar no Espírito, é nos sujeitarmos à instrução e direção da Palavra, pois nela o Espírito revela a vontade de Deus. Se há real tomada de decisão para andar conforme o Espírito, não haverá oportunidade para os desejos carnais. O fruto do Espírito, em quem quer que seja visto, claramente mostra que a pessoa é guiada pelo Espírito, e consequentemente, não mais vive oprimida debaixo da força escravizante do pecado.

O cristianismo não solicita de nós somente a renunciar ao pecado, mas a vivermos em integridade; não somente a desprezar as obras da carne, mas a gerar as nove características do fruto do Espírito. Permanecer na presença do Senhor nos ajuda a dominar os desejos contrários à vida íntegra e decente que Deus pretende que todos vivamos. 

No anseio de livrar-se da opressão do pecado, Deus provê repouso ao ser humano; é nossa escolha aceitar ou recusar sua proposta (Jeremias 6.16). 

E.A.G.

Compilações:

Bíblia com anotações A. W. Tozer, página 1407, edição 2013, Rio de Janeiro (CPAD).
Bíblia de Estudo de Avivamento e Renovação Espiritual, página 1176, comentários Enéas Tognini, edição 2009, Barueri/SP (SBB).
Bíblia de Estudo Matthew Henry, páginas 922, 1923, 1ª edição 2014, Rio de Janeiro, (Editora Central Gospel);
Bíblia do Pescador, Dr. Luis Ángel Diaz Pabón, páginas 786, 1220, 1266, 1346; 1ª edição 2014, Rio de Janeiro (CPAD).
Bíblia do Pregador Pentecostal, página 1782, edição 2016, Barueri/SP (SBB);
Série Fruto do Espírito - seis estudos para grupos ou indivíduos. Amor: Construindo relacionamentos saudáveis, Peter Scazzero. 1997, São Paulo. (Editora Vida).
Série Fruto do Espírito - seis estudos para grupos ou indivíduos. Bondade: Alcançando outras pessoas, Phyllis J. Le Peau. 1997, São Paulo. (Editora Vida).
Série Fruto do Espírito - seis estudos para grupos ou indivíduos. Domínio próprio: controlando nossas paixões. Jack Kuhatschek 1997, São Paulo. (Editora Vida).
Série Fruto do Espírito. - seis estudos para grupos ou indivíduos. Fidelidade: O fundamento da amizade verdadeira. Jacalyn Eyre 1997, São Paulo. (Editora Vida).
Série Fruto do Espírito - seis estudos para grupos ou indivíduos. Gozo: Como alegrar-se em qualquer situação. Phiyllis J. Le Peau. 1997, São Paulo. (Editora Vida).
Série Fruto do Espírito - seis estudos para grupos ou indivíduos. Longanimidade: Os benefícios da espera. Stephen Eyre. 1997, São Paulo. (Editora Vida).
Série Fruto do Espírito - seis estudos para grupos ou indivíduos. Mansidão: Mantendo-se firme na gentileza. Phyllis J. Le Peau 1997, São Paulo. (Editora Vida).
Série Fruto do Espírito - seis estudos para grupos ou indivíduos. Paz: Superando a ansiedade e o conflito. Jack Kuhatschek 1997, São Paulo. (Editora Vida).
Toda a Bíblia em um ano - Mateus a Filipenses, Darci Dusilek, volume 3, página 57 e 58, 9ª edição, 2013, Rio de Janeiro (Horizontal Editora).                        

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