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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

EBD - Lição nº 2: A firmeza do caráter moral e espiritual de Daniel




Por Eliseu Antonio Gomes

No ano 605 a.C., Nabucodonosor dominou a Síria e a Palestina. No ano 606, sitiou Judá e Jerusalém e confiscou utensílios de valor do templo de Jerusalém que eram consagrados a Jeová e os levou para a Babilônia para depositá-los perante seu deus. Destruiu os muros da cidade de Jerusalém e queimou o templo de Jerusalém. Também, levou consigo nobres da casa real que eram versados em conhecimentos gerais e ciência. Cumpriu-se assim a profecia do profeta Isaías ao rei Ezequias, proferida muitos anos antes (2 Reis 25.8-21; Isaías 39.1-6), e o pronunciamento da profetiza Hulda (2 Crônicas 43.22-28). Além de cumprirem-se as profecias de Jeremias 25.11, Miqueias 4.10  e Habacuque 1.5-11.

O primeiro capítulo do livro de Daniel apresenta a história de Daniel, Ananias, Misael e Azarias, situando-os no processo de deportação de Jerusalém para a Babilônia de Nabucodonosor. Dá ênfase no caráter ilibado de Daniel e seus três amigos, que mesmo forçados a viverem em uma sociedade distante de Deus não se deixaram influenciar por seus costumes pagãos.

Daniel pertencia à nobreza, era de descendência real (1.3). Estava no primeiro grupo de cativos levados de Jerusalém para a Babilônia, no ano 605 a.C. Ganhou maior destaque na narrativa bíblica entre os três outros jovens judeus pela demonstração  de integridade, fidelidade, fé em  meio a situações instáveis e opostas a tudo que conhecia no meio do seu povo. Segundo o historiador Josefo, tanto Daniel quanto seus três amigos eram parentes do rei Ezequias, condição que lhes facilitou o acesso ao palácio babilônico. 

Os quatro jovem tinham boa aparência, eram sem defeito algum, talentosos, instruídos em toda a sabedoria, sábios em ciência e deram bom testemunho na corte pagã, que naquela época governava o mundo. Estudaram com afinco o idioma e a literatura dos caldeus.

Frequentemente, o termo caráter é conceituado como um tipo ou sinal convencionado em uma sociedade. Refere-se à índole, ao temperamento e à forma moral. A família, a escola e a religião contribuem para o caráter de uma pessoa.

A força da fé e caráter  de Daniel e seus amigos era algo que aparecia em suas falas. Nabucodonosor quis mudar a identidade deles, trocando seus nomes hebraicos por caldeus, mudar a educação cultural e religiosa, fazê-los desprezar as regras da religião judaica, educá-los nas ciências da Babilônia para que fossem usados como astrólogos e adivinhadores, além de serem aproveitados através de todo conhecimento adquirido na sua terra em Judá. Os jovens foram desafiados na sua fé em Deus e resistiram sabiamente. Eles propuseram outra estratégia para viverem no palácio  babilônico  sem desonrar a Deus e conservando a integridade de caráter herdado de seu povo.

Eles não eram vegetarianos, mas tomaram a firme decisão de ingerirem apenas verdura, legumes e água. Corajosamente, com sabedoria e respeito pela autoridade, recusaram comer, "a fina iguaria do rei" (1.8) porque como judeus, a lei mosaica proibia que comessem carne de animais "imundos" (Levíticos 11; Deuteronômio 14), além disso aquela comida antes de ir à mesa era oferecida em sacrifício aos ídolos da Babilônia. A decisão de recusa era uma forma de desprezar a idolatria e o paganismo babilônico. Essa atitude significava a disposição moral e espiritual recebida de seus pais.

A história de Daniel e seus amigos, entre tantos outros  exilados de Judá é um testemunho vibrante de que entre circunstâncias adversas é possível preservar valores espirituais e morais. Foram expostos ás seduções que satisfariam os desejos da juventude, mas não se deixaram atrair pelas paixões que a vida palaciana oferecia. Eles demostraram possuir um caráter imaculado e não se deixaram seduzir pelas ofertas malignas de Nabucodonosor. Apesar de estarem no exílio, o relacionamento deles com Deus não foi afetado, mantiveram-se fiéis aos Senhor e às suas leis.

A fé desses rapazes fez com eles se tornassem exemplo de fidelidade para os crentes de todas as épocas. Neste início do século 21, somos desafiados na nossa integridade como cristãos a termos uma postura que jamais renegue a nossa fé cristã. Para esse tempo de crise de integridade, os exemplos de Daniel e seus amigos -  assim como José (Gênesis 39.2),  Samuel (1 Samuel 3.1-11), Davi (1 Samuel 16.12), Timóteo (2 Timóteo 3.15) são modelos que nos inspiram a agir com firmeza espiritual e do caráter. A conduta deles nos ensina que é possível ser feliz neste mundo sem se deixar contaminar por ele.

Como cristãos, tenhamos como propósito não aceitar a contaminação deste mundo, assim como Daniel, Ananias, Misael,Azarias não se contaminaram ao negarem a dieta imposta por Nabucodonosor.

E.A.G.

Compilações:
Ensinador Cristão, ano 5, ,nº 60, página 37, outubro-dezembro de 2014, Rio de Janeiro (CPAD)
Integridade Moral e Espiritual - O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje, Elienai Cabral, páginas 27-36, agosto de 2014, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - Mestre,, Elienai Cabral, 4º trimestre de 2014, páginas 8-17, Rio de Janeiro (CPAD).
Manual Bíblico Henry H. Halley, página 304, edição 1994, São Paulo, (Edições Vida Nova).

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