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sexta-feira, 18 de junho de 2010

A morte do ateu: era uma vez José Saramago

"Há quem me nega o direito de falar de Deus, porque não creio. E eu digo que tenho todo o direito do mundo. Quero falar de Deus porque é um problema que afeta toda a humanidade." - José Saramago, em uma de suas entrevistas ao El Pais.
Passa para a eternidade mais uma alma por quem Jesus Cristo morreu.

Segundo o comunicado da Fundação José Saramago, o escritor morreu às 12h30 (horário local, 7h30 em Brasília) na residência dele em Lanzarote, onde morava desde 1993, "em consequência de uma múltipla falha orgânica, após uma prolongada doença. O escritor morreu estando acompanhado pela sua família". Houveram complicações com leucemia e complicações respiratórias.

Nos últimos anos, Saramago foi hospitalizado várias vezes, após sofrer uma grave pneumonia no final de 2007 e início de 2008.


Saramago era ateu e comunista, nasceu em 16 de novembro de 1922, em Azinhaga, uma aldeia ao sul de Portugal. Filho de agricultores sem terra que imigraram para Lisboa, abandonou a escola aos 12 anos para receber formação de serralheiro, profissão exercida durante dois anos. No início de sua vida, trabalhou como mecânico, desenhista industrial e gerente de produção em uma editora. Ao passar do tempo, atuou como crítico literário em revistas e trabalhou no Diário de Lisboa. Em 1975. Foi diretor-adjunto do jornal Diário de Notícias. Viveu de seus escritos a partir de 1976, de início como tradutor. Ganhou em 1998 o único Prêmio Nobel da Literatura em língua portuguesa, apesar de nunca ter cursado universidade.
Suas obras literárias estiveram entre os estilos do poema, crônicas e romances. Em 1993, escreveu a peça teatral chamada In Nomine Dei.
Seus livros:
1980 - Levantando do chão

1982 - Memorial do Convento

1984 - O Ano da Morte de Ricardo Reis


1986 - A Jangada de Pedra

1991 - O Evangelho Segundo Jesus Cristo (livro censurado pelo governo português, fazendo com que Saramago exilasse-se na ilha espanhola Lanzarote, onde viveu até o dia da morte.

1995 - Ensaio sobre a Cegueira (transformado em filme pelo diretor brasileiro Fernando Meirelles em 2008)


1997 - Todos os Nomes

1994 / 1997 - dois volumes de diários recolhidos nos Cadernos de Lanzarote
2002 - O Homem Duplicado

2009 - Caim (sarcasmos sobre o Velho Testamento).

Fonte: UOL Notícias | compilação com bases na atualização de 16h06 - 18/06/2010

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