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quarta-feira, 11 de maio de 2022

O tentador no Éden

Romanos 16.20: "E o Deus de paz, em breve, esmagará Satanás debaixo dos pés de vocês".
Sou propenso a aceitar a ideia de alguns intérpretes da Bíblia, que explicam o seguinte: A serpente do Éden falava naturalmente, e Satanás usou a capacidade que o Criador deu ao animal para induzir Eva ao erro. 

Caso não falasse, a mulher teria dificuldades para aceitar a conversa. Por surpresa, por espanto, por perceber algo fora do normal. E o inimigo está usando o mesmo método hoje em dia... Suas induções ao pecado surgem das sugestões e confusões bíblicas trazidas por fontes que não estranhamos que falem conosco.

Artigo sobre o casal criado por Deus no Éden ► Eva: o primeiro ser humano feminino na face da Terra

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

As roupas de pele em Adão e Eva e o revestimento de Cristo

"O Senhor Deus fez roupas de peles, com as quais vestiu Adão e sua mulher" - Gênesis 3.21.

No relato da criação se lê que tudo o que Deus fez foi bem feito. Adão e Eva tinham muitas árvores para admirar. Mas parece que aquela árvore do conhecimento do bem e do mal, que Deus plantou no meio do jardim, de cujo fruto não poderiam comer, foi a que mais admiraram. Aquelas frutas, parece, até, que falavam.

domingo, 5 de janeiro de 2020

A Natureza do Ser Humano


Por Eliseu Antonio Gomes

Introdução

Jamais existiria vida na Terra se não fosse uma série de detalhes importantes, alguns dos quais desconhecidos até a metade do século passado. A localização da órbita da Terra na Via Láctea e no sistema solar, sua velocidade de rotação, ângulo de inclinação; os ciclos naturais da água e a purificação do ar; e a translação da Lua, satélite natural, exercendo sua pressão sobre a atmosfera terrestre. Estes dados reforçam a crença dos cristãos na existência do Criador.

A Bíblia Sagrada não tem a proposta de mostrar uma Antropologia elaborada sobre a origem do ser humano do ponto de vista científico, o foco principal é o religioso. Suas páginas apresentam o testemunho histórico das relações do homem com Deus, porém, faz isso mostrando diversos traços antropológicos.

No Antigo Testamento e na Nova Aliança, a Bíblia apresenta passagens que pressupõem a natureza do ser humano como a de uma pessoa tricotômica. O corpo, a alma e o espírito constituem esta natureza tríplice. Alma e corpo aparecem como dois elementos inseparáveis enquanto dura a vida, sendo o corpo comparado com vaso de barro, casa e tenda, que se desfazem com a morte (Jó 4.19-21; 2 Coríntios 4.4-11; 5.1-9; Filipenses 1.20-24). Vejamos os parágrafos abaixo a esse respeito.

1. O corpo humano veio da terra (Gênesis 2.7). 

Adão é a figura de quem se originou toda a raça humana. Além de ser um nome próprio ('adam), que significa "homem",  também tem o sentido de, "humanidade" (Gênesis 3.17,18; Romanos 5.12-21).  O Novo Testamento relaciona o início da prática do pecado à primeira transgressão de Adão e apresenta-o como  representante da humanidade de modo geral.

No sexto dia da criação, Deus criou o primeiro 'adam (Gênesis 1.27). Como o oleiro dá forma ao vaso, Deus formou-o do pó da terra ('adamah) à sua própria imagem. Ao soprar-lhe nas narinas o sopro da vida, o homem passou a viver e morar no jardim do Éden, local que o Criador o colocou em companha de Eva.

A falta de evidências arqueológicas do jardim do Éden não significa que o lugar tenha existido somente em mito. Apesar nos avanços na arqueologia, o que sabemos sobre o antigo Oriente Médio é apenas uma pequena porcentagem do que um dia será descoberto. Os dois rios, Tigre e Eufrates, existem hoje no Iraque da atualidade. As identidades de Giom e Pison são incertas, é provável que houvessem correntezas ou canais locais. Variações climáticas e inundações podem ter provocado alterações na topografia da região (Gênesis 2.10-14).

É evidente que o substantivo " 'adamah" (terra) e "adam" (homem) é intencional. As duas palavras hebraicas, quase idênticas, relacionam o ser humano e o solo e reforçam a sentença que o homem é pó e ao pó retornará (3.19).

2. A alma humana veio de Deus (Jó 27.3).

Alma é “nephesh” no idioma do Antigo Testamento. Em muitas passagens, o termo tem equivalência de sentido com “vida”, “ego” e “coração”. Nas passagens narrativas ou históricas do Antigo Testamento, nephesh é traduzido por “alma” ou “vida”, como em Levítico 17.11 Estudiosos alegam que há mais de 780 ocorrências veterotestamentárias, sendo que o maior número encontra-se nas passagens poéticas. O sistema hebraico de pensamento não inclui a combinação ou oposição dos termos “corpo” e “alma”, que na verdade são de origem grega e latina.

O hebraico contrasta dois conceitos: “o eu interior” e “a aparência exterior” em contextos diferentes: “o que a pessoa é para si mesma” em oposição a “o que a pessoa parece ser aos que a observam”. A pessoa interior é nephesh, ao passo que a pessoa exterior, ou reputação, é mais comumente traduzido pelo “nome”.

Deus ama justiça e a retidão (Salmos 33.5) e reina em justiça (Salmo 97.2). Portanto, nossos sentimentos precisam estar voltados ao Criador, é preciso viver em conformidade com a posição das Escrituras quanto ao caráter justo e reto do Senhor (Deuteronômio 32.4; Isaías 30.18; Sofonias 3.5). Ele espera que todos nós amemos a justiça a fim de que Ele possa derramar sobre nós as suas bênçãos (Miqueias 6.8).

3. O espírito humano veio de Deus (Provérbios 20.27 - ARA). 

Temos um espírito, que veio de Deus e é o “espírito” do homem que volta para Deus (Eclesiastes 12.7). Em sua natureza divina Deus é espírito (João 4.24).

O termo “espírito” (hebraico: rüah) possui a conotação “respiração, ar, força, vento, brisa, espírito, ânimo, humor, Espírito”. A Bíblia fala sobre o espírito do homem como estando “nele” (1 Coríntios 2.11). O ser humano abriga um espírito dado por Deus, é o aspecto de nossa pessoa que se relaciona com o mundo espiritual, seja este mau ou bom. Paulo descreveu o estado dos não-regenerados como estando mortos em “delitos e pecados” (Efésios 2.1-10). Os não-regenerados têm corpo, tal qual os crentes, desfrutam da capacidade psicológica de raciocinar, demonstrar vontade, manifestar sentimentos, porém estão espiritualmente “mortos”. Somente quando a pessoa não regenerada abre seu coração ao Senhor, recebe a Cristo como Salvador, o Espírito Santo produz neles uma vida nova, capacita-os a relacionar-se com Deus.

A Bíblia fala sobre o espírito do homem como estando “nele” (1 Coríntios 2.11). O ser humano abriga um espírito dado por Deus, é o aspecto de nossa pessoa que se relaciona com o mundo espiritual, seja este mau ou bom. Paulo descreveu o estado dos não-regenerados como estando mortos em “delitos e pecados” (Efésios 2.1-10). Os não-regenerados têm corpo, tal qual os crentes, desfrutam da capacidade psicológica de raciocinar, demonstrar vontade, manifestar sentimentos, porém estão espiritualmente “mortos”. Somente quando a pessoa não regenerada abre seu coração ao Senhor, recebe a Cristo como Salvador, o Espírito Santo produz neles uma vida nova, capacita-os a relacionar-se com Deus.

Estudiosos da Bíblia dizem que esta palavra aparece em tomo de 378 vezes no Antigo Testamento. Em muitas citações significa a respiração ou o ar que é respirado, como podemos verificar em Juízes 15.9 e Jeremias 14.6. O vocábulo é usado para falar sobre o que é intangível e passageiro (Jó 7.7) e o nada (Provérbios 11.29; Eclesiastes 5.15,16).

No Livro de Gênesis, capítulo 7.21,22, “rüah” é usado para descrever a vida no homem, o seu espirito natural. Porém, em Provérbios 16.2, seu significado é mais que apenas o elemento de vida, refere-se à “alma”, referindo-se aos desejos e motivações: “Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos, mas o SENHOR pesa os espíritos”. O profeta Isaías põe nephesh (alma) e rüah como termos sinônimos: “Com minha alma te desejei de noite e, com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te” (Is 26.9).

4. Espírito e alma são inseparáveis (Hebreus 4.12). 

No Livro de Gênesis, capítulo 7.21,22, “rüah” é usado para descrever a vida no homem, o seu espirito natural. Porém, em Provérbios 16.2, seu significado é mais que apenas o elemento de vida, refere-se à “alma”, referindo-se aos desejos e motivações: “Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos, mas o SENHOR pesa os espíritos”. O profeta Isaías põe nephesh (alma) e rüah como termos sinônimos: “Com minha alma te desejei de noite e, com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te” (Isaías 26.9).

Hebreus 4.12-13 informa que a Palavra de Deus é capaz de chegar ao ponto de dividir a alma do espírito, as juntas das medulas e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração humano. Este texto, no idioma grego, tem  o vocábulo "krikiros" (discernir), mostrando que a voz do Altíssimo  alcança o mais profundo do ser humano, percorre todas  as nossas maiores necessidades,  é penetrante, nada impede o raio de ação do Criador na criatura quando Ele deseja comunicar-se e exercer sua justiça sobre cada um de nós. 

Por todas as Escrituras a expressão "espírito" é escrita com letra maiúscula. para referir-se ao Espírito de Deus, ou com letra minúscula, para indicar o espírito humano. Devido ao fato de que os manuscritos antigos não usavam letras maiúsculas, os tradutores e editores da Bíblia às vezes têm dificuldade para determinar se o escritor tinha a intenção de referir-se ao Espírito de Deus ou o humano. Um exemplo dessa dificuldade está em Atos 19.21.   

5. A morte é a separação entre corpo e alma (Gênesis 35.18).

A primeira menção bíblica à morte no Antigo Testamento está em Gênesis 2.17. Nesta passagem, ela é punição para o pecado. Quando Adão e Eva pecaram, perderam a comunhão com Deus e também o acesso à Arvore da Vida que poderia impedir suas mortes (3.22,23). Foram expulsos do Éden, condenados, terminaram seus dias em dissolução física (3.16 19).

Na maior parte da narrativa do Antigo Testamento a morte é apresentada como inevitável para o homem, no seu estado decaído e pecador, mas nenhum dos escritores da Bíblia a registraram como se fosse "natural", pois ela não faz parte do plano perfeito de Deus para a Humanidade. Haja vista a maravilhosa exceção, Enoque andava com Deus e Deus o levou para si (Gênesis 5.24).

Alguns relatos no Antigo Testamento mostram que a morte prematura era temida (Salmos 6.1-5; 88.1-14; Isaías 38). Porém, também, encontramos a narrativa de Gênesis 25.8, que relata a morte em velhice como situação aceitável, um consenso afirmando que aquele que partia em idade avançada parecia ter cumprido completamente o seu papel neste mundo. Mesmo assim, percebemos que a morte é situação alheia ao plano do Criador, pois se a vida longa é prometida em troca de obediência (Êxodo 20.12) e é sinal do favor de Deus (Jó 5.26), então sua interrupção, por mais longa que seja, indica que a morte não é natural.

A teologia distingue entre morte física, morte espiritual e morte eterna:
• Morte física. Consequência da entrada do pecado no mundo por intermédio de Adão. É o destino de todos os homens (Hebreus 9.27).
• Morte espiritual. Todos os homens são, por natureza, espiritualmente mortos. Em consequência do pecado, os homens se tornaram alienados às coisas divinas, indiferentes às leis de Deus (Mateus 8.22; Lucas 15.32; Efésios 2.1-3; 4.17-19; Colossenses 2.13; Judas 12).
• Morte eterna. Aqueles que não creem no Filho de Deus, morrem em seus pecados (João 8.21,24), permanecem sob a ira de Deus e no Dia do Julgamento Final, serão sentenciados a um estado de eterna separação de Deus, condição que as Escrituras descrevem como segunda morte (João 3.36; 8.21,24; Apocalipse 21.8).
A experiência da morte é algo inevitável, atinge a todos, sua chegada retira do nosso lado pessoas queridas. Sabemos que estamos dentro de um espaço de tempo limitado, porém, o momento da separação de alguém que amamos sempre é um impacto psicologicamente violento. A morte está sujeita ao controle soberanos de Deus:
• O Senhor tem poder para conceder livramento (Salmo 68.20; Isaías 38.5; Jeremias 15.20);
• O Senhor restaura o falecido à vida (1 Reis 17.22; 2 Reis 4.34; 13.21);
• Mata, vivifica, faz descer e retornar do Seol (Deuteronômio 32.39; 1 Samuel 2.6).
• Não permitiu que Enoque e Elias conhecesse a morte (Gênesis 5.24; 2 Reis 2.11).
• Reduz a morte a nada, triunfa sobre ela, ressuscita mortos (Isaías 25.8; 26.19; Ezequiel 37.11,12; Daniel 12.2; Oseias 6.2; 13.14).
6. A glorificação da natureza humana (1 Coríntios 15.49-57).

No penúltimo capítulo da primeira carta de Paulo aos crentes de Corinto, o apóstolo aborda a questão da ressurreição da Igreja e fecha o assunto escrevendo advertência sobre a necessidade de vigiar. A vigilância se consiste em cuidar para agir sempre de acordo com as determinações da Palavra de Deus (1 Coríntios 15.35-58).

O remédio para o pecado é a prática da Palavra de Deus, que propõe a conversão. A conversão sincera ocorre no mais profundo do coração. Converter-se é trocar o que é transitório para ter Jesus Cristo como meta e fim. O ponto culminante dessa mudança implica sempre na vivência com Deus, que ama seu povo, oferece sua misericórdia e quer a reconciliação (Lamentações 5.21-22; Ezequiel 34.11-15; Jeremias 31.31). Então Ele transforma o coração humano que se reconhece pecador e arranca as algemas do pecado (Deuteronômio 30.3-6; Salmos 51.3).

O cristão que persevera em sua vigilância, caso não experimente o Arrebatamento da Igreja em vida, o experimentará após passar pelo estado da morte física. Este corpo que agora estamos, foi projetado para a vida nesse mundo, mas ele encontra-se perecível e inclinado à decadência, por causa da Queda de Adão e a inclinação individual à atividade das obras da carne. Se buscarmos a misericórdia divina, confessarmos nossos pecados e nos esforçamos constantemente para andar segundo o Espírito, este corpo será transformado para estar para sempre com Deus na eternidade.

Podemos considerar que o corpo físico um protótipo da versão final do seu corpo que viverá lá no Céu. Após ressuscitar, ou ser arrebatado, o estado do nosso corpo atual será transformado em corpo espiritual. Então, estará imune às doenças e quaisquer espécie de fraquezas e experimentará a plenitude da bênção do Criador.


A Raça Humana: Origem, Queda e Redenção. Lições Bíblicas CPAD 1º Trimestre de 2020 – Sumário dos subsídios
Adão, o Primeiro Homem
A Criação de Eva, a Primeira Mulher

Compilações:
A Enciclopédia da Bíblia. Organizador Merril C. Tenney. Volume 1. Edição 2008. Página 90 . Cambuci - São Paulo. Editora Cultura Cristã
Bíblia de Estudo Defesa da Fé. Edição 2010. Páginas 11, 851. Bangu. Rio de Janeiro - RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deis - CPAD).
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Volume 2. 2ª impressão 210. Página 178. Bangu. Rio de Janeiro - RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deis - CPAD).
Doutrinas Bíblicas – uma perspectiva pentecostal. William W. Menzies e Stanley M. Norton. 3ª edição 1999. Página 87. Rio de Janeiro – RJ. Casa Publicadora das Assembleias de Deus – CPAD.
Quem é Quem na Bíblia Sagrada - A história de todas as personagens da Bíblia. Editado por Paul Gardner. 19ª reimpressão 2015.  Páginas 187 e 188. Liberdade. São Paulo- SP (Editora Vida). 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

A Criação de Eva, a Primeira Mulher

Por Eliseu Antonio Gomes

Introdução

O homem sempre foi e continua a ser objeto de estudo em todos os períodos da história da humanidade. Foi tema de pesquisa no campo da filosofia grega e moderna; é foco da filosofia contemporânea. Também foi e é estudado pela filosofia cristã. O ramo cristão sobressai entre os demais pelo fato de incorporar a informação bíblica de que o ser humano foi criado por Deus e corroborar com a revelação das Escrituras Sagradas que desde o ato criativo a humanidade é foco dos cuidados do Criador.

E Deus criou a mulher (Gênesis 2.21,22). 

O primeiro ser humano da terra foi Adão. Ele não nasceu como os outros homens, pois foi criado por Deus do pó da terra. Depois de ter criado Adão. o Criador soprou em suas narinas e ele se tornou alma vivente. Em seguida, Deus deu a Adão domínio sobre todos os animais que vivem sobre a terra. Deus não quis que ele vivesse sozinho, fez cair um torpor sobre Adão, e ele dormiu. Tomou uma de suas costelas, depois da costela extraída modelou o primeiro gênero feminino da espécie humana, sua companheira adequada.


Ao criar Adão, Deus decidiu que em sua anatomia, na parte acima da cintura existiriam 12 pares de ossos alongados e curvos, formando um conjunto que conhecemos como caixa torácica. Este espaço existe com a finalidade de proporcionar proteção aos órgãos vitais pulmões e coração. Até antes de ser modelada como uma pessoa feminina, Eva cumpria importante tarefa protetiva em favor do homem, que viria a ser seu marido. Para os hebreus, a caixa torácica é a parte do corpo onde estão os afetos.

A palavra hebraica usada para descrever a criação da mulher é "yiben", cujo sentido é "construir". Para a construção ser bem sucedida, antes da estrutura ser erguida é necessário haver o planejamento de todos os detalhes funcionais, a ordenação estética, o estabelecimento de princípios harmônicos etc. Portanto, ao decidir criar Adão, não resta nenhuma dúvida que Deus também havia decidido que retiraria de sua caixa torácica um osso e desse osso formaria outro ser humano, com a finalidade de continuar a abençoá-lo.

Ao acordar do sono pesado, assim que Adão viu a mulher, a parte íntima dele, de imediato percebeu a conveniência de viver em companhia de um ser vivo da sua espécie. Em expressão de aprovação para sua nova situação, descreveu-a como "osso dos meus ossos e carne da minha carne" (Gênesis 2.23).

A estrutura da personalidade humana foi criada em semelhança ao seu Criador com o objetivo de governar a Terra. A interpretação de Gênesis 1.27,28, afirmando que Adão e Eva foram feitos à imagem e semelhança de Deus, e por haver em sua essência inteligência, vontades e emoções, isto lhes confere dignidade e valor acima da existência do restante da criação é plenamente correta e aceitável. Porém, esta interpretação, se permanece apenas no aspecto da aparência e importância comparativa não é completa. A aparência da imagem de Deus no homem e na mulher tem também o conceito de governo representativo (Salmos 8.6-8).

“E Deus os abençoou e lhes disse: Sejam fecundos, multipliquem-se, encham a terra e sujeitem-na. Tenham domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” (Gênesis 1.28).

A tentação de Eva (Gênesis 3.1-7).

Na tentativa de convencer Eva a pecar, a serpente diz: "É verdade que Deus disse: “Não comam do fruto de nenhuma árvore do jardim?" (Gênesis 3.1 - NAA). A primeira tentação para a mulher foi fazê-la sondar seu conhecimento da Palavra e em seguida deixá-la confusa e em dúvida sobre o que realmente sabia. Quando Eva responde, cita a Palavra de Deus, porém, suas palavras causam a impressão que seu conhecimento a respeito da determinação em relação ao vegetal era muito vago. Parece desconhecer que a árvore se chamava "árvore do conhecimento do bem e do mal", pois faz referência à planta dizendo "Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: 'Vocês não devem comer dele, nem tocar nele, para que não venham a morrer'” (Gênesis 3.2-3, NAA).

Então, para criar o desejo da rebelião em Eva, a serpente distorceu a Palavra de Deus, enganando-a, mentiu a ela dizendo que se comesse o fruto proibido passaria a ser igual a Deus: "É certo que vocês não morrerão. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerem, os olhos de vocês se abrirão e, como Deus, vocês serão conhecedores do bem e do mal" (versículos 4 e 5, NAA). Eva demonstra mais do que desconhecimento da Palavra de Deus, afirmando mais do que Deus disse. ela fala que o Senhor havia proibido tocar na árvore sob pena de morte, sendo que o Criador não havia proibido o toque e nem sentenciado à morte por este motivo (conferir em 2.15-17). Talvez, acreditasse nesta "adição" à Palavra, e esta crença sem base na orientação do Criador tenha lhe prejudicado. Ao tocar na árvore ela considerou-se desobediente sem de fato estar desobedecendo, e em seguida realmente pecou ao ingerir seu fruto e oferecê-lo ao seu marido.

A Queda de Adão trouxe inversão dos papéis designados pelo Criador ao homem e a mulher. Em vez de o casal respeitar a posição de Deus em orientá-los, e o homem com o auxílio da mulher governar a Criação, acontece uma mudança total: a serpente aborda Eva que, ao se rebelar contra o Criador, arrasta consigo seu marido.

Embora Eva tenha dado atenção para a serpente, Adão teve sua dose maior de responsabilidade, pois mesmo antes da mulher ser criada, o Criador deu-lhe a ordem para não comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gênesis 2.17,18). Não há registro bíblico que o Criador tenha feito recomendação diretamente para a mulher. No plano de Deus para a convivência de homem e mulher, é ele, não é ela que deve assumir a responsabilidade final.

Eva pecou ao desrespeitar o padrão estabelecido por Deus para o casamento, não consultar seu companheiro antes de retirar o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e oferecê-lo a ele. Adão pecou quando negligenciou sua responsabilidade, não se esforçar para transmitir com clareza a ordem divina para sua esposa, ele errou ao não considerar a relevância da determinação de Deus que proibia comer o fruto proibido, consentir no andamento do plano de rebeldia da serpente e não impedir que a sugestão da serpente tivesse êxito (Gênesis 3.6,17).

Por negligenciar sua responsabilidade de liderança, o Senhor pergunta apenas para Adão "comeste do fruto que ordenei que não comeste?" e para a mulher formula questão diferente, dizendo "o que fizeste?". Eva havia dado sua confiança à serpente, o Criador desfez este laço de influência colocando entre ambas a inimizade (Gênesis 3.11.15). Adão é considerado o principal responsável pelo ato de rebeldia, apesar de as consequências da Queda atingir, igualmente, ao homem e à mulher e suas respectivas esferas de atuação (Gênesis 3.9,17; Romanos 5.12-14).

Eva talvez tenha percebido logo que foi iludida, havia sido criada sem nenhum pecado e ao pecar, ao invés de passar a ser igual ao Criador, que é santo, tornou-se parecida com o diabo, o primeiro ser apontado pelas Escrituras como pecador. Adão e Eva transformaram-se em pecadores e foram lançados para fora do jardim para envelhecer e morrer. Antes do pecado, Adão lavrava  apenas o jardim do Éden, com facilidade produzia seu sustento e vivia feliz com Eva. Depois do pecado, o Criador amaldiçoou a terra, que passou a produzir espinhos e cardos, e Adão não mais pôde trabalhar com facilidade. O trabalho passou a ser árduo para ele. Adão viveu 930 anos, teve muitos filhos e filhas. O dia se sua morte chegou, morreu conforme o Criador disse que aconteceria (Gênesis 5.4-5). 

Sobre a Queda de Adão, podemos extrair a lição de que jamais devemos dar margem para dúvidas. Para evitar cair em tentação, é preciso buscar o conhecimento completo do que o Senhor fala. Sempre será necessário ensinar o conteúdo bíblico usando textos e contextos, pois o pregador é cobrado por suas negligências no que tange ao ensino. Distorcer, adicionar e subtrair informações referente ao que há nas Escrituras Sagradas, não edifica o crente, favorece apenas os interesses do diabo.

Depois deste fato triste, Adão deu para sua esposa o nome Eva. No idioma hebraico, este nome significa "vida". A Ciência define vida como o conjunto de características que mantém os seres humanos em atividade. Adão nomeou-a assim tendo em vista a capacidade de reprodução da espécie humana que havia nela, sua mulher logo passaria a ser a "mãe de todos os seres humanos" (Gênesis 3.20 (NAA).

Eva torna-se mãe (Gênesis 4.1,2).

Eva foi criada para ser a “companheira adequada”, a parceira de Adão na tarefa de encher a Terra e sujeitá-la. Como complemento oferecido por Deus, era digna de merecer todo respeito do seu marido, devia ser devidamente bem tratada por ele. A narrativa bíblica sobre o primeiro casamento estipula que o homem deve deixar pai e mãe e formar uma nova unidade familiar ao unir à sua mulher. E desta união conjugal precisa haver a geração de descendentes (Gênesis 1.28; 2.24).

Alguns interpretam o significado sobre a Queda de Adão de maneira totalmente equivocada, dizem que o pecado do casal foi o ato sexual. Deus disse “frutificai e multiplicai-vos”, portanto, está claro dentro do ambiente do casamento que a expressão sexual é uma dádiva, o celibato nunca foi plano do Criador, a sexualidade humana é uma bênção que existe para que marido e mulher tenham filhos e expressem afetividade reciproca intimamente. O apóstolo Paulo, ao abordar a questão da apostasia nos últimos dias (1 Timóteo 4.3-5), desenvolve uma interpretação positiva a respeito do relacionamento sexual no matrimônio. Através de sua redação, entendemos que Deus criou homem e mulher com a capacidade de terem prazer na atividade sexual, que a constância da relação íntima no casamento gera a desejável felicidade, a união conjugal é onde homem e mulher podem e devem compartilhar juntos os prazeres físicos da vida terrena.

Não há base bíblica para a doutrina do rigor acético na vida de casal, a proibição da expressão sexual desvirtua o propósito divino para este assunto, e de igual maneira não existe base bíblica ao indivíduo promíscuo que pratica o sexo fora laços matrimoniais.

Na antiga cultura hebraica, considerava-se que a principal responsabilidade das mulheres para com os maridos era gerar filhos, especialmente filhos do sexo masculino. A geração de um filho era a contribuição mais nobre que a mulher podia dar ao marido e à família. Não fazê-lo, em contrapartida, via-se como uma desgraça. É por este motivo que vemos o desespero de Raquel por não ter gerado nenhum menino para Jacó. Quando, posteriormente, Deus permitiu que concebesse um garoto, Raquel interpretou esse acontecimento como a remoção de sua humilhação (Gênesis 30.1,23).

Em Gênesis 3, temos o relato do primeiro pecado consumado. Observamos que a Queda implicou uma inversão completa do padrão de relacionamento definido por Deus, com consequências desastrosas e permanentes revertidas apenas pela vinda e morte salvífica do Messias.

No capítulo 4 de Gênesis, vemos o começo das consequências desta ação da desobediência de Adão e Eva. A mulher dá à luz a dois filhos: Caim e Abel. O coração de Caim não possui afeto natural em relação a seu irmão, seu sentimento é retratado como um fera em prontidão para atacar, a malignidade contamina a sensatez de seu raciocínio e o induz ao terrível ataque fatal contra Abel. Então ocorre o primeiro assassinato registrado na Bíblia Sagrada, é o início do desdobramento da prática do pecado na história da humanidade  (Gênesis 4.6-9; 13-14; 1 Pedro 5.8).

A mulher no plano de Deus (1 Pedro 3.1-7).

A linha cronológica da apresentação dos fatos relativos ao casamento no Antigo Testamento. começa em Gênesis, capítulos 1 a 3. Tal cronologia pode ser atrelada ao Plano da Salvação. Em Gênesis 3.9 a 20, há o relato de como Deus agiu em relação ao pecado de Adão e Eva e à indução ao erro cometido pela serpente. O Criador sabia de toda a ocorrência e fez perguntas visando extrair confissões e proferir a condenação. A serpente foi condenada a rastejar e estar em guerra constante com a humanidade e ter a sua cabeça esmagada pela descendência de Eva - o juízo contra a serpente é ao mesmo tempo o anúncio divino de bênção ao ser humano, a Boa Nova da intervenção de Jesus Cristo em favor de todos os pecadores (Gênesis 3.15; João 3.16; Romanos 16.20; Hebreus 2.14; Apocalipse 22.18).

O apóstolo Pedro, no terceiro capítulo de sua primeira carta, descreve os deveres de maridos e esposas no seu relacionamento, começando com os deveres das esposas. Abordar problemas conjugais e familiares, refere-se as mulheres convertidas a Cristo no mundo antigo em que vivia, considera a consequência desse ato quando o marido continuava descrente (3.1-2). Seu aconselhamento às esposas é mais extenso do que a orientação dirigida aos maridos crentes, pois quando o homem se convertia enquanto que a mulher seguia sem aceitar a Cristo, o marido levava a sua mulher à Igreja e não havia maiores dificuldades, mas se apenas a esposa era convertida, seu passo de fé poderia causar complicações sem precedentes dentro do seu lar.

A situação de uma mulher mudar de religião sem ser acompanhada do seu marido era algo praticamente inaceitável pela sociedade grega daquela época, naquela civilização a mulher não tinha direito ao pensamento próprio, era obrigada a permanecer no ambiente doméstico, pedir o menos possível e acatar todas as ordens do marido. Seu marido podia divorciar-se dela à vontade contanto que lhe devolvesse seu dote. A vida da mulher em Roma não era muito diferente, as leis romanas favoreciam apenas os homens. Legalmente, em fase adulta a pessoa de sexo feminino era tratada como se fosse ainda criança. Quando vivia no lar paterno estava sob a autoridade do pai, que possuía o direito de decidir sua vida ou morte; ao casar-se passava a estar sob a autoridade absoluta do marido.

O ensinamento de Pedro sobre o modo das esposas cristãs casadas com homens descrentes se consiste em que elas vivam  em sujeição, uma submissão carinhosa à vontade do seu cônjuge, para que através da conduta amorosa, o homem que não tinha contato algum com o Evangelho de Cristo encontrasse oportunidade de observar a evidência da Palavra através do procedimento prestativo, prudente e exemplar da sua mulher. Através deste aconselhamento, aprendemos a sujeição espontânea, primeiramente ao Todo Poderoso, são deveres cristãos que o Criador estabeleceu antes do pecado cometido por Adão e Eva (Gênesis 3.16; 1 Timóteo 2.11).

Pedro incentiva os cristãos à viverem unidos, ao amor, à compaixão, à paz e à paciência nos sofrimentos; a perdoarem os caluniadores e não caluniarem; não retribuírem o mal com o mal, nem insulto com insulto, mas com bênção; estarem sempre prontos para explicar a razão da sua fé e esperança, e conservarem a boa consciência (3.8-17). Para encorajá-los a isso, o apóstolo aponta ao exemplo de Jesus, que sendo justo sofreu pelos injustos (3.18-22).

A mulher no Reino de Deus 

As Escrituras ensinam que Deus fez tanto o homem quanto a mulher parecidos com Ele (Gênesis 1.27; 5.1; 9.6; 1 Coríntios 11.7; Tiago 3.9). Sendo o Criador pessoal, criativo, dotado de inteligência e desejo, capaz de governar o mundo, fez dois seres humanos dotados de atributos físicos e psicológicos que configuram os caráteres das criaturas varonil e feminil portando qualidades específicas, e estas refletindo a inteireza do seu Criador, possuem capacidade de cumprir plenamente a vontade divina.

Algumas mulheres destacadas positivamente nas páginas das Escrituras:
• Abgail, a mulher de sabedoria (2 Samuel 25.18-35);
• Ana, a mulher de oração (2 Samuel 1.9,10);
• A mulher anônima que Jesus observou contribuindo no templo (Marcos 12.41-44);
• Débora, a mulher que profetizava (Juízes 4.5);
• Rute, a mulher de decisões acertadas (Rute 1.16);
• Sara, a mulher de fé (Hebreus 11.11);
• Lídia, a primeira convertida a Cristo na Europa (Atos 16.14);
• Lóide e Eunice, respectivamente, avó e mãe do jovem pastor Timóteo, a quem transmitiram a fé no Salvador (2 Timóteo 1.5);
• Maria Madalena, a primeira mulher que testemunhou a ressurreição do Salvador (João 20.11-18);
• Priscila, esposa fiel de Áquila, que junto a ele cooperou no ministério de Paulo (Atos 18.21-3,26; Romanos 16.3,4. 
Em todo o ministério terreno de Jesus e, principalmente em sua ressurreição (Lucas 24.1-10), percebemos a fé e o respeito que as mulheres demonstraram pelo Salvador. Depois de sepultado, assim que o período do dia de sábado terminou, Maria Madalena, Joana, Maria, mãe de Tiago e outras mulheres (João 12.10,24,32), aproveitaram a primeira oportunidade e foram ao sepulcro para embalsamar o corpo de Jesus, talvez quisessem ungir sua cabeça, o rosto, espalhar especiarias em suas mãos e pés feridos, em uma expressão de carinho, o mesmo carinho que dispensamos em nossa cultura ocidental quando derramamos lágrimas e colocamos flores ao redor das pessoas falecidas que amamos.

Considerando a expressão de amor dessas mulheres, Deus ordenou que dois anjos avisassem-lhes que o Senhor havia ressuscitado, e ajudassem a lembrar que o próprio Cristo havia dito que ressuscitaria ao terceiro dia da sua morte, pois elas encontraram o túmulo aberto e vazio. E coube a elas a missão de avisar aos homens que Ele estava vivo (Lucas 24.6,8).

Após o pecado no Éden, Deus ainda se comunica com as pessoas, agora através da Bíblia Sagrada, que inspirada pelo Espírito Santo tem o poder de transformar vidas. O mundo necessita conhecer a essência do seu Criador, tendo em mente quem realmente Ele é. Através da pregação da Palavra, realizada por pessoas renascidas em Cristo, deseja abençoar pessoas de modo individual e coletivamente, sendo reconhecido e aceito como Soberano no ambiente das famílias. Homens e mulheres, alcançados pela graça da salvação, têm em si o reflexo de seu Criador, estão incumbidos com a missão de entregar a mensagem das Boas Novas aos que ainda não encontraram o Salvador.

Conclusão

As Escrituras dão testemunho de um número considerável de relacionamentos entre homens e mulheres caracterizados pelo amor e pela honra a Deus. Apesar disso, por causa do pecado, o ideal divino da união matrimonial e família foi corrompido pela poligamia, divórcio, adultério, homossexualidade, esterilidade e falta de diferenciação dos papéis de marido e esposa. Por existir na cultura contemporânea, considerável confusão sobre o plano de Deus a respeito do casamento, com a finalidade de saber lidar com essa crise cultural, e fortalecer as convicções cristãs sobre o assunto, o cristão autêntico precisa ter a Bíblia Sagrada como base para empenhar-se à edificação e solidificação do fundamento mais íntimo que o Criador trouxe à existência.

E.A.G.

Compilação:
Comentário Bíblico Beacon, Gênesis a Deuteronômio. Volume 1; página 38.
Comentário Bíblico Mattew Henry - Atos a Apocalipse, 1ª edição 2018, pagina 872. Rio de Janeiro - RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD)
Comentário Bíblico Mattew Henry - Mateus a João, 1ª edição 208, páginas 729, 730. Rio de Janeiro - RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Deus Casamento e Família: reconstruindo o fundamento bíblico. Andreas J. Köstenberger e David W. Jones. 2ª edição. Páginas 281 29 e 35. São Paulo (Vida Nova).
Guia do Leitor da Bíblia – Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Lawrence O. Richards. 5ª edição 2006. Páginas 26, 836. Bauru. Rio de Janeiro – RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus – CPAD).
Pastor Christian Molk. consulta realizada no website em 03 de janeiro de 2019, https://www.christianmolk.se/2014/03/nar-eva-foll/ 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Adão, o Primeiro Homem

Eliseu Antonio Gomes

O livro de Gênesis, escrito por Moisés, mostra como surgiu o mundo e tudo que ele contém, com a finalidade de explicar o desejo do Criador de ter um povo separado para adorá-lo. Aborda a origem do mundo, humanidade, pecado, a nação de Israel, a soberania e fidelidade de Deus; fala sobre a obediência que tem como consequência muitas bênçãos.

Nesta postagem, apresentamos reflexões focadas somente no tema a criação do homem, ocorrida pela manipulação das mãos de Deus, após Ele ter criado o Universo pela autoridade expressada em sua voz. Tais narrativas são encontradas em Gênesis, no primeiro capítulo até o versículo 25 do capítulo 2.

O Conselho divino para a criação do homem.

"E Deus disse: 'Façamos o ser humano à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os animais que rastejam pela terra' " - Gênesis 1.26.

Neste acordo divino, encontramos a primeira indicação clara da triunidade de Deus, a segunda menção está em 3.22 e a terceira em 11.27. O vocabulário humano é incapaz de descrever Deus com exatidão. Deus é uma entidade singular (Isaías 45.5-6) e ao mesmo tempo plural (Isaías 6.8). A palavra hebraica para "Deus" ("Elohim", no primeiro versículo de Gênesis) é um substantivo cuja raiz no singular é "El". Este pronome indica o conceito de excelência e majestade divinas, o texto é a revelação inicial que destaca as três pessoas da Divindade: Pai, Filho e Espírito Santo.

A criação do primeiro homem.

"Então o SENHOR Deus formou o homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente" - Gênesis 2.7.

O sopro do Espírito de Deus tornou Adão uma criatura viva (Jó 33.4). O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus (Tiago 3.9). No sentido moral, Adão era bom e sem pecado; no ponto de vista da vida racional, era parecido com seu Criador no aspecto de usar a inteligência, vontade e expressar sentimentos.

São usadas muitas palavras para relatar a criação do ser humano, quase todas são relativas ao trabalho de um artesão formando uma obra de arte à qual ele dá vida (1 Coríntios 15.45). Criado a partir do barro, o valor do ser humano não é encontrado nos componentes físicos que formam o seu corpo, mas na qualidade de vida que constituem a sua alma.

Adão foi formado como a coroa da Criação do Altíssimo, feito para governar o restante da criação. Ao atender ao mandamento de dominar e sujeitar toda a criação, o homem determinou de uma vez por todas seu relacionamento próprio e único com tudo que existe no Universo.
O sopro do Espírito de Deus tornou Adão uma criatura viva (Jó 33.4).
Adão corrompeu-se, caiu em pecado. Mas o Criador jamais desistiu da Humanidade e providenciou-lhe a salvação. O apóstolo Paulo revela que fomos criados conforme à semelhança do Filho, com o objetivo de o Filho ser o primogênito entre os muitos filhos do Pai celeste (Romanos 8.29); o pecado muda a aparência original do ser humano, mas a conversão ao senhorio de Cristo faz com que a pessoa convertida volte a ser semelhante ao seu Criador (Colossenses 3.10).

O lugar do homem na criação divina.

"Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, para que dele te lembres? E o filho do homem, para que o visites?" - Salmos 8.3-4.

Embora possamos qualificar, sem nenhum problema, o Salmo 8 como um salmo da criação, seus nove versículos fazem muito mais do que abrirem caminho para a reflexão sobre a criação. O primeiro e o último versículos deste Salmo sugerem que Davi o escreveu com o objetivo essencial de compor um hino de louvor, pois o início e o fim têm brados de glorificações ao Criador.

É importante notar que, na abertura e fechamento deste Salmo, as traduções bíblicas trazem duas vezes o vocábulo "senhor", sendo a primeira em letras maiúsculas e a segunda apresentado em fonte maiúscula apenas a primeira letra. Os dois nomes são usados para tratamento direto a Deus, porém, de maneiras distintas. A primeira vez (SENHOR) é relativo ao seu nome, que é Jeová (Êxodo 3.14); a segunda (Senhor), é Adonai, uma referência à sua pessoa entre o seu povo e a todos os seus atributos.

Alguém poderia pensar que existe contradições entre Gênesis 1.1 (que nos informa que Deus disse e tudo se fez) com o Salmo 8.3 (que nos informa que o Criador usou seus dedos em sua ação criadora). Porém, o texto de Gênesis não está em choque com este Salmo. As duas narrativas são figuradas, mostram o ato criador do Todo-Poderoso por ângulos diferentes mas com o mesmo propósito e desfecho. Gênesis alude ao poder de trazer a existência coisas a partir do nada; no Salmo 8 temos a comparação entre o tamanho do Senhor e a pequenez humana. Deus é Espírito, não possui corpo. Os escritores das Escrituras Sagradas, inspirados pelo Espírito Santo, recorreram à anatomia do ser humano em seus escritos visando facilitar a compreensão limitada da mente humana.

Os versículos 5 a 8 deste Salmo, subentendidamente, ratificam o relato de Gênesis. Entendemos que o salmista tem pleno entendimento que a Humanidade foi criada à imagem e semelhança do seu Criador, para, entre outros objetivos, exercitar domínio sobre o restante da criação (Gênesis 1.26-28).

Mas, além disso, este louvor abre caminho para a reflexão da criação de Adão, o primeiro homem e o último Adão, Jesus Cristo. Davi usa o recurso da linguagem antropomórfica e revela que o Universo inteiro é pequenino diante do Criador, que usou apenas os seus dedos para criar os céus (mais do que um), a lua e as estrelas. A mensagem aponta para a indescritível grandeza do Criador e faz comparação dessa dimensão extraordinária com a insignificância, transitoriedade e fragilidade do ser humano. E nos faz entender que, ainda assim, o Criador se importa com o bem-estar de todos, cuida daqueles que possuem a consciência de dependência da misericórdia divina e quer salvar a pessoa insensata, que dá margem para o sentimento de autossuficiência.

A encarnação de Cristo é a prova do amor de Deus e de sua consideração pela humanidade, Cristo foi enviado na forma de gente como a gente, obedeceu a Deus até a morte e em consequência disso Deus o exaltou de modo inigualável (Filipenses 2.8-9). Deus deu ao Salvador autoridade, assim, dentro da Trindade, "todas as coisas estão sujeitas a Cristo", Ele está exaltado sobre todas as coisas, incluindo a igreja, todas as coisas foram colocadas sobre os seus pés (1 Coríntios 15.27-28; Efésios 1.22; Hebreus 2.5-10).

E, Cristo, com todo este poder, está sempre disposto a estar presente na vida de todos nós. Jesus diz aos mortais: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo" - Apocalipse 3.20.

O homem é filho de Deus

"Ora, Jesus tinha cerca de trinta anos quando começou o seu ministério. Era, conforme se pensava, filho de José, filho de Eli (...), filho de Enos, filho de Sete, filho de Adão, filho de Deus" - Lucas 3.1,38.

O Evangelho de Cristo, escrito por Lucas, apresenta a lista dos antepassados de Jesus, remontando até Adão. Desse modo, destaca que Jesus se solidarizou com a raça humana em perspectiva universal. Quando o Novo Testamento utiliza o termo "Filho do Homem", referindo-se a Jesus, remete ao aramaico contido em Daniel 7.13, esta expressão tem implicações messiânicas, alude às profecias escatológicas.

Deus ama o ser humano

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" - João 3.16.

O evangelista João ressalta enfaticamente o valor de crer em Jesus Cristo. Ele esclarece que "crer" é a resposta do ser humano à missão salvadora de Deus por meio de Jesus Cristo, o Filho unigênito. É uma resposta com a mente, o coração, com toda a vida. Todo aquele que responde ao amor de Deus crendo, recebe a vida eterna. João 1.12; 3.14-16; 6.40; 11.25-26; 30.31.

Jesus, verdadeiro homem

"Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e a humanidade, Cristo Jesus" - 1 Timóteo 2.5.

Deus, através da concepção de Jesus de Nazaré no ventre de Maria, por meio de sua vida sem pecado, da morte em julgamento injusto e através da ressurreição ao terceiro dia, manifestou sua vontade de salvar a humanidade. Cristo é eficaz como Salvador, manifestou sua missão redentora por feitos e palavras.

"Antes de tudo" (1 Timóteo 2.1). Isto é, nossa prioridade como salvos por meio de Cristo, é buscar a Deus realizando orações e ações de graças, pois a intercessão e a gratidão promovem reflexos em nível universal. A igreja necessita de um ambiente que permita a ela levar uma vida tranquila e pacífica, que só é possível vivenciar havendo um bom governo e a devida participação de todos na vida civil. Com este entendimento, Paulo instrui os crentes a buscar em Deus disposição e sabedoria para agirem de modo correto em relação às autoridades constituídas: Romanos 13.1-7; 2 Timóteo 2.1-4; Tito 2.12; e 3.1.

"Há um só Deus", é uma frase  que tem por base Deuteronômio 6.4, também usada por Jesus (registro em Marcos 12.29) e pelo apóstolo em outra carta (Romanos 3.30). Deus é único, no aspecto de unidade, não é um ser dividido em seu modo de ser e agir. Não existe outro igual, esta característica requer de nós dedicação e amor exclusivos ao Senhor.

"Um só Mediador". Além de Paulo, o escritor de Aos Hebreus apresenta Cristo exercendo o ministério da mediação entre Deus e os homens. Descreve tal nobre tarefa  como a "mais excelente" das tarefas, "de superior aliança", "com base em superiores promessas" (8.6); "a fim de que os que foram chamados recebam a promessa da herança eterna" (9.15).

Conclusão

Em Gênesis, além do relato da criação do mundo físico, os relatos de como Adão e Eva vieram a existir, o surgimento do pecado através desobediência, também temos a narrativa do surgimento do povo de Deus, por meio do qual o Criador introduziu o plano da redenção entre nós. Diante das ações de Deus em Cristo, o único Mediador capaz de favorecer toda humanidade, o crente deve permanecer disposto e pronto para cumprir sua responsabilidade no âmbito espiritual, que é anunciar e ensinar a verdade das Boas Novas de salvação a todos que puder alcançar.

Artigos relacionados:
Sumário: Lições Bíblicas Adultos – A Raça Humana: Origem, Queda e Redenção (Edição Comemorativa)   ■
O Sopro da Vida
A Criação de Eva, a Primeira Mulher

E.A.G.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Eva e a serpente

Por Wanda de Assumpção

Uma história moderna.

Havia uma jovem linda e inteligente. Quase terminando o colegial, ela se preparava para prestar vestibular com o sonho de cursar a faculdade que lhe daria acesso a uma profissão empolgante. Seus pais não mediam sacrifício para dar á filha o privilégio de uma educação superior e uma vida melhor do que aquela que levavam. 

Entretanto, a influência de amigos desajustados pesou mais do que as palavras sábias e amorosas dos pais. Quando eles lhe chamaram a atenção com respeito a coisas prejudiciais que estava fazendo, aquela jovem arrebitou o nariz e retrucou: "Eu sei o que estou fazendo". Não foi o que pensou o policial quando ela foi apanhada dirigindo embriagada.

Uma história antiga.

Havia uma jovem linda e inteligente, que morava num lugar perfeitamente belo. Amada por uma marido lindo e inteligente, ela podia dizer que tinha tudo o que uma mulher desejava. Além de tudo, aquela jovem desfrutava de um privilégio especial: todas as tardes, recebia a visita da Pessoa mais importante do universo - o Criador. Em momentos de comunhão, de puro deleite. Como o salmista, ela podia dizer: "Meu cálice transborda."

Entretanto, certo dia a paz daquele lugar idílico foi invadida por um ser muito esperto, cuja intenção era jogar a sementinha da desconfiança e do descontentamento no coração da jovem. E ela, arrebitando o nariz, falou consigo mesma: "Não vou deixar ninguém me dizer como devo viver. Sei o que estou fazendo.

Será que sabia? As consequências daquela rebeldia foram muito além de um acidente de trãnsito: morte espiritual, morte física, moléstias, crimes, dores nos relacionamentos, tudo isso se abateu sobre o primeiro casal e sobre todos os seres humanos desde então.

Você conhece a história de Eva no Paraíso. Agora pare e pense comigo sobre o motivo que levou aquela jovem privilegiada a jogar a felicidade pela janela. Tinha de ser algo muito forte, irresistivelmente atraente. E era. Eva tinha tudo, tudo, mas não era "dona do seu nariz"! Ela fora criada por Deus, que lhe dera todas aquelas coisas maravilhosas, mas também dissera como devia viver; a mulher, contudo, resolveu que preferia determinar isso por si mesma. Não foi uma boa ideia, como logo descobriu.

O plano de Deus nos dá toda a liberdade para nos realizar como pessoas e, em particular, como mulheres. Deus, que nos fez como somos, só deseja o nosso bem. Quando O buscamos, Seu amor maravilhoso nos enche o coração. Então, a partir dessa riqueza, podemos ministrar às pessoas com o dom especial da nossa feminilidade, enriquecendo nossa vida e a delas de uma maneira que as mulheres foram capacitadas para fazer.

Fora do plano de Deus, essas características ficam distorcidas; a visão de como devemos viver para nos realizar fica deturpada, desfocada. Apegamo-nos às pessoas para satisfação da nossa necessidade de amor e propósito, e, quando elas não correspondem às nossas expectativas, sufocamo-nas, tentando dominá-las, controlá-las.

Minha amiga, temos de fazer a mesma escolha com que Eva se defrontou. Determinarmos como vamos viver, dependendo dos nosos próprios recursos, ou obedecendo aos preceitos do Deus que nos criou e que, através de todas as circunstâncias da vida, está nos levando cada vez mais para perto de Si.

Eu fiz a minha escolha. E você?

_______
Wanda de Assumpção é escritora e membro da Igreja Presbiteriana de Vila Mariana (São Paulo/SP). Artigo extraído da revista Graça, ano 1, número 4, página 54 (Graça Artes Gráficas Ltda).

segunda-feira, 5 de março de 2018

Onde estás?

Onde você está?

Esta é a primeira pergunta do Antigo Antigo Testamento (Gênesis 3.9) e também é a primeira pergunta que encontramos no Novo Testamento. (Mateus 2.2).

Em Gênesis, Deus pergunta ao casal, que se escondia do Criador após pecar. A pergunta é retórica, com objetivo de causar uma reflexão sobre o ato de desobediência de Adão e Eva. Entre os atributos do Todo Poderoso, existe a capacidade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo e saber sobre todas as coisas e situações o tempo todo. São as qualidades da onipresença e da onisciência.

Em Mateus, a pergunta é formulada pelos magos. Sendo conhecedores das profecias sobre o nascimento do Salvador (Números 24.17 e Miqueias 5.2), ao observarem a estrela de Belém brilhar no céu, logo discerniram que o cumprimento da Palavra de Deus estava ocorrendo. Então eles viajaram do oriente até o palácio de Herodes, querendo saber onde estava o recém-nascido, descrito pelos profetas como o Rei dos Judeus.

Em qual posição você está? Vivemos no mesmo erro de Adão e Eva; e Deus, que é cheio de misericórdia, nos procura com vista à reaproximação? Ou, estamos tal qual os magos, dispostos a estar na presença de Jesus, com objetivo de prestar-lhe nossa adoração?

Vale a pena o auto-exame: espiritualmente, onde você está?

domingo, 4 de março de 2018

Eva, o primeiro ser humano feminino na face da Terra


Por Eliseu Antonio Gomes

Criação versus Evolucionismo

A Ciência tenta provar que Deus não existe e que o relato da Criação não é verídico, porém, não é capaz de explicar como a Humanidade e todo o Universo passou a existir. Argumenta: "Ninguém pode fazer uma imagem de barro se não possuir barro, como matéria-prima. Se hoje sabemos que todos os seres humanos são formados substancialmente de matéria orgânica, como teria surgido o primeiro ser vivo, num planeta que originalmente não possuía matéria orgânica?"

► A formação do caráter cristão
► A glória, o orgulho e a queda do rei Uzias - parte 1
► A glória, o orgulho e a queda do rei Uzias - parte 2
► A glória, o orgulho e a queda do rei Uzias - parte final
Crer em Deus está nos genes, afirma prêmio Nobel de medicina
► Crônica sobre a oração desesperada de um ateu
► Nota arqueológica sobre o Jardim do Éden

E destas questões surgiram muitas teorias, que jamais tiveram provas incontestáveis de suas veracidades. De Aristóteles até meados de 1850, existiram grandes pensadores que acreditavam na Hipótese da Geração Espontânea ou Abiogênese, hipótese pela qual admitia-se que os seres vivos pudessem surgir da matéria bruta do meio. Essa foi desmascarada no ano 1864 por Louis Pasteur, na França. Depois, tentou-se explicar o aparecimento  dos primeiros seres vivos a partir dos cosmozoários, que seriam microrganismos flutuantes no espaço cósmico. Porém, existem provas concretas de que isso jamais poderia ter acontecido. Tais seres seriam destruídos por raios estelares e ultravioleta que varrem continuamente o espaço sideral.

sexta-feira, 20 de março de 2015

A tentação de Eva - Gênesis 3.6



Nesta semana, por conta de preparar matéria de escola dominical, cujo tema é "cobiça", fiz uma pesquisa buscando a raiz etimológica do verbo "cobiçar". O resultado da averiguação talvez tenha uma pitada de surpresa para alguns leitores da Bíblia Sagrada. Assim como a definição que acostumamos usar no idioma português, no hebraico também existe o sentido positivo ao vocábulo. Existe a "cobiça boa", que não vai contra as determinações do Decálogo.

Não cobiçarás

Sobre Gênesis 3.6, precisamos analisar em detalhes. Começa assim. “E vendo a mulher...” A vogal “e” nos remete aos versículos anteriores, porque exerce a função de conjunção aditiva, une a oração com as orações anteriores. O que encontramos nos versículos anteriores? Lemos que a serpente conquista a atenção de Eva para as árvores existentes no Éden induzindo-a a pensar que o Criador mentiu sobre a questão da morte se ela comesse o fruto proibido. A narrativa bíblica mostra que Eva só passou a ter o interesse especial pela árvore após o diálogo com a serpente.

Vale frisar que o Diabo se aproximou de Eva como se fosse uma das animálias daquela região em que Adão e Eva viviam, nada é dito sobre o tentador apresentar-se a ela dizendo de sua origem e rebelião contra o Criador. Ou seja, estava disfarçado.

Sobre o verbo "ver", no idioma hebraico, a palavra não possui sentido negativo, não possui sentido de “cobiça” entre as suas definições. Depois que Eva teve sua atenção despertada pela serpente, observou o fruto, contemplou-o com olhar de admiração (cogito que seria muito bonito), viu o fruto discernindo que ele era bom, da mesma maneira que o Criador fez tudo e em seguida discerniu o resultado de tudo que criou e declarou que todas as coisas feitas eram boas.

Mas, na continuidade de Gênesis 3.6, encontramos o adjetivo “desejável”, que entre suas definições em hebraico tem o sentido de cobiça. E o texto bíblico afirma: “árvore desejável para dar entendimento”. O erro de Eva foi acreditar na serpente, que lhe disse que o fruto lhe daria mais conhecimento do que possuía, que a partir daquela refeição ficaria mais sábia. Não foi isso que o Criador afirmou em Gênesis 2.17, apenas informou que se Adão comesse ele morreria. Aliás, quando Deus emitiu a proibição Eva ainda não havia sido criada.

► Assunto relacionado: Árvores da Bíblia
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E.A.G.