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sábado, 20 de agosto de 2022

Jesus Cristo liberta do consumismo, vícios do sexo, jogatina, dependência do crack e outras drogas

No quarto século a.C., o filósofo grego Epicuro já dizia que o prazer é o bem ao qual todo ser humano deseja. No decorrer do tempo, essa concepção foi refutada por outros filósofos. Aristóteles, por exemplo, afirmou que as ações humanas inclinam à concretização da felicidade, sendo que esta está estruturada numa atividade da alma que esteja de acordo com a racionalidade, mas não com o contentamento.

Apesar da constatação que o prazer nem sempre produza uma vida feliz, senti-lo com alguma regularidade é importante para a estabilidade da saúde física e mental. Temos experiências sensoriais desse tipo ao praticar esportes, comer, beber, passear, namorar, praticar sexo etc. Não há nada de condenável no prazer quando desejado dentro dos limites da ética e do bom senso. O problema surge quando o mecanismo neurológico que o regula se descontrola e escraviza a vontade. 

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Divórcio e novo casamento pela ótica da Reforma Protestante

Por Cristiano Santana

Sei que a questão do divórcio e novo casamento é um assunto que sempre gera debates acirrados, por isso nem quero entrar no mérito da discussão. Eu apenas gostaria de me endereçar àqueles que acreditam estar seguindo toda a tradição reformada ao defenderem o indissolubilidade absoluta do casamento, que se resume nisso: um cristão só está livre para novo casamento quando o seu ex-cônjuge morrer. 

Na verdade, a doutrina acima é muito mais católica do que reformada. Na Reforma do séc. 16, no esforço de retornar ao ensino bíblico, os protestantes rejeitaram a natureza sacramental do casamento, e com isso a indissolubilidade absoluta do casamento cristão. Com base na Bíblia, desenvolveu-se no campo protestante o consenso que o casamento é santo, e em princípio indissolúvel, mas que existem situações que rompem o laço matrimonial, e que permitem o divórcio e novo casamento. 

Lutero, João Calvino, Zwinglio, Melanchton e outros, se pronunciaram a favor do divórcio, como último recurso nos seguintes casos: infidelidade, recusa em se manter relações sexuais, abandono do casamento, diferenças religiosas irreconciliáveis, perigo de vida, insanidade. Em Estrasburgo até o consentimento mútuo era aceito (abandono do casamento por ambos).

 Olhem o que diz a Confissão de Westminster, uma das últimas confissões formuladas durante a Reforma:

"O adultério ou a fornicação cometidos depois de um contrato, sendo descoberto antes do casamento, dá à parte inocente justo motivo de dissolver o contrato; no caso do adultério depois do casamento, à parte inocente é lícito propor divórcio, e, depois de obter o divórcio, casar com outrem, como se a parte infiel fosse morta."

Encerro dizendo, mais uma vez, não quero discutir se o novo casamento é válido ou não. Mas creio ter atingido o meu propósito ao demonstrar que a doutrina da indissolubilidade do casamento não tem nada de reformada, mas é de origem católica.

Fonte: Cristiano Santana - Uma Visão do Mundo

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Cientistas desconhecem o universo

Cristiano Santana

Não tenho a mínima dúvida de que a realidade que conhecemos oculta coisas maravilhosas que não podem ser alcançadas por nossa percepção. Basta lembramos que apenas 5% do Universo é composto pela matéria que gera estrelas e planetas. Os outros 95% do universo é preenchido por elementos que não podem ser observados, cuja existência tem sido apontada através de medidas indiretas. Estou falando da matéria escura (25%) e da energia escura (70%). A primeira é responsável pela força que mantém estrelas e galáxias juntas, em aglormerados, e a segunda pela aceleração da expansão do universo.

Ressalto novamente, os cientistas nunca observaram a matéria escura e a energia escura, nunca as mediram, apenas deduzem que existem e que neste exato momento atravessam o nosso corpo sem causar nenhum tipo de interferência. Eles não tem nenhuma descrição da natureza desses elementos, completamente misteriosos.

É assustador saber que 95% do universo é preenchido por algo que não conhecemos.

Cumpre-se as Escrituras, a saber, que Deus ocultou inúmeras coisas as sábios, segredos que Ele reservou apenas para si.

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"As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei" -  Deuteronômio 29.29.

Cristiano Santana edita o blog Uma Visão do Mundo. Conteúdo extraído no Facebook, linha do tempo em 3 de novembro de 2013.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

REFLEXÃO SOBRE O SONHO DE SER PREGADOR FAMOSO

Por Cristiano Santana
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Há algum tempo atrás eu tinha o sonho de ser um pregador famoso. Imaginava-me viajando pelo país pregando nos grandes congressos assembleianos e de outras denominações pentecostais. Acho que me iludi quanto a isso. A experiência me mostrou que careço de uma série de qualidades essenciais para a constituição de um “homem das multidões’.
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Não sei me transfigurar no púlpito, tornando-me alguém diferente do que sou, uma espécie de super-ser, resultado de uma metamorfose temporária, que através de brados e gesticulações extáticas se declara capaz de trazer o céu à terra. Os irmãos da minha igreja conhecem a naturalidade com a qual me expresso. O Cristiano do púlpito é igual ao Cristiano fora do púlpito.
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Não consigo usar clichês e bordões, tais como: “receba”, “tem fogo aí irmão?”, “crente que não faz barulho tem defeito de fabricação”, “tem sapato de fogo?”, “quem aqui é crente do reteté?”. Toda vez que tento usar essa técnica sinto um desconforto enorme, como se estivesse querendo moldar os crentes de acordo com um estereótipo pentecostal, estabelecido não sei por quem, quando e porquê.
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Não consigo escolher os chamados “temas de fogo” para minhas pregações . Sempre que vasculho a Bíblia, a minha mente quase que involuntariamente busca textos que me permitam extrair uma mensagem que leve os cristãos a refletirem sobre a verdadeira essência do evangelho, isto é, sobre a necessidade do arrependimento, sobre as características da verdadeira espiritualidade, sobre o amor ao próximo, sobre o sentido da vida, enfim, temas que causem um impacto espiritual que dure mais do que os dias de uma festividade.
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Não consigo dar comandos para a Igreja enquanto prego, como esses: “levante sua mão”, “olhe para o seu irmão e diga isso...”, “profetiza agora para o seu irmão”, etc. Uma voz interior - não estou certo da origem - sempre me diz que eu devo respeitar a autonomia dos crentes, que eles devem prestar uma adoração voluntária a Deus, que não é certo fazer com que eles se sentiam como marionetes. Tem aqueles dias em que desejamos ficar calados na igreja, esquecer daqueles que estão ao nosso lado e falar só com Deus, entrando num estado de profunda meditação. Como incomoda ser “cutucado” por alguém numa hora dessas! Ainda há aqueles crentes que não interagem facilmente com os outros; são circunspectos por natureza.
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Se eu continuar pregando com esse meu jeitinho simples acho que o máximo que conseguirei é pregar numa festividade aqui, noutra festividade ali, nunca num megacongresso. Eventos dessa envergadura merecem pregadores de maior quilate, capazes de levar multidões ao êxtase coletivo e de mantê-las sobre o domínio da sua oratória por horas a fio.
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É...
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Acho que o melhor para mim é seguir o exemplo de Davi: “SENHOR, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim. (Salmo 131:1).
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Cristiano Santana exerce a função de presbítero na congregação Peniel, pertencente à Catedral das Assembleias de Deus em Santa Cruz, Rio de Janeiro. Blogueiro associado ao UBE.
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Nota deste blog: Eu, Eliseu, assim como o autor deste artigo, creio que Deus nos criou com características pessoais, vocações natas e úteis ao ministério cristão. Cada qual tem sua capacidade de servir ao Senhor sem necessidade de violentar seu ser imitando outras pessoas.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Crítica ao livro A Divina Revelação do Inferno, de Mary K. Baxter

Por Cristiano Santana
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A palavra “inferno” tem o poder de nos causar medo e ceticismo e curiosidade. Medo porque ninguém quer ir pra lá; ceticismo porque muitos são aqueles que não acreditam na sua realidade, sob o fundamento de que colide frontalmente com o amor de Deus, e curiosidade porque a Bíblia traz pouquíssimos detalhes sobre o Inferno.

Talvez a curiosidade tenha sida a causa da elaboração da mais célebre descrição do Inferno, conhecida como “A Divina Comédia” de Dante Alighieri, escrita na Idade Média, obra esta dividida em três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso. Trata-se de uma poema de estrutura épica e com propósitos filosóficos.

Ao contrário da “A Divina Comédia”, a “Divina Revelação do Inferno” pretende ser uma descrição real do Inferno, revelada pelo próprio Senhor Jesus Cristo a uma mulher chamada Mary K. Baxter. Gostaria de apresentar, aqui, qual foi a impressão que tive dessa obra, mediante a leitura, através de uma análise bastante breve.

O livro inicia com as seguintes palavras do Senhor Jesus: "As coisas que você está para ver são um aviso. O livro que você vai escrever salvará muitas almas do Inferno. O que você está vendo é real. Não tema, porque estarei com você." Apesar dessa ordem de Jesus se assemelhar à ordem que ele deu a João Batista na ilha de Patmos (“escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia.”), não podemos de forma alguma atribuir à “Divina Revelação do Inferno” o caráter de escrituras inspiradas, infalíveis e inerrantes, à semelhança dos 39 livros do AT e 27 do NT, visto que o cânon sagrado já foi encerrado. Nenhum cristão está obrigado a crer nos relatos desse livro. Não se pode dizer "Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia.”

A autora informa que Jesus Cristo a visitou e, em seguida, arrebatou a sua alma com o objetivo de levá-la ao Inferno e assim testemunhar os seus horrores. Em sua viagem espiritual, acompanhada do Senhor, Mary Baxter tomou conhecimento da “anatomia” do Inferno e testemunhou as conversas que Jesus teve com várias almas em tormento, que em vida pregressa, tinham cometido inúmeros pecados, adultério, bruxaria, mentira, sacrilégio, etc.

Quanto à “anatomia” do Inferno, nos surpreende a informação de Mary Baxter de que o lugar de tormento é um corpo. "O Inferno tem um corpo (semelhante ao corpo humano) deitado de costas no centro da terra” disse o Senhor Jesus a ela. Ao longo do livro vamos tomando conhecimento da “anatomia” do Inferno: ele tem pernas, braços, entranhas, boca e, pasmem, até um coração que pulsa. Não há nada nas Escrituras que nos permita inferir esse desenho do Inferno. O máximo que nos é permitido é imaginar o Inferno como uma cidade, visto que Jesus disse que ele tem portas. O Inferno é um corpo e não é só isso, ele está deitado de costas!

Jesus disse a ela: “Assim como Eu tenho um corpo de crentes, o Inferno também tem um corpo de pecado e morte." Assim como o corpo de Cristo é formado diariamente, o corpo do Inferno também é.” Sabemos que o corpo de Cristo tem caráter totalmente simbólico; a Igreja como um corpo apenas transmite a idéia da dependência que temos de Cristo, o cabeça da Igreja, da nossa união como membros individuais e da completude da Igreja, nada mais. Acrescentar uma literalidade a isso é algo, em minha opinião, meio complicado.

Mary Baxter, também, em diversos pontos, fala sobre os demônios que torturam as almas no Inferno. Ela diz: Havia uma névoa suja e acinzentada, que permeava o caixão por dentro. Era a alma de um homem. Enquanto eu olhava, os demônios espetavam suas lanças na pobre alma no caixão.” Não consigo encontrar passagens nas Sagradas Escrituras que me permitam imaginar esse quadro. O Inferno é um lugar de tormento não só para as pessoas, mas também para os demônios. Os demônios, segundo esse livro, estão bem à vontade no Inferno como se fosse a casa deles. Jesus disse que os ímpios seriam jogados na fornalha acesa, e que ali haveria pranto e ranger de dentes (Mateus 13:42). Trata-se de um lugar de muito sofrimento. Ocorre que, originariamente, esse lugar foi preparado para o diabo e seus anjos (Mateus 25:41). Se o Inferno foi preparado para o diabo, então deve ser um lugar de sofrimento para ele também. Além disso a Bíblia parece fazer uma separação entre o Inferno atual dos demônios e o Inferno atual dos mortos. A Bíblia diz que o Inferno dos demônios é o “abyssos”, lugar de prisão, de onde eles não podem sair (Lucas 8:31 e Apocalípse 9:1,2) ao passo que o Inferno dos homens é, predominantemente, o “hades” ou “seol” (Mateus 11:23, Lucas 10:15, Mateus 12:40), lugar de habitação dos mortos. A união das almas dos homens e dos demônios num só lugar de sofrimento, conforme a boa interpretação bíblica, acontecerá somente no futuro, na ativação da “geena”, o terrível lago de fogo e enxofre (Mateus 25:41, Mateus 13:42,50; 25:41,46)

Mary Baxter também nos diz que os demônios se reúnem no Inferno e recebem determinações de Satanás para irem à superfície da terra para seduzirem pessoas e realizerm maldades. Em Lucas 8:31 os demônios rogam a Jesus para que não os mandem para o abismo. O pedido dos demônios se justifica pelo fatos de eles saberem que, uma vez no abismo, não há como retornar à terra; trata-se de uma prisão. É difícil imaginar um Inferno no qual os demônios entrem e saiam à hora que bem quiserem.

Outra coisa muita estranha é a afirmação da autora de que no Inferno há um “Centro de Diversões”. Diz ela : “Jesus me revelou que há um lugar no inferno chamado de "Centro de Diversões'", onde as almas que estão confinadas nos buracos não podem ir. Ele me disse também que embora existam diferentes tormentos para cada alma, todas são queimadas com o fogo.” Tudo bem que Deus tenha o direito de punir as almas dos pecadores. Agora, seria o cúmulo do sadismo Deus permitir que haja um circo no Inferno, com picadeiro e tudo, onde os demônios possam se divertir com a alma dos pecadores.

Noutra passagem a autora informa que Jesus a abandonou e ela foi capturada pelos demônios, sendo depois torturada e maltrada por eles. A alma de Mary também de desfigurou e ela se tornou em mais uma alma penada, com as carnes apodrecendo e os vermes rastejando por dentro do seu corpo e olhos. Tudo bem que Jesus nos leve ao Inferno para conhecê-lo. Agora, permitir que os demônios nos toquem, nós que somos lavados e remidos no sangue do Cordeiro, que temos as promessas de João: “aquele que é de Deus o maligno não lhe toca” – acho meio inconcebível. Tinha outras comentários sobre esse livro, mas meu tempo é curto. Acho que o que escrevi já basta para que vocês façam um julgamento a respeito da veracidade da revelação recebida por Mary Baxter.

Fonte: Pr Cristiano Santana - Uma Visão do Mundo