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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Lidando de forma correta com o dinheiro


É necessário o máximo de cautela para não ser dominado pela avareza e egoísmo. O amor ao dinheiro suscita o lado vil do ser humano, a meter-se em negócios ilícitos, corromper e ser corrompido, subornar e ser subornado, motiva a agiotagem, impulsiona-o a dissimular, roubar, matar. Se o dinheiro não é dominado como servo, transforma-se num terrível tirano para quem o possui ou deseja possuí-lo.

Advertência contra a fiança. Salomão nos chama a atenção para a situação embaraçosa de nos empenhar como fiador em favor de alguém que não conhecemos muito bem -  o vizinho, o parceiro de negócios, não se refere ao amigo íntimo ou parente.

Nos tempos bíblicos, com um aperto de mãos assumia-se a responsabilidade sobre dívida de terceiros ou por outra obrigação semelhante. Hoje em dia, presta-se a essa condição insegura emprestando o cartão de crédito ou folhas do talão de cheque, sendo avalista em compras feitas com pagamentos parcelados.

Em Provérbios 6.1-2; 11.15; 17.18; e 22.26-27, Salomão afirma que entrar em acordo para ser avalista não é decisão sábia, por ser uma questão que ultrapassa o controle do fiador, é como aceitar entrar conscientemente dentro de uma armadilha feita pela pessoa afiançada, permitir que o avalizado controle sua vida, é correr o risco de viver a mais vergonhosa indigência.

No livro de Gênesis (43.9; 44.32-33) encontramos a triste experiência de Judá, que ofereceu-se em garantia pela devolução em segurança de seu irmão Benjamim ao seu pai Jacó. Quando isso parecia impossível acontecer, teve que se apresentar a José como seu escravo.

Advertência acerca do crédito e contra a usura. Provérbios 22.8, 26-27. A Palavra de Deus repudia a prática do lucro fácil por meio do empréstimo baseado em juros abusivos. Emprestar dinheiro a quem precisa cobrando juros altos é ser uma pessoa perversa, agir sem as medidas certas, quem assim faz semeia a injustiça e prepara seu próprio futuro para colher muitos males e por fim perecerá. Tal atitude é uma transgressão da lei divina, que provoca punições de tristeza e dissolução (Jó 4.8; Oseias  8.7; Gálatas 6.7-9).

Encontramos em Deuteronômio 23.19-20 a legislação israelita concernente à agiotagem, proibindo a cobrança de juros exorbitantes, fosse em dinheiro, comida ou qualquer outra coisa. Sobre isso Davi advertiu solenemente no Salmo 15, afirmando que quem cobra juros altos não será cidadão do céu.

O Código Penal Brasileiro prevê que o crime de usura, ou agiotagem, ocorre quando os juros cobrados por particulares forem maiores do que os praticados pelo Mercado Financeiro e permitido por lei. Segundo a legislação brasileira a agiotagem é crime.

Não é incomum pensar que o mês é maior que o salário, e esquecer que ter muito dinheiro não significa ter a solução para todos os problemas. É preciso tomar muito cuidado com a administração financeira, olhar ao longe, bem além dos pagamentos mensais, não ceder à pressão do recurso em cartão de crédito, cujos juros são altos e a razão da ruína de muitas pessoas, inclusive a ruína do casamento. Pague dívidas dentro do prazo, quando não for possível pagar na data de vencimento comunique o problema ao credor.

Advertência contra empréstimos não honrados. Provérbios 11.15. O Pr. José Gonçalves conta em seu livro Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso um caso contado por seu pai:

Dois vizinhos tinham o hábito de emprestar suas ferramentas um ao outro, sendo que um deles era esquecido quanto à obrigação de devolvê-las. Certo dia ele enviou seu filho para solicitar o empréstimo de um serrote, apelidado por eles como Vai-e-Vem. O garoto retornou de mãos vazias e com o seguinte recado do dono da ferramenta: "Se o Vai-e-Vem fosse e viesse o Vai-e-Vem iria, mas como o Vai-e-Vem vai, e não vem, o Vai-e-Vem não vai".

Gonçalves também compartilha com leitores de seu livro um esboço de sermão, baseado em Romanos 13.8, sobre empréstimo:

Cinco grandes pecados cometidos por quem não paga:
1º - peca contra Deus escandalizando o evangelho (2 Corintios 6.3);
2º - peca contra o próximo, vítima do calote;
3º - peca contra si mesmo, ao formar o mal caratismo;
4º - peca contra o Estado, impedindo a arrecadação de impostos;
5º - peca contra a Igreja, dando mal testemunho.

Advertência contra o tolo. Provérbios 17.16. Este versículo é satírico, pois não é possível ao insensato comprar a sabedoria por preço algum e nem adquiri-la por qualquer fórmula mecânica. Também é impossível compensar a falta de sabedoria com a posse de dinheiro. A sabedoria do alto é adquirida apenas com a atitude apropriada do coração aberto às diretrizes do Senhor. Conferir o contexto: Provérbios 4.7; Tiago 1.5; 3.13-18.

A vida do ser humano não se consiste na abundância de bens que possui (Lucas 12.15). Provérbios classifica como tola a pessoa que possui riquezas de maneira avarenta. O cristão rico, cheio de sede de possuir mais, que não é capaz de usar sua riqueza para ajudar o próximo, não colabora com a Casa de Deus, não contribui com obras missionárias e não investe no bem-estar de sua família não é uma pessoa sábia aos olhos do Senhor.

De nada serve o dinheiro na mão do tolo já que ele não se interessa em obter a sabedoria. Isto é, não pretende buscar para si o conhecimento ideal, coisas proveitosas para si e para o próximo segundo a vontade de Deus.

Buscando virtudes. Provérbios 23.22-25. As crianças são ensinadas quanto a corretos relacionamentos familiares. Esses princípios são derivados do quinto mandamento (Êxodo 20.12). Os sábios observam este modelo de vivência e convivência e o aprovam.

O dinheiro jamais será o bem mais precioso que o ser humano pode possuir. O conhecimento da vontade de Deus é um bem espiritual incalculável para nossas vidas, supera o valor de todas as riquezas desse mundo perecível.

Buscando a suficiência em Cristo. Em Filipenses 4.6-7, 19, 21 Paulo demonstra interesse não apenas por seu bem-estar mas também pela dos crentes de Filipos. Diz para não se preocupar com nada, esta afirmação está em paralelo com Mateus 6.25-34; 1 Pedro 5.7.

A declaração do apóstolo revela uma promessa divina aos que estão em Cristo Jesus: Deus supre a nossa necessidade de forma distinta e definitiva. A promessa é revelada a uma igreja que, com sacrifício, havia contribuído generosamente para suprir as necessidades dele, que estava inserido em projeto missionário. Quando agimos com generosidade o Senhor se compromete a nos fazer mais prósperos. Deus não é sovina quando se trata de provisão aos seus servos, provê bênçãos materiais e espirituais de acordo com a nossa necessidade, isto é, o suficiente para que o bastante não seja excessivo e nem que o pouco seja ao baixo nível da escassez.

Conclusão

"Os bens que facilmente se ganham, esses diminuem, mas o que ajunta à força do trabalho  terá aumento. Melhor é o pobre que anda na sua sinceridade do que o de caminhos perversos, ainda que seja rico" - Provérbios 13. 11; 28.6.

Aos cristãos, inseridos na cultura do lucro fácil, lugar em que é mais admirado a situação do ter do que o ser, é imprescindível saber usar o dinheiro de maneira correta, para esquivar-se de meios ilícitos para enriquecer. Precisa estar firmemente decidido a usar o dinheiro corretamente, para seu bem-estar e para ajudar o próximo e honrar ao Senhor.

Deus deseja que tenhamos uma vida abundante (João 10.10). Não é um erro você também desejar viver a área financeira equilibradamente, administrar uma conta bancária realmente abençoada que possibilite ter mais do que o dinheiro para pagar as contas do mês e tenha condições de possuir bons bens materiais.

É preciso usar ao máximo a prudência ao decidir ser um fiador ou tomar certa coisa emprestada ou determinada soma em dinheiro, para que através das coisas materiais possamos glorificar a Deus. A posse do dinheiro e todo tipo de bens materiais deve promover valores espirituais e o bem-estar social.

Administração equilibrada de dinheiro assinala quem é o cristão que vive de forma justa, quem está apto para ser um cidadão do céu.

E.A.G.
__________

Compilações:
Bíblia de Estudo NTLH, edição 2005, Barueri-SP (SBB);
Bíblia de Estudo NVI, edição 2003, São Paulo-SP (Editora Vida);
Bíblia de Estudo de Genebra, 1999, Barueri-SP (SBB);
Bíblia de Estudo Plenitude, edição 2001, Barueri-SP (SBB);
Ensinador Cristão, 4º trimestre de 2013, página 38, Rio de Janeiro (CPAD);
Lições Bíblicas - Sabedoria de Deus para uma Vida Vitoriosa, José Gonçalves, lição 4, 4º trimestre de 2013, Rio de Janeiro (CPAD);
Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso; José Gonçalves, capítulo 4, Rio de Janeiro (CPAD).

Lição 1 O valor dos bons conselhos

Lição 2 - Advertência contra o adultério

Lição 3 - Trabalho e prosperidade

domingo, 27 de maio de 2018

Ética Cristã e Vida Financeira

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

As posses e os bens são concedidos ao ser humano por meio do nosso Deus. O fato de possuir o dinheiro, seja em muita ou pouca quantidade, pode ser bênção ou maldição, depende do uso que é feito com ele. Se usado de maneira sábia, para a glória de Deus, expansão do seu reino, agradecido pelos bens adquiridos, somos abençoados pelo Senhor. Cada um prestará contas de tudo o que recebeu para gerir, até mesmo no setor financeiro (Mateus 25.19; (Romanos 14.12).




l – UMA TEOLOGIA PARA A VIDA FINANCEIRA

O equilíbrio financeiro foge dos extremos da riqueza e da pobreza, e possibilita uma vida desprovida de preocupações desnecessárias.

 1. Vida financeira equilibrada.

O Senhor é a fonte de toda riqueza, o ouro e a prata são dEle (Ageu 2.8). No Salmo 24.1, o salmista Davi glorifica o Criador de todas as coisas, Senhor da terra e do mundo criado, e de tudo o que neles há. O cântico mostra que tudo o que somos, tudo o que vemos e temos nesta vida pertencem ao Altíssimo. Após Deus haver completado a obra de criação, criou o homem e a mulher e confiou a ambos a missão de administrar a terra e o que nela existe (Gênesis 1.26-28; 9.2; Salmos 8.6-8).

Diariamente, vivemos um conflito. De um lado temos a oportunidade de conhecer a Palavra de Deus, colocar a sua vontade em prática em todas as esferas da vida. Do outro lado encontramos as forças do mal, apresentando informação desprovida da intenção divina, atuando em sentido contrário à condução do Espírito Santo. Enquanto a promessa do retorno de Jesus não se cumprir, teremos que conviver com essas duas situações.

Através da comunhão com Deus e Sua Palavra, recebemos Seus sábios conselhos, que nos capacita a vencer as provas desse mundo de ilusões e todas as investidas destruidoras do inimigo de nossas almas. E uma das frentes que o inimigo ataca é o mal uso do dinheiro.

Prazos a perder de vista, cartões de crédito. O marketing age com força, usa voz de comando para induzi-lo a gastar mesmo que você não possua recursos suficientes. As frases estão sempre no imperativo: “vá”, “compre”, “faça”. As supostas facilidades oferecidas pelo mercado financeiro são um golpe para iludir o consumidor. O apelo começa com produtos de higiene pessoal, passa pela alimentação da família, e chega ao carro do último modelo.

A sociedade não cristã sustenta a filosofia que dinheiro vale mais que a vida. Por isso, pessoas destroem a própria vida e a de seus semelhantes. Sacrificam seus valores morais e princípios éticos, tentando obter riquezas e tudo o que o dinheiro pode dar. No entanto, os que assim fazem, não encontram felicidade plena ao realizar o que desejam. Isto, porque o não cristão não consegue ver a vida através da perspectiva do Reino de Deus.

2. O perigo do amor do dinheiro.

A sociedade em que vivemos é extremamente capitalista, incentiva as pessoas a colocarem em primeiro lugar em suas vidas a luta por conseguir ganhar dinheiro. Os seres humanos que possuem muito querem mais ainda e os que possuem pouco ou nada, desejam ardentemente alguma coisa.

Muitos vivem na filosofia do “quanto mais tem, mais quer”. Estão influenciados pelo consumismo, acúmulo de dinheiro e desejo de lucro exorbitante e de muito luxo. Isto é visto em pais e mães que sacrificam seus momentos de lazer com seus filhos para trabalhar mais e assim ganhar mais dinheiro; no irmão ou irmã da igreja que troca o culto por horas extras exageradas no emprego; em pais que pressionam seus filhos para fazer um determinado curso em uma faculdade, até mesmo contra a vontade dos filhos, só porque este curso confere mais “status” e salários mais altos a quem o fez; enfim, em jovens que se casam apenas por interesses financeiros.

Quanto a vivência cotidiana do cristão equilibrado, este compreende que todos precisam de dinheiro para a manutenção, que o lucro comercial é o bônus inerente do comerciante honesto e o luxo equilibrado faz parte da vida em dignidade. Sabe, também, que o crente em Cristo não deve colocar a obtenção de riquezas como alvo supremo da vida. 

È necessária a conscientização de que o ser humano foi estabelecido para ser administrador do Altíssimo. O crente precisa estar ciente de que o ser humano não é dono de nada. Deus nunca lhe entregou qualquer direito de propriedade, mas para si mesmo reservou as coisas que criou (1 Coríntios 4.2).



II – MEIOS HONESTOS PARA GANHAR DINHEIRO

O que devemos fazer ao ganharmos dinheiro? "Honre o SENHOR com os seus bens e com as primícias de toda a sua renda" - Provérbios 3.9. Ganhar dinheiro não é pecado, é uma necessidade indispensável. Trabalhar de modo honesto para o sustento de sua família é uma atitude altruísta.

1. Trabalho e emprego.

A Palavra de Deus é muito clara quanto à importância do trabalho. O Salmo 128.2 nos diz que do trabalho de nossas mãos comeremos, feliz seremos e tudo de bom nos acontecerá. Não importa se nossa profissão é valorizada, reconhecida ou mal remunerada. Deus sempre terá uma recompensa para aquele que trabalha sério e é dedicado naquilo que faz.

O trabalho traz o pão à nossa mesa, alimenta o nosso lar, nos oferece dignidade, é um meio honesto para se ganhar dinheiro e adquirir bens e boa reputação (Provérbios 6.6-8).

É fato que muitas pessoas não gostam muito de trabalhar, alguns amam o ócio e mais as coisas do que as pessoas, preferem horas exageradas de sono e não se importam em partir para o assalto e o furto, não se importam em tirar o que é propriedade de outro: "Quem trabalha com a mão ociosa fica pobre, mas o que trabalha com diligência enriquece" (Provérbios 10.4).

Muitas pessoas perdem uma grande bênção porque não se dispõem a trabalhar. O Senhor vê tudo e em consequência da iniciativa em colocar mãos à obra oferece muitas bênçãos quando nos dedicamos verdadeiramente ao que fazemos. Vejamos alguns personagens bíblicos que foram grandiosamente abençoados através do “suor de seus rostos”:
• Rebeca conquistou Isaque (Gênesis 24.19-21). Provavelmente ela não tinha planos de conseguir um casamento nos momentos em que tirava água do poço para saciar a sede dos camelos da família. Mas Deus a surpreendeu enquanto trabalhava, fazendo com que ela viesse a se casar por causa disso.
• Davi, do campo ao trono de Israel (1 Samuel 16:11). Poucos valorizavam o trabalho de Davi, que era o responsável pelo pastoreio das ovelhas de sua família. Apesar disso, sem receber reconhecimento, ele fazia o melhor possível em seu serviço. Deus, então, viu que aquele rapaz poderia “pastorear” o seu povo caprichosamente e o escolheu para a função de rei de Israel.
• Jeroboão foi honrado por seu labor e se tornou rei (1 Reis 11.28). Deus observou em Jeroboão um homem justo, honesto, fiel e muito trabalhador. Por isso o escolheu para usar a coroa, tirando-a das mãos dos filhos de Salomão, que eram os herdeiros naturais do trono que foi de Davi.
O serviço de Jacó o levou à riqueza, apesar dos reveses com seu sogro trapaceiro (Gênesis 31.6-9).
• O serviço de Rute livrou-a da penúria. Ela pôs as suas mãos no arado, assumiu o sustento do lar após sua viuvez e a viuvez de sua sogra idosa, com quem viveu em pobreza. Por causa de sua nobre disposição em trabalhar duro, Deus providenciou o encontro dela com Boaz, homem de posses, e o desfecho do romance foi ela casar-se com ele e entrar para a genealogia de Jesus (Rute 2.2-4, Mateus 1.5).
Pode ser que você pense que ninguém valoriza o seu trabalho. Pode ser também que algumas pessoas realmente menosprezem o esforço que faz. Lembre-se que o Senhor sabe de todas as coisas, honra aos que prestam serviço com dedicação, desde que a tarefa não seja atividade desonesta.

2. Escolarização e Mobilidade Social.

A sociedade é formada por classes sociais, como A, B, C e D, geralmente com grandes diferenças entre os mais ricos e os mais pobres. A possibilidade de um indivíduo subir de classe na sociedade, passar a ter um poder aquisitivo admirável é o fenômeno denominado “mobilidade social” ou "transformação social".

Um dos meios disponíveis para o aumento da capacidade em adquirir bens e serviços de cidadãos menos privilegiados economicamente é a escolarização. Isto é, estudar até atingir os melhores padrões acadêmicos. A escolarização abre oportunidades para o aluno assentar-se nas cadeiras do nível superior de ensino, trabalhar em empregos de sucesso, cujo salário gera um excelente poder aquisitivo, reduzindo assim a distância entre ricos e pobres.

A escolarização e a ascensão socioeconômica são úteis ao crente para que ele possa servir melhor o Reino de Deus (Filipenses 2.4,21; 1 Corintios 10.32,33).

Ao alcançar seu aprimoramento intelectual, o cristão precisa ter o cuidado. para não se abobalhar com o sentimento de vanglória e o engano da sensação de superioridade entre os seus semelhantes (Filipenses 2.3). As universidades e faculdades, além de oferecer o cabedal de conhecimento essencial, são celeiros de filosofias e vãs sutilezas, cabe ao crente examinar tudo e conservar o que é realmente bom (Colossenses 2.8; 1 Tessalonicenses 5.21).


Ill – COMO ADMINISTRAR O DINHEIRO?

1. Fidelidade na Casa do Senhor.

Do que o Senhor se agrada quando o servimos? Sabemos que todos os bens que temos a nossa disposição pertencem a Deus. Administramos a casa, a família, o carro, terras, trabalho, dinheiro etc. Tudo é do Senhor e apenas nos tornamos mordomos de Deus, diante dos bens materiais. 

Precisamos conhecer realmente a Deus para servi-lo de maneira aprazível. Só é capaz de servir ao Senhor de maneira agradável, aquele que O conhece em todo Seu poder e glória, no reconhecimento da grandeza de Deus (1 Crônicas 29.10-19).

Ser mordomo é administrar em total fidelidade o que lhe foi confiado,  entender que aquilo que está em suas mãos não pertence a si mesmo, mas a Alguém que lhe confiou algo valioso. Portanto, o crente consciente de quem é usará da melhor maneira possível e da forma que agradará ao Proprietário os bens que administra.

O cristão espiritual é fiel a Deus, tocado pelo Espírito Santo reconhece a grandeza de Deus e age com total disposição, voluntariedade e alegria, ao servir ao Senhor com tudo o que tem e em tudo o que é.

Devemos servi-lo com nossa vida em integridade, pois sem reconhecer a grandiosidade de Deus, a mordomia é algo apenas teórico. 

O mordomo não se sente coagido a fazer nada, porque a  mordomia representa a ação voluntária e alegre. Este princípio é importantíssimo para o cristão, pois a Bíblia ensina que Deus ama ao que dá prazerosamente. Na condição de crentes em Cristo como Senhor e Salvador, com alegria devemos contribuir financeiramente na congregação em que servimos ao Senhor (2 Coríntios 9.7).

2. Estabelecendo prioridades.

Jesus declarou em João 10:10: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância”.

O que devo fazer com o dinheiro de Deus sob os meus cuidados? Não importa se pouco ou muito, devemos administrar bem as posses, com a finalidade de não pecar contra Deus e não expor a sua família à humilhação moral e à falta das coisas necessárias. Empreender todo o possível que estiver ao nosso alcance para bem administrar os recursos que Deus nos dá

O cristão deve trabalhar de modo honesto e aplicado, usar os recursos financeiros para sua subsistência e da sua família, para que vivam de maneira digna.

Devemos também prover o sustento da obra do Senhor, pois o cristianismo é feito com coisas materiais e o dinheiro faz parte desse contexto. Os recursos da igreja local não provêm de governos ou de organismos financeiros. A estabilidade material nos dá condições de colaborar com nossos recursos para a pregação do Evangelho, faz com que sejamos capazes de apoiar a igreja em seus projetos missionários. 

A estabilidade  financeira também nos dá condições de ajudar o necessitado, que é o nosso próximo, em suas necessidades materiais. O trabalho assistencial é parte de nossa mordomia cristã, quando a realizamos estamos servindo ao nosso Deus (Provérbios 22.9; Tiago 1.15-16).

Ao priorizar essas coisas, é preciso confiar que Deus suprirá com o provimento diário suficiente (Filipenses 4.7).

3. Evitando as dívidas.

Quando a família não programa suas compras, termina por não honrar todos os compromissos financeiros, se vê com menos recursos como consequência de altas taxas de juros devido aos atrasos de pagamentos e acúmulo de faturas vencidas, cujos valores a pagar sobem para acima de suas renda. Então, a família começa a padecer com a falta do que é necessário e se transforma em refém do credor.

“O que pede emprestado é servo de quem empresta” - Provérbios 22.7.

O erro na organização da lista de compras está em não considerar a importância de itens básicos. Realizar em demasia aquisições de produtos supérfluos ao invés de comprar os produtos imprescindíveis. Tal disparate causa o acúmulo de dívidas inadimplentes e a pressão incessante do credor para ser reembolsado na data do vencimento da compra.

A exposição arriscada da renda familiar ocasiona uma sequência de danos, como estes: inquietação, estresse alto, e discórdias no lar. Para livrar-se dessas circunstâncias incômodas, observe e siga algumas regras de senso comum que ajudam as pessoas a evitar o endividamento. As dicas, são:
• Não assine ou garanta uma obrigação para outra pessoa. Se ela não pagar, você será responsável pelo reembolso. Evite ser fiador de estranhos (Provérbios 11.15; 27.13);
• Esquive-se dos agiotas (Êxodo 22.25; Levíticos 25.36);
• Acompanhe de perto os saldos bancários;
• Não compre por impulso;
• Fique dentro dos seus limites de gastos;
• Compare os preços antes de fazer grandes compras;
• Sempre que possível, pague à vista e evite comprar usando cartão de crédito (Romanos 13.8);
• Mantenha um registro de todas as compras com cartão de crédito;
• Se possível, pague sempre mais do que o pagamento mínimo em faturas de cartão de crédito;
• Evite aquelas supostas facilidades, tipo "compre agora, pague depois";
• Evite despesas com cheque especial;
• Evite adiar o pagamento em compras que oferecem, "financiamento sem juros";
• Evite pedir empréstimos para financiar compras "básicas";
• Se você não pode evitar empréstimos, pesquise e use o credor que oferece a menor taxa de juros.
Crie um orçamento realista e respeite-o à risca. Revise seu orçamento apenas quando necessário. Existem muitas maneiras de desenvolver um sistema de orçamento, como planilhas ou software e aplicativos on-line. Esses programas ajudarão você a determinar quanto está gastando e economizando.


CONCLUSÃO

Muitos cristãos, quer ricos ou pobres, idolatram o dinheiro. Amam mais as coisas materiais do que as pessoas, feitas a semelhança do Criador. Fazem isso sem refletir que tal comportamento representa atitude idólatra. Sem dúvida, quando o indivíduo é avarento, obcecados por coisas materiais, não possui nenhuma intenção de compartilhar com o necessitado, está vivendo como adorador do falso deus Mamom.

Existe para todos nós um grande perigo de cairmos na idolatria do dinheiro. O apóstolo Paulo escreveu ao jovem Timóteo, instruindo-o quanto a vários assuntos, inclusive quanto ao uso do dinheiro. O texto, conhecidíssimo dos cristãos, encontrado em 1 Timóteo 6.3, 9, 10, é um dos textos clássicos da Escritura Sagrada a respeito da ética cristã e da vida financeira do crente.

E.A.G.

■Compilações:
Ensinador Cristão. Ano 19, nº 74, Abril, maio e junho de 2018, página 40, Bangu. Rio de Janeiro/RJ (CPAD).
Lições Bíblicas Professor. Valores Cristãos - Enfrentando as questões Morais de nosso tempo, Douglas Baptista, 2º trimestre de 2018, Lição 10 - Ética Cristã e Vida Financeira, Bangu. Rio de Janeiro/RJ (CPAD).
IPMG Igreja Metodista de Guarulhos - série Mordomia Cristã, lição 1, O Princípio da Mordomia, pdf - https: //bit.ly/ 2J54uUE 

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quarta-feira, 6 de junho de 2018

Me dá um dinheiro aí?

Por Alex Lustosa de Carvalho

"Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração"- Colossenses 3.15.

A primeira coisa a se pensar é sobre a paz. Para muitos, a paz não se encaixa muito bem com dinheiro e vida financeira. Mas ao contrário de como a maioria pensa ela, essa palavra preciosa deve ser o norte para tudo na vida, inclusive financeira. Ele deve te guiar antes de comprar uma sapatilha ou gastar mais dinheiro com o equipamento de som do carro. Deve estar com você no planejamento de seus sonhos, quando ouvir as palavras gastar e investir.

Acontece que o simples conselho de Paulo é muito valioso, mas pouco usado. Quem nunca comprou alguma coisa e ficou mal por isto no mesmo momento? Isto não é paz e com certeza você não precisava daquilo.

A paz é algo que muitos estão perdendo nos dias atuais. Pesquisas apontam que as pessoas de 21 a 30 anos são as maiores inadimplentes na cidade de São Paulo, a maioria destes endividados tem emprego e uma renda de até três salários mínimos, segundo o jornal Estadão.

Aqui vai o grande segredo da vida financeira e que você precisa saber: a quantia que você recebe de salário não influencia tanto na inadimplência.

É a maneira como é administrado o dinheiro é que faz toda a diferença. A pessoa pode ter uma salário nas alturas e não saber administrar, resultando em uma dúvida igualmente nas alturas com o cartão de crédito. Por exemplo, pense se você não está se perdendo por algumas das questões a seguir:

1. Tentação do consumo influenciado pelo meio e pela mídia.

Hoje tudo é muito fácil, colorido e indispensável nos comerciais de TV, anúncios em revistas, jornais e internet. E o que dizer então dos sites de compras coletivas?

Só uma pessoa muito estranha perderia as liquidações com 70% de desconto. Afinal, esta calça custava R$ 800,00 e agora está na promoção por R$ 789,00. Imperdível, não é mesmo? Hoje a mídia nos leva a comprar o que não precisamos. Estamos sendo induzidos ao erro.

Nunca tivemos tantos bons "marqueteiros" como hoje influenciando uma geração a pensar que precisa de tudo o tempo todo. As (falsas) facilidades do parcelamento em 24 vezes e a primeira prestação para depois da Copa do Mundo de Futebol, ou Natal, são alguns dos atrativos.

2. Falta de uma educação financeira adequada.

Muitas pessoas sofrem hoje por não receber uma educação adequada dos pais ou responsáveis na área financeira. Os pais geralmente não sentam e ajudam seus filhos a trabalharem com o dinheiro, ainda mais hoje que os pais quase não veem seu filhos.

Você pode até falar que seu pai te dava uma mesada, mas entre doar uma quantia por mês e ensinar como guardar e com que gastar é uma longa estrada. Lembro-me que meu pai me dava R$ 10,00 por semana e eu gastava tudo na segunda-feira na hora do intervalo das aulas.

Se você não recebeu nenhuma dica de como administrar seu dinheiro, chegou a hora de correr atrás. Aprenda a planejar suas finanças. Aprenda que todo seu salário não pode ser gasto em um par de tênis. E O custo com a faculdade? A condução, a alimentação, a poupança, como administrar essas coisas?

3. Impulsividade.

Sabe aquilo que você não precisava? Parece que você só percebeu o que tinha feito depois que saiu da loja com a sacola na mão. Isto se chama impulsividade! Ela é uma destruidora da nossa vida financeira.

Diferente da influência da mídia, a impulsividade se caracteriza pela falta de propósito, de não saber o que quer e não saber se planejar para conquistar. Ela não é um costume apenas de mulheres; muitos homens também se encaixam no perfil impulsivo de ser. Não é o valor que importa, mas o desejo desenfreado de possuir aquilo que fizeram brilhar os olhos, então haja cartão de crédito e cheque especial.

4. Status.

Outro grande vilão da vida financeira é começar a gastar todo o dinheiro para adquirir uma posição social aparente, no trabalho, na roda de amigos na faculdade. Ter sempre o melhor celular, a melhor bolsa, o melhor sapato, o melhor carro, morar na melhor localização, tudo isto para sobressair aos demais.

Muitos fazem isto sem perceber, ou pior, vivem neste status sem ter condições financeiras para isso. Não estou dizendo que não devemos ter as melhores coisas, mas tê-las não pode significar o suicídio da nossa vida financeira. Saiba que o melhor celular é aquele que suas condições financeiras te possibilitam, assim como as demais coisas que você diz essenciais para seu viver.

5. Acompanhar o ritmo de amigos.

Para fechar esta matéria, quero apresentar a pedra no sapato de muitos jovens: viver acompanhado dos amigos. Não há problemas em sair e acompanhar seus amigos desde que você não desbanque financeiramente. Quanto ganha seus amigos? Será que você tem extrapolado?

Não acredito na segregação por conta de dinheiro, mas muitos que ganham R$ 500,00 querem acompanhar aqueles que ganham R$5.000,00 em tudo. Impossível! Amizade não tem grau com dinheiro, portanto tenha cuidado para não levar uma vida que não cabe em seu bolso.

Como mudar esta história? Eu me lembro de andar com meu pai na praia e ver um menino passeando com uma mini-moto toda motorizada e eu ali de bicicleta. Meu pai me disse: "Filho, talvez este menino não tenha o costume de andar de bicicleta e não sabe o quanto é bom andar de bicicleta".

Saiba que amigo de verdade é aquele que entende você e permanecerá ao seu lado em qualquer situação, por isto não despreze o planejamento de suas finanças. Deus quer que você tenha paz na sua vida financeira e conquiste muitos sonhos, porém, precisa estabelecer princípios para administrar seu dinheiro.

Quando sair para realizar qualquer coisa que envolva dinheiro, pense: Que a paz de Cristo seja o juiz em meu coração".

E.A.G.

O autor é pastor da Igreja Metodista Renovada / Sede.
Fonte: Revista Renovação da Fé, ano 15, número 56, página 20.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Jesus e o dinheiro

No primeiro século da era cristã, por ser uma crença de natureza escatológica, o cristianismo não estimulava a aquisição de posses materiais. Os cristãos primitivos, incluindo os apóstolos, mantinham a expectativa de que Jesus poderia voltar ainda em sua geração, então a prioridade para eles não era o acúmulo de bens terrestres, mas a propagação da mensagem do reino de Deus
Por Eliseu Antonio Gomes

O dinheiro, meio de compra e venda de mercadorias e bens, era usado pelos israelitas desde o oitavo século antes de Cristo. Antes disso, eles pesavam a prata e o ouro para fazer pagamentos (Gênesis 23.16).

No primeiro século da era cristã, por ser uma crença de natureza escatológica, o cristianismo não estimulava a aquisição de posses materiais. Os cristãos primitivos, incluindo os apóstolos, mantinham a expectativa de que Jesus poderia voltar ainda em sua geração, então a prioridade para eles não era o acúmulo de bens terrestres, mas a propagação da mensagem do reino de Deus.

O estudo do Evangelho escrito por Lucas apresenta o estilo de vida que o seguidor de Cristo precisa adotar com relação ao dinheiro.

Avaliando a verdadeira intenção do coração. "E rogou-lhe um dos fariseus que comesse com ele; e, entrando em casa do fariseu, assentou-se à mesa. E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento; E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o ungüento'  (...) 'E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas, e os enxugou com os cabelos de sua cabeça" - Lucas 7.36-38, 44.

Embora a mulher não fosse uma convidada, entrou na casa de Simão e ajoelhou-se aos pés de Jesus. Naquela época, era habitual reclinar-se durante as refeições. Os convidados para refeições reclinavam-se em sofás, de modo que, bem próxima à mesa, ficava a cabeça, apoiada em um dos cotovelos, e o restante do corpo ficava esticando para trás. Assim aquela mulher facilmente ungiu os pés de Jesus sem aproximar-se de comes e bebes.

A narrativa de Lucas contrasta os fariseus com os pecadores. Simão, o anfitrião que convidou Jesus, havia negligenciado várias regras de etiqueta. Ele não havia lavado os pés de Jesus conforme o hábito local, não ungiu a cabeça do Mestre com óleo; não lhe deu um beijo de saudação. Talvez Simão se considerasse superior ao Unigênito Filho de Deus. Porém, a mulher pecadora foi generosa. Ela  usou um perfume extremamente caro; com lágrimas lavou os pés de Jesus e ungiu-os; e com beijos saudou seu Salvador.

A vida do homem não consiste no seus bens. "E disse-lhe um da multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança. Mas ele lhe disse: Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?" - Lucas 12.13,14.

De acordo com a Lei de Moisés (Deuteronômio 21.17), o filho mais velho recebia duas vezes mais do que os outros filhos. As situações do repartir heranças eram frequentemente levadas para os mestres para que eles realizassem a divisão dos bens. Embora Jesus tivesse respondido com outra pergunta e uma recomendação, sem assumir a posição de juiz em questão secular, não mudou de assunto. Ele apontou para uma questão mais importante: a atitude correta em relação à acumulação de riquezas. A vida é mais do que bens materiais; e o nosso relacionamento com Deus é ainda muito mais importante. Assim, Jesus atingiu o âmago da questão levada por aquele homem.

Não guardar tesouros na terra, mas no céu. 'E dizia também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens. E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo' (...) 'E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos" - Lucas 16. 1,2, 9.

Jesus não elogiou a desonestidade do mordomo, mas a sua visão do futuro. A sagacidade é típica dos "filhos desse mundo", que assim agem para com os seus semelhantes; e o público de Jesus (e mesmo o senhor da palavra) poderia, sem justificar ou tolerar as suas atividades, sorrir devido à maneira como o astuto criado livrou-se de um aperto. O mordomo usou os recursos que tinha a fim de preparar-se para a inevitável demissão. Logo a questão é a seguinte: se os injustos sabem como usar o dinheiro para conquistar amigos e assegurar um futuro, muito mais devem saber os justos, para, com finalidades justas, auxiliar os que estão em necessidade, tendo em vista a recompensa de Deus.

A injustiça, a cobiça e a sede de poder estão comumente envolvidos na acumulação e emprego das riquezas deste mundo. Devemos empregar nossos bens e dinheiro, com sabedoria e jamais de modo desonesto, de modo a promover os interesses de Deus, para ajudar as pessoas, para a salvação do próximo. Assim fazendo o Senhor nos confiará as verdadeiras riquezas, que são as responsabilidades espirituais (12.33, 34; 16. 11). 

Os perigos de se ter as riquezas como senhor. "Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. E os fariseus, que eram avarentos, ouviam todas estas coisas, e zombavam dele" - Lucas 16:13,14.

O dinheiro pode tomar o lugar de Deus em sua vida. Ele pode tornar-se o seu mestre. Como você sabe se não é escravo do dinheiro? Caso responda sim no questionamento abaixo, ore ao Senhor.

1. Você se preocupa frequentemente com o dinheiro?
2. Desiste de fazer o que deveria ou gostaria, a fim de ganhar mais dinheiro?
3. Gasta grande parte de seu tempo cuidando de suas posses?
4. Sente dificuldade de ofertar?
5. Costuma ficar endividado? 

Nenhuma quantia em dinheiro é capaz de garantir saúde e felicidade, tampouco a vida eterna. Os servos do Senhor têm paz de espírito e segurança, tanto no presente como no porvir.

Generosidade e prosperidade segundo a Palavra de Jesus."E ele lhes disse: Na verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos, pelo reino de Deus, Que não haja de receber muito mais neste mundo, e na idade vindoura a vida eterna" - Lucas 18:29,30.

As perdas no âmbito familiar podem ser mais do que compensadas ainda nesta vida através dos relacionamentos com outros membros da família de Deus.

As recompensas prometidas neste versículo não devem ser entendidas literalmente. Jesus não prometeu saúde e riquezas aos seus seguidores. Na verdade, Jesus prometeu que os cristãos serão amplamente compensados na nova comunidade pelo que renunciaram em sua vida na terra. As bênçãos e alegrias inerentes nos relacionamentos citados aqui serão experimentadas pelo discípulo genuíno, que se nega a si mesmo por amor a Cristo. O fato de que Jesus estava falando por hipérboles fica claro pela promessa de uma pessoa receber cem pais e mães pelo fato de perder um pai e uma mãe ao abraçar o Evangelho do Senhor.

Riqueza e pobreza no tempo de Jesus. "E, olhando ele, viu os ricos lançarem as suas ofertas na arca do tesouro; E viu também uma pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas; E disse: Em verdade vos digo que lançou mais do que todos, esta pobre viúva; Porque todos aqueles deitaram para as ofertas de Deus do que lhes sobeja; mas esta, da sua pobreza, deitou todo o sustento que tinha" - Lucas 21.1-4.

A arca do tesouro, ou gazofilácio, era a caixa posicionada no átrio do templo, na qual eram depositadas as ofertas. Segundo os biblistas, haviam 13 caixas afixadas no pátio das mulheres.

A passagem bíblica da viúva pobre e ofertante tem sido usada por pessoas inescrupulosas para extorquir dinheiro dos outros, pelo fato de Jesus ter elogiado a piedade demonstrada pela viúva. Mas Jesus não estava recomendando que todos demonstrassem piedade exatamente da mesma maneira que aquela mulher.

Temos nesta situação a lição de como Deus vê a nossa contribuição e donativos. A oferta que damos a Deus é avaliada, não segundo o montante, mas pelo montante do nosso amor ao Senhor nela envolvido. Os ricos, às vezes, contribuem do que lhes sobra - não lhes custa nenhum esforço e devoção. A oferta da viúva custou-lhe tudo. Ela deu tudo que podia. Este princípio pode ser aplicado a todo o nosso serviço prestado a Jesus. Ele julga o trabalho que lhe prestamos, não pelo seu volume, influência ou sucesso, mas pelo volume de sincera dedicação, fé e amor nele envolvido.

Conclusão

Na cultura secular dos dias atuais, uma das formas mais comuns de enxergar o dinheiro, bens e posses, é vê-los como algo de natureza estritamente material. Na perspectiva cristã, o dinheiro coexiste nas dimensões material e espiritual. Jesus ensinou a respeito do uso correto do dinheiro, mostrando o cuidado  que o cristão deve ter com a avareza.

EBD-CPAD-revista-escola-dominical-segundo-trimestre-2015-Jesus-o-Homem-Perfeito-O-Evangelho-de-Lucas-o-Medico-Jose-GoncalvesE.A.G.

Compilações: 
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, páginas 1362, 1378, 1386, edição 2004, Rio de Janeiro (CPAD)
Bíblia de Estudo Defesa da Fé, páginas 1568, 1640, edição 2010, Rio de Janeiro (CPAD)
Bíblia de Estudo NTLH, páginas 1032, 1046, edição 2005, Barueri, (Sociedade Bíblica do Brasil)
Bíblia de Estudo Pentecostal, página 1480, 1552, edição 1996, Rio de Janeiro (CPAD)
Lições Bíblicas - Professor, José Gonçalves, 2º trimestre 2015, páginas 73,75, 76, Rio de Janeiro (CPAD)
Lucas - O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito, José Gonçalves, página 119, 1ª edição 2015, Rio de Janeiro (CPAD). 

► As ofertas no estilo de Caim.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

O dinheiro e a Bíblia Sagrada

Você é daquelas pessoas que sempre acham que não têm dinheiro suficiente? Sente que o mundo está pressionando para consumir mais produtos? E crê na mensagem da mídia que tenta induzir toda a sociedade a comprar as marcas da moda?

Sem dúvida nenhuma o dinheiro é importante. Quando Jesus Cristo falou sobre o assunto, disse: "Dêem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus" (Mateus 22.21). E Ele mencionou o dinheiro em dezesseis das quarenta parábolas que nos deixou, sendo que em uma delas frisou que "a vida de um homem não se consiste na quantidade dos seus bens" (Lucas 12.15).

Como algumas pessoas falam e pensam erradamente, é necessário deixar claro que a Bíblia Sagrada não fala que o dinheiro é a raiz de todos os males. Na verdade, diz em 1ª Timóteo 6.10 o seguinte: "... o AMOR ao dinheiro é a raiz de todos os males".

As pessoas gananciosas são capazes de enganar e prejudicar seus semelhantes para ter lucros maiores. Roubam, mentem, matam, assaltam, se prostituem, traficam... Tudo isso sem sentir dor na consciência. Por causa disso o amor ao dinheiro é um grande pecado.

Do ponto de vista bíblico, riqueza e pobreza não são opostas entre si, ou seja, uma santa e a outra profana. Para ter bom relacionamento com Deus, ser rico ou ser pobre não faz diferença alguma. Aliás, é possível existir pobres devassos e também gente abastada com coração sincero diante do Criador.

A pobreza não é bênção. Está ligada às opressões de homens insensíveis, às guerras de homens injustos e sem sabedoria. Se a pobreza fosse característica de espiritualidade, então, quem não tem dinheiro estaria em melhores condições do que quem tem.

Todos podemos ter o desejo moderado de melhorar financeiramente. Apenas é preciso vigilância para que esse desejo não se torne na cobiça cega que menospreza o amor a Deus e ao próximo. Então, peçamos que Deus nos abençoe em todas as situações econômicas, nos fazendo mais sábios, a ponto de possuir a capacidade de honrá-lo em momentos de carências e também de farturas.

É possível ter dinheiro e usá-lo em bons propósitos.

“Se Deus der a você riquezas e propriedades e deixar que as aproveite, fique contente com o que recebeu e com o seu trabalho. Isso é um presente de Deus" – Eclesiastes 5.19 (NTLH).

"A bênção do Senhor enriquece e não acrescenta dores" - Provérbios 10.22. Fique com Deus.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Dízimo - no judaísmo e na igreja cristã

Abraão e Jacó  praticaram o ato de entregar dízimos. A prática existia antes da promulgação da Lei de Moisés. Os patriarcas exerceram liberalidade, espontaneidade, fé e devoção a Deus. Não havia obrigatoriedade.

Na Dispensação da Graça, o sistema de arrecadação de dízimos nas igrejas cristãs não é ato obrigatório. A oferta e o dízimo entre os cristãos são efetuadas em arrecadações realizadas em caráter voluntário, a prática é como uma ação de amor ao próximo, também como ato de fé e atitude devocional ao Senhor. Textos no Novo Testamento não afirmam que sim e nem que não. Se não proíbem ao cristão ser um dizimista, qual a autoridade dos antidizimistas para proibir. Não existe nenhum poder para isso.

Durante a vigência da Dispensação da Lei, a arrecadação de dízimos  manteve a religião judaica operante. Na Lei, os sacerdotes recebiam dízimos para manter o templo judaico, manter os ensinamentos e liturgias do judaísmo. Recebendo dízimos, os líderes judeus fizeram um levante e crucificaram Jesus Cristo, não o reconhecendo como Filho de Deus, Senhor e Salvador, pois esperavam o Messias revolucionário. O dízimo na época da Graça, é recebido nas igrejas que anunciam o plano da salvação em Cristo. Entre cristãos, a finalidade é diferente do objetivo dos judeus. Os cristãos praticam a entrega de dez por cento por reconhecerem Jesus Cristo como Filho de Deus, Senhor e Salvador, como propósito de financiar o  anúncio do Evangelho para todas as almas ao redor do mundo.

Nas igrejas, ninguém é obrigado a ser dizimistas por força da Lei de Moisés. Contudo, estamos debaixo da Lei de Cristo. E essa Lei de Jesus manda amar mais as pessoas do que as coisas, mais ao semelhante do que ao dinheiro. Muitas almas são salvas todos os dias por meio da arrecadação sistemática do dízimo, que proporciona caixa em condições de manter o pregador em atividade.

A base bíblica para o dízimo entre cristãos

Vale lembrar que a regra da hermenêutica manda que uma doutrina se sustente em no mínimo três textos bíblicos. Apresento Gênesis 14, Gênesis 28, Salmo 110.4, Hebreus 5, e Hebreus 7 para todos os antidizimistas. Esses textos são os alicerces da doutrina do dízimo cristão, estão à parte da Lei de Moisés.

Reflexão: Melquisedeque era sacerdote de uma linhagem sacerdotal sem princípio e nem fim. O Salmo 110.4 é citado pelo escritor de Hebreus, capítulo 7, e nesta citação ele mostra que Jesus Cristo é sacerdote pertencente à mesma ordem sacerdotal. Se Cristo é da linhagem sacerdotal de Melquisequede, sacerdócio que recebia dízimos, qual o motivo de Jesus não poder receber também? Porque Melquisedeque sim e Jesus não? Por que essa diferença de tratamento? Enquanto não houver resposta com base bíblica para essa pergunta, tudo o que é dito está apenas no campo das ideias humanas, não deve ser considerado Palavra de Deus. Gostaria de ouvir ou  ler alguém responder.

Alguns antidizimistas alegam que não é possível entregar dízimos, porque Jesus Cristo não está mais em carne para recebê-lo. Ora, Ele não está em pessoa entre nós, mas disse estar sempre presente espiritualmente onde dois ou três se reúnem em nome dEle, e entre nós todos os dias, até a consumação dos séculos. Ele instituiu líderes na igreja e esses o representam (Mateus 18.20; 28.20; Efésios 4.11).

As pessoas contrárias à prática do dízimo nas igrejas isolam textos bíblicos para se posicionarem como antidizimistas. Ao responderem, costumeiramente apenas emitem opinião sem usar  a Bíblia Sagrada. E quando a usam fazem menção de textos bíblicos ligados à Lei de Moisés, referências isoladas, que não apontam para a superioridade do sacerdócio de Melquisedeque (tipo de Cristo) sobre a linhagem sacerdotal levítica. Usam partes bíblicas ligadas ao Código Mosaico com a intenção de acusar o sistema de arrecadação cristão como ato judaizante. Eles ignoram a exegese das referências bíblicas expostas no parágrafo acima.

O propósito

Através da arrecadação de dízimos é que o cristianismo se expande no mundo. A arrecadação serve para prestar socorro nos âmbitos físico e espiritual. O dinheiro é usado para possibiltar missões. Missionários brasileiros estão lá na África e outros continentes divulgando a Palavra de Deus. Eles comem, se vestem, precisam de abrigo. O custo é alto. O pregador não se alimenta de vento. É necessário custear muitas famílias estão no estrangeiro. Por meio da boa consciência de dizimistas cestas básicas são compradas e distribuídas para quem precisa delas, novos templos são erguidos.

Há pastores, em setor rural, que aceita como dízimo frutas, legumes, verduras... Repassam isso para quem necessita. Além disso, tanto em espécie como em produtos agrícolas, a finalidade é ajudar os necessitados.

Não existe quem pregue o Evangelho sem precisar das coisas materiais. Quem tem mente carnal não consegue discernir a importância que existe em usar o dinheiro para patrocinar a propagação do cristianismo ao redor do mundo.  Ah... Talvez pensem que os índios a ser evangelizados serão receptivos às necessidades de quem está em território missionário! Quem sabe cogitem que os muçulmanos do Egito entrarão em contato com as igrejas brasileiras pedindo por favor que aceitem o dinheiro deles para que possamos ir lá pregar que Jesus é o Salvador deles!

Os aproveitadores da fé cristã

Não é aceitável usar generalização. O dizimista sabe que existe líder que se desvia  do compromisso cristão ao administrar a coleta de dízimos. Gente má existe em todas as áreas da sociedade. Não é porque alguns erram conscientemente que toda a lideraça cristã faz o mesmo. A maioria dos pastores que arrecadam dízimos fazem bom uso deles, revertendo para obras sociais, missões, construções de templos. O dizimista tem condições de avaliar se o dinheiro é bem usado ou não e escolher o ministério que administra bem os valores que recebe.

Há quem seja pastor e faça mal uso da arrecadação? Sim... Todos? Não.


A importância do colaborador dizimista na propagação do Evangelho

O dinheiro é uma contribuição que possibilita aos que não conhecem a Jesus Cristo que o conheçam. Não é difícil compreeender que o dízimo arrecadado é um fundo para missões cristãs, evangelismos, contruções de templos cristãos.

A maior parte crítica sobre o tema é sem nenhuma vivência no assunto. Se o crítico vivesse a realidade do que critica, saberia que os colaboradores constantes são apenas os dizimistas. Quem dá uma oferta este mês, no próximo pode dar menos, mais, ou nada. O pastor tem facilidade de administrar dízimos porque sabe qual o valor a ser recebido a longo prazo.

A salvação é por meio da fé, que surge na pessoa que ouve a Palavra de Deus. E, perguntou Paulo, como ouvirão se não existir quem pregue. O dízimo é um método cristão muito prático de custeio aos missionários. Enviar o missionário gera custos altos. Administrar missionários no exterior não deve ser em caráter de aventura, precisa ser algo ponderado, criterioso.

Quem são os dizimistas?

A situação espiritual da prática do dízimo é essa: o dinheiro arrecadado mantém pastores e missionários, que entregam a Palavra de Deus às almas que ainda não reconheceram Cristo como Senhor e Salvador. Isso é bíblico, tem base para ser praticado. Jesus e Paulo disseram que o obreiro é digno de ser sustentado, e como o dizimista não tem tanto apego ao dinheiro como os antidizimistas, patrocinam o pregador cristão sem problema algum. Querem fazer isso, fazem com prazer e liberalidade (Lucas 10.7; 1 Timóteo 5.18 ).

O cristão ofertante e dizimista é pessoa livre para exercer sua fé no Brasil e usam essa liberdade para colaborar na igreja; é pessoa adulta, alguém responsável por seus atos; é pessoa dona de seu dinheiro. Não pergunta como deve usá-lo. No entanto, é vítima de muito preconceito, recebe constantes opiniões indesejáveis para deixar de colaborar no templo e é ofendido com declarações que o classificam como parte da massa manobrada de algum pastor desonesto.  São atacados por opositores tentando tocar o brio objetivando desanimá-los.

Existe gente dizimista fiel que é simples, mas também gente com curso superior e com mestrado. O pobre, trabalhador braçal e o rico empregador. O desembargador, o professor universitário. Existe muita gente que são dizimistas com cultura adquirida nas melhores universidades do mundo. A figura do dizimista não é representada pela imagem caricatuaral de uma pessoa bobinha.

Qual é a razão de ser um dizimista? Jamais deve ser com o propósito de buscar a salvação. O cristão é dizimista porque tem fé que é salvo por meio do sacrifício vicário de Jesus Cristo na cruz, pela substituição no sacrifício do calvario do Filho de Deus, que nunca pecou, por todos os pecadores.

O dízimo é uma contribuição voluntária, que visa proporcionar o bem ao próximo. Uma das maneiras de amar é ser dizimista. O dízimista cristão dá 10% ao mês na igreja para que o valor se reverta em ações de bem-estar do próximo. Porque é consciente que sua condição financeira é dada por Deus para compartilhamento. Sim, compartilhar é amar. Não basta dizer que ama o semelhante, é preciso exteriorizar o sentimento com ações concretas. Amar implica em se esforçar em favor do outro.

O dizimista cristão se espelha em Abraão, que volutariamente entregou dez por cento ao sacerdote Melquisedeque, apresentado pelo escritor do livro de Hebreus como sacerdote da mesma linhagem eterna de Jesus Cristo.  São crentes conscientes da necessidade de usar o dinheiro para evangelizações, missões, manutenção de assistência social e construções de novos templos cristãos.

Quem são os antidizimistas?

Muita gente é contrária ao dízimo porque sabe que ele é um sistema de arrecadação que funciona. São contra o dízimo porque são ateus, anticristãos, sabem que se o dízimo deixar de ser praticado o crescimento do cristianismo diminui sua velocidade de expansão.


Não ouso dizer que quem é antidizimista é um materialista frio. Mas recomendo que se examine, veja se não deixa de entregar o dízimo por indiferença à vontade de Deus e por amar o dinheiro, motivado por causa da ganância e do egoísmo.

É uma heresia a filosofia do cristianismo sem compromisso com o próximo. Quem vive assim já foi apelidado de "euvangélico". A pessoa se diz cristã mas só pensa nela mesma, que o mundo se exploda, não se importa com o bem-estar de ninguém. Viver o Evangelho não é isso, ser cristão é empreender ação de amor. É amar mais do que com os lábios, com ações efetivas. Ninguém pode ser cristão justo tendo e negando o dinheiro aos que precisam. Entregar 10% é promover justiça, custear a cesta básica ao desempregado, é cuidar do templo que recebe o aflito, é patrocinar missões.

Existe muitas pessoas, não digo que são todas, que são contra a prática do dízimo porque amam ao dinheiro, não se importam em abastecer o departamento de assistência social da igreja, não se importa em ajudar famílias missionárias em terras estrangeiras. Se o seu cristianismo se resume a pensar só em seu bem-estar, lamento. Se você pensa que a sua saúde, que o possibilita a levantar-se para trabalhar e ganhar seu salário, é dada por Deus a você apenas para usá-la sem pensar no próximo, lamento...


Tenho observado que grande parte das pessoas que são contrárias ao sistema de arrecadação de dinheiro nas igrejas, não são cristãs frequentadoras de templos, elas desconhecem o meio evangélico, não sabem sobre a rotina cristã nos templos. São uma espécie de evangélico não praticante... Então, falam contra dízimos e pastores por suposição. Supõem que em todos os lugares o método do dízimo é um recurso desonesto para enganar pessoas simplórias. Estão satisfeitas com um cristianismo sem igreja, sem pensar em quem precisa ouvir a Palavra de Deus. Não se importam com gente do outro lado do mundo morrendo sem conhecer Jesus, não pensam na alma perdida. Não querem suprir as necessidades do próximo. Não só a necessidade do corpo, mas também a necessidade espiritual. É paradoxal, mas existe muita gente assim.

Os antidizimistas intrometem-se no direito de ofertantes e dizimistas, cidadãos livres para fazer o que quiser com seus honorários. Vejo essa atitude como invasiva. O bom alvitre recomenda a cada um cuidar de suas vidas, e não da alheia. 

Eu fico pensando comigo o que é que há na cabeça de antidizimistas, gente que vive a entremeter na vida alheia, dar palpites sem ser convidado, opinar na vida de dizimistas e ofertantes. Será que eles sonham ser formadores de opinão? Se for isso é melhor continuar a dormir, pois quando alguém conhece a Jesus verdadeiramente, se transforma em pessoa disposta a entregar até a própria vida, não apenas uma pequena porcentagem do salário. A história apresenta muitos mártires cristãos que morreram pela fé.

São verborrágicos. Falam e escrevem bastante contra cristãos dizimistas, mas sem argumentação que desconstrua as bases da doutrina do dízimo entre os cristãos. Alguns são persistentes, talvez até capazes de brigar para fazer com que as pessoas creiam que o tom da cor preta é branco. Eles Ignoram totalmente a verdade dos fatos, no caso as referências bíblicas contextualizadas, utilizadas por hermenêutas, gente séria que abre suas Bíblias e examinam as indicações apontadas pelas Escrituras Sagradas sobre o assunto. Tudo o que fazem é produzir logorréria.

A resistência deles é teologicamente nula, não possuem argumentos bíblicos contextualizados. Contentam-se em dizer que o dízimo é judaico sem levar em consideração que Melquisedeque e os patriarcas Abraão e Jacó nunca foram judeus e eram dizimistas.

Dízimo judaico? Não existe nenhuma abordagem nas páginas bíblicas usando o termo composto dízimo judaico. O uso da composição existe porque querem atrelar o dízimo única e exclusivamente ao judaísmo  A iiciativa é uma invencionice extra-bíblica. O dízimo foi prática do judaísmo, sim, mas havendo sido praticado bem antes da promulgação da Lei de Moisés, portanto, não pode ser considerado judaico.

Conclusão

Entendo que o dízimo deve ser ensinado que é uma prática voluntária aos cristãos, nunca obrigatório, sempre em caráter de voluntariedade. Nunca com o propósito de encontrar a salvação. O dízimo não salva, o dizimista entrega o dízimo porque sabe que está salvo e precisa contribuir financeiramente para que outros alcancem a salvação. O objetivo é devocional, prática de amor a Deus e ao próximo, para custear missões, evangelismos, assistência social. A igreja brasileira continuará a crescer com essa contribuição de  fé.

E.A.G.

domingo, 1 de setembro de 2019

A Mordomia das Finanças

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

No princípio da humanidade, as pessoas trocavam mercadoria por mercadoria. O pescador trocava sua pesca por frutas, quem tinha frutas trocava-as por peixe e verdura; o dono das hortaliças oferecia o produto de sua horta ao dono do trigo e o semeador do trigal tinha interesse em receber peças de roupas. Esta espécie de negociação é conhecida como Escambo Direto. Quando os europeus chegaram ao Brasil, propuseram trocas com os indígenas, trocaram espelhos, colares e outras coisas pelo pau-brasil, peles de animais etc. Houve uma época em que o sal bruto era um produto de grande interesse, e assim era considerado mercadoria-moeda de grande valor, era trocado por quase tudo e usado como pagamento de serviços, o que fez originar a palavra "salário".


I - TUDO O QUE TEMOS VEM DE DEUS

1. Deus é dono de tudo.

Existem vários tipos de mordomia à luz da Bíblia Sagrada, todas as modalidades de mordomia cristã estão ligadas à filosofia e à ética bíblica, estando relacionadas ao cotidiano da vida do crente em Cristo. Entender a prática e a importância desse ofício cristão trata-se de uma necessidade para que a pessoa possa experimentar sempre mais e mais das bênçãos do Pai celeste em sua vida. Para que haja o equilíbrio e o desenvolvimento saudável e constante na vida espiritual do cristão, este cristão deve saber lidar com o dinheiro de maneira comedida, sábia e prudente, havendo amor ao Criador, a si mesmo e ao próximo.

Todos os habitantes do planeta terra pertencem ao Criador, uns como criaturas e outros como seus filhos. Nós que somos cristãos temos algo a mais, pois somos filhos de Deus mediante a nossa fé em Jesus (João 1.12). Os crentes e não crentes têm as coisas por permissão do Senhor, sejam eles ricos ou pobres. Nós, os cristãos convertidos a Cristo, temos as coisas como dádivas de suas mãos bondosas, e conscientes disso procuramos viver de acordo com os deveres sociais, morais, familiares e espirituais. Não convém nos esquecer que aquilo que chamamos de "nosso", na verdade, está apenas confiado ao nosso controle, havendo a permissão divina para que possamos usufruir delas sendo bons uns com os outros.

É válido enfatizar as características de quem é mordomo do Senhor:
• O mordomo é um administrador de casa (Lucas 12.42). Ele é uma pessoa que aceitou a Jesus como seu Salvador e, voluntariamente, reconhece a Cristo como o Senhor absoluto da sua vida e de tudo o que possui (1 Crônicas 29.14).
• O mordomo coopera com o Criador; convive e interage com o Todo Poderoso na condição recíproca de afetuosa amizade. Sobre isso, Jesus Cristo foi bastante enfático: "Vocês são meus amigos se fazem o que eu lhes ordeno" (João 15.14).
• O mordomo é amigo de Deus. "O SENHOR confia o seu segredo aos que o temem" (Salmos 25.14). Ao mordomo fiel o Pai celeste dá, reservadamente, o conhecimento guardado em sigilo, revela verdades e intenções que não mostra para todos.
Um cristão nominal pode até ter consciência da mordomia, porém não a praticará se não tiver passado por uma experiência espiritual profunda. O cristão só aceita o privilégio em ser praticante da mordomia pelo fato de haver nele uma boa formação espiritual, porque está realmente convertido e haver aproveitado as instruções do seu período de discipulado e se manter submisso e consagrado ao Senhor. Por reconhecer que tudo o que possui foi concedido pelo Pai celeste, a saúde, o tempo, os talentos e dons, por ter convicção plena de que todos os bens materiais e espirituais têm procedência nEle, o cristão autêntico, amadurecido na fé, vive neste mundo como mordomo.

2. O trato como o dinheiro.

Frequentemente, a nossa integridade é provada em assuntos relacionados ao dinheiro. Portanto, devemos usar sabiamente as finanças. Para isso, é importante ter em mente o texto bíblico contido em Provérbios 30.7-9: "Duas coisas te peço, ó Deus; não recuse o meu pedido, antes que eu morra: afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário, para não acontecer que, estando eu farto, te negue e diga: 'Quem é o SENHOR?', ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus".

Nesta oração, proferida por Agur, é abordado o perigo em dois ângulos extremamente opostos: a ameaça da integridade espiritual por causa da pobreza e o risco de pecar causado por viver em riqueza. Provavelmente, Agur observou pessoas pobres, que em desespero maldisseram ao Senhor e se apoderaram de coisas que não lhes pertenciam; e também gente rica cujos corações foram tomados pela presunção de que não precisavam do Todo Poderoso, apenas o dinheiro lhes bastava.

3. Cuidado com a falsa prosperidade.

Em um tempo como o nosso de relativização e degradação dos valores éticos, morais e espirituais, acessamos as redes sociais, ligamos o televisor, assistimos aos noticiários com pautas políticas, interagimos com amigos e percebemos o mesmo discurso apresentado pela serpente no Éden, que induziu o primeiro casal humano à desobediência sendo imposto sobre a sociedade de maneira sutil. Diante disso, o mordomo de Deus deve se manifestar como sal e luz neste mundo tenebroso. Baseado no conhecimento e intimidade com Deus, pode e deve fazer valer sua mordomia, apresentando de maneira inteligente, com mansidão e temor, a razão de sua esperança (1 Pedro 3.15, 16).

Não há dúvida, o Senhor não promete ao crente fazê-lo rico neste mundo. Porém Ele nos concede bens espirituais e também os materiais, nos garante prosperidade espiritual e material de igual modo, para o bem-estar do homem. Sem abominar a riqueza e descartar a pobreza, propicia bens materiais, que o crente adquire de forma honesta (Eclesiastes 9.9).

Deus não condena a riqueza em si, mas a ambição egoísta e a cobiça carnal e o exagerado apego às coisas materiais (Provérbios 28.20). Abraão foi homem de muitas posses; Jó era riquíssimo tanto antes quanto após sua provação (Jó 1.3, 10; 42.10-17); Davi, Salomão e outros reis acumularam muitas riquezas, e nenhum deles foi condenado por esta situação financeira privilegiada.


II. COMO O CRISTÃO DEVE GANHAR DINHEIRO

1. Trabalhando honestamente.

O senso comum costuma considerar trabalho o emprego remunerado. Entretanto, nem todo indivíduo trabalhador recebe salário. Ninguém deve desqualificar a atividade desprendida de interesses financeiros da dona de casa e a honradez de cidadãos que se destacam na sociedade em funções extremamente importantes realizadas sem vínculos ao acordo da compensação financeira.

A ética bíblica orienta o crente a ganhar dinheiro trabalhando com empenho. Desde o Gênesis (3.19), após a Queda, vemos que o ser humano deve empregar esforço para conquistar os bens que precisa. O apóstolo Paulo orienta os cristãos a viver do suor do próprio rosto, não se deixar estar na dependência do suor derramado pelo rosto alheio (1 Tessalonicenses 2.19; 4.11).

Com exceção das pessoas portadoras de deficiências físicas, que as impeçam de trabalhar, das que são viúvas desamparadas, a recomendação bíblica é que a pessoa busque o seu sustento através do próprio trabalho. Isto deve ser feito dignamente, tanto pelo trabalho diário íntegro, como também  em função de uma atividade lícita e conveniente para ao cristão (1 Coríntios 6.10). A intenção de enriquecer por outros métodos que não o trabalho é ideia estranha ao ensino bíblico.

No Antigo Testamento, Deus faz o seu povo progredir, mas apenas através do trabalho. O livro de Deuteronômio, no capítulo 8 e versículo 18, nos mostra que o Senhor é quem dá força aos seus servos para que eles tenham poder. O substantivo "força" é tradução do hebraico "koach", que significa tenência exuberante, vigor intenso. A referência esclarece a atividade humana voltada ao labor. E, o termo "poder", cuja transliteração vem de "chayil", significa "eficácia", "abundância" e "riqueza".

2. Fugindo das práticas ilícitas.

A sociedade humana vive em torno do dinheiro, para quem não tem visão espiritual os fins justificam os meios; não há preocupação com o corpo e a alma, não há cogitação sobre manter a boa qualidade da saúde e proteger a honra pessoal e de terceiros. Mas o cristão vive pela fé, não caminha pela égide do sistema desse mundo, ao receber o seu salário precisa considerar que o seu emprego deve ser uma atividade que não arruíne o próximo, seja na esfera física ou espiritual, é importante que a consequência da sua atividade profissional seja algo conveniente para toda a coletividade em todos os sentidos (1 Coríntios 6.8-10).

Não é justo exercer uma ocupação como meio de vida, sendo que este meio de vida prejudique a vida do seu semelhante. O ambiente de cassinos, casas de bingo, o fabrico e indução às rifas e loterias são formas de induzir pessoas à ilusão e a perderem dinheiro, estar envolvido com este tipo de trabalho caracteriza em viver amando mais a si mesmo e ser indiferente ao bem-estar do próximo.

3. Fugindo da avareza.

A Bíblia adverte a todos: “o que ama o dinheiro nunca se fartará dele” (Eclesiastes 5.10).

O dinheiro deve ser visto sob o ângulo das coisas passageiras, ele é aproveitável e necessário, mas deve ser administrado com sabedoria, prudência máxima, para não cair na armadilha ilusória da autossuficiência. Muitos se desequilibram espiritualmente ao adquirir recursos financeiros, quando se tornam ricos pela perspectiva material se empobrecem pela ótica de Jesus Cristo (Apocalipse 3.17).

Meditando sobre a primeira parte do texto bíblico em Gênesis 1.28, atentamos  que Deus, ao criar o primeiro casal, Adão e Eva, os abençoou dando-lhes a seguinte ordem: "Sejam fecundos, multipliquem-se, encham a terra e sujeitem-na". Em resumo, entendemos que esta passagem revela o propósito do Criador para toda a humanidade. Infelizmente, no exercício do livre-arbítrio, o casal se deixou seduzir pela serpente e desobedeceu a ordem do Criador, trazendo sobre si e sobre a raça humana a dureza de uma existência longe da comunhão com o Criador. Individual e coletivamente, tal atitude rompeu a comunhão entre o ser humano e Deus, que distante do Senhor tem vivido em desarmonia com a perfeita vontade divina, amando mais coisas e usando pessoas, totalmente fora do plano original do Criador (Mateus 22.37-39).

Ao cuidar com cautela das finanças, demonstramos consciência da nossa responsabilidade pessoal perante Deus. A pessoa irresponsável, que serve à mesquinhez e não serve a Deus, prejudica a sua família. Quem deseja o bem-estar de entes queridos, é fiel ao Senhor. Para enfrentarmos e vencermos todos os desafios, precisamos servir a Deus fielmente. Servir a Deus sempre será a melhor maneira de nos manter fortes espiritualmente para interagir com quem está em nossa volta como agentes propagadores das bênçãos do Pai celeste.


III - COMO O CRISTÃO DEVE UTILIZAR O DINHEIRO

1. Na Igreja do Senhor.

É importante destacar a diferença entre os verbos "utilizar" e "usar". O primeiro verbo, significa fazer uso de algo de maneira útil; o segundo, quer dizer fazer uso de algo sem se importar se o uso será ou não de maneira proveitosa.

Um velho pastor dizia: "O dinheiro de Deus está no bolso dos crentes". De fato, Deus mantém sua igreja, no que tange à parte material, através dos recursos que Ele mesmo concede aos seus servos.

A origem do dízimo remonta a uma iniciativa de Abraão, quando este, com poucos homens, venceu uma batalha contra exércitos muito mais fortes, e livrou  seu sobrinho Ló e toda a sua fazenda (Gênesis 14.19-20). Em caráter voluntário, o patriarca entregou a Melquisedeque o dízimo de tudo o que resgatou naquela batalha arriscada. O ato de gratidão foi considerado por Deus como uma atitude agradável a ponto de o dízimo ter sido incluído nos preceitos da Lei de Moisés. Durante o código mosaico, o dízimo era apresentado como mandamento do Senhor aos israelitas e  passou a ser "do Senhor" (Deuteronômio 14.22; Levíticos 27.30), com a finalidade de servir à manutenção dos sacerdotes e levitas e ao socorro de órfãos e viúvas (Números 18.21,24,30; Deuteronômio 26.12).

Entregar os dízimos para a manutenção material da obra do Senhor ou da casa do Senhor, é uma das maiores expressões de gratidão ao Senhor e amor da causa cristã aqui na Terra. No livro de Malaquias, ainda sob a época da Lei, vemos Deus pedindo ao povo israelita que leve o dízimo e ofertas alçadas à "casa do tesouro" (Malaquias 3.8-10). Nos dias atuais, da Dispensação da Graça,  a casa do tesouro é considerada a tesouraria da igreja local. Não há base bíblica para se pensar na hipótese de obrigatoriedade para esta prática entre os cristãos, o conceito de entrega de dízimos é a expressão de amor a Deus e agradecimento pelas bênçãos recebidas. 

2. Na sociedade civil.

O dinheiro não é fim primordial da vida humana. É preciso ter a consciência de que para se viver bem é necessário usá-lo de acordo com o poder aquisitivo. Para ser uma pessoa economicamente desimpedida, é necessário estar sem dívidas.  Para que haja desembaraço, é indispensável o controle das despesas; ter o hábito de usar o dinheiro de modo realmente útil; fazer o controle do orçamento para evitar comprar o que não é possível pagar, e não deixar de pagar os impostos (Romanos 13.7).

O cristão que ama a Deus acima de tudo e todos, administra sua economia visando fazer dela uma fonte de bênçãos para si mesmo, para sua família e, principalmente, para o reino de Deus, representado pela igreja de Cristo. 

CONCLUSÃO

Para concluir, sintetizamos com enfatização que, na questão da mordomia das finanças, a Igreja do Senhor e a sociedade civil são os lugares em que o cristão precisa utilizar o dinheiro, diligentemente. O cristão deve ganhar dinheiro trabalhando honestamente, gastá-lo com cuidado e dá-lo com responsabilidade, evitar as práticas ilícitas e a falta de generosidade, que conduz ao fracasso. Deus não condena ter riqueza, mas amá-la (1 Timóteo 6.9,10).

Sem persistência e esforço é impossível sermos mordomos fiéis. Existem muitos motivos importantes para cumprir fielmente as exigências da mordomia cristã perante Deus e a sociedade. O ensino de Jesus sobre o galardão do crente no céu e seu estado nas áreas celestes serve como motivação para viver em fidelidade ao Criador e Dono de tudo até o fim. A posição e herança no céu serão proporcionais à nossa atual dedicação e consagração às coisas de Deus e do seu reino aqui na terra.

E.A.G.

Compilações:

Aos Mordomos do Senhor, Serenita de Meira Rienzo, Mensageiro da Paz, julho de 2019, Coluna Reflexão, página 27. Bangu; Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Ensinador Cristão, ano 20, número 79, páginas 19, 20 e 26. Bangu, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Tempo, Bens e Talentos - Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus tem nos dado. Elinaldo Renovato. 1ª edição 2019. Páginas 121 a 130. Bangu; Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).

domingo, 12 de maio de 2013

Ofertas como salário do pastor

A liturgia da arrecadação de ofertas e o ensino de Paulo sobre o salário do pastor 

Uma parte dos cristãos evangélicos vive uma rotina denominacional como se estivessem dentro de uma bolha. Estranham as características litúrgicas das demais denominações evangélicas. Principalmente ao que tange ao dinheiro. Algumas pessoas até se aventuram em colocar em dúvida a idoneidade de líderes religiosos, pelo simples fato da aplicação do método de arrecadação de ofertas não ser igual ao que participa.

Não existe na Bíblia Sagrada um método específico à coleta de ofertas. Mas muitas pessoas, que se dizem cristãs evangélicas, estão apegadas a um sistema de coletas de ofertas e pensam que o sistema que estão participando representa o modo genuinamente bíblico de coletar dinheiro na igreja.

Parte dessa classe de pessoas costuma ser bastante crítica contra as características diferentes da liturgia de culto.  Neste assunto da coleta, eles fazem menção do apóstolo Paulo, que trabalhava como construtor de tendas. Argumentam que ele não vivia à custa de valores de dízimos e ofertas, fazia questão de ser um trabalhador em ofício secular.

Ao citar a Bíblia Sagrada neste assunto tão importante, como em todos os outros, ponderemos sobre os contextos.

A missão de Paulo era diferente, não é possível comparar com as obrigações e funções de obreiros do século em que vivemos. A sua chamada ministerial se consistia em estabelecer os fundamentos do Evangelho no mundo. O Espírito Santo agiu na vida dele de maneira única. Ele escreveu mais da metade do Novo Testamento, é o escritor de grande parte da Palavra de Deus para nós. Ele vivia em sociedades que até então não sabiam o que era o cristianismo.

Paulo não possuía morada fixa, vivia de malas prontas para partir e recomeçar novas comunidades cristãs em lugares diversos. Ia às cidades aonde não haviam igrejas estabelecidas, e nelas as criava. Não havia condição alguma de estabelecer arrecadação de dinheiro nelas sem antes ensinar os rudimentos da fé aos que não conheciam Jesus Cristo e o plano da salvação.

Paulo sobrevivia como construtor de tendas. Era assim que ele sobrevivia no princípio da fundação das obras missionárias de seu ministério. Quando as comunidades estavam estruturadas, colocava nelas uma liderança e partia para outro local. As comunidades estruturadas financiavam as viagens missionárias dele, o sustentavam financeiramente. Os pastores que ele empossava administravam as finanças locais e parte da arrecadação era reservada para enviar e ele, como contribuição ministerial. Confira: Filipenses 4.16-18; 1 Timóteo 5.1-18. Tito 1.4.

Paulo não estabeleceu  regra afirmando que o pastor evangélico deveria exercer trabalho secular. Ele não estabeleceu a regra que os pastores deveriam durante o dia exercer trabalho temporal e durante a noite dedicar-se às tarefas espirituais. Não existe doutrina desse tipo no conteúdo das cartas de Paulo.

O apóstolo escreveu: "dígno é o obreiro do seu salário" (1 Timóteo 5.18). Ao escrever isso, ensinava aos cristãos mais maduros na fé, que eram membros na igreja de Corinto, que era conveniente que o líder deles, o Pr. Timóteo, ser sustentado financeiramente por eles, pois os pastoreava.

O valor do salário pastoral 

Sem considerar que a vida socioeconômica de Paulo não é um padrão a ser seguido quanto à vida cristã que levamos, na área das finanças, os tais críticos perguntam: porque o apóstolo não ficou rico?

Ser rico ou ser pobre não faz de uma pessoa mais ou menos espiritual. Porém, alguns críticos possuem a mentalidade de que as pessoas que gozam de posição financeira boa é alguém que mereça ser classificado como servo de Mamon.

O apóstolo Paulo não nivelava o salário pastoral por baixo: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina” – 1 Timóteo 5.1.

Administrando bem o dinheiro

Uma pessoa com dinheiro e sem avareza é uma pessoa que administra o que tem em seu favor e em favor do próximo.

A orientação que encontramos nas Escrituras Sagradas informam que precisamos tomar cuidado para não amar as coisas mais do que a Deus e o próximo. Diz: "Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda" - Eclesiastes 5.10.

O dinheiro em si não é bom e nem ruim. É apenas um pedaço de  papel, aceito pelo senso comum como valor para troca. Troca-se por coisas e serviços. O mal reside no coração de muitas pessoas que não fazem do coração um depósito para a Palavra de Deus. Quando a alma humana não aprecia o contato com Espírito Santo para guiá-la, seja esta alguém em extrema penúria ou muito abastada financeiramente, pende ao exercício de diversos pecados. E algumas estão dominadas por um enorme sentimento de ambição egoísta, e movidas por esta paixão desenfreada, são propícias a  cometer muitas loucuras. Quem é servo do dinheiro, é capaz de mentir, se prostituir, assassinar o semelhante conhecido ou desconhecido. Não enxergam o defeito de caráter que reside dentro delas, não percebem o quão nocivo é o desvio de valores que corrói o seu ser de dentro para fora (Jeremias 17.1-8; 1 Timóteo 6.10; 2 Timóteo 3.1-5).

Quer enriquecer? Cuidado!

"Jesus respondeu: – Eu afirmo a vocês que isto é verdade: aquele que, por causa de mim e do evangelho, deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras receberá muito mais, ainda nesta vida. Receberá cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos, terras e também perseguições. E no futuro receberá a vida eterna - Marcos 10.29-30. 

Quanto ao verbo "deixar", entenda-se "amar a Deus em primeiro lugar", pois o contexto bíblico nos informa a manter laços de grande afeto com nossos familiares (1 Timóteo 5.8; Efésios 5.22-24; 28; 6.1-4).

Ao abordar sobre dinheiro, o apóstolo Paulo não afirmou que ao cristão está vetado o desejo de enriquecer, aconselha-o a tomar bastante cuidado, porque muitos ao nutrirem a esperança de enriquecimento entram por caminhos de sofrimento intenso. 

"Se alguém ensina alguma doutrina diferente e não concorda com as verdadeiras palavras do nosso Senhor Jesus Cristo e com os ensinamentos da nossa religião, essa pessoa está cheia de orgulho e não sabe nada. Discutir e brigar a respeito de palavras é como uma doença nessas pessoas. E daí vêm invejas, brigas, insultos, desconfianças maldosas e discussões sem fim, como costumam fazer as pessoas que perderam o juízo e não têm mais a verdade. Essa gente pensa que a religião é um meio de enriquecer" - 1 Timóteo 6. 3.6 (NTLH).

"É claro que a religião é uma fonte de muita riqueza, mas só para a pessoa que se contenta com o que tem. O que foi que trouxemos para o mundo? Nada! E o que é que vamos levar do mundo? Nada!   Portanto, se temos comida e roupas, fiquemos contentes com isso. Porém os que querem ficar ricos caem em pecado, ao serem tentados, e ficam presos na armadilha de muitos desejos tolos, que fazem mal e levam as pessoas a se afundarem na desgraça e na destruição. Pois o amor ao dinheiro é uma fonte de todos os tipos de males. E algumas pessoas, por quererem tanto ter dinheiro, se desviaram da fé e encheram a sua vida de sofrimentos. Mas você, homem de Deus, fuja de tudo isso. Viva uma vida correta, de dedicação a Deus, de fé, de amor, de perseverança e de respeito pelos outros" - 1 Timóteo 6.7-11 (NTLH).

Paulo declarou que sabia ter bastante e também ter pouco ou viver sem absolutamente nada que fosse seu. Assim como ele, devemos gozar de equilíbrio, da possibilidade de viver fiel ao Senhor apesar de ocorrer muitas situações em nossa caminhada que só serão executadas ou estarão acessáveis através de negociação financeira. E acontece de ser possível ou não estar envolvido com ou nelas.

"Sei o que é estar necessitado e sei também o que é ter mais do que é preciso. Aprendi o segredo de me sentir contente em todo lugar e em qualquer situação, quer esteja alimentado ou com fome, quer tenha muito ou tenha pouco. Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação" - Filipenses 4.12-13 (NTLH).  

E.A.G.