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sábado, 31 de maio de 2014

A pornografia pode ser danosa ao cérebro, segundo pesquisa do Instituto Max Planck feita por Simone Külhn

Homens que relatam assistir com frequência material pornográfico têm a propensão a possuir menos volume e atividade em regiões do cérebro ligadas à recompensa e motivação, afirma um novo estudo alemão.

O estudo, publicado no JAMA Psychiatry, todavia, não pode assegurar que assistir pornografia causa a diminuição de massa e atividade cerebral. Não está esclarecido, por exemplo, se assistir pornografia provoca alterações no cérebro ou se as pessoas que nascem com determinadas características cerebrais assistem mais pornografia, disse Simone Kühn, principal autora da pesquisa efetuada no Instituto Max Planck para o Desenvolvimento Humano em Berlim, em um e-mail.

"Infelizmente não podemos responder a essa pergunta com base nos resultados do presente estudo", disse Kühn.

Porém, observou ela, que os resultados fornecem a primeira evidência de uma ligação entre o consumo de pornografia e reduções no tamanho do cérebro e menor atividade cerebral em resposta a estímulos sexuais.

Para o estudo, ela e seu colega Jurgen Gallinat da Universidade Charité, também em Berlim, recrutaram 64 homens saudáveis, com idades entre 21 e 45 anos e formularam perguntas a eles sobre o comportamento repetido de assistir pornografia. Eles também fizeram imagens dos cérebros dos homens para medir o volume e observar como seus cérebros reagiram a fotos pornográficas.

"Averiguou-se que o volume da camada estriada, a parte do cérebro que está ligada com o processamento de recompensa e procedimentos motivados era inferior em relação ao maior número de pornografia que os participantes diziam utilizar", revelou Kuhn.

"Igualmente, descobrimos que outra região do cérebro, que também faz parte do núcleo estriado, que é ativado quando as pessoas vêem estímulos sexuais, mostra menos atividade em participantes que consumiam mais pornografia", acrescentou.

Além disso, os pesquisadores descobriram que existe elo entre o corpo estriado e o córtex pré-frontal, que é a camada mais externa do cérebro associada ao comportamento e ação de decidir, agravava com o aumento de pornografia assistida.

Pelo fato de o estudo não provar que o material pornográfico causa mudanças no cérebro, Kühn alega que não é possível dizer se assistir pornografia é realmente um hábito nocivo.

"Tudo será ruim em exagero e provavelmente não será temível de maneira moderada", disse o Dr. Gregory Tau do Instituto Psiquiátrico do Estado de Columbia University / New York em Nova York.

Tau, que não estava envolvido com o estudo, concorda que mais pesquisas devem ser realizadas nesta área e que pesquisas mais extensas são necessárias para descobrir se a pornografia leva às alterações cerebrais.

"É possível que existam pessoas com um certo tipo de cérebro que são mais propensos a esses modos comportamentais", disse ele. "Ou, é possível que o uso excessivo (de pornografia), possa criar mudanças permanentes no cérebro. Ou, poderiam ser ambas as situações simultaneamente."

Kühn afirma que outras formas de agir, como dirigir um táxi, estão ligadas às alterações no tamanho e funcionamento do cérebro. "Basicamente, tudo o que as pessoas fazem frequentemente é capaz de produzir novos moldes na estrutura e função cerebral", disse ela.

Fonte:  JAMA Psychiatry via Fox News/ReutersDuoling (com a colaboração de Wallison Sousa na tradução).

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Comentário Belverede: 

O Salmista escreveu: "Não porei coisa má diante dos meus olhos" (Salmos 101.3a), que nos faz ponderar sobre o fator negativo do uso de pornografia, espiritualmente. Agora, o trabalho dos pesquisadores da Alemanha abre nova perspectiva: além de causar os malefícios para a alma e o espírito, a devassidão também pode ser considerada prejudicial neurológica e  fisicamente. 

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