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quinta-feira, 18 de abril de 2019

O Altar do Holocausto

INTRODUÇÃO

Moisés recebeu a Lei no cume do Monte Sinai, definição grega para a montanha que os judeus chamam de Horebe e os árabes nomeiam como Montanha de Moisés (Jebel Musa). Quando os hebreus rejeitaram a Deus e adoraram o bezerro de ouro no deserto, Moisés se irou e despedaçou as tábuas de pedra que estavam gravados os Dez Mandamentos. Depois que o povo se arrependeu, Moisés voltou ao topo do Horebe novamente para interceder pelos israelitas, quando Deus renovou a aliança com Israel, deu-lhe uma cópia da Lei e os convidou a ofertar materiais para construir o Tabernáculo. Então, os israelitas deram ouro, prata, cobre, pedras preciosas, joias, lã, tecidos, peles de animais etc. Eles deram tantas coisas que Moisés teve que avisar que não era mais necessário contribuir. 

Os israelitas construíram o Tabernáculo como Deus havia solicitado. Do lado de fora do Tabernáculo ficava o Pátio. Ali havia uma bacia de cobre e um grande altar. Do lado de dentro, ficava uma cortina que dividia o Tabernáculo em dois ambientes. Uma parte se chamava Santo e a outra Santo dos Santos (ou Santíssimo). Dentro do Santo ficava o candelabro de ouro e uma mesa e um altar. E dentro do Santo dos Santos ficava a Arca da Aliança, que era uma caixa feita de madeira e de ouro. O que significa uma aliança? É um pacto, uma promessa especial de paz.

O Tabernáculo e todos os seus utensílios, principalmente a Arca, servia para lembrar os israelitas que eles tinham prometido adorar a Deus e que Deus os abençoaria se permanecessem fiéis ao pacto de adorá-lo como único Deus verdadeiro.

EBD - Escola Bíblica Dominical - Tabernáculo: Símbolo da Obra Redentora de Cristo - 2º trimestre de 2019 | Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br
I. O ALTAR DO HOLOCAUSTO

O termo "holocausto" tem sua origem no idioma hebraico, significa "ascendente", ou "aquilo que sobe". A oferta era consumida pelo fogo, a fumaça do holocausto exalava um cheiro especial que subia para os ares.

1. O Altar do Holocausto (Êxodo 27.1-8; 38.1-7).

O "altar dos holocaustos" era também chamado apenas de "altar", o lugar onde os animais eram imolados em sacrifício para fazer expiação. O sangue vicário do sacrifício era posto nas pontas do altar e derramado à sua base.

O Altar de Bronze (cobre) era o primeiro objeto que se via ao entrar pela Porta do Pátio. Ele fazia parte da liturgia de adoração do povo de Israel e ficava situado fora do santuário, ao ar livre dentro do Pátio, com o objetivo de oferecer sacrifícios a Deus e alcançar o perdão dos pecados. A posição do Altar, que ocupava o primeiro lugar dentro do recinto, indicava que, para chegar-se a Deus no Santuário, os direitos e demandas da perfeita justiça divina precisam ser satisfeitas.

Nesse Altar eram oferecidos holocaustos, que eram ofertas voluntárias que tinham por objetivo alcançar o favor de Deus. O animal era imolado fora do Pátio. Depois de tiradas suas vísceras e a su pele, o animal limpo era trazido e colocado sobre o altar.

2. O modelo do Altar e seus materiais.

O Altar era mais sofisticado do que os altares improvisados ​​usados ​​anteriormente pelos patriarcas. Tinha acabamento em chapas de madeira de acácia, que é bastante resistente à carbonização. Não era ao acaso a escolha do revestimento de placas de bronze por dentro e por fora. Metal precioso, o bronze é um condutor de calor em nível muito baixo, diferente do ouro e da prata cuja condutividade de temperatura alta é muita mais intensidade. Portanto, o bronze é o metal mais apropriado para o ambiente de sacrifícios com fogo. As chapas metálicas protegiam a madeira do calor.

O altar era portátil e leve o suficiente para ser carregado. Tinha anéis ligados a suas extremidades para facilitar a mobilidade. Cajados ou varas cobertas de bronze eram passados ​​pelos anéis, afixados a cada canto para que pudesse ser erguido e transportado quando os israelitas se punham à peregrinação pelo deserto.

A estrutura desse altar era quadrada, com dois metros e cinco centímetros de altura e dois metros e vinte e cinco de lado. Um altar com dimensões pequenas quando comparado com o altar imenso do templo de Salomão, construído séculos mais tarde, que tinha 10 metros de lado por 5 de metros de altura (2 Crônicas 4.1).

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II. AS QUATRO PONTAS (CHIFRES DO ALTAR E O SENTIDO DE REDENÇÃO 

Existem simbolismos importantes no modelo estrutural do Altar do Holocausto. Sua representação indica o caminho da salvação para o pecador; os chifres do Altar indicam um símbolo de poder, autoridade e proteção; as quatro pontas do altar trazem um significado de propiciação, substituição, reconciliação e redenção.

1. As Quatro Pontas e a Propiciação. 

Literalmente, Propiciatório significa Lugar da Expiação e referia-se ao trono de Deus entre os querubins. Recebeu este nome porque era o local onde Deus se manifestava para o propósito da expiação (Isaías 6).

O evento da propiciação consistia no objetivo de apaziguar a ira de Deus, a fim de que a sua justiça e a santidade fossem satisfeitas e proporcionassem um perdão eficaz ao pecador.

As pontas tinham formato de chifres, como era comum á maioria dos altares antigos. Tais chifres podem ter representado, no passado, os chifres dos animais oferecidos em sacrifício. Mais tarde passaram a ter a útil função de ganchos aos quais os sacrifícios podiam ser amarrados (Salmos 118.27), ou aos quais criminosos involuntários se agarrassem. 

Uma vez que o altar era "um santuário", uma "cidade refúgio" em miniatura, o réu podia se agarrar a esses chifres, fazendo de si mesmo um sacrifício vivo, devotado ao Todo Poderosos, e assim receber a sua proteção. O Livro de 1 Reis cita dois casos sobre isso: Adonias (1.50), filho de Davi, não aceitando que Salomão sucedesse o pai no trono e percebendo que poderia morrer por cometer traição "pegou das pontas do altar". Joabe (2.28), ao apoiar a rebelião de Adonias, que também percebeu que poderia morrer por cometer traição, "pegou das pontas do altar".

2. As Quatro Pontas e a Substituição.

O altar foi o único lugar onde Deus encontrava-se com o povo de Israel para reconciliação. Um animal limpo e sem defeito era oferecido ali em substituição ao pecador. Por causa da regularidade e frequência com que aconteciam sacrifícios de holocaustos, eles eram chamados de "holocausto contínuo" (Êxodo 29.42). O holocausto sacrificado era totalmente queimado no holocausto, e o cheiro da gordura queimada sobre o altar exalava um cheiro que agradava a Deus; era um "cheiro suave, uma oferta queimada Todo Poderoso (Êxodo 29.18). No Novo Testamento, Jesus Cristo é o Cordeiro substituto que deu a sua vida pelos pecadores de todo o mundo. Ele entregou-se por nós em sacrifício a Deus, fez de si mesmo a oferta pelo pecado, e o seu sangue é o que nos purifica de todo pecado (Efésios 5.2; João 3.16; 1 João 1.7).

O texto em Levítico 16.5-6 fala sobre o Dia da Expiação, o objetivo deste dia e a sua importância na história de Israel. Apesar de haver sacrifícios diários pelo perdão dos pecados, todo israelita sabia que havia a data específica para isso (Levítico 23.27). Neste dia, o sacerdote entreva no lugar santíssimo para fazer expiação pela nação israelita.

A "expiação" é a maneira pela qual Deus providencia o perdão e a reparação do pecado humano por meio de um ato redentor. E todos os atos realizados pelo sumo sacerdote no Dia da Expiação eram apenas uma sombra da expiação definitiva que Cristo realizava em prol de toda a humanidade por meio de sua morte redentora.

Antes de todas as etapas que o sumo sacerdote deveria realizar, ele deveria fazer expiação por si mesmo e por usa família. Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote perfeito e eterno cumpriu todos os atos redentores requerido no Dia da Expiação, ao realizar a mais perfeita e definitiva expiação de todos os nossos pecados (Efésios 1.7; Colossenses 1.13-14; Apocalipse 1.5). Só Jesus Cristo não precisou fazer expiação por si mesmo, pois Ele nunca pecou. Ele fez expiação pelo pecado do povo (Levíticos 16.6; 1 Pedro 2.22; Hebreus 7.22, 27).

3. As Quatro Pontas e a Reconciliação. 

Êxodo 29.1-37 revela o processo de inserção de Arão e seus filhos na obra do sacerdócio. Estes homens, escolhidos para começar o ministério na Tenda da Congregação não poderiam ingressar no ofício sem que Moisés conduzisse uma investidura cerimonial de sete dias, para que estivessem consagrados a Deus (Êxodo 29.4-35; Levítico 8.1-36). A cerimônia consistia em lavagem cerimonial, a colocação de vestes sagradas, unção, oferecimento de sacrifícios em favor deles, cobri-los e aspergi-los, servir a eles como refeição um carneiro consagrado (Levíticos 29.31-33).

As vestes sacerdotais eram compostas de sete peças principais e acompanhadas de outros enfeites (Êxodo 28.4, 42). Em Zacarias 3.1-5, o profeta descreve a importância de os servos de Deus se apresentarem com roupas apropriadas. É necessário aos que exercem papel de liderança religiosa vestirem trajes adequados para ministrar diante do Senhor e de estarem revestidos com vestimentas espirituais apropriadas para não darem motivos ao adversário os acusarem.

4. As Quatro Pontas e a Redenção.

Para pagar os seus pecados, o adorador levava ao sacerdote, voluntariamente, um animal sem defeito, impondo-lhe a mão na cabeça, para manifestar identificação com ele. Depois disso, o sacerdote passava a sacrificar o animal e a queimá-lo por completo, símbolo de dedicação total da pessoa de Deus (Levítico 1).

Em Hebreus 10.12, encontramos a narrativa que faz uma menção especial ao fato de Jesus se "assentar" depois de concluir seus deveres sacerdotais. Os sacerdotes judeus nunca se sentavam; o Tabernáculo e o Templo não tinham assentos. Eles realizavam seu trabalho em pé, um símbolo de que a obra nunca estava terminada. Mas Cristo, tendo finalizado o trabalho de sacerdote em definitivo, por realizar de maneira conclusiva a missão redentora em favor da Humanidade, "assentou-se".

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III. O ALTAR DO HOLOCAUSTO É UMA IMAGEM DO CALVÁRIO

O Altar do Holocausto remonta o sacrifício, a punição do pecado e o lugar da esperança. Isto é, remete ao pecador e sua decisão, como este pecador usará o livre arbítrio. Rejeitará ou aceitará o Cordeiro de Deus, como seu Salvador e Senhor?

1. O lugar do sacrifício. 

A Lei mosaica prescrevia cinco categorias de sacrifícios:
• Holocaustos: ofertas queimadas. Levítico 1.6, 8-13; 8.18-21; 16.24.
Elementos sem defeito. Boi, cordeiro ou ave do sexo masculino (rola ou pombinho para o pobre). 
Finalidade: Ato voluntário de adoração; fazer a expiação de pecado por ignorância em geral; manifestação de total devoção, de compromisso e de completa submissão a Deus.
• As ofertas de grãos ou manjares. Levítico 2; 6.14-23.
Elementos: Flor de farinha, azeite de oliva, incenso, bolos ou obreias (cozidos, assados ou fritos; nada de fermento ou mel), sal. Acompanhava os holocaustos e as ofertas pacíficas, junto com uma libação.
Finalidade: Expressar uma petição individual para que Deus concedesse as bênçãos da aliança, e ato voluntário de adoração em reconhecimento da bondade e da providência de Deus; também representavam a dedicação a Deus dos frutos do trabalho do homem e da mulher. 
• As ofertas de comunhão, às vezes chamadas de "ofertas pacíficas. Levítico 3; 7.11-34.
Elementos: Qualquer animal sem defeito do rebanho; variedade de pães.
Finalidade: Ato voluntário de adoração e expressão de gratidão e comunhão com Deus e o próximo, oferecimento em cumprimento de votos. Tal oferta era acompanhada de uma refeição comunitária, enfatizava a comunhão da aliança; tais ofertantes podiam comer da sua carne, sem sangue, mas não podiam consumir as suas vísceras.
• As ofertas pelo pecado ou ofertas de purificação. (Levítico 4.1-5, 13; e 6.24-30; e 8.14-17; e 16.3-22). 
Elemento: Novilho (no caso do sumo sacerdote e da congregação); bode (no caso do príncipe); cabra ou ovelha (no caso das pessoas do povo); rola ou pombinho (no caso do pobre); décima parte de uma efa de flor de farinha (no caso do muito pobre).
Finalidade: Expiação obrigatória para determinados pecados por ignorância; confissão de pecado; perdão de pecado; purificação da mácula. Faziam a expiação dos pecados involuntários, como os cometidos por negligência e também pela impureza ritual.
• As ofertas pela culpa ou ofertas de reparação. Levítico 5.14 a 6.17; 7.1-6. 
Elementos. Cordeiro ou carneiro.
Propósito: Expiação obrigatória para pecados intencionais cometidos contra "coisas santas" e os mandamentos de Deus. Pecados por ignorância que exigissem restituição; purificação de máculas. Nessas ofertas obrigatórias, estava implícito o aspecto da restituição com 20 por cento de multa. 
2. O lugar da punição do pecado.

O bronze, usado para revestimento do Altar, nas Escrituras está associado ao julgamento de Deus.
• Deuteronômio 28.23: Em consequência de desobediência, o céu de bronze estaria sobre as cabeças dos israelitas. 
• Números 21.9 revela que Moisés, sob a orientação de Deus, esculpiu uma serpente de bronze, para que os israelitas mordidos por cobra fossem curados de envenenamento, para que o efeito do veneno não os matasse bastava a eles olhar para ela. 
• Jó 6.12 e 41.27: Nestas porções bíblicas, o bronze está associado com uma firme resistência, em contraste com a fragilidade do corpo humano. 
Apocalipse 1.15. Na visão que João teve de Jesus glorificado, o apóstolo descreve os pés de Cristo reluzentes, como se fossem de bronze, refinado na fornalha e depois polido. 
3. O lugar da esperança. 

O Altar dos Holocaustos tinha o objetivo de realizar culto ao Deus único e verdadeiro, ao contrário de práticas pagãs que as nações gentias realizavam em colinas, a fim de aplacar a ira dos supostos deuses pagãos, durante sessão pagã conhecida como Altos e Lugares Altos. De modo geral, os israelitas eram proibidos por Deus de adorá-lo em locais que se praticava idolatria; havia a orientação para destruir as áreas preparadas para adoração aos falsos deuses, regiões em que povos gentios praticavam imoralidade sexual e faziam sacrifícios de crianças em rituais macabros a fim de aplacar a ira de deuses pagãos (Números 33.52). 

O Altar era o único lugar onde se podiam oferecer todos os sacrifícios a Deus. Ficava do lado leste do pátio, talvez a meio caminho entre a entrada do Tabernáculo (Êxodo 40.29). Lembrava os israelitas que só podiam se aproximar de Deus pelo lugar de sacrifício. Do mesmo modo como se tomava o sacrifício e colocava-o sobre o altar, Jesus também foi levantado, tipologicamente, no altar do Calvário para redimir a nossa alma (Levítico 1.8, 9; João 3.14, 15; 12.32, 33; Efésios 5.2).

No Altar, dentro do Tabernáculo, executavam-se os cultos ao Deus único e verdadeiro, eram oferecidos todos os dias de manhã e à tarde, o mais comum dos sacrifícios relatados no Antigo Testamento. Apesar de o Altar do Holocausto ser um lugar de sacrifício e punição do pecado, representa um local de esperança. Até os dias de hoje a figura do Altar simboliza disposição de Deus em haver reconciliação com o pecador, por meio do sacrifício vicário da mediação de Jesus Cristo, ao verter seu sangue no Calvário. 

Desde que o pecado rompeu a comunhão de Deus com a Humanidade, Deus tem procurado restaurar este relacionamento. Em certo sentido, a restauração já está concretizada através do ministério da reconciliação empregado por Jesus Cristo (2 Coríntios 5.19). Em outro sentido ainda não se concretizou, porque é necessário falar sobre o Plano da Salvação às almas que ainda não receberam o Cordeiro de Deus como Senhor e Salvador. Tudo é novo apenas para quem já está em Cristo; pois o pecador só é transformado em criatura agradável a Deus quando passa a ter direção e propósito inteiramente novos, deixa de olhar apenas para si e busca servir a Jesus com inteireza de coração (2 Coríntios 5.17, 19).

CONCLUSÃO

Antes de gozar da comunhão com Deus, o cristão deve passar pelo Altar do Holocausto, que é o lugar da manifestação da justiça e do amor divino? Não. Jesus Cristo, o nosso Sumo Sacerdote perfeito e terno cumpriu todos as ações redentoras exigidas, ao realizar a perfeita e conclusiva expiação pelos nossos pecados (Efésios 1.7; Colossenses 1.13-14; Apocalipse 1.5).

Em Hebreus 7.26-27, o escritor da Carta aos Hebreus afirma que Jesus Cristo, o nosso Sumo Sacerdote, que é "santo, imaculado, separado dos pecadores", que é mais sublime do que os céus, e que não precisava, como os sumos sacerdotes do judaísmo oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente pelos seus próprios pecados e depois pelo pecado do povo, é a propiciação pelos nossos pecados.

E.A.G.

Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br | www.cpad.com.br
Compilações:
O Tabernáculo. Símbolos da Obra Redentora de Cristo. Elienai Cabral. Capítulo 4: O Altar de Sacrifícios. 1ª Edição 2019. Bangu, Rio de Janeiro/RJ . Casa Publicadora das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD).
Bíblia de Estudo Vida. 1998, São Paulo-SP (Editora Vida).
Bíblia do Pregador Pentecostal. Erivaldo de Jesus Pinheiro, Edição 2016, Barueri/SP (Sociedade Bíblica do Brasil/SBB).
Bíblia de Estudo Arqueológica. 3ª reimpressão, agosto de 2014, Liberdade, São Paulo/SP (Editora Vida)
Bíblia Missionária de Estudo. Edição 2014. Barueri / SP (Sociedade Bíblica do Brasil/SBB).
Bíblia Sagrada com Enciclopédia Bíblica Ilustrada, Edição 2011, Barueri / SP (Sociedade Bíblica do Brasil/SBB).
Ensinador Cristão. Ano 20, número 78, Abril a Junho de 2019, Bangu, Rio de Janeiro/RJ . Casa Publicadora das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD).
Lições Bíblicas. Professor. Adultos. Elinaldo Renovato. O Tabernáculo, Símbolos da Obra Redentora de Cristo. Lição 4: O Altar do Holocausto. Abril a Junho de 2019. Bangu, Rio de Janeiro/RJ . Casa Publicadora das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD).
Êxodo. Introdução e Comentário - Série Cultura Bíblica. R. Alan Cole. Impressão 2011. Broklin Paulista. São Paulo/SP (Sociedade Religiosa Edições Vida Nova). 

domingo, 3 de junho de 2018

Descortinando o Santuário- uma reflexão sobre os efeitos da morte e ressurreição de Cristo

"E Jesus, clamando outra vez em alta voz, entregou o espírito. 51 Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes, de alto a baixo; a terra tremeu e as rochas se partiram; 52 os túmulos se abriram, e muitos corpos de santos já falecidos ressuscitaram; 53 e, saindo dos túmulos depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. 54 O centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava, ficaram possuídos de grande temor e disseram: Verdadeiramente este era o Filho de Deus" - Mateus 27.50-54.


A invisível presença de Deus

Neste momento de agonia de Jesus Cristo, onde estava Deus? O Todo Poderoso sempre esteve presente, esteve lá sem que fosse possível ser notado, estava além da grande cortina da eternidade.

O pecado de Adão foi o motivo que levou Deus a ocultar-se do homem. Antes de Adão e Eva sucumbirem à tentação ocorrida no Éden, diz a Bíblia, em Gênesis 3.8, que o casal ouvia a voz do Criador na viração do dia. A consequência devastadora da ação do pecado criou a separação da raça humana, criou a separação entre Deus e o homem, inclusive, com repercussão alcançando a eternidade.

Onde esteve Deus nos grandes momentos históricos? Ele se manteve atrás da grande cortina, porque é santo e abomina o pecado.

Amor correspondido

Algumas vezes essa grande cortina se abriu. Era Deus se revelando aos homens que lhe prestavam obediência:
1. O servo Abraão e sua fé..
No Monte Moriá, quando Abraão levanta o seu cutelo para sacrificar Isaque, a grande cortina se abre e Abraão ouve a voz de Deus. Abraão levanta seus olhos e vê atrás de si um cordeiro, amarrado pelos chifres entre os arbustos. Aquele animal apontava para o sacrifício do Filho do Altíssimo na cruz (Gênesis 22.10-13; João 1.29).
2. A chamada do servo Moisés.
Esta mesma cortina abriu-se diante de Moisés no sopé do monte Sinai. Ele estava no meio do fogo que incendiava a sarça, que não se queimava (Êxodo 3).
3. A chamada do servo Isaías.
No santuário em Jerusalém, Isaías (6.1-8) foi surpreendido por três visões. Simbolicamente, podemos dizer que o véu se abriu diante do profeta messiânico..
O propiciatório terrestre

No ritual judaico, no lugar Santo dos Santos, estava a grande cortina impedindo o homem de aproximar-se de Deus. Na ocasião da festa anual dos israelitas, apenas o sumo sacerdote tinha permissão para entrar no lugar Santo dos Santos, e ali oferecer sacrifícios pelos pecados do povo, borrifando sangue na tampa dourada da Arca da Aliança, denominada propiciatório (Êxodo 25.17-22; Levítico 16.5-19). A autoridade de Cristo, como intercessor da humanidade pecadora perante nosso Deus santo, é tipificada no propiciatório ensanguentado. Ali, naquele ritual reservado, com o propiciatório terrestre molhado de sangue de animais, estavam as figuras de dois querubins com suas asas abertas em direção da Arca, representando a presença da glória celeste na vida de toda pessoa cujo coração arrependeu-se de seus pecados e aceitou o sacrifício do Cordeiro de Deus em seu favor. 

Contudo, aquela cena do culto hebraico não era suficiente para rasgar a cortina, a divisória entre os homens e Deus permanecia.

No monte da transfiguração, Pedro, Tiago e João viram o rosto de Cristo brilhar como o sol e suas roupas em cor alva como a brancura da neve. Testemunharam naquela ocasião, a comunhão entre a criatura e o Criador, a conversa do  Mestre com os profetas Moisés e Elias. (Mateus 17.1-3).

O propiciatório divino

Na tarde de sexta-feira, na semana da Páscoa, quando Cristo brada pela última vez na cruz, o sacerdote ministrava no santuário, no Lugar Santo dos Santos. Naquele instante em que o Cordeiro de Deus expirou, o sumo sacerdote foi surpreendido pelo terremoto, que rasgou o grande véu do templo. Rasgou-se o véu, rasgadura começando do alto para baixo. O sangue do Cordeiro de Deus, imolado na cruz do Calvário deu acesso para o homem chegar-se a Deus.

Agora, o santuário está descortinado. Por esta razão o apóstolo Paulo escreveu: "Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados pelo sangue de Cristo. Porque ele é a nossa paz. De dois povos ele fez um só e, na sua carne, derrubou a parede de separação que estava no meio, a inimizade" - Efésios 2.13-14.

Na ilha de Patmos, João recebeu a revelação e teve a capacidade de ver Jesus andando entre os sete castiçais de ouro, que representam a Igreja (Apocalipse 1.20)..

Conclusão

"Portanto, aproximemo-nos do trono da graça com confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça para ajuda em momento oportuno" - Hebreus 4.16.

O crente em Cristo tem a possibilidade de estar na presença do Senhor, tem acesso direto ao Pai,por causa do efeito eficaz do derramamento de sangue de seu Filho Unigênito. Que haja em cada cristão o a disposição para  realizar sei exercício de fé, vontade de orar, fazer orações com a plena confiança que a porta está aberta e tem permissão para entrar no Santo dos Santos- não a réplica terrestre, mas o tabernáculo original, existente no plano espiritual.

Façamos isso reverentemente, com bastante regularidade de vezes. Pois Jesus, através de seu sacrifício perfeito, ao entregar o seu corpo como o Cordeiro sem pecados, abriu um novo e vivo caminho aos pecadores arrependidos. Aproximemos de Deus com confiança, pois houve o resultado positivo na morte vicária de Jesus na cruz; Ele venceu a morte ao ressuscitar.

Através do sacrifício de Jesus na cruz, Ele tem poder de nos justificar de todo pecado através de seu sangue (1 João 1.9).

E.A.G.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Sabedoria divina para a tomada de decisões

A crise familiar no reino de Davi, a busca de Sabedoria que Salomão desejou para reinar, e o uso desta sabedoria adquirida em favor do povo e para a construção do Templo, nos dá uma excelente lição à vida cristã em família e na igreja. Por meio desta história, sabemos que Deus nos concede sabedoria para vencermos as crises difíceis e inesperadas. Uma das definições da pessoa sábia: "O sábio não é aquele que sabe mais do que os outros; é aquele que descobre em Deus a fonte da sabedoria" - Pastor Elienai Cabral; - Pastor Elienai Cabral. Livro: O Deus de Toda Provisão - Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises; página 148 (CPAD).
Por Eliseu Antonio Gomes 

Introdução

Deus é a fonte de todo conhecimento e sabedoria. Deus deseja nos dar sabedoria para vivermos de modo que seu nome seja glorificado em nossas vidas. 

I. Crise familiar no reino davídico.

1. A velhice de Davi (1 Reis 1.1-4).

Davi obteve grandes sucessos como guerreiro de grandes batalhas e de ter expandido as fronteiras da nação israelita, mas não soube administrar bem sua família. Ao chegar à velhice, o seu reinado estava sem o governo pessoal, motivando a luta pelo trono.

Já muito idoso, Davi recebe os cuidados de Abisague, jovem sulamita.

Davi reinou por 40 anos e realizou um reinado de grandes conquistas para Israel (1025-985 a.C.). Ao chegar aos 70 anos de idade ficou enfermo. A enfermidade criou algumas crises no seu reino, com familiares e com homens da corte. No declínio momentâneo da realeza, o rei foi alvo de traição, mentira e ambição. Em meio ao estado frágil, foi informado de acontecimentos desagradáveis que estavam produzindo insegurança no trono de Israel. Então ele entendeu que era chegado o momento da sucessão, e resolveu indicar o próximo rei de Israel. Perto do dia de morrer, consagrou Salomão como seu sucessor ao trono.

É importante ter em mente que há a hora de encerrar uma carreira, o final é tão importante quanto o começo dela.

2. Bate-seba: a atitude de uma mãe em meio à crise.

Bate-seba, uma linda mulher, era filha de Eliã, viúva de Urias, um heteu, que havia se convertido ao Deus de Israel. Tanto o seu pai como o seu falecido marido, eram destacados no exército de Davi (2 Samuel 23.34, 39); Aitofel, o seu avô, era o famoso conselheiro do rei (2 Samuel 15.12, 31). Mas, Bate-Seba é mais lembrada pelos leitores da Bíblia pelo seu início de relacionamento com Davi, num encontro adúltero com o monarca (2 Samuel 11 e 12.1-25).

Bate-Seba trabalhou junto com Natã nos momentos que cercaram a morte do rei, seu então esposo Davi e pai de seu filho Salomão, para assegurar que a vontade de Davi, em ter Salomão como seu sucessor, fosse bem sucedida. Ela e o profeta impediram que Adonias usurpasse o trono. Com essa atitude da esposa, o velho e adoecido Davi demonstrou ainda gozar de lucidez para decidir a sucessão real e declarou, publicamente, Salomão como o novo rei de Israel. Sabendo da posse de Salomão, Adonias fugiu.

O nome de Bate-Seba, apesar do pecado sexual que ela cometeu, aparece na árvore genealógica de Jesus, numa demonstração clara de que Deus perdoa e esquece nossos erros quando pedimos seu perdão e nos arrependemos (Mateus 1.16).

3. Adonias e os valentes de Davi (1 Reis 1.15).

A história de Salomão começa com uma crise de sucessão no trono de Israel.

Adonias, era o quarto filho de Davi com Hagite (2 Samuel 3.4). O relato em 1 Reis 1.6 nos revela que Davi, como seu pai, não impunha limites em seu tempo de criança, não o contrariava em nada. A falta de disciplina causa sérias crises no relacionamento familiar. Portanto, discipline seus filhos com contundência e amor, enquanto são novos, sempre que necessário, para que ao crescerem não se tornem pessoas intolerantes e intoleráveis.

A diferença entre Adonias e Salomão era o fato de que a mente de Adonias estava voltada para si mesmo, era vaidoso, ambicioso, egoísta e gostava de ostentar pompa, sempre acompanhado de uma escolta de soldados do exército israelita montados em cavalos pomposos. Não tinha sensibilidade espiritual, por isso, quis tirar proveito da situação crítica para promover-se com traição. resolveu aproveitar a enfermidade do seu pai para apoderar-se do trono, armando uma tentativa de golpe político contra o próprio pai. Por sua vez, Salomão tinha índole de homem pacífico, era conciliador, inteligente, fiel aos conselhos do pai, e sendo assim deu continuidade a um reinado de prosperidade sob a bênção de Deus. .

Davi prolongou seu reinado além do tempo ideal, não soube discernir o momento certo de passar a coroa ao herdeiro do trono. Já havia perdido alguns filhos, e entre os que restaram estava Adonias, que era o quarto mais velho dos filhos vivos (2. Samuel 3.2-3). Quando Davi estava às portas da morte, vendo que o pai já não possuía boas condições de saúde para governar, este desejou sucedê-lo no trono, pois naquele tempo ele era o filho mais velho.

Adonias sentia-se com direito ao trono e entendeu que o mesmo pertencia a ele por direito, ao saber de que Davi tinha preferência por Salomão para assumir o trono, não respeitou a vontade do pai, criando grandes problemas em família e no reino. Acreditando que podia se declarar como o novo rei de imediato, reuniu carruagens, cavaleiros e cinquenta homens; recrutou a ajuda de Joabe, comandante dos exército de Abiatar, o sumo sacerdote. Porém, outros generais, sacerdotes, o profeta Natã e os gurda-costas de Davi se negaram a apoiá-lo. Ele fracassou em seu intento de reinar.

Reincidente no erro de conspiração, mais tarde, depois da morte do pai, quando Salomão já governava, e depois de haver recebido o perdão de Salomão no episódio da primeira tentativa de golpe de Estado, tramou novamente para obter o trono, achando que apoiado pela lei, poderia aspirar ao reino se viesse a casar-se com Abisague, a jovem sunamita que cuidou de Davi quando doente em seu leito. Salomão, percebendo o ardil, mandou matá-lo. (1 Reis 1.49-53; 2.25).

O efeito mais positivo do discipulado na nossa vida é o nosso esforço para, sinceramente, sermos sempre fiéis ao nosso cônjuge e a nossos filhos e irmãos, e conduzi-los num viver conforme a vontade de Deus, mediante o ensino acompanhado de bons exemplos

II. Salomão busca sabedoria para reinar.

1. O novo rei dedica holocaustos a Deus (1 Reis 3.4).

Dos quatro filhos que Davi teve em Jerusalém, Salomão foi o quarto filho. Dentre os reis de Israel, veio a ser o terceiro a reinar.

Ao nascer, Davi o chamou Salomão, que significa "o pacífico", da mesma raiz de "shalom", que significa "paz". Diz o texto bíblico que ao nascer "o Senhor o amou" (2 Samuel 5.14; 12.24-25). Filho de Davi e Bate-seba, embora um dos mais novos, ainda jovem foi escolhido para ser rei, motivando grande disputa entre os irmãos, principalmente Adonias.

Após o sepultamento de Davi, Salomão,  pela perspectiva humana um jovem inteligente, buscou ao Senhor para reinar em Israel. O texto bíblico diz que Salomão amava Deus e por este motivo, consciente de sua inexperiência, foi a um dos montes altos chamado Gibeão, uns 16 km a noroeste de Jerusalém, onde ficava a Arca da Aliança para oferecer holocaustos a Deus e receber dEle a sabedoria divina de que precisava. Neste lugar, com seu coração aberto a Deus em oração, numa das noites de preocupação com o reino e como administrá-lo bem, ele adormeceu. Durante o sono, Deus falou com Salomão em sonho. Nesta revelação, Salomão ouviu tudo que precisava ouvir, pois o sonho foi uma maneira especial de Deus comunicar-se com ele.

Diante da responsabilidade de governar o povo de Israel, naquele sonho, orando, Salomão pediu a Deus sabedoria para ter capacidade de reinar sendo um bom rei. Salomão não solicitou bens materiais ou a morte de seus inimigos. Ele pediu bom senso para guiar o seu povo de modo justo. Essa atitude humilde de Salomão agradou a Deus, que se dispôs a fazer muito mais do que o rei estava pedindo.

No tempo da invasão israelita contra Canaã, Gibeão era uma grande cidade habitada por heveus. Depois da queda de Jericó e Ai, temendo pela vida, seus habitantes enganaram Josué levando-o a estabelecer um pacto no qual eles seriam subordinados aos israelitas. Gibeão é o palco da grande providência de Deus, no episódio em que Josué, em socorro aos gibeonitas, travou batalha contra os reis amorreus. Ali, Deus enviou uma tempestade de pedras e fez com que o dia não terminasse enquanto Josué não derrotasse completamente seus inimigos . Na distribuição das terras, coube por sorte a posse ser para Benjamim, e foi separada para os levitas (Josué 9.7-10; 11.19; 19.25; 21.17)

2. Salomão pede sabedoria a Deus (1 Reis 3.5).

A atitude de Salomão, nessa primeira fase de sua vida, agradava ao Senhor. Empossado rei em meio a crises, ele era a melhor pessoa para administrar a crise do reino de modo temente a Deus. Era uma instabilidade que atingia não só a corte, mas todo o povo estava afetado pela insegurança daquele momento. Em quem confiar? Como fazer para gerenciar aquela situação e proporcionar a paz no coração e na vida do povo?

Antes de assumir o reino, subiu ao Monte Gibeão, onde permanecia o tabernáculo, construído por Moisés, para oferecer holocaustos a Deus. Ali, recebeu o comunicado divino que lhe oferecia tudo: riqueza, poder etc. Contudo, apesar da generosa oferta, pediu somente sabedoria. Como resposta, recebeu de Deus três promessas incondicionais e uma condicional. Incondicionalmente, foi garantido a Salomão não somente sabedoria, mas também muitas riquezas honra e poder; e, condicionalmente, uma vida longa "se andar nos meus caminhos" (1 Reis 3.10-14).

Assim, Salomão pôde governar o povo com muita sabedoria. Ele fez um excelente governo e seu nome ficou famoso graças  não somente à consolidação de um poderoso Estado, mas à sua religiosidade, provada pela decisão de construir o templo, idealizado por seu pai.

O povo brasileiro atravessa uma das piores crises econômicas do país. Em tempos de crise econômica o que você pediria, caso estivesse na mesma situação de Salomão? De nada adianta ter bens materiais e faltar sabedoria para administrá-los.

O melhor bem que podemos receber de Deus é a sabedoria. Peça a Deus sabedoria para ser capaz de conduzir sua vida sendo uma bênção ao próximo. Deus responde este tipo de oração, irá orientá-lo, concedendo-lhe uma estratégia adequada para seguir adiante dando passos bem-sucedidos. O Senhor não deixará faltar a provisão para você e sua família. Confie no Deus que tudo provê.

3. O desejo de construir um templo para Deus (1 Crônicas 22.1-5).

Ao longo de seu reinado, Davi acumulou muitas riquezas, visando ao sonho maior de sua vida que era disponibilizar ao povo de Israel um templo a Deus em Jerusalém, para assim estabelecer um lugar fixo para adoração a Deus. Fez tudo quanto pôde para realizar tornar realidade o seu projeto, juntou muito material de construção. Então, foi impedido por Deus de realizar tal edificação, através de uma profecia proferida por Natã, em razão do adultério cometido com Bate-seba, mulher de Urias, por planejar a morte deste, e por toda sua vida ter sido homem de guerra (1 Crônicas 22.8). Entretanto, Deus lhe garantiu que Salomão haveria de erigir o grande templo em seu lugar.

Apesar de impedido de pôr mãos à obra, Davi negociou com Hirã, rei de Tiro, o envio de madeiramento (cedros do Líbano), operários e artífices, para possibilitar a realização de seu sonho, sonho concluído por seu filho Salomão.

III. Sabedoria para edificar o templo.

1. Salomão faz aliança com Hirão (1 Reis 5.1-6).

O grande edifício não era apenas um capricho de Davi como rei. Existia a necessidade de congregar o povo num só lugar e a dificuldade do povo e do próprio rei para subir os montes, com a finalidade de sacrificar ao Senhor, especialmente em Gibeão (1 Reis 3.3-4). Essa dificuldade vinha desde os tempos dos juízes. Por isso, construir uma grande casa para Deus em lugar fixo era uma necessidade de todo o povo, além de manter a união das famílias e fortalecer o reino de Israel.

Com a finalidade de realizar tão importante obra, Salomão fortalece as relações com Tiro e faz contratos para materiais com os quais construirá o templo que seu pai desejava erguer. Para esse fim, convocou milhares de funcionários israelitas e, no quarto ano de reinado, começou a construção.

2. A construção do templo (1 Reis 5.7-12).

A planta do Templo e seus utensílios são modelados a partir do modelo que Deus deu a Moisés para um centro de adoração móvel. Os utensílios do Templo ainda que numa escala muito maior, tinham o mesmo significado espiritual que cada item correspondente no Tabernáculo.

A estrutura do templo recebeu  o que havia de melhor, mármore, madeira de cedro, foi ricamente adornado com cobertura de ouro e mobiliado com utensílios de ouro. O projeto de construção se estendeu por sete anos.

3. A arca da aliança

No templo, foi depositada a Arca da Aliança, baú construído por Moisés seguindo à instrução de Deus, para servir de receptáculo das Tábuas da Lei (Êxodo 25.10). A Arca estava no monte Gibeão e deveria ser trazida para Jerusalém e ser colocada no Santuário, no interior do do lugar Santíssimo. Salomão sabia, por experiência, que o utensílio mais importante no templo seria a presença da Arca da Aliança, Sabia que a presença da Arca produziria grande alegria no coração do povo, pois era o grande símbolo da aliança entre Deus e os israelitas e representava a presença do próprio Deus em Israel. A ausência da Arca significaria derrota espiritual e a não presença de Deus no meio do povo.

A presença da arca foi e ainda é considerado pelos judeus como o lugar da Divina Presença de Deus (shekinah, em hebraico). Após a destruição do templo construído por Salomão, não se tem notícia de sua localização, a não ser por sua representação simbólica.

Atualmente, não precisamos de uma Arca, ou algo parecido, para sinalizar a presença de Deus. Jesus Cristo prometeu e se faz presente onde estirem reunidos em seu nome duas ou três pessoas, e em número maior também. Além disso, o Senhor se faz presente pelo seu Espírito Santo, que habita o seu povo ( Mateus 18.20; 1 Coríntios 3.16).

Conclusão

A crise familiar no reino de Davi, a busca de Sabedoria que Salomão desejou para reinar, e o uso desta sabedoria adquirida em favor do povo e para a construção do Templo, nos dá uma excelente lição à vida cristã em família e na igreja. Por meio desta história, sabemos que Deus nos concede sabedoria para vencermos as crises difíceis e inesperadas.

Com frequência surgem conflitos entre pais e seus filhos adolescentes. Em virtudes desses momentos, pode surgir uma barreira de comunicação. Os pais acham difícil conversar com seus filhos. Eles atrasam as explicações sobre transformações cruciais, tanto físicas como mentais, especialmente nas áreas do sexo e da reprodução. Os pais intensificam o controle, e o adolescente luta ainda mais para obter independência. A fissura se abre, eles se tornam antagonistas. Para superar o problema, é importante colocar no ambiente do lar a ordem espiritual, pois em todas as situações a paz real só pode ser alcançada quando existe paz com Deus. Esta paz só é obtida quando há um relacionamento pessoal com Cristo. É importante que se toma a mesma decisão de Josué (24.15): "...escolhei hoje a quem sirvais... porém eu e minha casa serviremos ao Senhor".

O cristão deve exercer a vida cristã confiante nos recursos de Deus, disponíveis pela oração. Se preciso for, que se faça um concerto com Deus, para que haja disponibilidade para sabedoria que Ele oferece (Tiago 1.5) e a reivindicação  de sua ajuda para o desenvolvimento espiritual  apropriado de seus filhos ((Filipenses 4.6).

E.A.G.

Compilações:
A Bíblia de Estudo da Mulher Sábia, página 366, edição 2016, Várzea Paulista/SP (Casa Publicadora Paulista).
Billy Graham responde - um guia com respostas bíblicas para preocupações de nossos dias, Billy Graham, páginas 191 e 192, 3ª reimpressão 2014, Bangu, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - O Deus de toda Provisão, Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises, Elienai Cabral, 4º trimestre de 2016, páginas 83-88,  Bangu, Rio de Janeiro (CPAD). 
Minidicionário Bíblico, David Conrado Sabbag, páginas 19, 40, 113, 376. 1ª reimpressão (Difusão Cultural do Livro - DLC). 
O Deus de Toda Provisão - Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises, Elienai Cabral, páginas 136-143, 146, 1ª edição 2016, Bangu, Rio de Janeiro (CPAD). 
Quem é quem na Bíblia Sagrada - A história de todas as personagens da Bíblia, Paul Gardner, página 92, 19ª reimpressão2015, São Paulo/SP (Editora Vida). 

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domingo, 16 de outubro de 2016

A providência de Deus no Monte do Sacrifício


Por Eliseu Antonio Gomes

Os itens estruturais da história expostos em Gênesis 22.1-19, são: o cenário (versículo 1); a ordem divina (versículo 2); o ato de obediência (3-10); e a bênção resultante por obedecer (11-19).

Nós encontramos nesta passagem bíblica experiências extraordinárias. O relato alcança aos limites  mais extremos da certeza que o crente tem, de que Deus ao penhorar sua palavra é sempre fiel, mesmo quando dá ordens que parecem destruir a evidência de que suas promessas estão sendo cumpridas

O monte Moriá. Moriá é um nome que possui poucas ocorrências no Antigo Testamento. As referências bíblicas, são as seguintes: Gênesis, capítulo 22: 2 Samuel 24.18-25; e, 2 Crônicas 3.1-2. Tais referências apresentam a prova fé de Abraão, situa o lugar em que estava localizada a eira de Ornã, o jebuseu, e aponta a localidade onde Deus apareceu a Davi, e esta mesma área especificada como o lugar em que houve a construção do Templo de Salomão.

A obediência de Abraão e a provisão no monte Moriá. "Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui! Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei. Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado" - Gênesis 22.1-3 (ARA).

Para a maioria dos leitores do Antigo Testamento, o relato de que Deus ordenou a Abraão que levasse seu filho, Isaque, à região de Moriá e que ali o oferecesse como oferta queimada sobre uma das colinas, é uma situação difícil de se pensar.

A tradução "tentou" (versículo 1, na Almeida Revista e Corrigida) cria desorientação, pois tal expressão induz para um pensamento negativo, trazendo à tona as perguntas: Deus estava estimulando Abraão a praticar pecado? Deus desejava provocar mágoa e tristeza no coração do patriarca?

A palavra hebraica, traduzida ao idioma português como "tentou" é "nissah", que significa “colocar em prova”. Neste episódio de Abraão e Isaque no monte Moriá, Deus testava a lealdade espiritual de Abraão, ao apontar para a vida física de Isaque, a quem o patriarca tanto amava.

Com certeza a caminhada rumo ao holocausto foi tensa para Abraão, ele percorreu três dias de viagem, quilômetros após quilômetros carregando um vaso que continha brasas para o fogo do holocausto e conduzindo o animal de carga que levava a lenha.

O apóstolo Paulo, escrevendo aos crentes da igreja em Corinto, declarou que Deus não permite que o cristãos sofra tentação maior do que a sua capacidade de suportá-la. Deus nos ama e por cauda deste amor, nos protege (1 Coríntios 10.13).

Um altar é erguido no monte do sacrifício. "Tomou Abraão a lenha do holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho; ele, porém, levava nas mãos o fogo e o cutelo. Assim, caminhavam ambos juntos" - Gênesis 22.6 (ARA).

Havia aspectos desta situação que eram racionalmente inexplicáveis. Uma comunidade pagã justificaria o sacrifício humano dizendo que a vida dos sacrificados servia para fortalecer os deuses da comunidade em tempos de adversidade severa. Mas não havia semelhante adversidade na vida de Abraão ou do seu clã.

A obediência de Isaque e a provisão no monte do sacrifício. "Chegaram ao lugar que Deus lhe havia designado; ali edificou Abraão um altar, sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque, seu filho, e o deitou no altar, em cima da lenha; e, estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho" - Gênesis 22.9-10 (ARA).

Os leitores da Bíblia são pegos pela grande agonia de Abraão, que silenciosamente deixa o acampamento, sem revelar para a mãe de Isaque, gerado em sua extrema velhice, a ordem que recebeu da parte de Deus. Como um ato assim contribuiria para o bem-estar mental e emocional de Sara? Também, seria muito difícil dizer sobre isso aos seus servos. Com certeza, por estes motivos, Abraão seguiu ao monte Moriá sem contar a ninguém o motivo da viagem.

Matar Isaque não seria de nenhum proveito óbvio para a vida de Abraão, do rapaz ou da vida coletiva do clã que o patriarca liderava. Inclusive, tal sacrifício contradizia as promessas de Deus. A base lógica do atentado não seria entendida facilmente pelos outros, pois tal ordem não refletia a natureza moral do Deus de Abraão.

O cordeiro substituto no monte do sacrifício. "Mas do céu lhe bradou o Anjo do SENHOR: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui! Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho. Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho" - Gênesis 22.13, 14 (ARA).

A dor e a fé de Abraão são indescritíveis. Sem explicar o que ocorria, ele foi capaz de dizer aos seus servos: "Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós". Em seguida, ao ouvir a pergunta de Isaque: "Onde está o cordeiro para o holocausto?", manteve-se firme em sua fé e pôde responder: "Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto" (versículos 5, 7).

Quando os detalhes da construção do altar estavam meticulosamente realizados, os pulsos e tornozelos de Isaque amarrados, então Isaque foi posto sobre a pira. Quais eram os pensamentos amedrontados do rapaz, no iminente  ato final de seu pai, ao apanhar o cutelo, a faca do sacrifício, erguer o braço, pronto para desferir o golpe fatal? (Versículo 10).

"Quando é que Deus vai providenciar um cordeiro?" - talvez tenham perguntado para si mesmos. O sofrimento de entrega sincera de Abraão se desmanchou em alívio ao ouvir o brado do Senhor pedindo-lhe que não sacrificasse Isaque.

A bênção de Deus no monte do sacrifício. "Então, do céu bradou pela segunda vez o Anjo do SENHOR a Abraão e disse: Jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho, que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia na praia do mar; a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos, nela serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz" - Gênesis 22.15-18.

Para Abraão, após sua prova de fé e a providencial intervenção divina em seu favor e de seu filho, o monte Moriá passou a ser considerado um novo lugar. Honrando a manifestação da graça de Deus na hora da provação, o patriarca mudou o nome lugar, passando a chamá-lo de Jeová-Jiré, que significa “o Senhor vê e proverá" (versículo 14).

Com certeza, a volta de Abraão e Isaque para casa foi bem diferente da viagem rumo ao monte!

A fé do patriarca, as provisões de Deus no monte Moriá e na cruz do calvário. "Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque; estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas, a quem se tinha dito: Em Isaque será chamada a tua descendência; porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o recobrou" - Hebreus 11.17-19.

Abraão enfrentou a ameaça devastadora da morte de Isaque e venceu seu poder pela confiança plena na integridade de Deus. O escritor da Carta aos Hebreus nos revela que o patriarca, impulsionado por uma fé gigantesca no Deus de toda provisão, dentro de seu coração alimentava a esperança da ressurreição de seu filho, caso seu filho fosse sacrificado.

Neste episódio de Abraão e Isaque no monte Moriá, Deus demonstrou claramente que o que Ele realmente desejava era observar a inteireza de coração do patriarca, e a rendição às suas ordens, e não o derramamento de sangue humano. E por causa desse desejo, Deus enviou Jesus Cristo, como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas receba a vida eterna; e desde então. toda pessoa que invocar o nome do Senhor tem condições de ser salva (João 1.29; 3-16; Romanos 10.12-13).

A vida em Cristo Jesus. O grande compromisso da vida cristã feliz encontra-se em submeter-se inteiramente a Deus. O crente está sob solene obrigação para com seu Deus, para com seu próximo e para consigo mesmo.

• Para com Deus por causa das obras divinas na criação e na redenção;
• Para com o seu próximo porque, sem Cristo, aquele vizinho perecerá eternamente, se não evangelizado;
• Para consigo mesmo porque um dia todos comparecerão diante do Tribunal de Cristo e a vida de todos serão passadas em revista. 

Portanto, cabe ao crente atender sua tríplice responsabilidade da melhor maneira possível Se viver exclusivamente para si mesmo, ele será miserável nesta vida e sofrerá prejuízo na próxima. Mas se viver para o bem geral do seu vizinho, anunciando o Evangelho, terá realizado uma bondade real porque o que os homens realmente precisam é de Cristo e sem Ele perecerão eternamente.

Conclusão

Quando o crente entrega a sua vida inteiramente ao Senhor, age da melhor maneira possível que alguém possa agir, pois a sua pessoa, que ama a Deus acima de tudo, ajudará necessariamente a humanidade por meio da proclamação do Evangelho e estará, consequentemente, antes de servir ao próximo, serve aos seus próprios interesses. Isto é assim pelo fato de que ao servir com fidelidade a Deus, simultaneamente semeia sua felicidade no presente e conquista os seus galardões no futuro.

O grande segredo de uma vida cristã feliz encontra-se na disposição de obedecer a Deus, tal qual fez o patriarca Abraão.

E.A.G.

Compilações:
Comentário Bíblico Beacon, Gênesis a Deuteronômio, volume I, página 72-73, 4ª impressão 2012, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - O Deus de toda Provisão, Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises, Elienai Cabral, 4º trimestre de 2016, páginas 33, Rio de Janeiro (CPAD). 
O Novo Dicionário da Bíblia, volume página 1073, 4ª edição 1981, São Paulo (Edições Vida Nova).
Pensa no teu futuro, William MacDonald, página 41, 2ª edição brasileira 2005, Ourinhos / SP (Edições Cristãs).

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A Parábola da Figueira e a profecia relacionada com a volta de Cristo

Monte Megido
Por Eliseu Antonio Gomes

São quatro os grandes episódios registrados na Bíblia em que Cristo se encontra pessoalmente com a humanidade:

1. Na primeira, Ele se fez carne, na missão de Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. E morreu, ressuscitou e voltou ao céu.

2. A segunda vez ainda é uma promessa bíblica. O retorno de Jesus será invisível, quando não pisará o solo da terra. Ele virá para buscar a Igreja, quando os crentes serão extraordinariamente retirados desse mundo e juntos com o Espírito Santo irão ao céu. Este evento é chamado de Arrebatamento da Igreja. Acontecerá na mesma rapidez do abrir e fechar de olhos, em velocidade comparável ao mesmo tempo em que o relâmpago surge e desaparece no céu (ver: Lucas 17.24, 34, 35).

 3. E na terceira vez, Cristo retornará e "todo o olho o verá". Nesta circunstância Ele descerá e pisará na terra, outra vez fisicamente estará aqui em pessoa, e agirá como defensor dos judeus em plena batalha contra o Anticristo, que será travada no Armagedom/ Megido, e destruirá o Anticristo e as nações que se aliarem com o Anticristo para destruir Israel (Apocalipse 16.16; 20.1-3, 7-10).

4. O quarto episódio será o Dia do Julgamento Final, que não temos como dizer onde será realizado.

A parábola da figueira

"Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão" - Mateus 24.32-35.

Ao analisar as profecias bíblicas que ainda não se cumpriram ou se cumpriram parcialmente, entendo que devemos tomar muito cuidado, para não fazer interpretações erradas e assim incorrer no alerta de Jesus em Mateus 24.11: "surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos".

A Parábola da Figueira não apresenta data exata da volta de Cristo, apenas descreve fatos históricos e os indica como sinais. 

A figueira é reconhecida pelos intérpretes modernos da Bíblia como o estado de Israel, mas o que Jesus quis dizer com "quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas" (vers. 32)? Interpreta-se que essa frase pode ser vista como o reconhecimento do estado de Israel pela ONU, ocorrido em 1947, quando os judeus que estavam dispersos pelo mundo puderam voltar ao oriente-médio e passarem outra vez a viver como sociedade dentro de um espaço geográfico circuncidado por fronteiras respeitadas pela maior parte dos países do mundo e que podiam chamar esse espaço de “minha nação”, sendo este território o mesmo que Deus prometeu a Abraão.

A dispersão aconteceu no ano 70 d.C, quando Tito invadiu Jerusalém e destruiu o templo e provocou o grande massacre contra os judeus e os que não foram mortos fugiram da região e se estabeleceram em outros países. Tal fato foi profetizado por Cristo, e a profecia está registrada justamente em Mateus 24. Neste capítulo, Cristo explica que os sinais alertam para a iminência do seu retorno, sem, contudo, especificar o dia e a hora. 

É importante entender que a volta de Cristo anunciada através da parábola da figueira, será apenas aos judeus, com o objetivo de fazer justiça em favor dos judeus que o reconhecerem como o Messias, o Senhor virá para julgar todos os povos que se aliaram ao Anticristo com a intenção de destruir os judeus, e, também, para estabelecer o reino milenar aqui na terra, sendo Ele o Rei.

Quando Cristo vier para os judeus, os crentes já não estarão mais neste mundo, já terão sido levados ao céu no evento Arrebatamento da Igreja, e lá permanecerão eternamente. 

E.A.G.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Elias no monte Horebe - medo, desânimo ou depressão?

O ministério do profeta Elias é repleto de grandes milagres: orou e interrompeu o ciclo das chuvas; orou, e fez surgir fogo sobrenaturalmente; foi sustentado através de corvos e pela farinha multiplicada na panela da viúva e botija de azeite que não esvaziava, não morreu de fome; ressuscitou um rapaz; orou outra vez e os céus se abriram e voltou a chover.

Entretanto, ameaçado de morte pela perversa rainha Jezabel, Elias perece ter se esquecido do poder de Deus e foi para bem longe dos olhos de todos.

"E Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito, e como totalmente matara todos os profetas à espada. Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me façam os deuses, e outro tanto, se de certo amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles. O que vendo ele, se levantou e, para escapar com vida, se foi, e chegando a Berseba, que é de Judá, deixou ali o seu servo. Ele, porém, foi ao deserto, caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte, e disse: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais. E deitou-se, e dormiu debaixo do zimbro..." - 1 Reis 19.1-4, 5a.

Aparentemente desanimado, o profeta  ora e pede que Deus permita que ele deixe de viver, depois deita-se para descansar e dormir.

"...e eis que então um anjo o tocou, e lhe disse: Levanta-te, come. E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas, e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se. E o anjo do Senhor tornou segunda vez, e o tocou, e disse: Levanta-te e come, porque te será muito longo o caminho. Levantou-se, pois, e comeu e bebeu; e com a força daquela comida caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus. E ali entrou numa caverna e passou ali a noite; e eis que a palavra do Senhor veio a ele, e lhe disse: Que fazes aqui Elias? - 1 Reis 19.5b-9.

Ali, Elias tem suas forças renovadas, mas volta a deitar-se para dormir, então passa a ter uma comunicação extraordinária com o anjo do Senhor. Não está claro se esta experiência é ainda acordado. Seja através de um sonho ou não, Elias ingeriu o alimento que o anjo do Senhor lhe ofereceu e a ingestão da comida restabeleceu sua força física, pois teve disposição para empreender uma longa viagem. Dirigiu-se ao Monte Horebe, o mesmo local em que 500 anos antes Moisés havia orado pedindo que Deus o deixasse morrer.

"E ele disse: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei, e buscam a minha vida para ma tirarem. E Deus lhe disse: Sai para fora, e põe-te neste monte perante o Senhor. E eis que passava o Senhor, como também um grande e forte vento que fendia os montes e quebrava as penhas diante do Senhor; porém o Senhor não estava no vento; e depois do vento um terremoto; também o Senhor não estava no terremoto; E depois do terremoto um fogo; porém também o Senhor não estava no fogo; e depois do fogo uma voz mansa e delicada. E sucedeu que, ouvindo-a Elias, envolveu o seu rosto na sua capa, e saiu para fora, e pôs-se à entrada da caverna; e eis que veio a ele uma voz, que dizia: Que fazes aqui, Elias?" -  1 Reis 19.10-14.

No Monte Horebe, distrito montanhoso no centro do qual estava o monte Sinai, Elias dialoga com Deus como se fosse um tolo: gloria-se de seu zelo pelas coisas de Deus; demonstra acreditar ser o único homem piedoso de sua geração; demonstra medo; justifica sua fuga e motivo de esconder-se; ao invés de interceder pela nação, se queixa de Israel. Nesta conversa, o Senhor ensina-lhe uma grande lição sobre sua presença e poder. Mostra que não pretende interagir com o profeta através das forças da natureza, como as ventanias, abalos sísmicos e a destruição pelo fogo, mas pela brandura de uma brisa suave.

Podemos entender que Jesus Cristo está presente nesta conversa, pois disse: "Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas" - Mateus 11.29.

Deus ensina a Elias que não é correto prender-se ao passado, ordena-lhe que volte ao serviço profético e o ocupa com novos serviços futuros.

Tal qual o profeta no interior da caverna, em tempos de crise o cristão tem disponível o recinto de seu quarto à porta fechada, momento que recebe é possível desfrutar do isolamento para descansar, trocar as atividades deste mundo e estabelecer contato com a esfera espiritual, refletir, orar, receber  o consolo de Deus e a orientação para continuar a enfrentar todos os problemas deste mundo como servo fiel. Mas, o quarto não é o seu lugar permanente, é preciso abrir o coração ao encorajamento divino e sair do isolamento para enfrentar os reveses, sabendo que mesmo que não pareça, o Senhor está presente durante os momentos difíceis oferecendo proteção, comida e bebida.

E.A.G.

A Bíblia Explicada - S. E. McNair, página 126, edição 1997, Rio de Janeiro (CPAD)
Manual Bíblico Henry H. Halley, edição 1994, página 189, São Paulo (Edições Vida Nova).

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Gênesis, o primeiro livro da Bíblia Sagrada

Monte Aratat, Turquia. Acredita-se que a Arca de Noé esteja localizada nele.

Gênesis, palavra que quer dizer começo, é o nome do primeiro livro da Bíblia Sagrada, que descreve a criação detalhadamente.

Será que o mundo é eterno? Sempre existiu? Muitas pessoas creem que a natureza, o sol, a lua, as estrelas, inclusive os seres humanos, não tiveram um princípio; que há um ciclo inacabável de nascimento, vida, morte, que se repete constantemente. Acreditam que tal ciclo eterno jamais teve início e jamais terá fim. Sempre existiu e sempre existirá.

Gênesis apresenta a concepção, é o livro dos princípios e nos ensina algo diferente. Tudo, exatamente tudo teve seu começo. Ensina-nos que houve um tempo em que o mundo que conhecem não e vivemos não existia. Mas, antes de tudo, Deus, o originador e o fundamento da vida

O livro de Gênesis se divide em duas partes.

A primeira, do capítulo 1 ao 11, conta como Deus estabeleceu os elementos básicos pelos quais fez a obra de criação, salvação e juízo concernente ao pecado e rebelião humanos. Mostra como criou tudo o que existe, inclusive a raça humana. Encontram-se aqui as histórias de Adão e Eva, Caim e Abel, Noé e o Dilúvio, a construção da Torre de Babel.

Na segunda parte, do capítulo 12 ao 50, Deus inicia o plano da salvação com apenas um homem: Abraão.. Concebe um povo ao qual se revelará como Deus salvador e, por meio deste povo, com o passar do tempo, também se revelará a todos os povos da terra. Detalhes e mais detalhes vão se tornando evidentes à medida que o embrião toma forma. Sara, Isaque, Rebeca, Jacó e Esaú, Raquel, José e seus irmãos. Conta a história dos patriarcas hebreus, mostra que Jacó e seus doze filhos - que viveram por volta de 1900 a 1650 a. C. -  foram o começo das doze tribos de Israel. O livro termina com a história de José, um dos doze filhos de Jacó, que fez com que seus irmãos e o seu pai fossem morar no Egito, e ali o povo escolhido se multiplicaria enormemente.

O embrionário povo de Deus cresce como que no útero. A gravidez se desenvolve. A vida está obviamente se desenvolvendo naquele útero, porém, há, também, muita coisa que não está clara nem visível. O panorama histórico é vago, as nações vizinhas e seus costumes o encobriam, como uma espécie de névoa densa. Mas apesar disso a presença de vida divinamente concebida está lá chutando com força. É a criação, geração após geração!

A tradição atribui a autoria de Gênesis a Moisés, severo, obstinado, um mimado príncipe no Egito, um assassino procurado e fugitivo e ao mesmo tempo humilde homem que liderou um enorme grupo de famílias escravas para fora do Egito. Sendo hebreu acabou trabalhando para o Deus dos hebreus. Moisés registra em Gênesis suas raízes até a primeira família e mesmo até a fundação do planeta e da raça humana, para que todos saibam de onde vieram e para onde estão indo.

E.A.G.

A Mensagem - Bíblia em Linguagem Contemporânea, Eugene H. Petersen, página 17, 20-21, edição 2011, São Paulo, Editora Vida.
Bíblia Devocional de Estudo, página 31, edição 2000, São Paulo, Fecomex. 
Bíblia de Estudo de Avivamento e Renovação Espiritual, página 3, edição 2009, Barueri, Sociedade Bíblica do Brasil.

Artigo paralelo: O livro de Gênesis


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Jesus Cristo e o monte Gerizim

O poço de Jacó, ponto turístico no monte Gerizim
Nablus, Cisjordânia. 
"E será que, quando o SENHOR teu Deus te introduzir na terra, a que vais para possuí-la, então pronunciarás a bênção sobre o monte Gerizim, e a maldição sobre o monte Ebal." - Deuteronômio 11:29.

Os montes Gerizim e Ebal, situados na serra de Efraim, Palestina, são considerados gêmeos, são muito semelhantes em altura e formas. Na topografia de Israel, ocupam posições estratégicas de defesa. Estão próximos um do outro, separados por um profundo vale onde foi edificada a cidade de Siquém, a moderna Nablus (Juízes 9.7).

Ambos foram usados como símbolos da escolha entre o bem e o mal, entre ser obediente e desobediente ao Senhor. Antes de apresentar as leis e mandamentos a que os israelitas deveriam obedecer, Moisés ordenou que assim que o povo tivesse atravessado o rio Jordão, se dirigisse a Siquem e naquele local se dividisse em dois grupos, cada um composto de seis tribos, e fossem um grupo para o Gerizim e outro para o Ebal. Aqueles que estivessem no Gerizim deveriam proclamar as bênçãos de Deus aos israelitas que observassem com fidelidade as leis do Senhor, enquanto que aqueles que estivessem sobre o Ebal deveriam proferir maldições aos infiéis (Deuteronômio 11.29; 27.11-13; Josué 8.30-31).

O monte Ebal

Ebal, no idioma hebraico é "descoberto", "pedra". Considerado célebre, tem 900 metros de altura, fica a mais de mil metros acima do Mediterrâneo, está ao norte do vale de Siquém. É desprovido de vegetação tem solo aridificado e com muitas escarpas.

O primeiro grande altar foi construído nele (Deuteronômio 27.2-8). Ali foi erigido um memorial em pedras para recordar a chegada dos israelitas na terra prometida depois da vitória sobre as cidades de Jericó e Ai. Os samaritados sustaram a versão que este memorial foi feito no monte Gerizim.

O monte Gerizim

Gerizim, em hebraico significa "terra estéril", embora se encontre paisagem verde. Um monte de 869 metros acima do nível do mar. mais ao sul do vale de Siquém, defronte do monte Ebal, que faz sombra para a moderna aldeia Nablus, na Cisjordânia.

Por ter sido o local onde ocorreu os pronunciamentos de bênçãos, é conhecido como o Monte da Bênção. Neste monte foram abertas muitas cisternas para captação de águas das chuvas. Segundo tradição samaritana, diz-se que Abraão teria entregue o dízimo para Mequisedeque neste lugar, e que foi ali que Abraão sacrificaria Isaque, apesar de Gênesis 22.2 apontar como certo o monte Moriá..

Jotão pronunciou seu apólogo do cume deste monte. E dessa engenhosa maneira incitou Israel a lutar contra o usurpador Alimeleque. Uma saliência, a meio caminho do topo, ganhou o nome de Púlpito de João por conta dessa ocorrência.

Os samaritanos, povo miscigenado através da migração de babilônicos, descendentes das tribos de Manassés e Efraim, circularam bastante por esta região. A mistura de povos provocou sincretismo religioso e causou guerras contra Israel. Moedas encontradas em Nablus apresentam a figura de uma escadaria que conduzia adoradores a um templo dedicado a Júpiter no topo do Gerizim.

Ali contou-se a parábola de Jotão aos homens de Siquém (Juízes 9.7).

O monte foi venerado pelos samaritanos - que aceitavam apenas Moisés como profeta. O templo samaritano localizava-se neste mesmo monte. Após o exílio babilônico, por volta do ano 400 a.C, foi construído no monte Gerizim o templo de Sambalate, com objetivo de centralizar o culto judaico no local, depois que o genro foi expulso pelo governo persa. O objetivo da construção era tirar a glória do templo reconstruído por Neemias e Esdras em Jerusalém. Segundo o historiador Flávio Josefo, era uma réplica do templo de Israel. E por este motivo os judeus entraram em guerra contra eles e quase os eliminaram.

O templo dos samaritanos foi destruído por João Hircano. aproximadamente em 129 a.C..

No tempo de Antioco IV, o monte Gerizim tornou-se centro político e de culto. Descobertas arqueológicas fez com quem se soubesse que era uma construção suntuosa. A mulher samaritana fez alusão a esse templo ao conversar com Jesus. Na beira do poço de Jacó, ela perguntou para Cristo qual era o lugar correto para adorar a Deus, se no templo em Jerusalém ou no templo situado no monte Gerizim. Jesus respondeu que não era em nenhum dos dois, pois Deus procura adoradores que o adorem em espírito e não fisicamente. (João 4.20).

Ainda nos dias de hoje o monte Gerizim é endereço de culto. os remanescentes dos samaritanos celebram ali a Festa dos Tabernáculos, da Páscoa e do Pentecostes. O nome atual do monte é Jebel et-Tor.

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Geografia Bíblica, Claudionor de Andrade, edição de 1987 (CPAD).

Minidicionário Bíblico, David Conrad Sabbag, edição 2008 (Difusão Cultural do Livro).

Dicionário Bíblico Universal, A.R. Buckland & Lukyn Willians, maio de 2007 (Editora Vida).

O Novo Dicionário da Bíblia - volumes I e II, 4ª edição, 1983 (Edições Vida Nova).

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O monte Sião



"Os que confiam no SENHOR são como o monte Sião, que não pode ser abalado, mas permanece para sempre" - Salmo 125.1 (Almeida Século 21).
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A cidade de Jerusalém situava-se na região de Davi. Apesar de rigorosamente localizada em território pertencente a Benjamim (Josué 18.28), distava apenas 12 quilômetros de Belém, cidade de Davi, localizada em Judá. Além de ficar próxima de sua cidade natal, Jerusalém oferecia a Davi uma estratégica vantagem militar. E por estar situada ao centro da terra prometida, era acessível tanto às tribos do norte quanto às do sul. Ao fazer de Jerusalém sua capital, Davi marcou pontos unindo os povos e carimbando sua liderança em sua geração.
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Localizado na parte leste de Jerusalém, o Monte Sião é soberano e altivo, possui aproximadamente 800 metros de altura, ao nível do Mediterrâneo, é a mais alta montanha da Cidade Santa.
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O Monte Sião era habitado pelos jebuseus. Davi, ao assumir o controle político-militar de Israel, resolveu desalojá-los dali e assim o local passou a ser considerado sua casa, pois construiu sua moradia (2 º Samuel 5.6-7; Neemias 12.37) . A partir de então, aquela espetacular elevação passou a ser a capital do Reino de Israel. Em virtude de sua posição privilegiada, era uma fortaleza natural para a cidade de Jerusalém.
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Davi ordenou que a arca da aliança fosse levada a Sião. Por causa disso o monte passou a ser considerado sagrado pelos hebreus, tido como onde habita o Senhor (Salmo 2.6; 9.11; 76.2; Isaías 8.18). Depois que a arca foi transportada ao interior do templo construído por Salomão no cume deste mesmo monte (2 º Samuel 24.18; 2 º Crônicas 3.1) , o local passou a ser considerado como a Casa do Senhor. Davi foi enterrado neste lugar (1 º Reis 2.10). E, com o passar do tempo a própria Jerusalém veio a ser chamada de Sião (2 º Reis 19.21; Salmo 126.1; Isaías 1.8; 10.24).
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O Salmo 48, creditado aos filhos de Corá, é um dos cânticos de Sião, cantados pelos hebreus em exílio na Babilônia (Salmo 137.3).
O templo de Salomão foi erguido sobre uma grande rocha, que já havia sido usada como eira (1 º Crônicas 21.28 – 22.1). Talvez, em Isaías 28.16, a pedra tenha sido chamada de “pedra já provada” porque ali se realizava o joeirar, simbolo do juízo e prova de Deus.
Em Sião Deus colocou a pedra de tropeço, a rocha da ofensa e vergonha aos descrentes de todas as nações – Romanos 9.33. “Pedra já provada” também pode significar um parâmetro – pedra usada como padrão para o corte de outras pedras. Essa figura da pedra angular foi usada pelo apóstolo Pedro como a figura de Jesus Cristo (1ª Pedro 2.6,7).
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A Igreja de Cristo é considerada a Sião Celestial, cheia de justiça e habitada por homens, mulheres e crianças comprados pelo sangue do Cordeiro (Hebreus 12.22).
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Em Sião, Jesus se porá em pé acompanhado de 140 mil remidos, e estes ao som de harpas cantarão um cântico novo (Apocalipse 14.1-3). 
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E.A.G. 

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Fontes de Consultas:

Bíblia de Estudo Vida - Editora Vida

Pequena Enciclopédia Bíblica Orlando Boyer, 19ª impressão - Editora Vida

Geografia Bíblica - autor: Claudionor de Andrade - Editora CPAD

Foto:Blog Um Olhar Sobre a Verdade