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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Eliseu aumenta o azeite da viúva


Por Eliseu Antonio Gomes

Texto-base: 2 Reis 4.1-7.

O profeta e a viúva endividada

No norte, no reino de Israel, o profeta Eliseu dava continuidade à obra de Deus, depois que Elias partira. Eliseu era muito diferente de seu mestre. Enquanto Elias, admirado por muitos, demostrava ser rígido, impetuoso e inspirava medo em algumas pessoas, Eliseu era alguém mais sociável. Ambos viveram segundo as direções dadas pelo Espírito de Deus, sabiam que Deus havia se declarado amigo dos órfãos e das viúvas (Deuteronômio 10.18), Os dois eram sabedores que, como porta-vozes do Senhor, não podiam fazer ouvidos de mercador ao ouvir as queixas de viúvas; como ministros de Deus, deveriam atender aos enlutados em seus momentos de angústia.

A viúva endividada

Faça um pequeno esforço mental e tente visualizar a cena de encontro entre uma pobre viúva e Eliseu; Ela reclamando desse modo: "Não é justo! Eu perdi um bom marido, que era seu aluno na escola de profetas, e agora perderei meus filhos para pagar suas dívidas! É uma absurdo, meus filhos vão se tornar escravos! Alguém virá para possuí-los como propriedade!". Imaginou? Esta cena nunca aconteceu!

Quando todos os meios terrestre de ajuda estavam fechados para esta mulher aflita, ela foi procurar o profeta Eliseu, sem fazer quaisquer tipo de reclamações. Apenas derramou seus sentimentos de aflição nos ouvidos dele, contou-lhe que seu marido, um homem que fez parte do grupo de jovens profetas na escola criada por Eliseu, havia morrido recentemente e deixado uma dívida cujo valor ela não tinha condições de pagar.

Naquela sociedade e época, não havia perspectiva de um futuro feliz para uma mulher nas condições daquela mulher. Se ficasse sozinha, não teria nenhuma segurança na velhice, pois os filhos é que cuidavam de seus pais idosos, não existia o sistema do Estado efetuando ajuda financeira, como uma aposentadoria ou pensão às mulheres que perderam seus maridos. Consequentemente, restava a ela enfrentar a solidão, o luto, a miséria, o desespero, e até mesmo uma morte prematura por causa da opressão de um credor que violou a Lei de Deus.

Escravidão

A Lei de Moisés permitia que dívidas poderiam ser pagas com a mão-de-obra escrava. Entretanto, era proibido a um credor israelita, a quem outro israelita foi vendido, "obrigá-lo a servir como escravo", e a agir sobre a vida dele rigorosamente. Apesar disso, em alguns casos o quadro era dramático ao extremo, pois os credores eram inescrupulosos e davam pouca atenção às regras impostas por Deus (Levítico 25.39-43).

A viúva estava prestes a perder seus filhos para os credores de seu falecido marido, gente de coração duro, pouco importava se os dois filhos dela eram o seu conforto, se ela e os dois filhos temiam ao Senhor e se poderiam contornar a situação e pagar tudo o que deviam de uma maneira mais suave. Eles eram implacáveis, e levariam seus filhos para trabalharem como escravos.

Porém, felizmente, como mãe e mulher viúva, uma mulher que servia a Deus. ela sabia o que fazer para resolver o seu pesar, deveria resistir com persistência às dificuldades desse mundo, lutar as batalhas da vida sem ser covarde. Era convicta; era que não estava sozinha em sua luta. Lembrou-se do "Pai dos órfãos e defensor das viúvas" e clamou por sua ajuda (Salmo 68.5; Jeremias 33.3).

O milagre da multiplicação 

Por hipótese, baseados em contextos bíblicos referente ao que Deus espera de cada um de nós que confiamos nEle, podemos concluir que antes desta mulher perder seu esposo ela cuidava de seu lar com eficiência, era companheira, apoiava o ministério de seu marido; após a morte dele, ela fez uso de todos os recursos disponíveis para sobreviver dignamente com os filhos e também esforçou-se para honrar a dívida do falecido. Apenas quando não haviam mais meios de arcar com as responsabilidades de sobrevivência dos filhos e estava reduzida à zero a possibilidade de pagar as dívidas e a ameaça de escravização rondava seu lar, ela procurou por Eliseu.

O profeta perguntou-lhe "o que você tem em sua casa?". Ela respondeu: "não tenho nada além de uma vasilha de azeite" (versículo 2). Ao contrário da viúva na história de Elias, Eliseu pediu-lhe para usar tantos frascos vazios quanto possível, recomendou-lhe recolher muitos vasos, "não poucos vasos" (versículo 3).

Em seguida instruiu-lhe para isolar-se em sua casa com seus filhos, orientou-lhe que apenas quando fechasse a porta de sua residência apenas ela e seus dois filhos, no interior do lar, deveriam derramar o óleo de sua pequena jarra em todos os frascos recolhidos por empréstimo (versículo 4). Caso houvesse gente estranha ao recebimento da maravilhosa provisão de Deus, a bênção não aconteceria naquela família.

Quando Eliseu ordenou-lhe: "Vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas." emitia solicitação preparatória a viúva, preparava-a psicologicamente para viver uma experiência liberal da bondade de Deus, fazia-a quase que antever as grandes coisas que estavam em iminência de acontecer em sua vida atribulada. Aos olhos humanos, a orientação do profeta não parecia ser algo dito por uma pessoa que tivesse realmente o objetivo de ajudá-la. Não fazia sentido algum, mas ela tinha fé e obedeceu a determinação.

Tal qual a indicação do profeta, Jesus também solicita a que façamos uso do interior de nossas casas. Cristo pede que na privacidade do ambiente caseiro busquemos a Deus em oração. A ordem tem o objetivo de fazer com que o cristão tenha o costume de cultivar momentos particulares de comunhão espiritual. Ao fazer uso do quarto com porta fechada, estando sozinhos e sem a menor possibilidade de ser incomodado, obtemos maior chance de dispôr o espírito humano e os pensamentos diante do Espírito Santo e dessa maneira receber o benefício da bênção integral (Mateus 6.1-18).

A lição sobre o Abençoador, o abençoado e a bênção

Logo que a viúva obedeceu detalhadamente o que o profeta disse, ela viu uma ação sobrenatural acontecer, bem diante de seus olhos o óleo começou um processo de multiplicação nos vasos emprestados, Da pouca quantidade de líquido que ela possuía, encheu todos os jarros que havia recolhido. E, em determinado momento, dirigiu-se a um de seus filhos: "Traga-me ainda uma vasilha." (versículo 6). Todos os recipientes estavam cheios e seu filho avisou-lhe que não havia mais recipientes para serem enchidos. Então, o óleo parou de fluir e nenhum elemento da bênção foi desperdiçado. Se houvessem mais vasos, mais azeite fluiria.

Notemos que o azeite parou de multiplicar exatamente no momento que os vasos vazios terminaram. Assim, aprendemos que Deus não se dispõe a dar bênçãos para que sejam desperdiçadas por nós, nunca seremos abençoados com bênçãos que vão além de nossa capacidade de administrá-las de maneira responsável e corretamente.

Após chegar a informação ao profeta que o milagre havia acontecido, ele ordenou que a viúva agisse com honestidade, comercializasse o produto e pagasse o valor de tudo que devia, e vivesse junto com os filhos do lucro das vendas. Ela não era mais uma viúva paupérrima!

A simbologia do óleo

Você sabe que o óleo também é um símbolo do Espírito Santo. Quando o Espírito se envolve em um assunto, o impossível se torna possível. As coisas necessárias começam a acontecer. E a viúva miserável passou a ter o suficiente para pagar os credores de seu marido e ainda cuidar de si mesma e de seus filhos.

A atitude da viúva em crise é uma lição importante para todos os cristãos de hoje em dia. Quando realizamos atos em obediência ao que a Bíblia recomenda, agimos pela fé em Deus. Se obedecemos com coração voluntário, plantamos sementes que serão colhidas em forma de bênçãos no futuro, pois sempre que agimos obedecendo há uma recompensa de Deus para nós.

O Espírito Santo pergunta: o que você tem?  O auxílio do Altíssimo começa a partir do que já temos e dispomos. Ele solicita a você que interaja em seu círculo social usando o que já tem, mesmo que seja pouco.

Antes de Eliseu ajudar a viúva, perguntou sobre suas posses, porque o método de ajuda sobrenatural de Deus sempre faz uso de algo que temos na esfera material. Quando Elias atendeu ao clamor da viúva de Sarepta, ela usou o conteúdo de óleo, farinha e potes; ao multiplicar pães, Jesus recebeu cinco pães e dois peixinhos (1 Reis 17.12; João 6.9).

Pondere seriamente se deseja agir pela fé ou guardar o seu jarro quase vazio, se quer que haja uma multiplicação espetacular ou se pretende viver acomodado com sua situação.

Tudo o que o cristão precisa é confiar e obedecer. Não há melhor opção, a obediência é o que mais importa.

Observe o que há ao ao redor, e olhe para dentro de si mesmo e veja o poder da manifestação espiritual desempenhar maravilhas e tomar conta de sua vida:

•  Você tem peças de roupa, em bom estado de conservação, no fundo da gaveta, que não usa mais. Doe-as no departamento da igreja, para que alguém necessitado possa ser beneficiado;
• Você tem talentos naturais, que não são insignificantes e inúteis, podem ser usados em favor da sociedade e da comunidade cristã, então, disponha-se a trabalhar em favor do próximo; 
• Você tem dons espirituais, dons que foram dados pelo Espírito Santo, e pode usá-los na sociedade e dentro da comunidade cristã, para abençoar muitas pessoas;
• "Abra a sua boca, e eu o alimentarei." - Salmos 81.10 (NVI).
Coloque a fé em ação, sendo confiante nEle será surpreendido com sua prontidão e generosidade. Olhe para os jarros e prepare-se para que o conteúdo multiplique-se.

Impasse

Existe muita gente com estes dilemas: "Por que essa calamidade aconteceu em minha família? Por que as promessas de bênçãos para os justos não se tornam realidade para nós? Por que o meu marido/esposa, mãe/filho(a) morreu na flor da idade? Por que não consigo superar as nossas dificuldades financeiras? Por que sustentar a família é tão difícil para mim?

O incidente nos ensina a confiar em Deus em momentos de necessidade, Deus não desampara os justos, não abandona sua descendência os deixando mendigar o pão (Salmo 37.25). Além de podermos esperar dEle o suprimento das coisas temporais, muito mais ainda poderemos esperar que supra as espirituais  (Salmo 37.16, 25; Filipenses 4:19).

O agir divino

Ninguém deve esperar que um milagre idêntico ao que ocorreu com a viúva na ministração do profeta Eliseu ocorra também nos dias atuais, porém, jamais poderá deixar de crer que o Senhor cumprirá suas promessas, Ele continua disposto a sempre socorrer todas as pessoas que possuem fé, aguardam sua misericórdia estando em perigo, sofrendo com a necessidade extrema e sem nenhum meio de sair da situação por sua própria capacidade.

Através da leitura desta passagem bíblica, entendemos que uma pessoa piedosa e bem intencionada, caso seja imprudente, corre o risco de, da condição financeira estável, passar por grandes infortúnios e afluir à pobreza extrema. E lembramos que Jesus afirmou que vivendo no mundo os cristãos teriam aflições (João 16.33).

Conclusão 

Sem dúvida, encontramos na passagem bíblica 2 Reis 4.1-7 o relato de uma história de sofrimento, que aborda uma das tragédias pouco observada pelas autoridades constituídas em muitos países e pela igreja ao redor do nosso planeta, mas que os cristãos não devem jamais deixar passar em branco. Como cristãos,  em todos os lugares e em todas as épocas.devemos socorrer os necessitados, pois este é o dever de todos nós que cremos e aceitamos a Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador. "Os pobres sempre terão consigo, e poderão ajudá-los sempre  que o desejarem", disse Jesus (Marcos 14.7).

É muito triste a situação do servo de Deus, na posição de chefe da família, ter morrido e deixado sua esposa e filhos em péssima situação financeira. Estar precavido quanto ao bem-estar dos seus entes queridos de sua casa é um contingência de todos os cristãos, pois "quem não cuida dos seus é pior que os incrédulos, abandonou a fé" (1 Timóteo 5.8). 

Os cristãos podem pedir ajuda a Deus em momentos de necessidade, porque Ele é capaz de fornecer abundantemente para as nossas necessidades. Deus quer que sejam aproveitados em seu reino.Ao agir de acordo com a recomendação do Senhor, Ele sempre manifesta a Sua glória, Sua bondade, Sua disposição, a Sua proteção e Sua superintendência sobre nós. O efeito multiplicador sempre se faz presente e preenche os jarros vazios - para abençoar a nós mesmos e também ao próximo.. Basta confiar e pôr a confiança em gestos efetivos que representem a nossa crença.

E.A.G.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

O início do ministério de Eliseu


O profeta Eliseu se mostrou determinado a servir a Deus com inteireza de coração desde o primeiro instante de sua chamada.  

Vemos em 1 Reis 19.21 que ele era um agricultor quando Elias o chamou, preparava o solo para o plantio. Não sabemos se era terra de sua propriedade, dos seus pais, ou se estava ali assalariado. 

Temos a informação que ele retirou o jugo que estava sobre os bois que empurravam o arado e fez uma fogueira; depois, cozinhou os bois e ofereceu a carne aos amigos. Tratava-se de 24 bois e 12 juntas, pois estava na duodécima posição da fila.

A festa de despedida foi marcante, o banquete apontou para o início do ministério profético de Eliseu. Nesta situação podemos perfeitamente entender que ele se desligava totalmente do trabalho que o mantinha ocupado com as coisas desse mundo - as juntas e os bois com certeza eram seus - para ligar-se exclusivamente ao ofício do céu.

Após a fartura de comida, seguiu os passos de Elias, até que Elias fosse arrebatado e tomasse posse de sua capa. Assim, simbolicamente, recebeu autoridade divina para profetizar e operar milagres até chegar à velhice. 

E.A.G.

Postagem original em Notas Bíblicas.

terça-feira, 26 de março de 2013

A morte de Eliseu

Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.brPor Eliseu Antonio Gomes

"Preciosa é à vista do SENHOR a morte dos seus santos." -  Salmos 116.15.

A morte do profeta Eliseu traz lições importantes sobre a superioridade de Deus e a fidelidade de seus servos

Não é possível verificar apuradamente e afirmar com exatidão qual a idade do profeta Eliseu quando faleceu. Levando em consideração que na cultura hebraica ele deveria ter 30 anos quando recebeu o chamado ao ofício de profeta, e contando a partir do reinado de Acabe todos os demais reinados sob Israel, cogita-se que Eliseu tenha ultrapassado 120 anos de vida.

► Morte e ressurreição - Escatologia: acontecimentos futuros no plano da redenção
Hebreus 9.27: aos homens está ordenado morrer uma vez e após isso deparar-se com o juízo 
O destino final dos mortos
Jesus Cristo e a liberdade de escolha de cada dia
O pedido de socorro que pode trazer libertação

Eliseu, tendo recebido a porção dobrada do espírito de seu mentor Elias, talvez esperasse para si, assim como seus contemporâneos esperassem, que não adoecesse e morresse velho. não seguisse o curso natural da vida humana, porém, tivesse uma partida diferenciada e espetacular.

Eliseu exerceu seu ministério até os seus últimos momentos de vida sobre a terra. Ao final de seus dias, foi procurado pelo rei Joás, que pranteou ao pé de seu leito ao vê-lo enfermo. Nesta visita, Eliseu não agiu como um mero convalescente, pediu ao monarca que empunhasse arco e flecha, colocou suas próprias mãos sobre as mãos dele, solicitou-lhe que abrisse sua janela em direção ao oriente e atirasse a flecha e anunciou-lhe: "A flecha do livramento do SENHOR é a flecha do livramento contra os síros". Depois, pediu que golpeasse o solo com pontas de flechas. O rei desferiu três golpes e Eliseu lamentou indignado que tivesse pouca vontade em fazer isso mais vezes, explicando que os números de vezes de seus golpes eram equivalentes aos números de vezes que seu exército lutaria contra os síros, e se ele tivesse ferido a terra cinco ou seis vezes teria a capacidade de exterminá-los, mas como não o fez, os combateria com sucesso apenas três batalhas, e assim ocorreu. Após tal profecia Eliseu morreu (2 Reis 13.14-20).

A vontade do Senhor para o profeta Eliseu não era uma viagem em carruagem de fogo. Apesar disso, o fim da história dele não foi como quaisquer outros fins. Após seu corpo ser levado para debaixo da terra, algo incomum aconteceu e marcou de maneira maravilhosa a sua despedida para aqueles que lhes eram pessoas queridas. Deus o honrou: quando um cadáver foi posto em sua sepultura e tocou seus ossos, este ressuscitou. Imagine a surpresa e alegria dos amigos e da família da pessoa ressuscitada! E com tal milagre o Senhor anunciou a todos que tanto Elias quanto Eliseu percorreram caminhos que o agradaram.

A tricotomia humana

O ser humano é um ser tricotômico, isto é, tríplice. É um espírito com alma e corpo. Quando o corpo falece não é o fim de sua existência. Após a morte, diz o livro aos Hebreus no capítulo 9 e versículo 27, que o homem segue ao juízo. O espírito dará conta do que a alma escolheu fazer enquanto estava dentro do corpo.

Identidade espiritual
Identidade espiritual 2

Os meus tempos estão nas tuas mãos (Salmo 31.15).

O poder de Deus é capaz de curar e livrar o ser humano de tragédias, mas nem todas as pessoas recebem a cura e são libertas de eventos trágicos. Eliseu faleceu com pouca saúde e pouco vigor físico, e Estevão padeceu tragicamente apedrejado (2 Reis 13.20-21; Atos 7.55-56)

Nesta situação, usemos o nosso espaço de tempo na esfera física submetendo-nos à vontade Senhor. Julguemos a nós mesmos, para que o momento da nossa partida deste mundo - seja de maneira natural ou motivada por doença ou tragédia - nos conduza para a felicidade eterna na presença de Deus.

O profeta Eliseu deixou de caminhar neste mundo e foi recebido por Deus. E Estevão, recebendo pedradas, teve a oportunidade de ver Jesus Cristo à direita de Deus, em pé, aguardando o momento em que seu espírito se separaria do corpo e iria ao seu encontro nos céus (Atos 7.55 - 56).

Sendo o nosso tempo neste mundo curto ou longo, oremos tal qual o salmista: "Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios" -  Salmos 90.1. Deus não nega entregar sabedoria aos que lhe pedem. 

É uma escolha inteligente querer fazer a vontade de Deus, porque Ele quer o nosso bem-estar. Assim como o profeta Eliseu, usemos até o último instante do fôlego de vida com intensidade, queiramos glorificar ao Senhor em todas as circuntâncias.

E.A.G.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Os milagres de Eliseu

Por Eliseu Antonio Gomes

Como definir milagres? Milagres são operações de caráter divino, fazendo intervenções na esfera física. Podem ser vistos na cura de doentes, na multiplicação de viveres, na intervenção de elementos da natureza e até na ressurreição de mortos.

O ministério profético de Elias aconteceu com muitos milagres impressionantes. E seria humanamente impossível que o número fosse superado, no entanto foi exatamente isso o que aconteceu.

Instantes antes do profeta Elias ser arrebatado ao céu a bordo de uma carruagem num redemoinho, seu companheiro Eliseu pediu a porção dobrada do seu espírito (2 Reis 2.9). Debaixo da inspiração de Deus, Elias respondeu positivamente ao pedido, mas colocando uma condicional. Era preciso que Eliseu estivesse presente no momento de sua partida, e assim ocorreu.

Deus confirmou o ministério de Eliseu com a manifestação de poder e o dobro de milagres sucedidos no ministério de Elias. O sobrenatural de Deus veio a acontecer duas vezes mais do que os realizados por Elias para comprovar que sua solicitação foi atendida.

Os milagres do profeta Eliseu. Belverede. Eliseu Antonio Gomes.  https://belverede.blogspot.com.br1 - A divisão das águas do Jordão (2 Reis 2.14);
2 - A transformação da água insalubre em potável em Jericó (2 Reis 2.21);
3 - A maldição sobre jovens zombadores (2 Reis 2.24);
4 - A profecia do surgimento das águas no vale (2 Reis 3.17);
5 - A multiplicação do azeite da botija da viúva (2 Reis 4.4);
6 - A profecia de que a mulher sunamita teria um filho (2 Reis 4.16);
7 - A ressurreição do filho da sunamita (2 Reis 4.34);
8 - O veneno da panela que não surtiu efeito (2 Reis 4.41);
9 - A multiplicação do pão (2 Reis 4.43);
10 - A cura de Naamã (2 Reis 5.14);
11 - A percepção sobrenatural à transgressão de Geazi (2 Reis 5.26);
12 - Geazi amaldiçoado com lepra (2 Reis 5.27);
13 - O machado que flutuou (2 Reis 6.6);
14 - A percepção dos planos estratégicos de guerra da Síria (2 Reis 6.9);
15 - A visão espiritual de cavalos e carros de fogo (2 Reis 6.17);
16 - O exército sírio atingido com cegueira (2 Reis 6.18);
17 - A restauração da visão do exército da Síria (2 Reis 6.20);
18 - A profecia do fim da grande fome, da abundância de viveres (2 Reis 7.1);
19 - A profecia sobre o nobre escarnecedor que iria ver o milagre da abundância, mas não participaria dela (2 Reis 7.1-2);
20 - A fuga dos sírios ao som de pelotões de carros de guerra (2 Reis 7.6);
21 - A profecia da fome de sete anos (2 Reis 8.1);
22 - A profecia sobre a morte de Ben-Hadade (2 Reis 8.10);
23 - A profecia a Hazael anunciando que ele seria um rei cruel contra os israelitas (2 Reis 8.12-13);
24 - A profecia que Jeú seria ferir a casa de Acabe (2 Reis 9.1-2,12);
25 - A profecia que Joás iria ferir os sírios em Afeque (2 Rs 13. 14-17);
26 - A profecia que Joás iria atacar e destruir a Síria por três vezes, mas não de maneira total (2 Reis 13.18-19);
27 - Ressurreição do homem tocado por seus ossos (2 Reis 13.20-21).

Assim como a vida ministerial de seu antecessor, a de Eliseu foi repleta de milagres impressionantes, realizados de muitas formas: pelos elementos água e óleo, farinha, pão, grãos, pela palavra emitida e também através da oração.

Cada milagre ocorrido não visava a glória do homem, não aconteceram com o objetivo de promover um mero show, alimentar a curiosidade humana, mas para a glória de Deus e expressão da graça e amor divino. De forma geral, foram manifestos em momentos de angústias, onde apenas Deus poderia intervir, como foi o caso da predição de alimentos para Samaria sitiada e faminta. Vários eventos mostram claramente que foram realizados com a intenção de produzir fé tanto fora como dentro dos limites de Israel. Através de cada milagre, entendemos que o Senhor está pronto para reconstruir o que está destruído, restaurar o que está perdido, na vida daqueles que estão conscientes da prontidão e disposição do Senhor.

É importante refletir, apesar de milagres não referendarem se um líder é homem de Deus, que Jesus disse "estes sinais seguirão aos que crerem" (Marcos 16.15-17).

Observamos na leitura do Novo Testamento que muitas pessoas procuraram por Jesus querendo cura. Nunca receberam censura por causa desse interesse. Ao final do ministério terreno, Cristo anunciou que os sinais continuariam através dos crentes, colocou entre os nove dons um que se chama Dons de Curar (note que está no plural; 1 Coríntios 12.9).

 Existe um contingente cada vez maior de evangélicos no Brasil. Uma parte desse número cresce impulsionado por pessoas desejosas de encontrarem solução de problemas em igrejas evangélicas. Elas assistem na televisão pregadores evangelistas fazendo convites para irem aos cultos, prometendo orar em favor delas em assuntos relativos a finanças e doenças, e também acompanham outras pessoas relatando que participaram de reuniões e conquistaram sua bênção. Nessa multidão, muitas aceitam a Jesus Cristo como Senhor de suas vidas.

Deus não mudou. Ainda nos dias atuais a ação sobrenatural do poder divino acompanha a vida de pessoas que acreditam no poder e vontade do Senhor para intervir favoravelmente em suas aflições temporais e resolvê-las.

Compilação e adaptações de:
Bible Survey, A Double Portion  of Thy Spirit, David Pyles,  http://www.bcbsr.com/survey/eli.html 
Ensinador Cristão, ano 14, nº 53, 2013, Rio de Janeiro (CPAD);
Lições Bíblicas - Mestre, Elias e Eliseu - Um ministério de poder para toda a igreja, 1º trimestre de 2013, José Gonçalves, Rio de Janeiro (CPAD).

E.A.G.

Atualizado 20/03/13 às 10h56 e em 24/04/2019 às 00h22.

EBD 2013 Eliseu e a escola de profetas

No Antigo Testamento, a figura do profeta era de alguém que tinha revelação da parte do Senhor, por meio de visões, sonhos, profecias. Ele intercedia, protegia e ensinava o povo hebreu executando a Palavra de Deus, falando em nome do Senhor.

Nesta breve postagem, temos a oportunidade de conhecer superficialmente o ministério do profetas, que. era um estilo de vida disciplinada e não um trabalho.

Desde os tempos mais remotos, o ministério profético não foi confiado pelo Espírito apenas aos homens. Em 2 Reis 22.14 tomamos ciência que houve em Jerusalém uma profetiza, casada, cujo nome era Hulda.

Em 1 Samuel 10.5, encontramos a descrição de um grupo de profetas. A narrativa bíblica informa que não apenas profetizavam, eles entoavam louvores usando saltérios, tambores, flautas e harpas.

Parecia ser comum que um profeta fosse treinado por outro. É o que encontramos na relação de Elias e Eliseu; depois entre Eliseu e Geazi e um alojamento de jovens (1 Reis 19.19-21; 2 Reis 4.12; 6.1-5). Eliseu exercia um papel de liderança entre a juventude, instruía e educava nas coisas do Senhor. É bem provável que a estreita proximidade entre eles, além de adorar a Deus, fosse como o objetivo de treinamento, o exercício de discipulado. Os mais experientes treinavam os mais jovens. E possivelmente tinham a incumbência de escribas, copiavam  lei.

O ministério do ensino não ficou restrito aos tempos neotestamentário. Em Atos 19.8-11, Lucas informa que o apóstolo Paulo usava os espaços de sinagogas e de uma escola de um tal de Tirano, nesses locais ele ensinava o Evangelho por meio de debates sobre a Palavra de Deus, fazendo também sinais e maravilhas nesses ambientes.

As famílias e a Igreja

Antes da instituição Igreja, Deus criou a instituição família. E nas famílias o relacionamento deve existir com ensino cristão transmitido com amor dos pais aos filhos.

• Provérbios 22.6 - "Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele."

• Efésios 6.1-4 - "Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa; para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra. E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor."

• Colossenses 3.20-21 - "Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor. Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo."

O ensino das Escrituras Sagradas

Todos estamos sujeitos a errar, reconhecer isso é algo que só quem tem a humildade de Cristo é capaz de fazer. Sendo humilde, o crente aceita a correção do ensino e apura o discernimento espiritual e torna-se capaz de diferenciar entre erros e acertos.

Na questão Igreja, como Corpo de Cristo, um organismo vivo e invisível, é importante ter em mente que a vida cristã é um processo espiritual, que tem início quando o crente passa pela experiência do novo nascimento. Depois de nascer em Cristo, o crente experimenta a fase de crescimento, quando o leite da Palavra de Deus é oferecido e se o crente aceita de bom grado e a  absorve, então amadurece.

O cristão que deseja aprender a Palavra, por intermédio da misericórdia divina, alcança a estatura de Jesus Cristo. Na carta aos Efésios (4.11-14) está claramente expressa a vontade de Deus para todos os cristãos. Paulo fala sobre o comportamento do crente como menino e o interesse do Senhor pelo seu crescimento, até chegar a ser um crente-adulto-na-fé, isto é, na altura espiritual de Cristo.

E.A.G.


Atualização: 20 de março de 2013 - 13h51

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O legado de Elias

Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br
Por Eliseu Antonio Gomes

A chamada ministerial é uma situação de especificidade, é uma característica única na vida das pessoas, algo impossível de ser copiado, repetido por outros. É uma relação entre o Senhor e a personalidade do servo.
Deus prepara o ser humano para a missão a ser desempenhada, coloca nas entranhas de sua alma talentos próprios, para cumprir sua função ministerial, dá-lhe situações na vida para aprimorar sua vocação.

Características distintas entre a vida de Elias e Eliseu

Qual a profissão do profeta Elias? Talvez não tivesse nenhuma ocupação especializada, pois a Bíblia Sagrada relata apenas seu local de origem e não sua atividade de trabalho secular. Por sua vez, Eliseu era boiadeiro e trocou o ofício terreno pelo sagrado.

A Bíblia não relata a morte de Elias, informa que ele foi arrebatado numa carruagem de fogo. Mas, informa a morte de Eliseu, e que seu cadáver continha virtude e foi capaz de ressuscitar um homem morto.

Imitadores de Eliseu?

Quando o profeta Elias encontrou o jovem Eliseu, ele arava a terra usando doze juntas de bois. Elias passou sobre ele o seu manto. Após o ato simbólico, Eliseu fez uma mesa de confraternização usando como alimento as carnes dos animais que usava para trabalhar na terra, para isso usou o jugo dos bois como madeira  de combustão para preparar o fogo. Isto é, deixou a sua profissão para exercer o ministério de profeta em tempo integral.

Alguns cristãos tomam a atitude como um exemplo para a carreira de obreiro. É preciso situar e contextualizar. Não é possível comparar sem fazer as devidas proporções. Eliseu era um profeta no Antigo Testamento, viveu na Dispensação da Lei, não conheceu Cristo e não pregou as Boas Novas do Calvário. Nós somos almas que estamos na Dispensação da Graça, conhecemos a Jesus e seu sacrifício vicário, temos a missão de anunciar ao Senhor como Salvador.

O legado cultural tem a ver com o idioma, costumes e tradições, que passam de uma a outra geração. Mas, para o cristão, a herança que é uma obrigação ser transmitida é apenas a fé em Cristo, como Senhor e Salvador. A missão do cristão é ensinar seu semelhante a imitar a Cristo (1 Coríntios 11.1).

E.A.G.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

EBD 2013: 1º Trimestre - A vinha de Nabote

Não devemos ficar surpresos quando a injustiça e a maldade são companheiras das práticas de uma nação quando a mesma se afasta da lei do Senhor. De igual forma, o coração que despreza a Palavra de Deus.

Por ser cobiçoso e invejoso, o rei Acabe desprezou a orientação do Senhor, quando viu a bela plantação de uvas de Nabote e a quis para si. O monarca foi ao súdito e lhe disse: "Dá-me a tua vinha para que ela me sirva de horta, pois está vizinha, ao pé da minha casa; e te darei por ela outra vinha melhor que ela; ou, se parece bem aos seus olhos, dar-te-ei a sua valia em dinheiro" - 1 Reis 21.2.

A Lei de Moisés impedia que as terras dos israelitas fossem vendidas, pois pertenciam a Deus, deveriam permanecer em família, ser repassadas de pai para filho. Nabote manteve-se fiel ao Senhor, não cedeu à pressão de Acabe e por causa disso pagou com sua própria vida (Levítico 25.23; 1 Samuel 10.25; 1 Reis 21.8-14).

A raiz da cobiça

No  texto de Ezequiel 28, a partir do versículo 12, o profeta nos apresenta um quadro da possível origem de Satanás. De acordo com o texto, Satanás era um querubim que possuía uma função especial até rebelar-se contra Deus, cobiçando o trono do Criador. Então partiu para o ataque e contagiou um terço dos anjos à rebelião, sendo todos expulsos do céu; conseguiu uma grande vitória quando levou o ser humano a desobedecer a Deus.

Neste cenário, nossa luta aqui na terra é maior do que imaginamos. Ela não é somente na esfera humana, mas também acontece na esfera espiritual. A nossa maior batalha é contra os exércitos de Satanás, que procuram nos desviar do caminho certo e nos conduzir ao pecado. O conhecimento das Escrituras Sagradas, o jejum e a oração são poderosas armas contra Satanás. Vale a pena lutar com essas armas espirituais para que a batalha seja vencida.

Estratégia para não ser destruído

Em Oséias 4.1-3, vemos que o Senhor cobra a responsabilidade da liderança quanto ao ensino das Escrituras Sagradas ao povo. A rejeição ao conhecimento de Deus leva ao desvio da vontade divina e produz consequências duras e desagradáveis. A prática do pecado resulta em crises dentro da ordem natural da vida social: a cobiça, a ganância, a inveja, o furto, o assassinato, etc.

O coração de Acabe era materialista, mundano, hedonista, porque ele não se apegava à lei do Senhor. Assim, era induzido a buscar os prazeres dessa vida passageira.

A vigilância

O apóstolo Tiago ensina que é preciso resistir ao diabo, através da resistência ele foge de nós. E  Jesus Cristo nos informa que o coração humano pode estocar todas as espécies de males. Um desses males é a avareza. Portanto, precisamos armazenar a Palavra de Deus dentro de nós para não viver em pecado, orar e vigiar para não cair em tentação (Tiago 4.7; Marcos 7.21-23; Salmo 119.11).

E.A.G.

Bíblia de Estudo de Avivamento e Renovação Espiritual, 2009, Barueri - SP, (SBB).

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

EBD 2013 - 1º trimestre: Elias e Eliseu e a apostasia no reino Israel

Por Eliseu Antonio Gomes

O nome Elias significa "o Senhor é Deus". E Eliseu, "Deus é salvação".

A fé que nos leva à salvação possui exatamente a sequência dos significados dos nomes desses profetas: é preciso crer e confessar que Jesus Cristo é o Senhor pois só no Senhor é possível ser salvo (Mateus 10.32; Atos 16.31; Filipenses 2.11).

Tanto Elias quanto Eliseu viveram após o reinado de Salomão, quando a nação de Israel estava dividida em dois reinos independentes. Judá ao sul e Israel ao norte. Ambas tiveram entre seus cidadãos homens levantados pelo Senhor para tratar de assuntos como justiça social, a necessidade do afastamento do pecado e da aproximação a Deus.

Naquela época, Deus havia instituído nos dois reinos as figuras dos profetas, dos sacerdotes e permitido a existência da monarquia como forma de governo administrativo. Quando os líderes e os governos desviavam-se dos propósitos divinos os profetas entravam em ação.

Os dias de Elias em Israel se passaram num período em que seu país ganhou fama devido a grande impiedade do rei Acabe e sua esposa Jezabel e desvios dos caminhos do Senhor por parte da maioria dos judeus.

A apostasia de Onri e Acabe

Onri (em hebraico, impetuoso) foi rei de Israel e pai de Acabe. Na esfera de poder neste mundo, foi um grande administrador, fundou Samaria e fez dela a capital de seu reino. No que tange à fé, exerceu um mau reinado e aplicou uma péssima instrução ao filho, que o precedeu no trono (1 Reis 16. 23-28).

Acabe (hebraico: irmão do pai, isto é, muito semelhante ao pai), governou no período de 874 e 853 a.C.. Ele é descrito como o monarca que mais irritou ao Senhor, e esta declaração é apresentada revelando que ele construiu um bosque (1 Reis 16.33). Não se trata da construção de um simples arvoredo, era a tentativa de misturar elementos de culto judaico com elementos de culto cananeu,  a criação de um ambiente de culto pagão preparado pelo rei, onde se encontrava troncos de árvores com imagens de esculturas, lugar em que o povo era incentivado a reunir-se para adorar a Baal e Asera (sugestão de leitura no rodapé), ou seja, Acabe institucionalizava a apostasia dos judeus, o governo de Acabe patrocinava a idolatria em Israel, induzia o povo de Deus a afastar-se dEle.

A apostasia na Igreja

O coração do crente cheio de dúvidas é lançado para todos os lados e nada receberá do Senhor. Nada! A consequência de ser um crente inconstante leva ao mesmo resultado que as ondas recebem do oceano. Grandes movimentos ondulatórios de águas são lançados às praias e quebram-se nos rochedos ou na areia. Ao ler a Bíblia Sagrada, é preciso ater-se aos detalhes. Tiago redigiu carta aos crentes, não foi aos incrédulos. Em sua missiva mencionou cristãos com ânimo inconstante: num momento seguem a Cristo e em outro seguem os instintos da carne. Vamos ao que está escrito pelo apóstolo: "Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações; sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência. Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma. E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa. O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos" - Tiago 1.2-8.

O apóstolo Paulo tratou do mesmo assunto, porém, focando crentes que estão em outro nível deplorável. Existem pessoas que em alguma parte do passado delas tiveram a condição de salvas e depois perderam a salvação que Deus lhes deu. A fé e a salvação não foram tirada delas. Ao desprezar por conta própria a fé e o dom da salvação, perderam a posição de salvas. Após a inconstância à fé elas decidiram por abandoná-la em definitivo. Paulo escreveu o seguinte: "Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios" - 1 Timóteo 4.1.

Apostatar é o mesmo que renunciar. Não é possível abandonar aquilo que nunca foi nosso. Paulo não afirmaria que alguns largariam a fé se em alguma fase da vida não a possuíram.

A fé genuína e a fé pagã

É uma pena ver cristãos entrando em seminários teológicos e ao concluírem seus cursos saírem de lá piores do que entraram - há casos de apostasia. Isto ocorre em algumas instituições de ensino que não prezam pela vida espiritual dos alunos. Que se multipliquem os teólogos entre nós, porém, que o conhecimento mais  importante seja enfatizado, que é o temor a Deus.

A palavra religião, tem raiz no termo latim religare (ligar outra vez). Tiago explicou como ocorre a religação com Deus - faça o bem aos necessitados e evite se sujar com o pecado: "A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo" - Tiago 1.2. Muita gente falha nesta lição. Pratica o bem e ao mesmo tempo não se importa em pecar, ou contaminado com o pecado faz o bem pensando que por meio da caridade se tornará limpo.

Na sociedade moderna, os religiosos que seguem as determinações bíblicas rigidamente são considerados fundamentalistas, fanáticos, retrógradas. E para esquivar-se dessa hostilidade, muitos que se apresentam como cristãos  praticam a religião proposta por Acabe - uma fé misturada. A filosofia da atualidade é: adore a Deus, mas não precisa seguir à risca os princípios bíblicos, relativize as propostas das Escrituras Sagradas. Adapte a Palavra de Deus a você, não permita que ela molde você.

Ao contrário de Jezabel, Acabe não teve iniciativa clara de matar profetas e nem de erradicar a religião judaica de Israel. Ele tentou misturar religiões. São muitos que hoje em dia desejam viver uma religião cristã cheia de misturas com diversos movimentos religiosos.

E isso nos leva a perguntar: como vai a sua fé? Quais são as bases de suas decisões diárias? Só a Bíblia Sagrada deve ser a nossa regra de fé e conduta (Salmo 119.109).

Conclusão

O objetivo de Deus não é fazer com que as almas se convertam em cristãos assembleianos, cristãos batistas, cristãos presbiterianos, arminianos ou calvinistas. Apenas deseja que as almas sejam seguidoras de Jesus Cristo. Você quer praticar seu cristianismo frequentando a Assembleia de Deus? Ótima opção! Batista? Muito bem... Mas, se fazendo presente nelas ou em outras denominações evangélicas, cuide-se para que a placa denominacional do ministério cristão que mais aprecia esteja sempre abaixo da sua adoração a Deus e a Jesus Cristo.

Equiparar  em importância o Evangelho de Jesus Cristo, sintetizado por Tiago como "a religião pura e imaculada", aos credos religiosos é o mesmo que viver uma situação similar à religiosidade proposta por Acabe. Que cada um de nós tenhamos o devido cuidado para não tratar dogmas e ortodoxias como deuses em nossa jornada de fé.

E.A.G.

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Artigo paralelo: O que é e o que não é pecado

Sobre a idolatria enfrentada por Elias, veja mais detalhes acessando o artigo Jeremias e o falso deus Baal

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Consultas:
Belverede - http://belverede.blogspot.com.br/2010/03/como-os-calvinistas-confrontam.html
Ensinador Cristão, nº 53, ano 14, 1º trimestre de 2013, Rio de Janeiro, CPAD
Lições Bíblicas - Mestre, José Gonçalves, 1º trimestre de 2013, Rio de Janeiro, CPAD
Pequena Enciclopedia Bíblica O.S. Boyer, 19ª edição, 1992, Minas Gerais, Editora Vida

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Unção espiritual nas dispensações da Lei e da Graça

"Enchei-vos do Espírito" - Efésios 5.18.

Breve reflexão sobre a chamada ministerial do profeta Eliseu e de todos os cristãos.

Visitando o blog do Pastor Altair Germano, encontrei o excelente post Eliseu, um líder com propósito. Escrevi meu comentário lá e o adaptei para cá.

Vale relembrar: na passagem bíblica referenciada em 2 Reis 2.9, o profeta Eliseu pediu que houvesse sobre a vida dele porção dobrada do espírito de Elias, assim que este fosse arrebatado. Aconteceu. Ao longo de sua jornada, sem perder a personalidade, sem copiar o jeito de ser da ministração de Elias, Eliseu fez exatamente o dobro de milagres de seu antecessor.

Refletindo mais sobre o episódio da sucessão profética de Elias para Eliseu através da perspectiva da Dispensação da Graça:

Por que solicitar porção dobrada do espírito de Elias parece pedir muito e não é?

Porque até então Jesus não havia se manifestado, se sacrificado, ressuscitado, subido ao céu e o Espírito Santo não houvera descido para ser o Guia do ser humano e fazer morada em nossos corações. Durante a Dispensação da Lei não havia, plenamente, a atuação do Espírito de Deus entre os homens como é possível haver na Dispensação da Graça. Vide: João 14.25-26; 16.13.

Após o evento da cruz, o relacionamento do Espírito com a humanidade não é apenas parcial, não é mais limitado aos fatos circunstanciais no parâmetro da nação israelita. Após o sacrifício perfeito do Filho de Deus no calvário, o sangue de Cristo nos lava de todo pecado e então o Espirito Santo encontra liberdade para estar presente com inteireza na vida de todas as pessoas que se submetem ao Senhor de corpo, alma e espírito. Agora a relação do Espírito é mais ampla, visa nos conduzir à vida eterna, trabalha em favor de todas as almas de todas as nações da Terra.

Eliseu fez o dobro de milagres de Elias. Quanto aos cristãos, Jesus revelou que poderiam fazer obras maiores do que Ele fez, referindo-se ao seu ministério terreno. "Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai" - João 14.12.

No passado a unção era dada sob medida, hoje ela é dada plenamente. Graças ao nosso misericordioso Deus!

"E vós tendes a unção do Santo (...) E a unção que vós recebestes dele, fica em vós (...), a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis" - 1 João 2.20 a, 27 a.