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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

A fidelidade de Deus

Por Eliseu Antonio Gomes

Introdução

Qual cristão no meio de nós não atravessou por algum momento extremamente difícil na vida? Se não for crise de natureza particular, no mínimo é uma situação geral. O Brasil passa um período de recessão econômica, os estados federativos estão em profundo aperto financeiro, as prefeituras não têm como assegurar a assistência essencial aos cidadãos brasileiros. As pessoas que compõem o poder nos sistemas políticos municipais, estaduais e federal não conseguem honrar seus compromissos. A população sofre muito com as faltas de Educação, Saúde e Segurança.

Perante este quadro caótico, não nos esqueçamos: Deus almeja que todos os cristãos vençam as crises; em Jesus Cristo podemos superar todas as agruras, e andar de triunfo em triunfo.

I. A fidelidade de Paulo em meio às crises.

O apóstolo Paulo foi fiel a Deus em tempos de tranquilidade e também em momentos perturbadores. Quatro das suas epístolas - Filemon, Colossenses, Efésios e Filipenses - foram escritas na prisão.

1. Destemor e ousadia.

Nosso modelo de vida é Jesus. Ele abriu mão de sua glória celestial para habitar entre os pecadores, para servi-los o plano da salvação. Devemos viver uma vida de serviço de maneira abnegada,independente da espécie de conjunção ao nosso redor, como Cristo viveu. 

2. Alegria em meio ás crises.

Aparentemente, a Carta de Paulo aos crentes de Filipos é paradoxal; pois foi escrita enquanto o apóstolo era prisioneiro de Roma, por volta dos anos 62 e 63 d.C., quando estava cercado pela guarda pretoriana e aguardando ser chamado pelo imperador para depor sobre suas atividades. Apesar disso, a redação é marcada por um tom de alegria contagiante. É um exemplo vivo do Evangelho que proporciona o contentamento que supera as tribulações.

Precisamos manter uma atitude positiva diante da vida. O crente tem todas as razões do mundo para ser feliz.  É filho do Deus Todo Poderoso que é capaz de suprir todas as suas necessidades. Os acontecimentos devem ser vistos como oportunidades de crescimento, pois Deus cuida de seus filhos e não os abandona jamais.

3. Servindo a Deus em meio às crises.

Há limites para a ansiedade humana. A ansiedade impede que vejamos as coisas como elas realmente são. A ansiedade amplifica a dimensão dos problemas. Ela não é a solução. Devemos colocar diante de Deus toda a nossa ansiedade e confiar em sua provisão de graça e poder.

"Permaneçam firmes" - esta é uma das expressões usada por Paulo na Carta aos Filipenses.. Ele estava apto a recomendar firmeza, pois estava pronto para enfrentar experiências duras até o fim. Embora não quisesse morrer, pois sentia que havia muito trabalho a ser feito e queria fazê-lo, estava completamente preparado para a morte,

II. Abnegação ante o sofrimento.

Paulo foi altruísta diante do sofrimento, foi capaz de continuar a pensar no bem-estar do próximo mesmo padecendo. Quando a situação fica difícil, o crente fiel permanece vigilante, para que o sentimento individualista não o transforme em pessoa egocentrada, desumana, egoísta, interesseira e insensível às necessidades do outro.

1. A disposição de Paulo em sofrer pelos cristãos filipinos (Filipenses 2.17-18).

A salvação é vista como algo a ser desenvolvido na vida do crente. Então, Paulo suplica aos filipenses para permanecerem firmes e servirem uns aos outros imitando o exemplo de Cristo. Para que continuem animados na fé, cita um hino da Igreja Primitiva que fala como Jesus se tornou um escravo para servir os outros e, assim, foi exaltado acima de todos.  

Os cristãos devem viver sem contenda e de maneira irrepreensível. Paulo, demonstra não se importar em ser sacrificado, desde que o seu sacrifício sirva para edificar os crentes em sua fé.

A paz de Deus é positiva. O conceito de paz que o mundo é negativo. Depende da ausência de algo ruim. A paz de Deus é positiva. Depende somente da presença dEle na vida do crente. Está acima das circunstâncias.

2. A disposição de Epafrodito (Filipenses 2.25-30).

Epafrodito ("amável", em grego) era um leal companheiro de Paulo, atuante ministro do Evangelho entre os laodicences e colossenses. Epafras era a forma abreviada deste nome. Esteve preso junto com a apóstolo (Colossenses 1.7; 4.12-13; Filemon 23).

Epafrodito foi enviado pela igreja de Filipos como mensageiro, levou ofertas até Paulo em Roma, a fim de sustentá-lo enquanto estava na prisão e, acometido gravemente por uma enfermidade, deixando os irmãos filipenses preocupados com seu bem-estar. Aparentemente, na ocasião em que enviou o socorro ao apóstolo, deve ter chegado à beira da morte. Paulo intercedeu em seu favor (Filipenses 2.25, 30; 4.18).

Então  o apóstolo redige sua carta, afetuosamente, mostrando sua gratidão, e também para encorajá-los e alertá-los contra possíveis armadilhas existentes na trajetória da fé cristã, lembrando-lhes que a vida do cristão é como uma corrida e o crente é como um corredor, que deve esperar pelo prêmio ao  cruzar a linha final do percurso.

3. Paulo e os judaizantes (Filipenses 3.1-8).

A liturgia da Igreja de Cristo é diferente da liturgia da religião judaica. Os cultos que os evangélicos prestam a Deus têm por base a morte vicária de Cristo na cruz e a sua ressurreição.

Naqueles dias em que Paulo estava preso, a Igreja Primitiva era invadida por heresias trazidas por falsos pregadores de Cristo, que introduziam ideias gnosticistas no culto evangélico. Além disso, os judeus que se diziam convertidos a Cristo, apegados às regras do judaísmo, tentavam doutrinar os cristãos gentios, insistiam para eles adotassem os costumes dos judeus, como a circuncisão, a guarda do sábado e a dieta de alguns alimentos, afirmando que as pessoas que não adotassem esses ritos não seriam salvos por Cristo.

III. Aprendendo a vencer as crises.

1. A situação complicada da falta de firmeza espiritual (Filipenses 4.1).

Ao terminar a carta, Paulo apresenta três evidências para que os crentes permaneçam firmes:
a. A paz de Deus (4.1-9). Uma paz que não é a ausência de algo ruim, mas que se fundamenta na presença de Alguém extremamente bom, o próprio Jesus Cristo na vida do crente.
b. O poder de Deus (4.10-13). Poder que dá força para a jornada cristã não obstante as circunstâncias.
c. A provisão de Deus (4.14-23). Paulo reconhece que a dádiva dos crentes de Filipos é uma evidência do cuidado de Deus por ele. 
2. A crise da desarmonia (Filipenses 4.2,3).

Devemos preservar a comunhão na vida da igreja, usar a humildade em nossos relacionamentos. Se procurarmos o bem-estar do próximo, questões pessoais de ponto de vista são colocados em segundo plano em função do bem comum. Se tivermos a mesma atitude de Jesus, vamos ser mais cooperativos em nossa atitude e vivência.

O amor une. O egoísmo separa. A autêntica vida cristã não é vegetativa. Que diferença você faz na vida das pessoas? É preciso ter uma vida significativa, agregar valor à vida dos outros.

3. Vencendo as crises.

O nosso desafio hoje é aprendermos a enfrentar os problemas sem perder a paz e o ânimo. Com a mente voltada às coisas espirituais e com a disposição de não perder a paz e nem o discernimento, somos convidados a viver a vida abundante em Cristo a fim de superar toda e qualquer conjuntura desfavorável que tente nos abater.

Um bom início à corrida rumo ao êxito é obedecer ao ensino de Jesus em João 16 e ampliando essa reflexão  à Carta aos Efésios, quando Paulo escreve: "E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo" (5.18-20). A expressão "não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução" representa tudo que do ponto de vista humano e material significa confusão, briga e falta de sobriedade e discernimento da realidade em que vivemos. 

Conclusão.

Diversos personagens bíblicos enfrentaram entraves. O abandono, a cova, a prisão, as intempéries deste mundo. Mas eles reagiram da melhor maneira possível .É assim que devemos reagir, expressando atitudes de fé e coragem mediante ás adversidades.

A alegria de Paulo diante das crises era resultado da sua comunhão com Deus. Ele aprendeu com o Senhor a se contentar em todas as circunstâncias. Nós, cristãos, precisamos seguir seu exemplo, aprender a fazer uso da paz que Cristo nos deu.

A provisão de Deus é de acordo com a sua riqueza em glória e é capaz de suprir cada uma das necessidades de cada crente seja qual for a circunstância que estiver atravessando. Deus tem cuidado de nós!

E.A.G.

Compilações:
A Bíblia de Maneira Simples, Nick Page, página 96 e 97, 1ª edição 2014, Barueri/SP (SBB).
Ensinador Cristão, ano 17, nº 68, outubro - dezembro de 2016, página 42, Rio de Janeiro (CPAD).
O Deus de Toda Provisão - Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises, Elienai Cabral, páginas 147, 155, 1ª edição 2016, Bangu, Rio de Janeiro (CPAD). 
Pequena Enciclopédia Bíblica Orlando Boyer 30ª impressão 2012, página 195, Rio de Janeiro (CPAD).
Toda a Bíblia em um Ano - Mateus a Filipenses, Darci Dusilek, volume 3, páginas 70-71, 9ª edição 2013, Rio de Janeiro (Horizontal Editora).

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