Deus confiou aos pais a sublime tarefa de educar os filhos (Deuteronômio 6.1-9). Educar é uma missão que vai muito além da obrigação de alimentar e vestir, é instruir.
Que modelos os filhos estão seguindo? Se o modelo que eles encontram em casa é deformado, isso não deixará de criar uma confusão na mente deles. É por isso que os pais devem ter muito cuidado na educação dos filhos, não se contentar apenas com a provisão material.
Quando não existe uma conduta coerente dos pais, entre o que fazem e o que ensinam, os adolescentes passam a enxergar uma coleção de sim e não confusa, um mundo de moralidade desconexo. Durante a fase infantil eles aceitam os pais sem críticas, mas ao chegar o período da adolescência passam a questionar. Os adolescentes examinam o comportamento dos pais usando a lupa de moralidade que eles mesmos lhes deram na fase infantil. Fazem julgamento moral de tudo, e não excluem seus pais do exame.
Hegel, filósofo alemão, afirma que todos nós, quer queira ou não, somos produtos do nosso tempo e de nossa época. O certo é que como seres sociais seguimos modelos até inconscientemente, em algum momento de nossas vidas nos espelhamos em alguém. Esse modelo pode ser certo ou errado, são a figura dos pais, amigos, modelos culturais. Esses modelos que norteiam o movimento da sociedade são chamados de paradigmas.
A sociedade ocidental por muitos séculos aceitou como padrão a ser seguido a cultura judaico-cristã. O cristão autêntico preserva como paradigma os valores encontrados na cultura bíblica, porém a sociedade moderna tem contestado a religião e entronizado a ciência em seu lugar. Assim, floresce a crença na subjetividade humana, a mudança de pensamento concernente a cosmologia, fé no progresso baseado no avanço científico. E a pós-modernidade troca a fé pela incerteza, dogmatiza crenças por meio da relativização e subjetividade, troca a ética pela estética, é hedonista, individualista e narcisista, consome o supérfluo ao invés de priorizar o que é necessário.
"O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo o disciplina" - Provérbios 13.24.
Na educação dos filhos, é necessário que haja a introdução do amor, disciplina, religiosidade, ética e cidadania. A disciplina não é o castigo, como muitos pensam. Trata-se de um conjunto de regras. Disciplinar é ensinar a criança impondo limites, dizendo não ao comportamento equivocado e incentivando aquilo que é digno, honesto, íntegro. Amar não é fechar os olhos e deixar de corrigir. O maior ato de amor é aplicar a correção quando os filhos estão errados, adverti-los quando forem repreensíveis.
A responsabilidade dos pais é educar os filhos no caminho correto, fazê-los pessoas preparadas para viver como cristãos exemplares neste mundo caótico, influenciado pela filosofia moderna e pós-moderna. Terceirizar a educação das crianças pode resultar em consequências nefastas.
Os filhos precisam encontrar na vida de seus pais integridade, humildade, fidelidade, persistência, coragem, justiça, paciência, diligência, modéstia, a decisão de fazer aos outros apenas o que desejam a si mesmos. .Quando os filhos encontram ética na personalidade dos pais, eles são conquistados através desse exemplo. Valem as máximas: "sua atitude determina sua altitude", "o bom procedimento gera pessoas de bem", isto é, o que é visto de bom interioriza princípios e hábitos salutares.
Para os pais conseguirem fazer com que seus filhos sejam, voluntariamente, praticantes dos valores contidos na Bíblia Sagrada, é necessário que eles sejam praticantes desses mesmos valores.
O livro de Provérbios possui dezenas de princípios para a condução do processo educativo, que norteia os pais à aplicação de princípios cristãos, tomando como base os valores éticos morais.
O livro de Provérbios possui ensinos preciosos para a educação de crianças, jovens e adultos. Encontramos orientações de Salomão para a construção do homem em sua integralidade, que favorecem o crescimento intelectual, psicológico, social e espiritual.
E.A.G.
O artigo se consiste em resumo e compilação.
Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso; José Gonçalves, capítulo 6, Rio de Janeiro (CPAD).