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sábado, 20 de agosto de 2022

Jesus Cristo liberta do consumismo, vícios do sexo, jogatina, dependência do crack e outras drogas

No quarto século a.C., o filósofo grego Epicuro já dizia que o prazer é o bem ao qual todo ser humano deseja. No decorrer do tempo, essa concepção foi refutada por outros filósofos. Aristóteles, por exemplo, afirmou que as ações humanas inclinam à concretização da felicidade, sendo que esta está estruturada numa atividade da alma que esteja de acordo com a racionalidade, mas não com o contentamento.

Apesar da constatação que o prazer nem sempre produza uma vida feliz, senti-lo com alguma regularidade é importante para a estabilidade da saúde física e mental. Temos experiências sensoriais desse tipo ao praticar esportes, comer, beber, passear, namorar, praticar sexo etc. Não há nada de condenável no prazer quando desejado dentro dos limites da ética e do bom senso. O problema surge quando o mecanismo neurológico que o regula se descontrola e escraviza a vontade. 

quarta-feira, 29 de junho de 2022

Resposta aos que afirmam que o inferno é apenas uma metáfora

"Ao vê-lo, caí aos seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não tenha medo. Eu sou o primeiro e o último e aquele que vive. Estive morto, mas eis que estou vivo para todo o sempre e tenho as chaves da morte e do inferno" - Apocalipse 1.17,18.

Definição

A palavra "inferno" não é encontrada nos idiomas originais da Bíblia. Ela tem origem no latim e significa "lugar das profundezas" e "mundo inferior". O fato de não encontrarmos o vocábulo não quer dizer que não exista. Ora, também não encontramos o vocábulo "oxigênio" na Bíblia, não o vemos, temos a certeza que ele existe e sabemos que ele é imprescindível para nossa sobrevivência. 

terça-feira, 28 de junho de 2022

A vontade permissiva de Deus

O nosso Deus dá permissão para todas as situações que atravessamos. Porém, não são todas as permissões que a origem é o seu coração soberano. Em sua soberania, Ele é como a mãe ou o pai que se rende à insistência do filho ou da filha em seguir fazendo suas vontades estranhas à educação que recebe. É por este motivo que lá na oração-modelo Jesus nos ensina a pedir ao Senhor para não permitir que caiamos em tentação e que nos livre do mal [Mateus 6.13].

sábado, 30 de abril de 2022

A origem do mal - reflexão baseadas nos capítulos 2 e 3 de Gênesis

Quando lemos a Bíblia Sagrada e meditamos sobre a origem do mal, percebemos que ele teve seu princípio no mundo espiritual, através dos anjos que se rebelaram contra o Criador. Um dos principais seres angelicais tomou posição contra Deus, apesar de altos privilégios que lhe haviam sido conferidos, [Ezequiel 28.13-14]. 

domingo, 10 de abril de 2022

O que são pecado, iniquidade e transgressão?

"Porque ele salvará o seu povo dos pecados deles" - Mateus 1.21. 

Um anjo do Senhor apareceu a José e disse-lhe que sua noiva, Maria, daria à luz e que o bebê seria chamado Jesus. Jesus é Aquele que nos salva dos nossos pecados, por isso Ele é chamado Salvador. Precisamos dessa salvação, porque o pecado é uma grande desgraça que se abateu sobre a raça humana e o mais profundo abismo que a humanidade já entrou [Salmos 40.2]. Por quê? Simplesmente porque o pecado é contrário à natureza de Deus, ofende a Ele, que é santo, e lança o pecador no império das trevas. O homem jamais conseguirá escalar esse abismo por conta própria, mas Jesus Cristo, o Deus Filho, fez isso por cada um de nós, que nos arrependemos da vida pecaminosa.

quinta-feira, 24 de março de 2022

Quando as máscaras caem

Uma vez por ano elas aparecem - gente moderna- no anonimato das máscaras sem nome. Uma vez por ano elas querem gozar como desconhecidas, aquilo que a vida oferece. Uma vez por ano elas se livram das amarras da responsabilidade, das preocupações e da disciplina. Mas como passam rapidamente os dias de divertimento sem controle! A toda bebedeira segue uma ressaca; todos que usam

terça-feira, 8 de março de 2022

Isaías 59.2 - Deus abomina a iniquidade


Muitas vezes, Deus parece distante. Há um motivo sombrio para isso acontecer. Aquele que volta suas costas para o sol vê a sua própria sombra. A iniquidade é um pecado que consiste em não reconhecer igualmente o direito de cada um, em não ser correto, agir com perversidade (Salmos 25.11; 51.5; Isaías 13.11; Mateus 7.23; Hebreus 1.9). 

O Todo Poderoso age com misericórdia na vida daqueles que se arrependem de suas atividades iníquas (Isaías 59.1-8). Porém, o pecado ergue barreiras, entorpece a visão e atrapalha a consciência sobre a presença do Senhor.

Paisagem: Salar de Uyuni, Bolívia. Flamingos buscam alimentos nas águas.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

O verdadeiro avivamento espiritual


"Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar, me buscar e se converter dos seus maus caminhos, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra" - 2 Crônicas 7.14 [NAA].

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Como encontrar o caminho para Deus

1. Admita que é pecador. 

Reconheça que tem desobedecido a Deus.

"Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus" - Romanos 3.23.

2. Vá até Deus por intermédio de Jesus Cristo.

"Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e a humanidade, Cristo Jesus, homem, que deu a si mesmo em resgate por todos, testemunho que se deve dar em tempos oportunos"  2.5-6.

domingo, 5 de dezembro de 2021

Lucas 5.21 - Quem pode perdoar pecados, senão só Deus?

Jesus tomava para si a prerrogativa divina de perdoar pecados (Lucas 7.48-49; Marcos 2.5). 

Num dia em que estava ensinando a uma multidão, muitos líderes religiosos judeus também vieram ouvi-lo. A casa estava cheia. Alguns homens trouxeram um amigo paralítico para Jesus curar, mas não conseguiram nem chegar perto. Então fizeram um buraco no telhado da casa e desceram o amigo até Cristo. "Vendo-lhes a fé,

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Perfeccionismo, o pecado de quem não quer admitir erros

Em determinada ocasião, perguntei: você já admitiu alguma vez ser um pecador, de modo semelhante a qualquer outro cristão de sua igreja? Todos responderam positivamente, sem nenhuma hesitação. Então acrescentei: que tipo de falha você já admitiu? Ainda estou aguardando a resposta.

domingo, 14 de novembro de 2021

Jeremias 17.1 - os pecados gravados no coração

"O pecado de Judá está escrito com um ponteiro de ferro e com ponta de diamante, gravado na tábua do seu coração e nas pontas dos seus altares." - Jeremias 17.1.

A metáfora de Jeremias aborda a arte da xilogravura. Usando um ponteiro, o artesão desenha e escreve sobre o madeiramento, e assim cria marcas profundas e irreversíveis. Esta cena fala sobre o comportamento resistente e pecaminoso dos hebreus. A figura de tábuas de folhas vermelhas dentro do coração estampam atos de rebeldia nos altares idólatras e no coração de cada pecador impenitente.

domingo, 26 de setembro de 2021

Lúcifer: o nome, o orgulho, a soberba e o Padre Fábio de Melo

Igor Rickli Christóforo é Lúcifer em
Gênesis - novela da Record TV
Vejo sendo compartilhada em redes sociais uma afirmação sobre Lúcifer. Em alguns casos o texto está sem autoria, em outros a autoria está atribuída ao Padre Fábio de Melo mas com algumas variantes. Seja frase do sacerdote católico ou não, gostaria de expor algumas referências bíblicas para reflexão de internautas sobre a questão. Confira:

"Então, Lúcifer não foi expulso do céu porque bebeu, se prostituiu, por ter usado drogas, por ser heterossexual ou gay, por ser umbandista, católico, evangélico ou ateu. Ele caiu pelo seu próprio orgulho. Caiu pela soberba em se achar melhor que Deus. Isso é o que acontece quando você acha

terça-feira, 13 de abril de 2021

Quando qualquer coisa é pecado em sua vida

Tudo pode se consistir em pecado, se a consciência acusa o crente por causa daquilo que ele faz.

Ferir a consciência é pecado porque essa atividade é faltar com amor a si próprio. O mandamento do amor é: Amar a Deus em primeiro lugar e o próximo como a si mesmo (Mateus 22.37-39). Então, que aja amor em nós por nós mesmos, evitado qualquer ação que fira a consciência. 

Em Romanos 14 está escrito: "Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova.' [...] 'tudo o que não é de fé é pecado (Romanos 14.22,23).

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Uma breve reflexão sobre a sabedoria e pecados do rei Salomão e do apologista Ravi Zacharias

Por Eliseu Antonio Gomes

Ravi Zacharias, considerado um grande teólogo apologético em nível internacional, faleceu vítima de câncer em 19 maio de 2020. Após sua morte, a organizão Ravi Zacharias International Ministries (RZIM), tornou público uma investigação interna que o apontava como um homem de vida dupla. Afirma que ele escondia da sua família, amigos, colegas de ministério e do público um comportamento reprovável ao padrão cristão. Além de escândalos sexuais, surgiram ao longo de sua vida acusações de que mentiu sobre suas credenciais acadêmicas. Teria alegado que estudou na Universidade de Cambridge e era professor na Universidade de Oxford. As duas instituições o desmentiram.

Em um trecho da nota emitida pela RZIM, lemos o seguinte:
“Ravi usou uma ampla gama de medidas para esconder seu comportamento de sua família, colegas e amigos. No entanto, também reconhecemos que em situações de abuso prolongado, muitas vezes existem questões significativas de estrutura, política e cultura interna ... Nossa equipe, doadores e o público confiaram em nós para orientar e monitorar Ravi Zacharias e garantir seu desempenho. Contas, e falhamos nisso”.
Obviamente, tal situação provocou vergonha aos evangélicos em todo o mundo.

O que dizer sobre este fato? A Bíblia informa que Deus deu a Salomão sabedoria, e então ele se tornou o rei mais sábio em seu tempo (1 Reis 3.16 a 28 – 5.5; 2 Crônicas 2 a 4). Mas a Bíblia diz também que Salomão teve seu coração corrompido ao reunir um grande número de mulheres como suas esposas e concubinas, sendo que a Lei de Moisés determinava que nenhum monarca poderia constituir um harém para si (Deuteronômio 17.17).

Salomão envolveu-se com mil mulheres, havia moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e heteias. Então elas perverteram seu coração, induzindo-o a adorar os falsos deuses. Salomão caiu nos pecados de idolatria e relações sexuais ilícitas e mandou edificar no Monte das Oliveiras templos para Astarote, Moloque e Camos (1 Reis 11.1 e 2 – Neemias 13.26).

O que houve com Salomão? Infelizmente, ele decidiu deixar de usar a sabedoria que havia recebido do Senhor e imitar os reis pagãos, trocou a santidade pela promiscuidade! 

Segundo está escrito na Carta de Tiago (1.5), Deus continua a dar sabedoria aos que lhe pedem. E, segundo Paulo, muitos se enganam ao pensar que é sábio segundo os padrões da geração em que vive (1 Coríntios 3.18). Nesta situação, muitos homens e mulheres de Deus se afastam da sabedoria do Senhor, deixam de usá-la e se transformam em pedra de tropeço para muitos neófitos da fé. 

 Ai desses sábios e sábias, porque apostatam da fé em Cristo, trocam a sabedoria do alto pela sabedoria humana ou sabedoria diabólica (Tiago 3.15).


Consultas:
https://en.wikipedia.org/wiki/Ravi_Zacharias
https://www.coalicionporelevangelio.org/articulo/recuerda-el-evangelio-una-reflexion-sobre-el-pecado-de-ravi-zacharias/

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

A Criação de Eva, a Primeira Mulher

Por Eliseu Antonio Gomes

Introdução

O homem sempre foi e continua a ser objeto de estudo em todos os períodos da história da humanidade. Foi tema de pesquisa no campo da filosofia grega e moderna; é foco da filosofia contemporânea. Também foi e é estudado pela filosofia cristã. O ramo cristão sobressai entre os demais pelo fato de incorporar a informação bíblica de que o ser humano foi criado por Deus e corroborar com a revelação das Escrituras Sagradas que desde o ato criativo a humanidade é foco dos cuidados do Criador.

E Deus criou a mulher (Gênesis 2.21,22). 

O primeiro ser humano da terra foi Adão. Ele não nasceu como os outros homens, pois foi criado por Deus do pó da terra. Depois de ter criado Adão. o Criador soprou em suas narinas e ele se tornou alma vivente. Em seguida, Deus deu a Adão domínio sobre todos os animais que vivem sobre a terra. Deus não quis que ele vivesse sozinho, fez cair um torpor sobre Adão, e ele dormiu. Tomou uma de suas costelas, depois da costela extraída modelou o primeiro gênero feminino da espécie humana, sua companheira adequada.


Ao criar Adão, Deus decidiu que em sua anatomia, na parte acima da cintura existiriam 12 pares de ossos alongados e curvos, formando um conjunto que conhecemos como caixa torácica. Este espaço existe com a finalidade de proporcionar proteção aos órgãos vitais pulmões e coração. Até antes de ser modelada como uma pessoa feminina, Eva cumpria importante tarefa protetiva em favor do homem, que viria a ser seu marido. Para os hebreus, a caixa torácica é a parte do corpo onde estão os afetos.

A palavra hebraica usada para descrever a criação da mulher é "yiben", cujo sentido é "construir". Para a construção ser bem sucedida, antes da estrutura ser erguida é necessário haver o planejamento de todos os detalhes funcionais, a ordenação estética, o estabelecimento de princípios harmônicos etc. Portanto, ao decidir criar Adão, não resta nenhuma dúvida que Deus também havia decidido que retiraria de sua caixa torácica um osso e desse osso formaria outro ser humano, com a finalidade de continuar a abençoá-lo.

Ao acordar do sono pesado, assim que Adão viu a mulher, a parte íntima dele, de imediato percebeu a conveniência de viver em companhia de um ser vivo da sua espécie. Em expressão de aprovação para sua nova situação, descreveu-a como "osso dos meus ossos e carne da minha carne" (Gênesis 2.23).

A estrutura da personalidade humana foi criada em semelhança ao seu Criador com o objetivo de governar a Terra. A interpretação de Gênesis 1.27,28, afirmando que Adão e Eva foram feitos à imagem e semelhança de Deus, e por haver em sua essência inteligência, vontades e emoções, isto lhes confere dignidade e valor acima da existência do restante da criação é plenamente correta e aceitável. Porém, esta interpretação, se permanece apenas no aspecto da aparência e importância comparativa não é completa. A aparência da imagem de Deus no homem e na mulher tem também o conceito de governo representativo (Salmos 8.6-8).

“E Deus os abençoou e lhes disse: Sejam fecundos, multipliquem-se, encham a terra e sujeitem-na. Tenham domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” (Gênesis 1.28).

A tentação de Eva (Gênesis 3.1-7).

Na tentativa de convencer Eva a pecar, a serpente diz: "É verdade que Deus disse: “Não comam do fruto de nenhuma árvore do jardim?" (Gênesis 3.1 - NAA). A primeira tentação para a mulher foi fazê-la sondar seu conhecimento da Palavra e em seguida deixá-la confusa e em dúvida sobre o que realmente sabia. Quando Eva responde, cita a Palavra de Deus, porém, suas palavras causam a impressão que seu conhecimento a respeito da determinação em relação ao vegetal era muito vago. Parece desconhecer que a árvore se chamava "árvore do conhecimento do bem e do mal", pois faz referência à planta dizendo "Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: 'Vocês não devem comer dele, nem tocar nele, para que não venham a morrer'” (Gênesis 3.2-3, NAA).

Então, para criar o desejo da rebelião em Eva, a serpente distorceu a Palavra de Deus, enganando-a, mentiu a ela dizendo que se comesse o fruto proibido passaria a ser igual a Deus: "É certo que vocês não morrerão. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerem, os olhos de vocês se abrirão e, como Deus, vocês serão conhecedores do bem e do mal" (versículos 4 e 5, NAA). Eva demonstra mais do que desconhecimento da Palavra de Deus, afirmando mais do que Deus disse. ela fala que o Senhor havia proibido tocar na árvore sob pena de morte, sendo que o Criador não havia proibido o toque e nem sentenciado à morte por este motivo (conferir em 2.15-17). Talvez, acreditasse nesta "adição" à Palavra, e esta crença sem base na orientação do Criador tenha lhe prejudicado. Ao tocar na árvore ela considerou-se desobediente sem de fato estar desobedecendo, e em seguida realmente pecou ao ingerir seu fruto e oferecê-lo ao seu marido.

A Queda de Adão trouxe inversão dos papéis designados pelo Criador ao homem e a mulher. Em vez de o casal respeitar a posição de Deus em orientá-los, e o homem com o auxílio da mulher governar a Criação, acontece uma mudança total: a serpente aborda Eva que, ao se rebelar contra o Criador, arrasta consigo seu marido.

Embora Eva tenha dado atenção para a serpente, Adão teve sua dose maior de responsabilidade, pois mesmo antes da mulher ser criada, o Criador deu-lhe a ordem para não comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gênesis 2.17,18). Não há registro bíblico que o Criador tenha feito recomendação diretamente para a mulher. No plano de Deus para a convivência de homem e mulher, é ele, não é ela que deve assumir a responsabilidade final.

Eva pecou ao desrespeitar o padrão estabelecido por Deus para o casamento, não consultar seu companheiro antes de retirar o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e oferecê-lo a ele. Adão pecou quando negligenciou sua responsabilidade, não se esforçar para transmitir com clareza a ordem divina para sua esposa, ele errou ao não considerar a relevância da determinação de Deus que proibia comer o fruto proibido, consentir no andamento do plano de rebeldia da serpente e não impedir que a sugestão da serpente tivesse êxito (Gênesis 3.6,17).

Por negligenciar sua responsabilidade de liderança, o Senhor pergunta apenas para Adão "comeste do fruto que ordenei que não comeste?" e para a mulher formula questão diferente, dizendo "o que fizeste?". Eva havia dado sua confiança à serpente, o Criador desfez este laço de influência colocando entre ambas a inimizade (Gênesis 3.11.15). Adão é considerado o principal responsável pelo ato de rebeldia, apesar de as consequências da Queda atingir, igualmente, ao homem e à mulher e suas respectivas esferas de atuação (Gênesis 3.9,17; Romanos 5.12-14).

Eva talvez tenha percebido logo que foi iludida, havia sido criada sem nenhum pecado e ao pecar, ao invés de passar a ser igual ao Criador, que é santo, tornou-se parecida com o diabo, o primeiro ser apontado pelas Escrituras como pecador. Adão e Eva transformaram-se em pecadores e foram lançados para fora do jardim para envelhecer e morrer. Antes do pecado, Adão lavrava  apenas o jardim do Éden, com facilidade produzia seu sustento e vivia feliz com Eva. Depois do pecado, o Criador amaldiçoou a terra, que passou a produzir espinhos e cardos, e Adão não mais pôde trabalhar com facilidade. O trabalho passou a ser árduo para ele. Adão viveu 930 anos, teve muitos filhos e filhas. O dia se sua morte chegou, morreu conforme o Criador disse que aconteceria (Gênesis 5.4-5). 

Sobre a Queda de Adão, podemos extrair a lição de que jamais devemos dar margem para dúvidas. Para evitar cair em tentação, é preciso buscar o conhecimento completo do que o Senhor fala. Sempre será necessário ensinar o conteúdo bíblico usando textos e contextos, pois o pregador é cobrado por suas negligências no que tange ao ensino. Distorcer, adicionar e subtrair informações referente ao que há nas Escrituras Sagradas, não edifica o crente, favorece apenas os interesses do diabo.

Depois deste fato triste, Adão deu para sua esposa o nome Eva. No idioma hebraico, este nome significa "vida". A Ciência define vida como o conjunto de características que mantém os seres humanos em atividade. Adão nomeou-a assim tendo em vista a capacidade de reprodução da espécie humana que havia nela, sua mulher logo passaria a ser a "mãe de todos os seres humanos" (Gênesis 3.20 (NAA).

Eva torna-se mãe (Gênesis 4.1,2).

Eva foi criada para ser a “companheira adequada”, a parceira de Adão na tarefa de encher a Terra e sujeitá-la. Como complemento oferecido por Deus, era digna de merecer todo respeito do seu marido, devia ser devidamente bem tratada por ele. A narrativa bíblica sobre o primeiro casamento estipula que o homem deve deixar pai e mãe e formar uma nova unidade familiar ao unir à sua mulher. E desta união conjugal precisa haver a geração de descendentes (Gênesis 1.28; 2.24).

Alguns interpretam o significado sobre a Queda de Adão de maneira totalmente equivocada, dizem que o pecado do casal foi o ato sexual. Deus disse “frutificai e multiplicai-vos”, portanto, está claro dentro do ambiente do casamento que a expressão sexual é uma dádiva, o celibato nunca foi plano do Criador, a sexualidade humana é uma bênção que existe para que marido e mulher tenham filhos e expressem afetividade reciproca intimamente. O apóstolo Paulo, ao abordar a questão da apostasia nos últimos dias (1 Timóteo 4.3-5), desenvolve uma interpretação positiva a respeito do relacionamento sexual no matrimônio. Através de sua redação, entendemos que Deus criou homem e mulher com a capacidade de terem prazer na atividade sexual, que a constância da relação íntima no casamento gera a desejável felicidade, a união conjugal é onde homem e mulher podem e devem compartilhar juntos os prazeres físicos da vida terrena.

Não há base bíblica para a doutrina do rigor acético na vida de casal, a proibição da expressão sexual desvirtua o propósito divino para este assunto, e de igual maneira não existe base bíblica ao indivíduo promíscuo que pratica o sexo fora laços matrimoniais.

Na antiga cultura hebraica, considerava-se que a principal responsabilidade das mulheres para com os maridos era gerar filhos, especialmente filhos do sexo masculino. A geração de um filho era a contribuição mais nobre que a mulher podia dar ao marido e à família. Não fazê-lo, em contrapartida, via-se como uma desgraça. É por este motivo que vemos o desespero de Raquel por não ter gerado nenhum menino para Jacó. Quando, posteriormente, Deus permitiu que concebesse um garoto, Raquel interpretou esse acontecimento como a remoção de sua humilhação (Gênesis 30.1,23).

Em Gênesis 3, temos o relato do primeiro pecado consumado. Observamos que a Queda implicou uma inversão completa do padrão de relacionamento definido por Deus, com consequências desastrosas e permanentes revertidas apenas pela vinda e morte salvífica do Messias.

No capítulo 4 de Gênesis, vemos o começo das consequências desta ação da desobediência de Adão e Eva. A mulher dá à luz a dois filhos: Caim e Abel. O coração de Caim não possui afeto natural em relação a seu irmão, seu sentimento é retratado como um fera em prontidão para atacar, a malignidade contamina a sensatez de seu raciocínio e o induz ao terrível ataque fatal contra Abel. Então ocorre o primeiro assassinato registrado na Bíblia Sagrada, é o início do desdobramento da prática do pecado na história da humanidade  (Gênesis 4.6-9; 13-14; 1 Pedro 5.8).

A mulher no plano de Deus (1 Pedro 3.1-7).

A linha cronológica da apresentação dos fatos relativos ao casamento no Antigo Testamento. começa em Gênesis, capítulos 1 a 3. Tal cronologia pode ser atrelada ao Plano da Salvação. Em Gênesis 3.9 a 20, há o relato de como Deus agiu em relação ao pecado de Adão e Eva e à indução ao erro cometido pela serpente. O Criador sabia de toda a ocorrência e fez perguntas visando extrair confissões e proferir a condenação. A serpente foi condenada a rastejar e estar em guerra constante com a humanidade e ter a sua cabeça esmagada pela descendência de Eva - o juízo contra a serpente é ao mesmo tempo o anúncio divino de bênção ao ser humano, a Boa Nova da intervenção de Jesus Cristo em favor de todos os pecadores (Gênesis 3.15; João 3.16; Romanos 16.20; Hebreus 2.14; Apocalipse 22.18).

O apóstolo Pedro, no terceiro capítulo de sua primeira carta, descreve os deveres de maridos e esposas no seu relacionamento, começando com os deveres das esposas. Abordar problemas conjugais e familiares, refere-se as mulheres convertidas a Cristo no mundo antigo em que vivia, considera a consequência desse ato quando o marido continuava descrente (3.1-2). Seu aconselhamento às esposas é mais extenso do que a orientação dirigida aos maridos crentes, pois quando o homem se convertia enquanto que a mulher seguia sem aceitar a Cristo, o marido levava a sua mulher à Igreja e não havia maiores dificuldades, mas se apenas a esposa era convertida, seu passo de fé poderia causar complicações sem precedentes dentro do seu lar.

A situação de uma mulher mudar de religião sem ser acompanhada do seu marido era algo praticamente inaceitável pela sociedade grega daquela época, naquela civilização a mulher não tinha direito ao pensamento próprio, era obrigada a permanecer no ambiente doméstico, pedir o menos possível e acatar todas as ordens do marido. Seu marido podia divorciar-se dela à vontade contanto que lhe devolvesse seu dote. A vida da mulher em Roma não era muito diferente, as leis romanas favoreciam apenas os homens. Legalmente, em fase adulta a pessoa de sexo feminino era tratada como se fosse ainda criança. Quando vivia no lar paterno estava sob a autoridade do pai, que possuía o direito de decidir sua vida ou morte; ao casar-se passava a estar sob a autoridade absoluta do marido.

O ensinamento de Pedro sobre o modo das esposas cristãs casadas com homens descrentes se consiste em que elas vivam  em sujeição, uma submissão carinhosa à vontade do seu cônjuge, para que através da conduta amorosa, o homem que não tinha contato algum com o Evangelho de Cristo encontrasse oportunidade de observar a evidência da Palavra através do procedimento prestativo, prudente e exemplar da sua mulher. Através deste aconselhamento, aprendemos a sujeição espontânea, primeiramente ao Todo Poderoso, são deveres cristãos que o Criador estabeleceu antes do pecado cometido por Adão e Eva (Gênesis 3.16; 1 Timóteo 2.11).

Pedro incentiva os cristãos à viverem unidos, ao amor, à compaixão, à paz e à paciência nos sofrimentos; a perdoarem os caluniadores e não caluniarem; não retribuírem o mal com o mal, nem insulto com insulto, mas com bênção; estarem sempre prontos para explicar a razão da sua fé e esperança, e conservarem a boa consciência (3.8-17). Para encorajá-los a isso, o apóstolo aponta ao exemplo de Jesus, que sendo justo sofreu pelos injustos (3.18-22).

A mulher no Reino de Deus 

As Escrituras ensinam que Deus fez tanto o homem quanto a mulher parecidos com Ele (Gênesis 1.27; 5.1; 9.6; 1 Coríntios 11.7; Tiago 3.9). Sendo o Criador pessoal, criativo, dotado de inteligência e desejo, capaz de governar o mundo, fez dois seres humanos dotados de atributos físicos e psicológicos que configuram os caráteres das criaturas varonil e feminil portando qualidades específicas, e estas refletindo a inteireza do seu Criador, possuem capacidade de cumprir plenamente a vontade divina.

Algumas mulheres destacadas positivamente nas páginas das Escrituras:
• Abgail, a mulher de sabedoria (2 Samuel 25.18-35);
• Ana, a mulher de oração (2 Samuel 1.9,10);
• A mulher anônima que Jesus observou contribuindo no templo (Marcos 12.41-44);
• Débora, a mulher que profetizava (Juízes 4.5);
• Rute, a mulher de decisões acertadas (Rute 1.16);
• Sara, a mulher de fé (Hebreus 11.11);
• Lídia, a primeira convertida a Cristo na Europa (Atos 16.14);
• Lóide e Eunice, respectivamente, avó e mãe do jovem pastor Timóteo, a quem transmitiram a fé no Salvador (2 Timóteo 1.5);
• Maria Madalena, a primeira mulher que testemunhou a ressurreição do Salvador (João 20.11-18);
• Priscila, esposa fiel de Áquila, que junto a ele cooperou no ministério de Paulo (Atos 18.21-3,26; Romanos 16.3,4. 
Em todo o ministério terreno de Jesus e, principalmente em sua ressurreição (Lucas 24.1-10), percebemos a fé e o respeito que as mulheres demonstraram pelo Salvador. Depois de sepultado, assim que o período do dia de sábado terminou, Maria Madalena, Joana, Maria, mãe de Tiago e outras mulheres (João 12.10,24,32), aproveitaram a primeira oportunidade e foram ao sepulcro para embalsamar o corpo de Jesus, talvez quisessem ungir sua cabeça, o rosto, espalhar especiarias em suas mãos e pés feridos, em uma expressão de carinho, o mesmo carinho que dispensamos em nossa cultura ocidental quando derramamos lágrimas e colocamos flores ao redor das pessoas falecidas que amamos.

Considerando a expressão de amor dessas mulheres, Deus ordenou que dois anjos avisassem-lhes que o Senhor havia ressuscitado, e ajudassem a lembrar que o próprio Cristo havia dito que ressuscitaria ao terceiro dia da sua morte, pois elas encontraram o túmulo aberto e vazio. E coube a elas a missão de avisar aos homens que Ele estava vivo (Lucas 24.6,8).

Após o pecado no Éden, Deus ainda se comunica com as pessoas, agora através da Bíblia Sagrada, que inspirada pelo Espírito Santo tem o poder de transformar vidas. O mundo necessita conhecer a essência do seu Criador, tendo em mente quem realmente Ele é. Através da pregação da Palavra, realizada por pessoas renascidas em Cristo, deseja abençoar pessoas de modo individual e coletivamente, sendo reconhecido e aceito como Soberano no ambiente das famílias. Homens e mulheres, alcançados pela graça da salvação, têm em si o reflexo de seu Criador, estão incumbidos com a missão de entregar a mensagem das Boas Novas aos que ainda não encontraram o Salvador.

Conclusão

As Escrituras dão testemunho de um número considerável de relacionamentos entre homens e mulheres caracterizados pelo amor e pela honra a Deus. Apesar disso, por causa do pecado, o ideal divino da união matrimonial e família foi corrompido pela poligamia, divórcio, adultério, homossexualidade, esterilidade e falta de diferenciação dos papéis de marido e esposa. Por existir na cultura contemporânea, considerável confusão sobre o plano de Deus a respeito do casamento, com a finalidade de saber lidar com essa crise cultural, e fortalecer as convicções cristãs sobre o assunto, o cristão autêntico precisa ter a Bíblia Sagrada como base para empenhar-se à edificação e solidificação do fundamento mais íntimo que o Criador trouxe à existência.

E.A.G.

Compilação:
Comentário Bíblico Beacon, Gênesis a Deuteronômio. Volume 1; página 38.
Comentário Bíblico Mattew Henry - Atos a Apocalipse, 1ª edição 2018, pagina 872. Rio de Janeiro - RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD)
Comentário Bíblico Mattew Henry - Mateus a João, 1ª edição 208, páginas 729, 730. Rio de Janeiro - RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Deus Casamento e Família: reconstruindo o fundamento bíblico. Andreas J. Köstenberger e David W. Jones. 2ª edição. Páginas 281 29 e 35. São Paulo (Vida Nova).
Guia do Leitor da Bíblia – Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Lawrence O. Richards. 5ª edição 2006. Páginas 26, 836. Bauru. Rio de Janeiro – RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus – CPAD).
Pastor Christian Molk. consulta realizada no website em 03 de janeiro de 2019, https://www.christianmolk.se/2014/03/nar-eva-foll/ 

domingo, 8 de dezembro de 2019

As Consequências do Pecado de Davi


Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

O pecado não é apenas alguma coisa contrária ao que Deus disse que o ser humano não deveria fazer, mas é também algo contrário ao que Deus não quer que o ser humano faça; é a falta de conformidade com a lei de Deus, em estado, disposição ou conduta. Baseado em preceitos revelados nas Escrituras Sagradas, a definição plena é descrever o pecado como tudo o que é contrário ao caráter de Deus.

Toda pessoa, quando ainda não está renascida em Cristo, naturalmente, tem um temperamento que não se propõe a agradar a Deus, vive a  sua vida disposto a fazer as coisas à sua própria maneira e gosto pessoal. O cristão precisa enfrentar essa natureza carnal, combater a  má conduta, não importa o quão difícil é. Para isso, tem a oportunidade de ler e meditar na Bíblia Sagrada. A Palavra de Deus é fortalecedora de todo aquele que busca estar livre da escravização do pecado.

I - O CONCEITO DE PECADO NO ANTIGO TESTAMENTO

1. No Antigo Testamento.

No Antigo Testamento, o verbo hebraico "hãta" (Êxodo 20.20) tem o sentido literal de errar, ofender. Figurativamente, é o mesmo que errar o alvo e induzir outro ao erro.

O termo  pecado aparece como prática de moralidade e de idolatria (Êxodo 20.20; Juízes 16.20; Provérbios 19.2); malignidade e perversidade (Gênesis 3.5; Juízes 11.27; Provérbios 6.14), revolta e rebelião, rebeldia (1 Samuel 15.23; 2 Reis 3.5; Salmos 51.13 e Jeremias 14.7).

São usados muitos termos para indicar o pecado no Antigo Testamento, além dos citados no parágrafo anterior. Temos também tais conotações: transgressão, iniquidade (Salmos 51.1,2); mal, maldade (Provérbios 17.11); engano (Sofonias 1.9); injustiça (Jeremias 22.13); falta (Salmos 19.12); impiedade (Provérbios 8.7); concupiscência (Isaías 57.5, ARA); depravação (Ezequiel 16.27,43,58 a).

2. No Novo Testamento.

Pecado (hamartia, no idioma grego: “perda da marca”, segundo o verbete no Dicionário Vine).

Lendo e meditando nas páginas neotestamentárias, podemos considerar que uma boa definição para o pecado é o egoísmo. Mas não é correto ficar apenas nesta definição limitada. O significado etimológico no Novo Testamento abrange à obliquidade moral, define um princípio ou fonte de ação. ou um elemento interior que produz atos (Romanos 3.9; 5.12,13,20; 6.1,2; 7.7).

Esclarece que o pecado atinge toda a raça humana, a partir do ato de desobediência de Adão e Eva (Gênesis 3; Romanos 5.12). Revela que o castigo do pecado é a morte física, espiritual e eterna (Romanos 6.23), e que do castigo eterno escapam aqueles que se chegam a Cristo, como Salvador e Senhor (Romanos 3.21 a 8.39).

Os textos do Novo Testamento descrevem o pecado, assim: desobediência e transgressão (Hebreus 2.2),  iniquidade (Mateus 7.23), mal, maldade, malignidade (Romanos 1.29), perversidade (Atos 3.26, ARA), rebelião, rebeldia (1 Samuel 2 Tessalonicenses 2.10), injustiça (Romanos 1.18), erro, falta (Romanos 1.27), impiedade (Romanos 1.18), concupiscência (1 João 2.16).

Mateus 12.31-32 diz que existe o pecado sem perdão, que é a blasfêmias contra o Espírito Santo.

II. A REPREENSÃO DO PROFETA NATÃ AO REI DAVI

1. Uma consciência morta.

Natã viveu durante os reinados de Davi e Salomão. O profeta  era conselheiro dos dois reis (2 Samuel 7; 12; 1 Reis 1). Foi porta-voz do Senhor em três momentos importantes:

• Em relação à casa do Senhor (2 Samuel 7.1-17; 1 Crônicas 17.1-15). 

Nesta ocasião, confirmou a promessa de Deus de que o trono de Davi seria estabelecido para sempre e avisou de que ele não seria o rei que iria construir o templo.

Em relação à sucessão de Salomão (1 Reis 1.5-48). Natã deu a Salomão o segundo nome Jedidias (que significa "amado do Senhor".

• Em relação ao duplo pecado de Davi, o adultério e a morte de Urias (2 Samuel 12.1­-15).

Quando o profeta é enviado pelo Senhor para estar na presença do rei com o objetivo de reprovar os pecados escondidos (2 Samuel 12.1-15), ele faz uso de uma parábola simples para despertar a consciência adormecida de Davi. Cada elemento da alegoria é usado com o propósito de atiçar em Davi o sentimento de amor ao próximo e atingir seu senso de justiça. Supondo que o profeta descrevia um incidente real, indignado, Davi pronunciou sua sentença de morte ao fazendeiro rico da parábola, sendo que a Lei exigia que em caso do roubo de uma ovelha o ladrão deveria compensar a vítima com quatro ovelhas (Êxodo 22.1).

Diante da confissão de Davi, Natã garantiu que Davi não morreria, porque o Senhor havia perdoado o seu pecado. Porém, anunciou que o filho que iria nascer de Bate-Seba não sobreviveria.

O erro de julgamento de Davi, ao não se basear no Pentateuco para emitir a sentença, contra o fazendeiro rico que havia roubado a ovelha do camponês pobre, nos remete à responsabilidade de líderes cristãos: do pastor, do mestre, do pregador e de todo crente.

Precisamos desempenhar a função de propagadores das Escrituras Sagradas na condição de bons exegetas. Em 2 Timóteo 2.15, encontramos o conselho de Paulo conclamando o líder a "manejar bem' (orthotomeó, em grego) 'a palavra da verdade". Essa expressão é encontrada apenas nesta porção bíblica. "Oorthotomeó" significa "endireitar" e "cortar em linha reta". Portanto, Paulo nos incetiva quanto ao dever de todo cristão ser pessoa hábil na interpretação do conteúdo bíblico, a se esforçar para não equivocar-se ao fazer sua exposição da Bíblia e a ser capaz de  corrigir a interpretação bíblica que encontrar exposta de maneira errada.

2. Mostrando a gravidade do seu pecado.

Davi viu uma mulher bonita enquanto estava no terraço do palácio. Seu grande erro foi continuar olhando. Assim, ele deu espaço à sua imaginação e cedeu aos desejos sexuais (2 Samuel 11.2; 2 Coríntios 10.3-5).

Nossa sexualidade foi criada por Deus como uma bênção para o nosso bem-estar. O apogeu dessa bênção acontece no ato sexual no ambiente da vida de casado. Ao contrário daquilo que se costuma propagar atualmente, a liberação dos impulsos sexuais unicamente para satisfação do prazer pessoal é perigosa e nociva; a falta de limites arrasta as pessoas à promiscuidade; à exposição de doenças venéreas, a assumir uma fardo de vergonha e culpa e, principalmente, à separação da comunhão com Deus e ao divórcio.

Deus nunca pretendeu que os impulsos sexuais se tornassem armadilhas do inimigo para levar seres humanos ao adultério e que o sexo fosse pedra do tropeço na vida espiritual das pessoas. É possível controlar os impulsos sexuais, quando entregamos essa área ao Senhor Jesus e buscamos nEle a força para vencer os pecados.

Diferente de Davi, jamais devemos dar asas ao pensamento pecaminoso, o grande segredo é fugir da tentação e confessar os nossos pecados, priorizar a comunhão com o Senhor, meditar em sua Palavra. Um dos mais sublimes valores do cristianismo é que nunca estamos sós, podemos contar com a misericórdia e o auxílio do alto se pecamos e com o coração sincero manifestamos arrependimento (1 João 1.9).

3. Traindo a generosidade divina.

Além de mostrar a dimensão do pecado de Davi, Natã destaca que ele fez pouco caso de tudo de bom que o Senhor havia feito em seu favor. Foi por ordem divina que Davi foi ungido rei na presença de seus irmãos; foi Deus quem o ajudou a escapar da morte durante todas as perseguições efetuadas por Saul (1 Samuel 16.1,12,13). O profeta lembra que Davi tinha muitas mulheres, e que mesmo tendo um harém, não se contentou e cobiçou a esposa que Urias tinha (2 Samuel 16.21,22; 1 Reis 12.17,25). Davi também é lembrado que não era grato ao Senhor pela grande generosidade divina quando planejou a morte de Urias, pois foi o Senhor quem o deu como um de seus soldados fiéis e valentes, responsáveis pela defesa e expansão de seu reino (2 Samuel 23.18-24).

A abordagem sobre a importância de manter um coração agradecido, feita por Paulo em Colossenses 3.18-21, apresenta atributos que deveriam abundar na vida do cristão como membro de família. O apóstolo oferece instruções básicas para a convivência como cônjuge, pai, mãe e filho ou filha. A esposa aprende como tratar corretamente o marido; o esposo aprende que precisa amar sua companheira matrimonial e vigiar para não ser tomado pela amargura; os filhos são instruídos a agradarem ao Senhor pela obediência aos pais e os pais são incentivados a não provocar a ira e desânimo nos filhos. O cumprimento destes mandamentos tem o objetivo de fazermos morrer em nós a natureza da carne e a nos vestirmos do "novo homem" para que nossa vida transborde de amor, bondade, compaixão, humildade, paciência, mansidão, perdão.

A vida espiritual tem sua base na rotina dentro dos lares. Portanto, tenhamos gratidão a Deus e um para com os outros em nossa casa. A gratidão é uma das formas mais bonitas de expressar o amor a Deus e ao próximo. E não é sempre que a ausência de amor é manifesta pelo ódio, na maioria das vezes aparece na forma de indiferença. Lembramos da duríssima, e importante, advertência de João sobre o amor. Ele escreveu que aquele que não ama seu irmão, espiritualmente, é um assassino, e que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si (1 João 3.15).

III. AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO DE DAVI

1. As consequências do pecado cometido.

Diferente dos riscos que cercam todas as profissões, o líder cristão enfrenta perigos quase impercebíveis. Ser líder cristão bem sucedido é muito mais do que conquistar reconhecimento dos homens, é ser cuidadoso do seu relacionamento com Deus, é zelar por sua vida espiritual e integridade moral. O líder não está imune às tentações. Entre muitos outros tormentos, citamos as situações inconvenientes que acreditamos serem as mais comuns na atualidade
• Crença na suposta infabilidade. Sem dúvida, o líder cristão, quando se deixa conduzir pelo Espírito, comete menos erros; mas isso não significa que é infalível.  Espiritualidade não leva o indivíduo ao nível de viver acima das falhas humanas (Romanos 3.23-24).
• Orgulho. Não podemos esquecer que o orgulho é um pecado que destrói ministérios cristãos, acaba com bons relacionamentos. É manifesto pela relutância em admitir culpa ou uma relutância em assumir a responsabilidade por suas ações. A pessoa orgulhosa quer ser atendida mas não tem boa vontade para atender o próximo. Sente-se entediada ao precisar ouvir alguém. 
O simples fato de um indivíduo ter sido elevado à posição de liderança, com a proeminência que isto lhe confere, tende a engendrar um orgulho e uma autoglorificação secreta que, se não for podada, o desqualificará para o serviço de Deus (Provérbios 16.5; 1 Tessalonicenses 2.6; Marcos 12.38-40; Gálatas 5.26). 
As tentações sexuais. Os líderes sempre estarão expostos às tentações. Houve perigo nos tempos bíblicos, e continua existindo riscos nos dias contemporâneos. Além de Davi. são exemplos de falhas na área sexual Salomão e Sansão. Não existe ninguém imune ao pecado. "Por isso, aquele que pensa estar em pé veja que não caia" (1 Corintios 10.12).
No texto bíblico, cuja referência é Gálatas 6.1, Paulo abordou o problema do pecado individual. Um cristão pode pecar sozinho, mas, como ele faz parte do corpo de Cristo, o seu pecado afeta todo o grupo, em maior potencial se esta pessoa estiver em posto de liderança. Nós colhemos o que semeamos. Todos precisamos refletir sobre isso centenas de vezes, com o objetivo de alimentar a humildade em relação a Deus e ao próximo. A humildade nos põe em condição de sermos obedientes a Deus e tolerantes com as falhas e incômodos que os outros têm e nos faz preparados para enxergar nossos próprios erros e dispostos a abandoná-los.

2. Davi, o rei fraco em seu próprio lar

A Bíblia não conta qual era o grau de proximidade que havia entre Bate-Seba e Davi antes do pecado. O fato é que ela agiu inconvenientemente ao exibir-se em espaço aberto à vizinhança e tal exibição inapropriada chamou a atenção de Davi que mandou que a trouxessem, adulterou com ela, que engravidou e em seguida houve o desfecho trágico da morte de seu marido, crime cometido com a tentativa de esconder que a gravidez era ilícita e a ilicitude não se tornasse de conhecimento de todos.

Sobre esta situação, o Pastor José Gonçalves escreveu o seguinte: "A vida de Davi como homem comum pode ser dividida em dois momentos: antes e depois de sua tentação e queda. Com certeza, ele não vigiou espiritualmente, como reiteradas vezes nos adverte as Sagradas Escrituras a fazermos. Talvez, ele não tenha considerado as consequências que seu ato lhe traria. O planejamento do adultério após admirar a beleza da mulher e a covarde execução de Urias, o esposo, sem dúvida estão entre os acontecimentos mais repulsivos já narrados na história bíblica. Deus, o Senhor de toda a justiça, reprovou o ato de Davi (2 Samuel l l .27), todavia, em sua infinita misericórdia, perdoou-lhe quando este demonstrou arrependimento (Salmos 51). A tentação em si mesma não é pecado; pecado é ceder à tentação. Todo cristão deve manter-se sempre vigilante neste sentido, pois a tentação, uma vez consumada, sempre produzirá frutos amargos."

Mesmo que o pecador sinceramente se arrependa e se converta, inevitavelmente as consequências ficam e produzem muito sofrimento. As consequências do pecado de Davi foram emocionais, espirituais e físicas. José Gonçalves continua:

"Após pecar, Davi ouviu um dos mais duros julgamentos pronunciados pelo profeta Natã (2 Samuel 12.10-14). O julgamento atingia não somente sua vida pessoal, mas também toda a sua existência, incluindo reino e família. Os resultados podem ser vistos primeiramente em sua vida sentimental e emocional. Quantas lágrimas Davi derramou? Não há como aferir, entretanto, em Salmos 6.6, temos uma noção: 'Já estou cansado do meu gemido; toda noite faço nadar a minha cama; molho o meu leito com as minhas lágrimas.' Por certo Davi chorou quando Tamar,  sua filha, foi violentada (2 Samuel 1.3), e quando seus filhos Amnon e Absalão foram mortos prematuramente (2 Samuel 13.33; 18.14)."

"Não há dúvida de que os maiores efeitos do pecado de Davi estão na esfera espiritual. O pecado parece doce, inofensivo e natural, no entanto, suas consequências são amargas. Paulo, o apóstolo, adverte em sua primeira carta aos coríntios: 'Por causa disso [do pecado], há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem' (1 Corintios 11.30). Em outras palavras, aquilo que é espiritual num primeiro plano, tem consequências físicas num segundo. Os especialistas advertem que há muitas doenças psicossomáticas, isto é, doenças da alma ou de origem psicológica que afetam o corpo físico."

"A Bíblia nos mostra que há também doenças de origem espiritual. A Palavra de Deus adverte: 'Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos' (Tiago 5.36). Davi pós em prática isso e clamou ao Senhor: '[...] Tem piedade de mim; sara a minha alma, porque pequei contra ti' (Salmos 41.4)."

CONCLUSÃO

A narrativa bíblica informa que na época do episódio em que Davi pecou, os reis costumavam ir à guerra, mas Davi resolveu ficar em casa (2 Samuel l l.1,2). Portanto, ocupava seu tempo ociosamente, estava no lugar errado e em hora errada quando a cobiça pecaminosa entrou em seu coração. Mas Davi reagiu positivamente ao ser repreendido e converteu-se de seus desvios. Os salmos de sua autoria comprovam que ele foi espiritualmente restaurado quando decidiu abandonar o pecado e reconquistar sua comunhão com Deus

O pecado afeta tudo e todos ao redor e derredor. Tem o objetivo de afastar a alma humana da comunhão que o Criador oferece. Não convém ceder à fraqueza moral, e se acontecer é importante o crente reerguer a cabeça e olhar para Jesus novamente.

Deus convida todas as pessoas a se considerarem mortas para o pecado e vivas somente para Ele. O crente é justificado do pecado, deve aceitar pela fé que está morto para o poder do pecado e vivo para Deus. Esta convicção produz de fato o efeito da libertação dada por Cristo, ele encontra condições de vencer a tentação do pecado. Não há porque estar sob o domínio do pecado, pois o sangue de Jesus quebrou esse domínio (Romanos 6.14). No processo de restauração, cabe ao cristão fazer igual fez Davi, demonstrar uma atitude de arrependimento, confissão, quebrantamento e abandono do erro. Assim, o Espírito de Deus reside no coração de cada um de nós!

E.A.G.

Compilações
Lições Bíblicas. Davi - As Vitórias e Derrotas de um Servo de Deus. José Gonçalves. 4º trimestre de 2009. Lição 8: O pecado de Davi e suas consequências. Páginas 39 e 41. Bangu. Rio de Janeiro - RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Carta aos Romanos. Elienai Cabral. Edição 1986. Página 69. Rio de Janeiro - RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD). 

quarta-feira, 10 de julho de 2019

A Mordomia do Corpo


Por Eliseu Antonio Gomes

Introdução


A cultura deste mundo glamoriza a beleza física e a exposição de pessoas de maneira sensual. Mas o que a Bíblia Sagrada ensina sobre a mordomia do corpo?

Ao estudar Biologia, o aluno passa a dominar os conceitos básicos necessários para compreender de quase tudo que se passa em si e ao seu redor, habilita-se a tomar decisões corretas no sentido de preservar melhor a sua saúde e cuidar de modo apropriado do meio ambiente. Quando esta mesma pessoa volta a sua atenção para a Bíblia, recebe a informação de que o seu corpo na realidade não é seu, é propriedade de Deus. A biosfera é criação de Deus. Os ecossistemas terrestres e aquáticos são projetos de Deus.  Todo o Universo é do Criador, pois tudo é obra de suas mãos.

Por meio de livros e através de microfones nas igrejas, temos contato com sermões sobre o que Deus tem a dizer sobre nossas almas, nossas mentes, nossas vontades e nossas emoções. As Escrituras Sagradas falam sobre essas coisas e também sobre como Deus deseja que tratemos o corpo. E adverte: se destruirmos o nosso corpo, Deus nos destruirá (1 Corintios 3.17).


A tricotomia do corpo

"E que o espírito, a alma e o corpo de vocês sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo"- 1 Tessalonicenses 5.23 b.

Embora a Bíblia não seja um livro de ciência, sempre que registra um fato científico; registra-o sem nenhum erro. Tudo o que a Bíblia apresenta como verdade tem autoridade divina. A criação é apresentada como fato histórico em muitos lugares das Escrituras (Êxodo 20; Salmos 8. Mateus 19; Hebreus 4). E ao abordar a origem do homem, fala que Deus o fez como um ser tricotômico, ou seja, o ser humano é tríplice, sua composição tem o lado material, que é o corpo, e o imaterial, que se consiste do espírito e da alma.

A parte material do homem é descrita nas Escrituras como corpo e carne, sendo que em muitas vezes o termo carne se refere à natureza pecaminosa (Mateus 6.22; Gálatas 2.20; 1 Pedro 1.24; Romanos 7.18). Entre suas designações, a parte tangível do ser humano é descrita também como "corpo de humilhação", "vaso de barro" e "templo do Espírito Santo" (Filipenses 3.21; 2 Coríntios 4.7; 1 Coríntios 6.19).

Deus criou a alma humana, que diz respeito à vida pessoal, ao indivíduo. Ela tem emoções e guerreia contra as paixões da carne (Jeremias 31.25, 1 Pedro 2.11). Além disso, a Bíblia faz referência à alma como coração, usa a linguagem figurada para falar sobre sua característica de ser o ponto central das emoções, e da vida intelectual (Hebreus 4.12; Mateus 22.37, Hebreus 4.7). Além disso, a alma também é descrita como mente, a consciência (Romanos 12.2) e pelo termo carne quando este significa a natureza pecaminosa (Gálatas 5.19-21).

O espírito está relacionado aos aspectos mais elevado do homem, porém, está sujeito à corrupção do pecado (Romanos 8.16; 2 Coríntios 7.1).


O pecado não deve reinar em nosso corpo   

"Portanto, não permitam que o pecado reine em seu corpo mortal, fazendo com que vocês obedeçam às suas paixões" - Romanos 6.12.

A morte é inevitável. A Bíblia nos ensina que há duas possibilidades após o falecimento: o sofrimento sem-fim ou a alegria eterna. Mas essas opções só podem ser alcançadas em vida. Após o óbito, não há tempo de voltar atrás, se decidimos servir ao pecado.

Todos os homens ressuscitarão dos mortos (João 5.28-29). Para onde você vai após morrer? Para o céu ou para o inferno? Qual é a sua escolha? Quando o corpo falece não é o fim da existência humana, os não redimidos serão ressuscitados para uma existência eterna no lago de fogo (Apocalipse 20.12, 15). Deus estabeleceu um dia para Jesus julgar o mundo (Atos 17.31); após a morte, o escritor de Hebreus revela, no capítulo 9 e versículo 27, que o destino do homem é o juízo. Todas as pessoas prestarão conta do que escolheram fazer com a constituição física que o Criador lhe deu.

Para ser salvo, não é suficiente ser frequentador assíduo de cultos evangélicos, ter conhecimento profundo das Escrituras Sagradas e entregar contribuições financeiras na igreja. De nada adianta tocar com esmero na orquestra, cantar de modo admirável nos grupos musicais e participar de eventos evangelísticos sempre que o pastor marca o evento. É importante que façamos todas essas coisas, mas porque temos a convicção que somos salvos e não porque queremos a salvação.

Para ser salvo, basta reconhecer a Cristo como Senhor, este reconhecimento implica em fazer tudo o que Ele manda, ser praticante dos ensinamentos contidos nas Escrituras Sagradas (Lucas 6.46; Tiago 1.22). Nesta entrega, Jesus liberta a alma da escravidão do pecado e oferece o Céu como destino final e presente gratuito (João 8.46; 14.1-2). Não espere para tomar esta decisão amanhã, pois pode ser tarde demais (Lucas 12.19-20; Tiago 4.14).

O Espírito Santo trabalha, incessantemente, para a salvação do pecador que se mostra arrependido de seus pecados. Religiosos ou não, todos os seres humanos nascem envolvidos em ofensas e pecados (Efésios 2.1); mas quando invocam o nome do Senhor experimentam o novo nascimento, eles nascem pela vontade de Deus da água e do Espírito (Romanos 10.13; João 3.5, 6). Assim, o pecador é lavado, santificado e justificado em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito de Deus (1 Corintios 6.11). Quando o coração do homem é purificado pela fé, recebe poder para ser feito filho de Deus (Atos 15.9; João 1.12; Romanos 8.16).

Sete características das pessoas que aceitaram a Jesus como Senhor e são livres da opressão do pecado:

• Ama os inimigos (Lucas 6.35);
• Evita pecar (Mateus 5.39, 44, 45);
• Não pratica a vingança (Romanos 12.17-21);
• Tem disposição para perdoar desafetos (Mateus 6.14-15; 1 João 4.20)
• Pratica o bem (1 Pedro 3.11);
• Tem interesse pela paz e edificação (Romanos 14.19);
• Promove o bem de todos (Gálatas 6.10).


O nosso corpo não é para a prostituição

"Também não ofereçam os membros do corpo ao pecado, como instrumentos de injustiça, mas, como pessoas que passaram da morte para a vida, ofereçam a si mesmos a Deus e ofereçam os seus membros a Deus, como instrumentos de justiça" - Romanos 6.13.

Ao entregar o corpo para atividades pecaminosas, a pessoa é escravizada pelo pecado e sofre com pelo menos quatro grandes perdas:

• pode perder o seu lar (Lucas 15.11-17;
• a verdadeira alegria (Salmos 51.12);
• o direito de agir por conta própria (Romanos 6.19);
• a esperança (Efésios 2.12).


A sensualidade das mulheres de Sião

Isaías 3 descreve o comportamento das mulheres de Sião. O profeta revela que elas andavam "cascavelando" (tradução Almeida Revista e Corrigida). No texto original, o termo usado tem o sentido de "atrair para trair". Este assunto é coisa séria.

Não quero julgar se existem irmãs que se vestem com a intenção de chamar atenção para as curvas anatômicas de seus corpos. Não quero julgar se elas usam roupas provocantes intencionalmente, desejosas de receberem galanteios de homens estranhos, olhares despudorados de maridos de outras mulheres, apreciarem ou não comentários vulgares.

Quero dizer aos crentes em Cristo, para as irmãs e aos irmãos também (porque alguns homens também erram neste assunto), sobre a necessidade de lembrar que o uso das peças de roupas muito justas ou curtas em locais públicos, exibe a beleza de modo negativo. A exibição da anatomia do corpo é capaz de provocar o adultério ou fornicação pelo pensamento, e inclusive incitar de fato a imoralidade sexual, em palavras mais diretas, acontecer mesmo a conjunção carnal, que agride a santidade de Deus. 


Devemos mortificar as obras da carne

"Porque, se vocês viverem segundo a carne, caminharão para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificarem os feitos do corpo, certamente viverão" - Romanos 8.13.

"Mortificardes" é equivalente a "considerai-vos mortos (6.11). Ao passo que em 6.11 os crentes são exortados a se considerarem mortos com relação ao pecado, em 8.13 se lhes diz que considerem as suas práticas pecaminosas anteriores como mortas com relação a eles próprios. 

Podemos comparar isso com o caminhar de acordo a descrição do fruto do Espírito: "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos" (Gálatas 5.22-24). A caminhada no Espírito refere-se à conversão. É significativa que a situação da conversão é levada a efeito por aqueles que estão em Cristo. A crucificação da carne com as suas paixões e desejos desenfreados só é possível com a identificação com o Cristo ressuscitado. Identificar-se assim significa alcançar uma vida nova com a ressurreição do Senhor, seguir o exemplo de Jesus e possuir e esperança da sua volta.

Podemos comparar "mortificardes", também, com o linguajar mais vigoroso de nosso Senhor sobre arrancar o olho e cortar a mão e o pé que leva a pessoa a pecar (Mateus 5.29; Marcos 9.43).


Devemos glorificar a Deus em nosso corpo

"Será que vocês não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo, que está em vocês e que vocês receberam de Deus, e que vocês não pertencem a vocês mesmos? Porque vocês foram comprados por preço. Agora, pois, glorifiquem a Deus no corpo de vocês" - 1 Coríntios 6.19,20.´

O texto de 1 Corintios 6.12-20 trata das atividades relacionadas à imoralidade sexual. Quando duas pessoas têm relações sexuais ilícitas, a fornicação ou o adultério, elas se tornam uma só pessoa. E sendo o cristão templo do Espírito, que é Santo, entendemos que este cristão pecou contra Deus ao estabelecer tal unidade profana.

Não é possível agradar a Deus sem receber Jesus no coração. Uma parte da Humanidade existirá para sempre, porém, não terá a vida eterna, pois esta vida está restrita apenas para as pessoas que receberam a Jesus Cristo como seu Senhor. Existir sem Deus é pior do que a morte.

A principal característica de Deus é a santidade. E o nosso Deus santo deseja que todos os crentes em Cristo como Salvador reconheçam seu Filho como Senhor e vivam uma vida santa. Você não pode ser santo se amar o pecado. O seu coração se entristece quando você peca? O crente quando de fato ama a Deus se sente chateado desagradá-lo pecando. Só quando o temor ao Senhor reside no coração é que há disposição para refutar comportamentos, pensamentos e falas pecaminosas.


O corpo deve ser conservado irrepreensível

"O mesmo Deus da paz os santifique em tudo. E que o espírito, a alma e o corpo de vocês sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo"- 1 Tessalonicenses 5.23.

A Bíblia mostra, em dois versículos, a oração do apóstolo Paulo aos crentes tessalonicenses, e em consequência para todos os cristãos. Em 1 Tessalonicenses 5.22-23, vemos o final da instrução do apóstolo, que começou em 4.1. Aqui, os termos "corpo", "alma" e "espírito" não são divisões ou partes do ser humano, mas o ser humano como um todo.

A sessão 4.1 a 5.23 de 1 Tessalonicenses pode ser sintetizada com a frase "os fiéis viverão para sempre com Deus". Em sua retórica, Paulo nos faz saber que Jesus não morreu e ressuscitou apenas para exibir o poder de Deus sobre a morte. Havia propósito nobre. Impulsionado pelo amor de Deus, Cristo morreu para nos libertar de todos os nossos pecados, entregou-se para todos nós termos a capacidade de viver de maneira irrepreensível diante de Deus. Ele ressuscitou para que a morte nunca mais tivesse poder sobre nós. Ele ressuscitou para que pudéssemos ter o mesmo tipo de vida que o trouxe de volta dos mortos. Viver a viva em Cristo nos abre a oportunidade de morar para sempre na Mansão Celestial.


Conclusão

Os filósofos gregos  Aristóteles, Sócrates e Platão acreditavam no dualismo, difundiram a ideia de que o espírito é importante e o corpo não tem importância espiritual alguma. Portanto, não haveria razão para cuidar bem dele.

Os crentes em Cristo não comungam desta escola maluca, pois aprenderam na Bíblia que o seu organismo é uma das mais magnificas criações de Deus, e tudo que Deus fez é bom e tem um propósito especial. Sabem que a anatomia e fisiologia, os sistemas biológicos, do ser humano foram feitos para mantê-los em boas condições internas e externas para interagir de modo compatível com o meio-ambiente. E nesta situação, glorificam ao Criador com muita satisfação.

E.A.G.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Morte e ressurreição - Escatologia: acontecimentos futuros no plano da redenção


Eliseu Antonio Gomes

"Assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez por todas para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, não para tirar pecados, mas para salvar aqueles que esperam por ele" - Hebreus 9.28.

A verdade mais significativa de toda a profecia bíblica está na certeza de que Jesus Cristo voltará segunda vez. Este acontecimento é a chave profética que abre todos os demais eventos escatológicos. Diversas doutrinas dependem do retorno de Cristo. Por exemplo, a doutrina da ressurreição do corpo humano, que não pode ser cumprida até que Cristo venha (1 Corintios 15.23); a vitória de Cristo sobre Satanás, desde Gênesis 3.15 não será completa até a volta. Mesmo o reconhecimento dos queridos na eternidade e a prova física de que nascemos na família de Deus não se evidenciam até sua segunda vinda. O retorno de Cristo põe a funcionar o relógio de Deus quanto ao futuro pela perspectiva do plano divino da redenção.

Se o valor de um ensinamento fosse considerado pela frequência com que é mencionado, a Segunda Vinda de Cristo facilmente seria considerada uma das mais importantes doutrinas da Bíblia. Somente a doutrina da salvação é mencionada maior número de vezes.

Vinte e três dos vinte e sete livros do Novo Testamento fazem referência à Segunda Vinda do nosso Senhor à terra. Os 216 capítulos do NT contém 318 referências ao retorno de Cristo, portanto, um versículo em cada trinta nos assegura disto.

O adágio popular diz: para morrer, basta estar vivo

A despeito de nossa habilidade e sofisticação científica, ainda não dominamos a morte, ela continua irreversível, não existe solução humana para este momento terrível. Então, perder a companhia de pessoas amadas é uma das experiências mais doloridas, a tristeza que o óbito provoca é enorme, afeta a todos, independente da raça, posição social, sexo e idade.

Poucas coisas provocam mais estresse do que a morte de alguém querido, como um marido ou esposa, um parente ou amigo. Qualquer pessoa que já perdeu um ente amado, sabe o intenso sofrimento que esta separação causa. Um artigo publicado em uma revista de psicologia americana, a The American Journal of Psychiatry, afirmou que a morte é o pior tipo de perda permanente. No entanto, nós cristãos, não podemos nos esquecer que através da ressurreição de Jesus Cristo, Deus venceu a morte.

A reflexão sobre questões escatológicas é importante aos cristãos. Além de promover o conforto emocional aos que que estão em luto, aponta ao Deus que reina na história, esclarece sobre as promessas firmadas pelo Senhor quanto ao futuro promissor de todas as pessoas que são perseverantes em sua fé. Faz o crente superar a visão imediatista do mundo, evita que seja confundido com as heresias, promove o despertamento espiritual da Igreja existente nos dias atuais. Por tudo isso, a vinda de Jesus deve ser um assunto sempre em pauta na roda de nossas conversas.

O salário do pecado é a morte

Deus, na sua onisciência, já sabia sobre a entrada do pecado no mundo, bem antes da criação do ato de toda a criação. Sobre isso, devemos ter o cuidado para não interpretar de modo errado esta situação. Deus não é o autor do pecado (Jó 34.10).

Apesar de todo o pecado ser um mal, nem tudo o que consideramos mal é pecado. O pecado não deve ser confundido com o mal físico que produz prejuízos e calamidades. O pecado é a causa do mal, enquanto que o mal é o efeito do pecado.

O vocábulo "pecado" deriva do grego "hamartia", que ao pé da letra significa "errar o alvo". Quando o ser humano se afasta do objetivo que Deus deixou para ele, comete pecado (Eclesiastes 7.29). Os termos bíblicos para designar o pecado são variados: fracasso, erro, iniquidade, transgressão, contravenção, falta de lei e injustiça. O pecado é sempre dirigido contra Deus. A característica principal do pecado, em todos os seus aspectos, é que ele age em contrário à vontade de Deus.

Através das Escrituras, vemos que o princípio de todo pecado se originou no orgulho de Satanás, culminando com a sua expulsão do céu (Lucas 10.18; Apocalipse 12.7-9). O pecado teve origem entre os anjos: Isaías 14.12-15; Ezequiel 28.13-15). Deus criou os anjos dotados de perfeição, mas Lúcifer e legiões de anjos se rebelaram contra o Criador. Jesus descreve o Diabo como homicida desde o princípio; o apóstolo João afirma que ele é pecador desde o princípio (João 8.44; 1 João 3.8).

Qual a origem do pecado na história da raça humana? Esta pergunta se expande numa indagação sobre a origem do mal em todo o mundo. O pecado passou a existir no mundo através da transgressão voluntária de Adão e Eva no Éden, quando ambos cederem à tentação diabólica. A mulher dialogou com a serpente, que insinuou a Eva que se ela desobedecesse ao Criador, comendo o fruto que não lhe era permitido experimentar se tornariam igual ao Criador  e viveria para sempre. Eva ofereceu o fruto para Adão e ambos o comeram. O casal não agiu com vigilância e foi induzido à desobediência. Ao comerem o fruto que Deus havia proibido que comessem, a porta de acesso ao pecado no mundo foi aberta  e anos mais tarde o casal morreu (Gênesis 2.16-17).

A pecaminosidade do ser humano está registrada em toda a extensão das Escrituras. Esta é a condição em que nasce o homem, definida teologicamente como "pecado original". Esta situação é chamado assim porque se deriva de Adão, o tronco original da raça humana; porque está na vida de cada indivíduo desde o momento do nascimento; e porque é a raiz interior de todos os pecados atuais. Por "pecados atuais", entenda-se os atos externos executados através do corpo, por atitudes, e também por pensamentos conscientes.

A Bíblia apresenta a humanidade como pecadora por natureza, pois todos os seres humanos participam do pecado original. A condição pecaminosa do raça humana encontra sua explicação na primeira transgressão de Adão no Éden. Seja em grandes cidades mundiais ou em aldeias esquecidas na África, o pecado é um flagelo diário. Os mais antigos filósofos gregos, na sua luta contra o problema do mal, foram levados a aceitar a universalidade do pecado, apesar de incapazes de explicar esse fenômeno e não entenderem que a prática do pecado torna o home, culpado diante de Deus.

Quanto à pratica do pecado, o crente vive um estilo diferente do ímpio. Por compreender o significado e a gravidade da ação relaxada de quem vive pecando, o pecado que antes lhe era uma regra, agora lhe é uma exceção. Ao longo de toda a narrativa bíblica é alertado contra o "pecado que tão de perto nos rodeia" (Hebreus 12.1). Ao manter-se firme no hábito da oração, estudo das Escrituras, tem a oportunidade de desvencilhar-se dos riscos espirituais que poderiam torná-lo presa fácil dos laços do adversário - que o impediria de fazer parte do Arrebatamento da Igreja.

A consciência da morte por parte dos apóstolos

Muitas vezes se afirma que os apóstolos acreditavam que a segunda vinda de Cristo aconteceria na geração em que eles viveram e que não iriam morrer mas serem arrebatados. Isso não confere com narrativas bíblicas.

• Jesus disse que eles seriam mortos (Mateus 24.9);
• Jesus predisse de que modo Pedro morreria (João 21.18-19);
• Paulo aconselhou aos presbíteros de Éfeso a permanecessem firmes na fé após seu falecimento (Atos 20.29-30);
• Paulo escreveu sobre sua morte iminente (2 Timóteo 4.6-8).

A derrota da morte

A palavra grega para imortalidade é "athanasia", que literalmente significa "ausência da morte". Quando o Senhor descer do céu na sua Segunda Vinda, o primeiro fato a acontecer será a ressurreição de todos os salvos (1 Tessalonicenses 4.16). Os crentes fiéis ouvirão a voz de Jesus, se levantarão de seus lugares em que foram enterrados, e a morte não mais terá poder sobre eles (João 5.28, 29; Apocalipse 1.18).

Deus é eterno, imortal, tem vida em si mesmo e nEle não existe morte (João 5.26; 1 Timóteo 6.16). Deus é o doador da vida e concederá a vida eterna aos remidos. Crentes vivos e ressuscitados terão os corpos glorificados e se ajuntarão com o Senhor e incontáveis números de anjos nos ares, e depois viverão felizes para sempre. Esta é a promessa de Deus e a esperança dos cristãos.

Três milagres que ocorrerão no decorrer do processo do Arrebatamento: ressurreição; transformação e glorificação.
1. Os cristãos ressurgirem dos mortos será um dos primeiros milagres. Esta é uma doutrina genuinamente bíblica, citada tanto no Antigo quanto no Novo Testamento (Salmos 16.10; Jó 19.25-27; Isaías 26.19; Daniel 12.2; Lucas 14.14; João 5.21, 28, 29; Atos 2.24; Apocalipse. 4-6, 13).
2. A transformação extraordinária dos crentes salvos, ressuscitados e a dos crentes que estiverem vivos, será o segundo grande milagre no processo do Arrebatamento da Igreja. Haverá a suspensão das leis físicas, a cessação do poder natural para a atuação do poder sobrenatural. Primeiro, os salvos que estiverem dormindo no Senhor, receberão corpos vivos espirituais; em segundo lugar, os crentes, vivos, com corpos carnais, receberão corpos espirituais. Assim, haverá a metamorfose: da mortalidade para a imortalidade; da corruptibilidade para a incorruptibilidade.
3. O milagre da glorificação merece destaque.
O ser humano, na condição de carne e sangue, relaciona-se com o mundo físico, estamos limitados ao tempo e ao espaço, enquanto o corpo espiritual relaciona-se com a eternidade (1 Coríntios 15.47, 49). As sete etapas do processo da glorificação do corpo dos salvos, é o seguinte:
a. salvação (Romanos 8.24)
b. adoção (Romanos 8.23);
c. justificação (Romanos 8.30);
d. santificação (2 Coríntios 7.1);
e. redenção (Romanos 8.23);
f. libertação (Romanos 8.21);
g. glorificação (Romanos 8.17).
O Arrebatamento

Jesus Cristo firmou-se como a pessoa mais importante que já viveu, nenhum outro homem exerceu tanta influência sobre a humanidade. Ele ascendeu ao céu, mas ainda não terminou o seu plano com o planeta terra e com a humanidade que nele habita (João 14.3).

Vivemos o tempo escatológico do cumprimento das últimas profecias. "Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não irá demorar" - Hebreus 10.37. Quanto ao tempo em que o Senhor reaparecerá, não existe dúvida de que realmente voltará. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, os justos serão glorificados e arrebatados e serão levados ao encontro de seu Senhor e Salvador.

Na hipótese de não sermos arrebatados antes de falecer, seremos ressuscitados e levados pelo Salvador ao encontro de Deus no céu. A palavra "arrebatado" quer dizer, em sentido literal, agarrado com rapidez, tomado agilmente à força, como um ladrão rouba um prêmio. A palavra latina é rapto, que significa pegar à força. Um dia Jesus virá buscar suas joias, levará os membros da Igreja da terra ao céu. O evento acontecerá em uma fração de segundos, assim como relâmpago se move, tão rápido como o abrir e fechar de olhos (Mateus 24.7, 1 Tessalonicenses 4.16). Neste instante, os fiéis que estiverem vivos serão transformados e os crentes mortos ressuscitarão (1 Tessalonicenses 4.16-17).

A ação promovida por Cristo ao levar os crentes no Arrebatamento, não se refere a determinadas denominações ou grupos religiosos específicos, mas de todos os indivíduos que se arrependeram de seus pecados e, pela fé, convidaram o Senhor Jesus Cristo para entrar em suas vidas.

A ressurreição no episódio da volta de Jesus

Jesus voltará do mesmo modo como ascendeu após sua ressurreição (Atos 1.11). Esta hora específica nos é desconhecida, pois Jesus se referiu a ela, dizendo: "daquele dia e hora ninguém sabe, senão somente o Pai".

Como podemos ter certeza que haverá a ressurreição, se a existência humana é apenas uma existência corpórea? A ressurreição também é um evento corpóreo. Jesus de Nazaré, nascido de mulher, gente de carne e ossos, morreu e ressuscitou ao terceiro dia. Sua tumba está vazia. A melhor notícia de todos os tempos é que Ele está vivo, derrotou a morte e é a fonte de nossa esperança: receberemos um corpo glorificado como Cristo recebeu (Lucas 24.34, 39-40).

Se Jesus ainda estivesse morto, não haveria perdão para os nossos pecados. Se Jesus ainda estivesse morto, não teríamos esperança em nossa ressurreição (1 Coríntios 15.17-18).

Haverá ressurreição na vinda de Jesus, a vida após a morte será uma realidade. Temos plena convicção que aqueles que morreram em Cristo serão ressuscitados para satisfação, paz e alegria eterna. Assim como aconteceu com Jesus de Nazaré também acontecerá com todos aqueles que nEle creem (1 Tessalonicenses 4.14).

Apesar de que o Arrebatamento da Igreja ocorrerá em velocidade extraordinária, Deus fará com que os justos que estiverem mortos sejam arrebatados antes que os justos que estiverem vivos sejam transformados (1 Coríntios 15.42-44; 50-56; Filipenses 3.20-21; 1 Tessalonicenses 4.15-16).

Nesta ocasião festiva, o corpo dos salvos que estão na sepultura, ainda que em estado de pó, decrépito, carbonizado, desfeitos por dentes afiados de peixes ou feras serão trazidos à existência pelo poder de Deus, que vivifica os mortos e convoca as coisas que não são para que venham a existir (Romanos 4.17).  O corpo ressuscitado será de natureza diferente deste corpo carnal e terreno em que vivemos hoje. A natureza do novo corpo será glorificado (1 João 3.2; 1 Coríntios 15.35-44; 50-56).

Os justos serão ressuscitados no último dia (João 6.39, 40, 44, 54),  Todos os que estão na sepultura sairão, bons e maus. Haverá a ressurreição de justos como de perversos (João 5.28-29; Atos 24.15).

Conclusão

É importante lembrar que existem apenas duas espécies de pessoas hoje no mundo, os crentes que fazem a vontade de Deus e os incrédulos que não a fazem. A Segunda Vinda de Cristo afetará cada grupo de maneiras diferentes. Na primeira fase, levará quem o recebeu como Senhor e Salvador ao lar celestial. Você já obedeceu a Deus em seu coração, entregando sua vida a Jesus? Se ainda não o fez, por que não fazê-lo, agora? As Escrituras, a história e a lógica humana clamam aos homens para que aceitem a Jesus Cristo como Filho de Deus, que morreu pelos nossos pecados, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia (1 Corintios 15.3, 4). Se você crê que Ele é Filho de Deus, não terá dificuldade no momento de seu retorno. Se ainda não o conhece como o único Salvador, sugiro que se esforce para conhecê-lo.

O cristão não é chamado por Cristo para permanecer aqui na terra, a pátria de quem segue a Jesus está lá no alto. Então, cada cristão precisa estar sempre íntegro quanto à disposição de seu coração de acreditar que o Arrebatamento da Igreja é uma realidade. E, integro também para a hipótese de falecer antes do Arrebatamento, pois os fiéis serão ressuscitados para estar eternamente juntos com Deus e com todos os salvos nas mansões celestiais.

E.A.G.

Atualizado em 14 de dezembro de 2018, 00h55.

Compilações:

As Grandes Doutrinas da Bíblia, Raimundo de Oliveira, páginas 190 a 199, 201, 204 a 206, edição 1987, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus).
Deus Esvaziará a Terra, Walter Santos, páginas 82 e 83, edição novembro de 1982, Rondonópolis/MT (M.D. Navarro G. Editora e Publicidade).

Escola Bíblica de Obreiros - 64ª EBO: Edificando Nossa Cada, Escatologia, Gerson Filitto Sobrinho, página 40, 19 de setembro a 4 de outubro de 2010, Belenzinho, São Paulo/SP (Igreja Assembleia de Deus em São Paulo).
Lições da Palavra de Deus - Grandes Temas do Apocalipse - Uma Perspectiva Profética Impressionante dos últimos Tempos. Lição 2: O Arrebatamento dos Salvos. Joá Caetano, ano 14, número 53, 1º trimestre de 2018, páginas 16 a 18, Taquara, Rio de Janeiro/RJ (Editora Central Gospel).
O Começo do Fim, Tim LaHaye, página 9, 10, 20, 172, edição 1982, São Paulo/SP (Editora Vida).
O Tema da Bíblia - Um Estudo Sobre o Plano da Redenção, FerrelL Jenkins, página 17, 2ª edição ano 2000, São Paulo/SP (Dennis Allan).