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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Anticristo - O dispensável horror de Lars von Trier


Estreou hoje nas salas cinemas do Brasil, com permissão para maiores de 18 anos, a fita Anticristo. O filme de horror, dirigido por Lars von Trier, que em maio foi exibido pela primeira vez no Festival de Cannes, onde gerou muita polêmica. O conteúdo considerado forte fez o diretor criar versões amenizadas para veiculação nos Estados Unidos e em alguns outros países da Europa e Ásia, porém, em território nacional aparecerá sem cortes.

O roteiro nada tem de assuntos religiosos, nada consta que lembre a Escatologia encontrada na Bíblia Sagrada.

Anticristo, no Festival de Cannes, recebeu a indicação à Palma de Ouro, mas não levou o prêmio, porém, Charlotte Gainsbourg ganhou como melhor atriz.

A trama

O filme começa em preto e branco, tem câmera lenta, tem música de Handel, e em determinado momento parece zombar das propagandas de xampu.

Na trama, Gainsbourg é uma escritora e Willem Dafoe um psicanalista, eles são um casal em crise após a morte trágica do filho único. Eles entram num estranho processo de recuperação, tentando se livrar da dor da perda. Como terapia, vão se isolar em uma cabana na floresta, num local chamado Éden, quando a religião, o desejo, o poder e a culpa são analisados.

O enredo não se preocupa em ser realista, na história surgem animais falando. Além disso, diversos símbolos usados pela feitiçaria na Idade Média aparecem, e chega a usar um bordão emblemático que afirma ser a natureza a igreja de Satã. O clima do filme é pesado ao extremo, todas as personagens fêmeas são mães de filhos mortos, e os personagens principais não têm nomes.

Há cenas violentas e de sexo explícito. Charlotte Gainsbourg fura a perna de seu companheiro com uma broca, sofre sufocamento e corta o próprio clítoris com uma tesoura intentando punir o prazer e a sua sexualidade.

Quem é Lars von Trier?

O diretor Lars von Trier, é um dinamarquês nascido em Copenhage. Ganhou fama após fundar um manifesto intitulado Dogma 95, no qual constava dez regras para a produção de filmes: não usar cenário; não usar trilha sonora; gravar apenas com câmera de ombro; etc. Ele próprio só usou as regras em apenas um de seus filmes!

Além de diretor, também é o roteirista da Anticristo, já foi premiado no Festival de Cannes com outro filme. E soma oito indicações desse prêmio.

Num claro apelo mercadológico, quer polemizar e nega-se a explicar o filme, no entanto, deixa escapar o seguinte: “é óbvio que a religião é feita pelos homens, este é o meu filme sobre religião”. Diz que fez Anticristo para se libertar de uma depressão que há meses lhe deixava recluso encima de uma cama, afirma que o filmou sem pensar no público e que não espera nada do seu público. Uma contradição, pois fez cortes para lucrar nas bilheterias norte-americanas, europeias e asiáticas.

Nas entrevistas, os repórteres descrevem Lars von Trier como uma pessoa extremamente tímida e arrogante. A atriz Charlotte Gainsbourg, após as filmagens revelou que ainda não o conhecia bem, apesar da produção cinematográfica em comum, e ainda disse durante os trabalhos que o diretor tinha crises de pânico.

Os críticos torcem o nariz para ele, dizendo que é um homem esnobe, afirmam que Anticristo lembra outros filmes, Inverno de Sangue em Veneza (Nicolas Roeg), A Morte do Demônio (Sam Raimi) e até os filmes do Zé do Caixão (do cineasta brasileiro José Mojica Marins). A rejeição se dá porque Trier é uma pessoa capaz de dizer ser o melhor cineasta do mundo. Nas peças publicitárias surgiu uma frase arrogante dele: “Anticristo foi feito com 50% da minha inteligência habitual”.

Em 1988 o ator Willem Dafoe interpretou Jesus Cristo nas telas em A Última Tentação de Cristo, filme de Martin Scorsese. Outra obra polêmica, insinuava romance entre o Filho de Deus e Maria Madalena.

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá,
Parabéns pelo Blog....gostaria de convidá-lo a visitar o nosso....minervapop.blogspot.com
Valeu!
Anselmo - SP

Anônimo disse...

Sendo contra ou à favor do filme, isso não importa.Algumas pessoas viram o filme de forma diferente da referida em seu texto, isso é uma variante da forma como se estuda o cinema e da posição crítica sobre as coisas. Porém, é sobretudo sob a divergência de opiniões que a arte caminha, e não só a arte.escrevo apenas para esclarecer alguns detalhes: Estude mais sobre o Dogma 95, se aborda isso em seu texto tenha sólido conhecimento desse movimento cultural,procure se informar mais sobre Trier, realmente se somente 1 filme de Lars Von Trier pertenceu à esse movimento, e quem é Lars Von Trier realmente.Uma sinopse sobre um filme, um diretor e um movimento cultural de forma tão superficial e preconceituosa engana àquele que o lê. Fale bem ou fale mal, estudar sobre aquilo ao qual vai se falar faz bem!
Rafael Melo - SP

Eliseu Antonio Gomes disse...

Caro rafamps

Eu gosto da sétima arte. Acompanho o cinema europeu, americano, brasileiro.

Soa estranho você falar de preconceito, assim. Não me conhece. Será que seu comentário aconteceu pelo mero motivo de encontrar o artigo critico em um blog de cunho cristão?

Abraço.