INTRODUÇÃO
Nas Escrituras Sagradas, o vocábulo traduzido por profeta é "nabi" (hebraico) e "prophetes" (grego). O profeta do Antigo Testamento se identificava com as emoções do Senhor, reconhecido como porta-voz de Deus (Ezequiel 3.15), e tinha como uma das marcas ministeriais mais fortes o ato da intercessão (Êxodo 32.31; 32; 33.12-17; Números 14.13-19; 1 Samuel 7.8-9; 12.19,23; Salmo 99.6; Jeremias 15.1).
No período da composição dos livros 1 e 2 Samuel não havia diferença essencial entre os vocábulos vidente e profeta. A pessoa popularmente designada como profeta era chamada de vidente, sem que isso não significasse necessariamente que os termos profeta fosse desconhecido e nem que “vidente” se tornasse desconhecido em tempos posteriores (1 Samuel 9.9).
I - O AMBIENTE FAMILIAR DE SAMUEL
1. Onde Samuel nasceu?
Elcana era filho de Jeroão, neto de Eliú, era da linhagem de Levi, portanto, um levita. Esposo de Ana e Penina. Pai de Samuel e de mais três filhos e duas filhas. Um efraimita de Ramataim-Zofim, uma região tribal montanhosa da tribo de Levi em Efraim, que distava 8 quilômetros ao norte de Jerusalém. Elcana se deslocava com sua família a Siló, uma vez por ano para adorar ao Senhor (1 Samuel 1.1-8, 19, 21-31; 2.11, 20; 1 Crônicas 6.22-28, 34). Durante 400 anos Siló foi o centro religioso em Israel antes de Jerusalém, nela estavam o tabernáculo e a arca.
A definição do nome Elcana em hebraico é "possessão de Deus" Este nome era muito comum entre os israelitas. Além do pai de Samuel, as páginas bíblicas apresentam com esta mesma identidade um filho de Corá (Êxodo 6.24); um dos valentes de Davi (1 Crônicas 12.6); outros três levitas (1 Crônicas 6.23 e 9.16; 15.23); e um valente "segundo após o rei Acaz" (2 Crônicas 28.7).
Uma vez que Elcana, pai de Samuel, fez
parte dos zufítas levíticos (1 Samuel 1.1; 1 Crônicas 6.33-35), pertencente ao ramo coatita da tribo de Levi, tinha sua herança no território de Efraim (Josué 21.5; 1
Crônicas 6.22-26,35,66). Assim sendo, Samuel nasceu, residiu e foi sepultado em Ramá, localidade efraimita (1 Samuel 1.19; 7.17; 25.1).
No Novo Testamento uma das passagens que cita a cidade de Efraim é João 11.54, ao relatar o episódio em que Jesus deixa a Judeia e vai ao deserto, por causa da ameaça de violência proferida pelos sacerdotes após a ressurreição de Lázaro.
2. A bigamia presente.
O propósito do Espírito Santo ao inspirar os escritores da Bíblia nunca foi apresentar história sobre pessoas perfeitas que nunca cometem erros, mas mostrar o comportamento de pessoas que serviram a Deus e muitas vezes falharam em suas trajetórias de fé, e deste modo enfatizar a misericórdia divina sobre os seres humanos. A bigamia era tolerada pela Lei de Moisés mas apesar disso jamais foi registado nas Escrituras Sagradas que tal situação fosse a vontade de Deus para a estrutura do matrimônio (Deuteronômio 21.15-17; Gênesis 2.24; Mateus 19.5, 6).
Da mesma maneira que Ana passou por aflições pelo fato de Elcana ter simultaneamente ela e Penina como esposas, relatos bíblicos mostram que a bigamia e a poligamia sempre causaram problemas de relacionamento familiar (Gênesis 16; 21.9-16; 29.30-34; 30.1-23; 1 Reis 11.4-8).
O que a Bíblia diz sobre ter mais de uma esposa? Segundo o relato bíblico, Jacó casou-se com Lia e Raquel e teve relações sexuais com suas servas; Davi teve várias esposas, entre elas Mical, Abgail e Bate-Seba; e Salomão também foi homem polígamo, teve 700 esposas, incluindo a filha de faraó e as mulheres de Moabe, Amom, Edom, Sidom e dos hititas; e sustentou um harém contendo 300 concubinas. Tal procedimento não condiz com a vontade de Deus em relação ao casamento. Deuteronômio 17.17 afirma que o rei não deveria ter muitas mulheres, não deveriam acumular grandes quantidades de prata e ouro e nem cavalos, animais usados em batalhas de guerra.
Talvez pelo fato de Ana ter sido estéril, seu marido Elcana se casou com Penina, que lhe gerou filhos, ainda estando casado com ela. Entre os israelitas dos tempos bíblicos, a concubina era uma companheira conjugal de condição inferior a uma esposa. Uma concubina entre os povos polígamos era a esposa secundária, geralmente de nível inferior.
O plano de Deus para o matrimônio é que homem e mulher vivam em sistema monogâmico. Isto é, que o cristão seja um homem para uma mulher e que a cristã seja uma mulher para um homem. Estabelecer casamento com mais de uma pessoa ao mesmo tempo é um procedimento que fere os princípios bíblicos em relação ao casamento aos moldes do padrão apresentado pelo Criador (Gênesis 2:24). O marido deve conviver com entendimento com sua esposa (1 Pedro 3.7). É importante relacionar-se com o cônjuge com amor e sabedoria (Efésios 4.2; Tiago 1.5).
3. Uma família piedosa.
A cidade de Siló localizava-se ao norte de Betel. O termo Siló vem provavelmente de um vocábulo que significa estar seguro, tranquilo, em descanso. Nesta região, sob o comando de Josué os judeus armaram a Tenda da Congregação, que ali esteve situada por todo o período dos juízes, que incluía os dias do sumo sacerdote Eli e Samuel, e dali a arca foi levada durante uma batalha contra os filisteus e não foi devolvida (Juízes 21.19; Josué 18.1, 1 Samuel 1.24).
Então uma vez por ano Elcana ia a Siló com sua família para adorar ao Senhor (1 Samuel 1.1-8, 19, 21-31; 2.11, 20; 1 Crônicas 6.22-28, 34). Foi em Siló que Ana orou por um filho, e para este lugar ela trouxe Samuel para ministrar na presença de Eli ((1 Samuel 1.3,11, 24).
O profeta Aiás foi morador de Siló (1 Reis 14.2), que é mencionada até o tempo de Jeremias (capítulo 41 e versículo 5).
O lar de Elcana não era perfeito, porém, sua família era piedosa, e isto surtiu um efeito indescritivelmente benéfico para ele e toda a nação israelita. Tendo como base este exemplo de piedade, entendemos que o núcleo familiar pode ser o ambiente favorável para que Deus levante pessoas para a sua obra. A piedade é proveitosa para tudo. "Exercite-se, pessoalmente, na piedade. Pois o exercício físico tem algum valor, mas a piedade tem valor para tudo, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de vir" (1 Timóteo 4.7 b, 8).
Deus vocaciona os que serão usados por Ele para fazer sua obra. Apesar disso, tal circunstância requer o zelo da família, ensinando a criança sobre a importância de se manter no caminho do Senhor. É preciso que os pequeninos cresçam num ambiente em que a prática de oração seja habitual, que na casa haja a rotina da consagração sincera e o ensino da Palavra seja uma frequência no lar. Assim, ao longo dos tempos, Deus prepara o coração da criançada e quando estão na fase adulta os levanta como pessoas capazes de realizar sua obra.
II - SAMUEL: FRUTO DE ORAÇÃO
1. A humilde Ana.
A história de Ana, mãe de Samuel, é encontrada em 1 Samuel, capítulos 1 e 2. Dentro do Antigo Testamento, sua esterilidade é comparável aos casos de Sara e Raquel, que resultaram na manifestação divina (Gênesis 16.2; 30.2).
Ana, diante de uma situação complicada em que estava, que era a impossibilidade de ser mãe e ser alvo de escárnio de Penina, a segunda esposa que gerou filhos a Elcana primeiro, zombava de sua esterilidade, tomou a decisão sensata ao levantar-se e ir buscar a Deus em oração.
Neste mundo, o cristão está sujeito a passar ´por muitas adversidades, e em tempos difíceis deve seguir o exemplo de Ana. Precisa tomar cuidado para não seguir o conselho dos ímpios, não permitir que sua fé esfrie através da imitação do estilo de vida de pecadores e não se deixar ficar intimidado ou influenciado pela roda de escarnecedores. Para ser bem-aventurado pelo Senhor em momento de crise, conforme ensina o salmista no Salmo 1, tem que voltar-se com inteireza de propósitos para Deus.
2. Ana e sua amargura de alma.
Apesar da incapacidade para engravidar, Ana era amada pelo marido, e este acreditava que seu amor pudesse preencher seu desejo de dar-lhe filhos. Constantemente, via-se atormentada por Penina, a outra esposa de seu marido e mãe dos filhos dele. Neste ambiente, Ana vivia desapontada com Elcana, frustrada e amargurada e, consequência da hostilidade de sua rival.
Em sua aflição, Ana chorava muito e não comia, provavelmente fazia jejum por causa das provocações de Penina e incompreensão de Elcana quanto a sua infertilidade. Ela era uma mulher determinada e devotada a Deus. Ao invés de revidar as ofensas humilhantes da sua rival, decidiu corretamente humilhar-se debaixo das potentes mãos de Deus, pedindo atenção e cuidado especial do Senhor. As suas orações revelavam sua fé e a angústia de sua alma.
É interessante notar que o vocábulo hebraico para o qual foi vertido ao português "provocava", que consta em 1 Samuel 1.6, 7 (tradução João Ferreira de Almeida) descrevendo o comportamento de Penina contra Ana, também tem a conotação "trovejar". A mesma expressão aparece em 2.10, revelando que o Senhor troveja contra os contenciosos e ampara os crentes fiéis.
2.1 - O nazireado
1 Samuel 1.9 traz a primeira vez em que Deus é identificado como Senhor dos Exércitos, e 1.11 é a segunda, quando Ana faz sua oração. O título ressalta a Deus como soberano sobre todos os poderes nos céus e na terra. Exército pode ser referência ao exército humano, corpos celestes ou criaturas celestiais (Êxodo 7.4; Deuteronômio 4.19; Josué 5.14).
Nas palavras suplicantes de sua oração, Ana prometeu ao Senhor dos Exércitos que caso a tornasse mãe, entregaria o filho para servi-lo estando aos cuidados do sacerdote Eli e nenhuma navalha seria usada na cabeça de seu filho. Isto significava que Ana havia feito o voto do nazireado, e que acreditava plenamente no ato eficaz de reação divina em seu favor (Juízes 13.1-24; Jeremias 33.3). Elcana apoiou Ana nisso, pois após o nascimento da criança, ele fez sua oferta voluntária ao Senhor (Levítico 7.16).
A palavra voto expressa a ideia de uma promessa verbal e solene, geralmente feita a Deus, que nos obrigamos a cumprir. As Escrituras apresentam, além de Ana, outras pessoas que fizeram votos ao Senhor: Jacó (Gênesis 28.20; 31.13); Jefté (Juízes 11.31-39; Paulo (Atos 18.18); os quatro homens em Jerusalém (Atos 21.23).
Na Bíblia, a palavra nazireu significa “consagrado”, “separado”. O termo tem origem no hebraico nazir, que deriva da raiz nazar, “separar”, “consagrar” ou “abster-se”. Nos tempos bíblicos, nazireu era um termo cujo significado indicava uma consagração especial de uma pessoa com Deus.
Geralmente, o voto do nazireado era feito em caráter voluntário, para ser exercido por um período específico de tempo. Mas existem referências em que os pais consagravam os filhos como nazireus por toda a vida, como aconteceu no caso de Ana.
O indivíduo nazireu deveria cumprir algumas exigências, conforme mostra o capítulo 6 do livro de Números:
• Números 6.3,4 - Abster-se do vinho e de todas as bebidas levedadas A restrição também incluía fruto da vide, a própria uva, tanto fresca quanto passas.
• Números 6.5 - Durante o período do voto de consagração, no qual os nazireu buscava auxílio divino, não tinha permissão para cortar seus cabelos.
• Números 6.6 - Não era permitido aproximar-se de cadáveres. A aproximação implicava em contaminação.
• Números 6.13 e 21 - Ao terminar o período de seu voto, o nazireu deveria passar por um processo cerimonial. Deveria oferecer ofertas e sacrifícios, previamente prescritos; raspar sua cabeça e queimar os cabelos cortados sobre o altar na presença do sacerdote.
1 Samuel tem seu primeiro versículo com os dizeres "houve um homem". A frase se assemelha à introdução da narrativa do nascimento de Sansão em Juízes 13.2. Entre os personagens da Bíblia, Sansão (Juízes 13) e Samuel (1 Samuel 1.9-11, 22 ) são os homens mais conhecido entre os nazireus. Mas a narrativa bíblica revela outros servos de Deus que se dedicaram nesta função. Nos dias de Amós os nazireus existiam em grande número e eram tentados a descumprir o voto ingerindo vinho (Amós 2:11,12). Outro personagem que também é considerado por muitos como tendo sido nazireu, por causa de seus cabelos longos, Absalão, o filho rebelde de Davi (2 Samuel 14.25-27). Encontramos em Atos dos Apóstolos o indício de que Paulo teria feito um voto temporário do nazireado e ter colaborado financeiramente para que quatro judeus em Jerusalém oferecessem sacrifícios que os habilitava a serem nazireus (Atos 18.18 e 21.23-24).
3. O pedido de Ana.
Somente uma mulher com esse nome aparece no Antigo Testamento. O equivalente grego está em Lucas 2.36. O significado deste nome é “graça” ou “benevolência”.
Talvez pelo fato de Ana ter sido uma esposa estéril, Elcana tenha resolvido casar-se duas vezes, seguindo o exemplo de Abraão de se tornar pai do filho de uma concubina (Gênesis 16.1-8). Por outro lado, Ana parece ter se inspirado na história da família de Manoá, cuja esposa também era estéril e Deus abriu-lhe a madre e ambos tiveram o filho Sansão, um nazireu de Deus.
A súplica de Ana é identificada como o primeiro exemplo na Bíblia Sagrada de oração feita por uma mulher. Embora muitas outras servas do Senhor tenham se engajado na oração em tempos anteriores, a prece de Ana foi registrada apontando para a resposta. A fé que lhe dava convicção que era ouvida pelo Senhor dos Exércitos e a persistência em orar pedindo a capacidade de engravidar, são as características do perfil de Ana que tiveram como resultado a resposta que ela esperava.
III - A DEDICAÇÃO DE SAMUEL
1. O nascimento de Samuel.
Passado algum tempo, Ana teve suas súplica atendida, concebeu e deu-lhe o nome de Samuel (1 Samuel 1.20). Literalmente, o nome Samuel significa em hebraico "nome de Deus" ou "um nome piedoso" (1 Crônicas 6.33). O nome soava como "ouvido por Deus", e parece que essa assonância foi o motivo de escolher tal identificação ao seu bebê.
Seu pedido teve como consequência o nascimento de um dos personagens bíblicos mais influente de Israel. Ela recebeu a providencial gravidez na qual veio à luz Samuel, o fundador da monarquia, o elo entre a teocracia e a monarquia, o último dos juízes de Israel (Atos 13.20), o surgimento de um dos profetas mais importantes entre os judeus (2 Crônicas 35.18; Jeremias 15.1).
Jesus nos encoraja a orar a Deus; "Peçam e lhes será dado; busquem e acharão; batam, e a porta será aberta para vocês. 8 Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, a porta será aberta" - Mateus 7.7-8. Veja Lucas 11.9-13.
Os filhos são herança do Senhor (Salmos 127.3). Ana compreendeu plenamente isso, mais do que muitos de nós, que seu filho era um grande presente do Senhor e quando ele nasceu ela demonstrou sua compreensão cumprindo o voto que havia feito. Quando os pais dedicam seus filhos a Deus ao nascer, tal atitude é muito mais do que a apresentação do bebê nos braços do pastor e da oração coletiva da congregação, algo que é de suma importante e que todos os pais cristãos devem fazer. Porém, a ação só surte melhor efeito quando os pais compreendem o gesto. Dedicar significa separar e fazer o compromisso de treinar a criança em todas as etapas de seu crescimento, para que tenha o coração voltado inteiramente a Cristo como Senhor e disposto a viver segundo a vontade de Deus enquanto viver.
2. O cumprimento do voto.
O voto que Ana fez mencionava duas promessas: se ela desse à luz um filho, ele seria um nazireu de Deus e ela o dedicaria como levita aos cuidados de Eli, o sumo sacerdote. E, sem hesitar, quando Samuel nasceu ela cumpriu o prometido (1 Samuel 1.11). Na época de desmamar, Ana levou o menino para Siló com ofertas. O costume era que a criança fosse amamentada por dois ou três anos de idade. Quando Samuel foi apresentado a Eli juntamente com o animal do sacrifício, Ana fez questão de lembrar-lhe a sua oração e adorou ao Senhor.
Devemos cumprir os votos que fazemos a Deus: "Ofereça a Deus sacrifício de ações de graças e cumpra os seus votos para com o Altíssimo" (Salmos 50.14). Precisamos oferecer sacrifício vivo a Deus: "Portanto, irmãos, pelas misericórdias de Deus, peço que ofereçam o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Este é o culto racional de vocês" (Romanos 12.1).
O ponto a destacar é que Samuel, permaneceu e cresceu em Siló no serviço do Tabernáculo, ali ele teve oportunidade de aprender a adorar e servir ao Senhor. E mais tarde, Ana voltou a engravidar e foi mãe de mais três meninos e duas meninas (1 Samuel 2.21).
2.1. A bem-aventurança de Ana
O coração grato de Ana revela sua maturidade e visão espirituais e pode ser considerada profética. Ela demonstrou ser cheia de alegria e ser alguém que reconhecia a santidade, o poder, a soberania e a graça de Deus. Ao orar, menciona o poder sustentador do Senhor, e que Ele, algum dia, viria para “julgar as extremidades da terra”. Além de tudo isto, parece que, embora vagamente, ela previu o estabelecimento final do Ungido de Deus como Rei, uma profecia que começou a se cumprir através de Davi, um século mais tarde (1 Samuel 2.10; Salmos 18.50; 89.19-37).
A oração de gratidão proferida por Ana é um cântico de louvor (1 Samuel 2.1-11). Ela manifesta agradecimento em forma de um salmo de ações de graças, poesia de muita beleza e profundidade, tal adoração tem como equivalência a veneração de Maria no Novo Testamento, que provavelmente deve ter se inspirado nela (Lucas 1.46-55).
Agradeçamos a Deus por tudo que Ele dá: "Bendiga, minha alma, o SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendiga, minha alma, o SENHOR, e não se esqueça de nem um só de seus benefícios. Ele é quem perdoa todas as suas iniquidades; quem cura todas as suas enfermidades" (Salmos 103.1-3).
3. Dedicação de Samuel.
Após a realização dos atos cerimoniais judaicos próprios do momento, Samuel foi entregue por Ana e Elcana à presença de Eli. Ana lembrou ao sumo sacerdote que esteve perante em anos passados, orando ao Senhor dos Exércitos para que lhe desse um filho e que havia feito um voto de deixá-lo servindo no Tabernáculo por toda a vida (1 Samuel 1.10-18). Eli entendeu que Deus estava trabalhando naquela situação e aceitou cuidar do menino e Ana compreendia que o filho tinha uma missão importante a cumprir. Com certeza, a separação física deve ter sido doía, mas não foi absoluta, pois a família de Elcana continuou a prestar cultos naquele lugar e nada deve ter impedido que se reencontrassem em visitas cordiais de tempos em tempos que a saudade apertasse o coração.
Samuel foi uma pessoa que se dedicou a servir a Deus da infância até o dia em que aprouve ao Senhor recolhê-lo, já em avançada idade.
CONCLUSÃO
A Bíblia Sagrada não conta detalhes sobre os demais filhos de Elcana e Ana, mas em referência a Samuel temos dados suficientes para saber que estes pais foram pessoas privilegiadas como seus progenitores, pois o viram ungido ao ministério e foram testemunhas do quanto sua atuação interviu nos rumos da nação israelita para que o povo hebreu estivesse na direção proposta pelo Senhor dos Exércitos.
ediçâo/2007. Página 83. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD.