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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Jesus Cristo ou John Piper - a questão da prosperidade bíblica

Deus abençoe John Piper, Paulo Romero e os demais que se apresentam como apologistas. Mas as minhas reflexões e tudo o que penso e repasso escrevendo aqui e em outros lugares, dentro e fora da Internet, são conteúdos baseados em minhas próprias reflexões, baseadas em leituras de Gênesis 1.1 ao Apocalípse 22.21. Tudo o que eu escrevo são frutos das minhas meditações nas Escrituras. Não formulo pensamentos através de pregadores e escritores da atualidade, pois as pregações e os livros evangélicos não são o Canone Sagrado, não são conteúdos inspirados pelo Espírito. Não sou dependente intelectual de terceiros, não sigo gurus.
O que eu penso sobre a religião e o antropocentrismo
Eu creio que o Evangelho de Cristo tenha como foco central transformar a natureza do ser humano, entretanto, além disso, produz satisfação pessoal ao cristão. Não só espiritual, abrange o aqui e o agora, na esfera física.
Salvação: soteria
Já repliquei para muitas pessoas e postei neste blog sobre o sentido do termo salvação em grego, idioma dos originais do Novo Testamento. É “soteria”... O significado tem a ver com o resgate do espírito, da alma e do corpo. Envolve a libertação do pecado, libertação das doenças e da miséria, tem conotação com prosperidade. Tem a ver com o bem-estar na vida no porvir e no viver o presente momento, o aqui e o agora.
Por mais de uma vez, trouxe a referência do Salmo 37.4. Exponho textualmente: “Agrada-te do Senhor e ele satisfará os desejos do seu coração”. Será que o salmista era do movimento antropocêntrico? Bem, preciso dizer que esta passagem bíblica é uma realidade em minha vida. E não considero Deus o gênio da lâmpada, apenas busco ser agradável a Ele reverentemente.
O Evangelho que dizem ser antropocêntrico tem a ver com o Salmo 37.4. E reverbera na boca de Jesus Cristo no Novo Testamento. Em Mateus 7.7-12; Lucas 6.38, e outros trechos bíblicos.
A fé e o reflexo dela no Evangelho de Cristo
Por mais de uma vez encontramos no Novo Testmamento Jesus Cristo afirmando: “A tua fé te salvou”.
A fé é o elo de relacionamento de Deus conosco. Jesus é quem salva, porém a fé é o veículo que traz a salvação (soteria / soterion) para a nossa realidade.
Se não cremos que Deus quer curar, não pedimos cura e nos conformamos com as doenças e as deficiências físicas. Se não cremos que Deus quer agir nos abençoando com a prosperidade, então, não reagimos contra as pressões econômicas e não agimos de acordo com o poder e a vontade de Deus para nos abençoar no aspecto financeiro.
A fé (“pistis”, em grego) gera ação, a ação gera reação. Se não há respostas para a fé, logo, então, precisamos questionar que tipo de fé nós temos. Estamos dentro de uma sociedade cheia de problemas sociais, estamos num mundo caído, porém, não somos deste mundo.
“Quem cuida estar em pé, olhe não caia” - 1ª Corintios 10.12.
Posicionamentos diferentes quanto aos textos bíblicos narrativos e normativos
Ao seguir os exemplos de personagens encontrados nas páginas da Bíblia, ao copiar as condutas de homens como nós, sem fazer as devidas contextualizações, não procurar saber se eles agiram de acordo com a vontade de Deus, deixar de analisar os contexto das Escrituras, corremos o risco de pecar copiando os pecados deles.
Reforçando o que eu disse sobre não seguir a Paulo, Tiago e outros personagens bíblicos. Disse que não é correto seguir as narrativas bíblicas sobre tudo que eles fizeram e tudo o que aconteceram na vida deles. Disse que temos que seguir os textos bíblicos normativos. Em nenhum lugar da Bíblia você encontrará que é um mandamento de Deus que sejamos mártires ou padeçamos necessidades.
O posicionamento dos cristãos deve ser o mesmo dos crentes de Beréia. Veja Atos 17.10-12. Os cristãos bereianos foram reputados por nobres porque não imitavam Paulo. Eles tinham o hábito de checar se o ensinamento e comportamento de Paulo estavam de acordo com as Escrituras Sagradas.
Quando o apóstolo Paulo escreveu sobre o homossexualismo, citou as normas sobre sexualidade que estão no Antigo Testamento e também são ensinadas por Jesus no Novo Testamento. É correto usar os textos de Paulo sobre sexualidade e qualquer outro tema, porém, sempre contextualizando todo o conteúdo com o restante da Bíblia Sagrada. Façamos o mesmo que os nobres crentes em Cristo da Igreja de Beréia, habituemos a contextualizar as Escrituras Sagradas. O apóstolo Paulo elogiou-os, mesmo sendo ele mesmo sendo posto à prova.
Eis a questão: ser ou não ser cristão mártir
Apologetas que levantam suas vozes contra a prosperidade se utilizam da questão das narrativas do martírio de apóstolos em contraposição à busca do viver cristão próspero, insinuando que o desejo de possuir vida em prosperidade seria desejo reprovável e ensino herético.
Os apóstolos foram mártires debaixo da permissão de Deus. Permissão e vontade são coisas diferentes!
O fato de se pensar que virar comida de leões, sofrer decapitação, sofrer aprisionamento, sofrer crucificação e perfuração por espada sejam modelos para o final de vida cristã me incomoda, e considero isso apenas uma opinião humana. Respeitando este modo de pensar, discordo veementemente. Por quê? Porque não existe nenhum mandamento para eu terminar a vida desse jeito infeliz.
É um engano dizer que os finais trágicos e infelizes dos apóstolos são a encarnação do Evangelho genuíno. Não são. Quem pensa o contrário precisa provar isso, mostrar o mandamento de Deus pedindo aos cristãos para serem pobres e miseráveis e morrerem martirizados.
Se não existe esta norma bíblica, porque normatizar este estilo de cristianismo? Não existem bases teológicas e nem racionais para basear-se nesta situação crítica de perseguições religiosas do passado na religião que vivemos. A sociedade de hoje não é igual a sociedade em que a Igreja teve seu início.
Se acaso a perseguição vier sobre nós, cristãos do século 21, deveremos manter a fé firme e não negar a Jesus como os apóstolos fizeram. É lógico! Porém, o Senhor nos ensinou a orar pedindo a Deus para nos livrar do mal (Mateus 6.13).
Por tudo o dinheiro responde” - Eclesiastes 10.19
A perseguição, a pobreza, a riqueza, a paz e a falta dela não são termômetros de espiritualização positiva, não significa estar em comunhão com Deus.
No século 21, há quem seja milionário e tenha o coração semelhante ao de Jó. Podem perder tudo e continuar adorando a Deus. E há quem não tenha dinheiro para comprar uma migalha de pão e negue a Cristo sem que não haja nenhuma perseguição contra sua fé.
É fato que a intranquilidade está mais presente entre os pobres do que entre os ricos. Quem é pai responsável, age como o cabeça do seu lar, se comporta trabalhando honestamente pelo bem-estar de todos da sua casa, diponibiliza o ensino bíblico a todos, se esforça pela boa manutenção da saúde e da educação para sua família. Tem como objetivo levar seus filhos a fazer uma boa faculdade...
Mas, e se este pai responsável não tiver prosperidade? Como deixar herança aos filhos de seus filhos? Provérbios 13.22.
Um depoimento sobre alguns “apologetas cristãos" e prosperidade bíblica
Tive a oportunidade de conhecer alguém que pregou muito contra a prosperidade bíblica, morreu deixando dívidas que sua esposa não tem condições de honrar, o irmão que o tolerou por muitos anos ouvindo-o falar contra sua fé na prosperidade dada por Deus, foi justamente quem pagou para que seu cadáver tivesse enterro com dignidade (texto bíblico pesado: Eclesiastes 6.3).
É fato que o pobre sofre mais que os ricos. Exemplo: Sem dinheiro, a pessoa tem qualidade de vida pior. No Brasil, se o cidadão fica doente, vai aos hospitais públicos e sai deles sem receber o diagnóstico completo e ideal. Não tem dinheiro para pagar por uma simples tomografia computadorizada ou uma ressonância magnética. O Estado não disponibiliza tomógrafos, diagnósticos médicos por imagens, com facilidade. Mas os computadores a serviços da saúde estão acessíveis nos hospitais particulares, como se fosse um luxo. Com os resultados destes exames, os pacientes prósperos vivem mais e melhor.
É triste constatar que tem muita gente morrendo por falta de dinheiro. E mais triste ainda é ler, ver e ouvir, líderes cristãos ensinando que tal situação é a vontade de Deus para nós. Prosperidade é dom de Deus (Eclesiastes 3.12-13).
O Evangelho de Cristo e os “apologetas-das-traduções-bíblicas”
Precisamos ler a Bíblia Sagrada procurado conhecer as bases dos termos nos textos originais do Novo Testamento.
É necessário ter a noção exata das etimologias dos termos em grego. Analisar “eirene”, que é paz; analisar “makarioi”, que é bem-aventurado; confirmar “soteria”, que eu já expliquei o significado aqui. E depois comparar os termos gregos com esta suposta defesa da fé, confrontar o significado delas com os argumentos dos pseudos apologetas do Evangelho de Cristo.
Não é possível encontrar no idioma grego a mesma apologia destes “apologetas-das-traduções-bíblicas".
Esqueçamos os livros dessas pessoas, ou leiamos com análises críticas agudas, porque eles não são inerrantes como é a Bíblia Sagrada.
E.A.G.
O artigo está liberado para uso, desde que citados nome do autor e o link (URL) deste blog.

10 comentários:

Noêmia disse...

Amei o que acbei de ler, Prezado irmão Elizeu, são de pessoas como vc. que o mundo precisa, para falar o que Deus coloca em seu coração. siga em frente com certeza receberas os lauréis das mãos do mestre. JESUS.

Eliseu Antonio Gomes disse...

Noêmia

Obrigado por suas palavras de incentivo.

Sinto prazer em ler a Palavra de Deus, refletir e trasformar as reflexões em artigos.

Deus te abençoe.

Abraço.

Carlos Roberto, Pr. disse...

Caro Elizeu Gomes,
Graça e Paz!

Como vc. já sabe, postei meu comentário na sua postagem na comunidade AD Brasil, porém, agradecendo sua indicação através da rede Facebox, aproveito o momento para registrar que me refiro a teologia da prosperidade, como aquela teologia que inverte as prioridades das coisas, quando colocamos "as demais coisas vos serão acrescentadas" antes do "buscar o Reino de Deus e a sua justiça".

Se passarmos por provações conscientes de que Deus está no controle de todas as coisas, com certeza venceremos.
Properidade é algo que varia de pessoa para pessoa, no entanto, também não faço apologia da pobreza.
Creio sinceramente, que equilíbrio é algo necessário para os cristãos.

Um grande abraço!
Pr. Carlos Roberto

Eliseu Antonio Gomes disse...

Pastor Carlos Roberto

O cristianismo é exatamente assim, como disse. Equilíbrio.

Entendo que a prosperidade é vivida com ações e decisões feitas equilibradamente.

Marco Alcantara disse...

Somos do Lion of Zion e estamos lhe convidando para nos visitar e posteriormente nos seguir. Visite nosso blog onde respeitamos sua opinião e inteligência.
Já estamos seguindo o seu.
Abraço!

http://cartesianofinito.blogspot.com/

Eliseu Antonio Gomes disse...

Lion of Zion

Obrigado pelo termo "inteligência".

Desde que comecei a navegar em blogs, e editar os meus, o Lion of Zion é um dos que estão entre os que mais tenho visitado.

Abraço.

Anônimo disse...

Caro irmão Eliseu, graça e paz sejam contigo.

Você citou: "Em nenhum lugar da Bíblia você encontrará que é um mandamento de Deus que sejamos mártires ou padeçamos necessidades".

Esta é uma verdade. No entanto, a Palavra de Deus nos exorta em Hebreus:

"Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei." (Hebreus 13.5)

A partir deste texto, entendemos que não devemos orar pedindo nem a pobreza, nem a riqueza (Pv 30.7-9), mas que devemos andar contentes com as coisas que temos, pois sabemos que se Deus cuida de aves e lírios, muito mais estará conosco nos suprindo em nossas necessidades.

O cristão da mesma maneira que não é ensinado a pedir a pobreza, também não é ensinado a buscar riquezas, porque "os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição" (1 Tm 6.9).

A vida cristã deve ser da seguinte maneira no tocante a estas coisas: "Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes" (1 Tm 6.8), como Paulo disse que sabia tanto passar por abundância, como por escassez (Fp 4.12), sigamos seu exemplo.

Que Cristo te abençoe!
Abraços...

Eliseu Antonio Gomes disse...

Prezado Eduardo

Não parece ser o seu caso.

Eu criei este post como um protesto contra cristãos que trocam a Bíblia Sagrada por livros evangélicos. Por exemplo, alguns leitores de John Piper.

É lamentável constatar que poucos priorizam a leitura sistemática e devocional das Escrituras. Poucos meditam e difundem a Palavra de Deus de maneira contextualizada.

Sobre suas citações, neste blog, dentro deste tema, vejo que outros fazem pequenas distorções ao comentar sobre as riquezas.

Não foi o seu caso aqui, mas vou citar suas citações e comentar o que já presenciei.

Por exemplo:

Hebreus 13.5 nos mostra censura contra a AVAREZA. O ávaro pode ser uma pessoa milionária ou paupérrima. O foco aludido é maior e precisa ser usado em nossa hermenêutica. Porém, não é isso que anda acontecendo na "apologia" de alguns...

Provérbios 30.7-9. O escritor pede a Deus para não ser pobre. Mas, os que criticam o desejo de quem almeja prosperidade financeira não enfatizam este lado do versículo.

Sabemos que são dois ângulos, nem riqueza e nem pobreza amigo... Mostrei um lado só para que perceba o que estão fazendo com este texto bíblico, porém do lado inverso.

Abraço.

Unknown disse...

NOSSA REALMENTE NOÊMIA É DESSE TIPO DE GENTE QUE O MUNDO PRECISA,ESSE ANJO DE DEUS CHAMADO ELIZEU FAZ TODA A DIFERENÇA,NOSSO MUNDO GRITA POR SOCORRO E SE TIVESIMOS MAIS PESSOAS COMO ESSE ANJO PRA LEVAR A PALAVRA DE DEUS O MUNDO SERIA MELHOR...UM ABRAÇO QURIDO QUE DEUS TE ILUMINE SEMPRE.

Eliseu Antonio Gomes disse...

Mary e demais.

Através de um blog, blogueiro amigo, recebi a informação que John Piper resolveu tirar mais de seis meses de descanso, com o objetivo de refletir sobre seu ministério.

Que Deus abençoe este pastor batista.

Abraço.