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quarta-feira, 9 de março de 2016

7 detalhes que precisamos considerar em Mateus 6.33


"Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir? (Pois a todas estas coisas os gentios procuram.) Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso. Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal" - Mateus 6.27-34.

"Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir? (Pois a todas estas coisas os gentios procuram.) Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso. Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal" - Mateus 6.27-34.

Detalhes que precisamos considerar sobre Mateus 6.33.

1. Jesus nos ensina a amar a Deus em primeiro lugar, orienta a buscar seu reino e a sua justiça, e afirma que ao adotar estas duas prioridades as coisas necessárias nos serão acrescentadas.

A lição não é um incentivo a contentar-se com a pobreza, diz que é preciso confiar em Deus em tempos de crise, sabendo que Ele não deixará faltar alimentos e vestuário, é um alerta importante contra a estar em ansiedade constante e em ganância exagerada.

2. Buscamos e amamos a Deus em primeiro lugar, ou temos Deus em nosso coração no mesmo patamar das riquezas, ou até abaixo das riquezas? O que é mais importante para nós, a bênção ou o Abençoador?

3. Cuide-se para que a espiritualidade não seja trocada pelo sentimento materialista. A pessoa espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernida, mas quem busca, desesperadamente, só coisas dessa vida é o mais miserável dos homens (1 Coríntios 2.15; 15.19).

4. Não despreze a prosperidade que Deus reserva para você (Eclesiastes 3.11-13; 5.18-19). É preciso ser fiel a Deus em tempos de alegrias e farturas, como nos ensinou o apóstolo Paulo em Filipenses 4.12;

5. Paulo também ensinou que o desejo de ser rico é sempre um risco na vida do cristão, principalmente se este cristão for um pastor, como era o caso do jovem Timóteo (1 Timóteo 6.9);

6. É preciso vigiar para não se tornar uma pessoa avarenta. Avareza é idolatria. Idólatras, avarentos, não entrarão no céu (Colossenses 5.5);

7. O acúmulo de dinheiro atrai doenças (Eclesiastes 5.13).

E.A.G.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Eliseu aumenta o azeite da viúva


Por Eliseu Antonio Gomes

Texto-base: 2 Reis 4.1-7.

O profeta e a viúva endividada

No norte, no reino de Israel, o profeta Eliseu dava continuidade à obra de Deus, depois que Elias partira. Eliseu era muito diferente de seu mestre. Enquanto Elias, admirado por muitos, demostrava ser rígido, impetuoso e inspirava medo em algumas pessoas, Eliseu era alguém mais sociável. Ambos viveram segundo as direções dadas pelo Espírito de Deus, sabiam que Deus havia se declarado amigo dos órfãos e das viúvas (Deuteronômio 10.18), Os dois eram sabedores que, como porta-vozes do Senhor, não podiam fazer ouvidos de mercador ao ouvir as queixas de viúvas; como ministros de Deus, deveriam atender aos enlutados em seus momentos de angústia.

A viúva endividada

Faça um pequeno esforço mental e tente visualizar a cena de encontro entre uma pobre viúva e Eliseu; Ela reclamando desse modo: "Não é justo! Eu perdi um bom marido, que era seu aluno na escola de profetas, e agora perderei meus filhos para pagar suas dívidas! É uma absurdo, meus filhos vão se tornar escravos! Alguém virá para possuí-los como propriedade!". Imaginou? Esta cena nunca aconteceu!

Quando todos os meios terrestre de ajuda estavam fechados para esta mulher aflita, ela foi procurar o profeta Eliseu, sem fazer quaisquer tipo de reclamações. Apenas derramou seus sentimentos de aflição nos ouvidos dele, contou-lhe que seu marido, um homem que fez parte do grupo de jovens profetas na escola criada por Eliseu, havia morrido recentemente e deixado uma dívida cujo valor ela não tinha condições de pagar.

Naquela sociedade e época, não havia perspectiva de um futuro feliz para uma mulher nas condições daquela mulher. Se ficasse sozinha, não teria nenhuma segurança na velhice, pois os filhos é que cuidavam de seus pais idosos, não existia o sistema do Estado efetuando ajuda financeira, como uma aposentadoria ou pensão às mulheres que perderam seus maridos. Consequentemente, restava a ela enfrentar a solidão, o luto, a miséria, o desespero, e até mesmo uma morte prematura por causa da opressão de um credor que violou a Lei de Deus.

Escravidão

A Lei de Moisés permitia que dívidas poderiam ser pagas com a mão-de-obra escrava. Entretanto, era proibido a um credor israelita, a quem outro israelita foi vendido, "obrigá-lo a servir como escravo", e a agir sobre a vida dele rigorosamente. Apesar disso, em alguns casos o quadro era dramático ao extremo, pois os credores eram inescrupulosos e davam pouca atenção às regras impostas por Deus (Levítico 25.39-43).

A viúva estava prestes a perder seus filhos para os credores de seu falecido marido, gente de coração duro, pouco importava se os dois filhos dela eram o seu conforto, se ela e os dois filhos temiam ao Senhor e se poderiam contornar a situação e pagar tudo o que deviam de uma maneira mais suave. Eles eram implacáveis, e levariam seus filhos para trabalharem como escravos.

Porém, felizmente, como mãe e mulher viúva, uma mulher que servia a Deus. ela sabia o que fazer para resolver o seu pesar, deveria resistir com persistência às dificuldades desse mundo, lutar as batalhas da vida sem ser covarde. Era convicta; era que não estava sozinha em sua luta. Lembrou-se do "Pai dos órfãos e defensor das viúvas" e clamou por sua ajuda (Salmo 68.5; Jeremias 33.3).

O milagre da multiplicação 

Por hipótese, baseados em contextos bíblicos referente ao que Deus espera de cada um de nós que confiamos nEle, podemos concluir que antes desta mulher perder seu esposo ela cuidava de seu lar com eficiência, era companheira, apoiava o ministério de seu marido; após a morte dele, ela fez uso de todos os recursos disponíveis para sobreviver dignamente com os filhos e também esforçou-se para honrar a dívida do falecido. Apenas quando não haviam mais meios de arcar com as responsabilidades de sobrevivência dos filhos e estava reduzida à zero a possibilidade de pagar as dívidas e a ameaça de escravização rondava seu lar, ela procurou por Eliseu.

O profeta perguntou-lhe "o que você tem em sua casa?". Ela respondeu: "não tenho nada além de uma vasilha de azeite" (versículo 2). Ao contrário da viúva na história de Elias, Eliseu pediu-lhe para usar tantos frascos vazios quanto possível, recomendou-lhe recolher muitos vasos, "não poucos vasos" (versículo 3).

Em seguida instruiu-lhe para isolar-se em sua casa com seus filhos, orientou-lhe que apenas quando fechasse a porta de sua residência apenas ela e seus dois filhos, no interior do lar, deveriam derramar o óleo de sua pequena jarra em todos os frascos recolhidos por empréstimo (versículo 4). Caso houvesse gente estranha ao recebimento da maravilhosa provisão de Deus, a bênção não aconteceria naquela família.

Quando Eliseu ordenou-lhe: "Vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas." emitia solicitação preparatória a viúva, preparava-a psicologicamente para viver uma experiência liberal da bondade de Deus, fazia-a quase que antever as grandes coisas que estavam em iminência de acontecer em sua vida atribulada. Aos olhos humanos, a orientação do profeta não parecia ser algo dito por uma pessoa que tivesse realmente o objetivo de ajudá-la. Não fazia sentido algum, mas ela tinha fé e obedeceu a determinação.

Tal qual a indicação do profeta, Jesus também solicita a que façamos uso do interior de nossas casas. Cristo pede que na privacidade do ambiente caseiro busquemos a Deus em oração. A ordem tem o objetivo de fazer com que o cristão tenha o costume de cultivar momentos particulares de comunhão espiritual. Ao fazer uso do quarto com porta fechada, estando sozinhos e sem a menor possibilidade de ser incomodado, obtemos maior chance de dispôr o espírito humano e os pensamentos diante do Espírito Santo e dessa maneira receber o benefício da bênção integral (Mateus 6.1-18).

A lição sobre o Abençoador, o abençoado e a bênção

Logo que a viúva obedeceu detalhadamente o que o profeta disse, ela viu uma ação sobrenatural acontecer, bem diante de seus olhos o óleo começou um processo de multiplicação nos vasos emprestados, Da pouca quantidade de líquido que ela possuía, encheu todos os jarros que havia recolhido. E, em determinado momento, dirigiu-se a um de seus filhos: "Traga-me ainda uma vasilha." (versículo 6). Todos os recipientes estavam cheios e seu filho avisou-lhe que não havia mais recipientes para serem enchidos. Então, o óleo parou de fluir e nenhum elemento da bênção foi desperdiçado. Se houvessem mais vasos, mais azeite fluiria.

Notemos que o azeite parou de multiplicar exatamente no momento que os vasos vazios terminaram. Assim, aprendemos que Deus não se dispõe a dar bênçãos para que sejam desperdiçadas por nós, nunca seremos abençoados com bênçãos que vão além de nossa capacidade de administrá-las de maneira responsável e corretamente.

Após chegar a informação ao profeta que o milagre havia acontecido, ele ordenou que a viúva agisse com honestidade, comercializasse o produto e pagasse o valor de tudo que devia, e vivesse junto com os filhos do lucro das vendas. Ela não era mais uma viúva paupérrima!

A simbologia do óleo

Você sabe que o óleo também é um símbolo do Espírito Santo. Quando o Espírito se envolve em um assunto, o impossível se torna possível. As coisas necessárias começam a acontecer. E a viúva miserável passou a ter o suficiente para pagar os credores de seu marido e ainda cuidar de si mesma e de seus filhos.

A atitude da viúva em crise é uma lição importante para todos os cristãos de hoje em dia. Quando realizamos atos em obediência ao que a Bíblia recomenda, agimos pela fé em Deus. Se obedecemos com coração voluntário, plantamos sementes que serão colhidas em forma de bênçãos no futuro, pois sempre que agimos obedecendo há uma recompensa de Deus para nós.

O Espírito Santo pergunta: o que você tem?  O auxílio do Altíssimo começa a partir do que já temos e dispomos. Ele solicita a você que interaja em seu círculo social usando o que já tem, mesmo que seja pouco.

Antes de Eliseu ajudar a viúva, perguntou sobre suas posses, porque o método de ajuda sobrenatural de Deus sempre faz uso de algo que temos na esfera material. Quando Elias atendeu ao clamor da viúva de Sarepta, ela usou o conteúdo de óleo, farinha e potes; ao multiplicar pães, Jesus recebeu cinco pães e dois peixinhos (1 Reis 17.12; João 6.9).

Pondere seriamente se deseja agir pela fé ou guardar o seu jarro quase vazio, se quer que haja uma multiplicação espetacular ou se pretende viver acomodado com sua situação.

Tudo o que o cristão precisa é confiar e obedecer. Não há melhor opção, a obediência é o que mais importa.

Observe o que há ao ao redor, e olhe para dentro de si mesmo e veja o poder da manifestação espiritual desempenhar maravilhas e tomar conta de sua vida:

•  Você tem peças de roupa, em bom estado de conservação, no fundo da gaveta, que não usa mais. Doe-as no departamento da igreja, para que alguém necessitado possa ser beneficiado;
• Você tem talentos naturais, que não são insignificantes e inúteis, podem ser usados em favor da sociedade e da comunidade cristã, então, disponha-se a trabalhar em favor do próximo; 
• Você tem dons espirituais, dons que foram dados pelo Espírito Santo, e pode usá-los na sociedade e dentro da comunidade cristã, para abençoar muitas pessoas;
• "Abra a sua boca, e eu o alimentarei." - Salmos 81.10 (NVI).
Coloque a fé em ação, sendo confiante nEle será surpreendido com sua prontidão e generosidade. Olhe para os jarros e prepare-se para que o conteúdo multiplique-se.

Impasse

Existe muita gente com estes dilemas: "Por que essa calamidade aconteceu em minha família? Por que as promessas de bênçãos para os justos não se tornam realidade para nós? Por que o meu marido/esposa, mãe/filho(a) morreu na flor da idade? Por que não consigo superar as nossas dificuldades financeiras? Por que sustentar a família é tão difícil para mim?

O incidente nos ensina a confiar em Deus em momentos de necessidade, Deus não desampara os justos, não abandona sua descendência os deixando mendigar o pão (Salmo 37.25). Além de podermos esperar dEle o suprimento das coisas temporais, muito mais ainda poderemos esperar que supra as espirituais  (Salmo 37.16, 25; Filipenses 4:19).

O agir divino

Ninguém deve esperar que um milagre idêntico ao que ocorreu com a viúva na ministração do profeta Eliseu ocorra também nos dias atuais, porém, jamais poderá deixar de crer que o Senhor cumprirá suas promessas, Ele continua disposto a sempre socorrer todas as pessoas que possuem fé, aguardam sua misericórdia estando em perigo, sofrendo com a necessidade extrema e sem nenhum meio de sair da situação por sua própria capacidade.

Através da leitura desta passagem bíblica, entendemos que uma pessoa piedosa e bem intencionada, caso seja imprudente, corre o risco de, da condição financeira estável, passar por grandes infortúnios e afluir à pobreza extrema. E lembramos que Jesus afirmou que vivendo no mundo os cristãos teriam aflições (João 16.33).

Conclusão 

Sem dúvida, encontramos na passagem bíblica 2 Reis 4.1-7 o relato de uma história de sofrimento, que aborda uma das tragédias pouco observada pelas autoridades constituídas em muitos países e pela igreja ao redor do nosso planeta, mas que os cristãos não devem jamais deixar passar em branco. Como cristãos,  em todos os lugares e em todas as épocas.devemos socorrer os necessitados, pois este é o dever de todos nós que cremos e aceitamos a Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador. "Os pobres sempre terão consigo, e poderão ajudá-los sempre  que o desejarem", disse Jesus (Marcos 14.7).

É muito triste a situação do servo de Deus, na posição de chefe da família, ter morrido e deixado sua esposa e filhos em péssima situação financeira. Estar precavido quanto ao bem-estar dos seus entes queridos de sua casa é um contingência de todos os cristãos, pois "quem não cuida dos seus é pior que os incrédulos, abandonou a fé" (1 Timóteo 5.8). 

Os cristãos podem pedir ajuda a Deus em momentos de necessidade, porque Ele é capaz de fornecer abundantemente para as nossas necessidades. Deus quer que sejam aproveitados em seu reino.Ao agir de acordo com a recomendação do Senhor, Ele sempre manifesta a Sua glória, Sua bondade, Sua disposição, a Sua proteção e Sua superintendência sobre nós. O efeito multiplicador sempre se faz presente e preenche os jarros vazios - para abençoar a nós mesmos e também ao próximo.. Basta confiar e pôr a confiança em gestos efetivos que representem a nossa crença.

E.A.G.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

O músico, a música, o violino, o violinista e o salário



"Eis aqui o que eu vi, uma boa e bela coisa: comer e beber, e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, em que trabalhou debaixo do sol, todos os dias de vida que Deus lhe deu, porque esta é a sua porção. E a todo o homem, a quem Deus deu riquezas e bens, e lhe deu poder para delas comer e tomar a sua porção, e gozar do seu trabalho, isto é dom de Deus" - Eclesiastes 5.18,19.

Feliz, de verdade, é aquele que faz o que gosta e é bem recompensado, financeiramente, por fazer isso. Aliás, o reconhecimento do valor profissional é a verdadeira situação da  bênção da prosperidade financeira que Deus dá. Coisa diferente do que apregoam alguns da Teologia da Prosperidade - que só faltam dizer que dinheiro nasce em árvores ou vem em forma de chuva lá do céu.

Se quiser, leia também neste blog:

Como você define o sucesso?
Trabalho: maldição ou bênção de Deus?

E.A.G.

sábado, 12 de dezembro de 2015

O que você faz quando os problemas se agigantam?

As filosofias secularista e humanista são fortes em nossa cultura, incentivam cada um de nós a realizar e realizar e realizar... Apregoa-se: pense positivo e creia em si mesmo.

Embora não exista nenhum erro em desenvolver e sustentar a autoestima, acreditar em nossa capacidade empreendedora e talento para negócios e relacionamentos interpessoais, é necessário nos lembrar que as nossas habilidades admiráveis, aptidões especiais/ ou possibilidade de fazer e produzir, toda inteligência e destreza para executar e atingir nossos objetivos, nada mais são do que apenas condições favoráveis dadas por Deus.

Não somos e jamais seremos autossuficientes - não importa se saudáveis ou doentes, bem-quistos ou desprezados pela sociedade, paupérrimos ou milionários, introvertidos ou extrovertidos, feios ou bonitos.

É correto concluir que precisamos conscientemente depositar plenamente nossa confiança e fé primeiramente em Deus, que nos criou e nos sustenta vivos e ativos.

Após a advertência contida no versículo 5 do livro de Jeremias, eis que encontramos a promessa divina, no versículo 7: "Bendito é o homem' (a pessoa) 'cuja confiança está no Senhor, cuja confiança nele está" (parênteses meus , tradução NVI).

E.A.G.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

A bem-aventurança do crente: o fardo de Cristo e o fardo do sofrimento

http://belverede.blogspot.com.br
Por Eliseu Antonio Gomes

Não temos dúvida, a condição financeira de uma pessoa cristã não é o selo de aprovação divina (se rico ou milionário e feliz) e nem é de reprovação/castigo (se for pobre, ou estar empobrecendo e ser infeliz). 

O argumento de que a condição de ser crente espiritual gera o estado para se viver bem financeiramente não tem nenhum suporte bíblico. Por outro lado, considero estranho encontrar cristãos cultivando a ideia de que o selo de boa espiritualidade de alguém é passar por agruras-mil neste mundo. 

Na semana retrasada, presenciei uma pessoa ao microfone em uma igreja apresentando a tese, muito comum no meio pentecostal, que os crentes em situação de má-sorte, vida atribulada, são os que alegram a Deus. Será que ela interpreta João 16.33 (o aviso "no mundo tereis aflições") como um rogo de praga de Cristo sobre os cristãos? A tal pessoa com microfone em punho, em tom efusivo, pediu que os crentes em aflições glorificassem a Deus! Será que esse pessoal pensa que o Pai celestial é sádico e a vontade dEle é que sejamos filhos masoquistas?

Convenhamos, o cristão tem o sobreaviso da Palavra de Deus: poderá sofrer por amor a Cristo, sim, é muito provável que aconteça a perseguição religiosa. Mas, a tal ideia de que todo tipo de sofrimento acontece apenas porque somos cristãos não é bíblica, é humana, é terrena. E diabólica!

Sabemos, segundo textos bíblicos, que muitos sofrem porque plantaram motivos para sofrer. Nem todo sofrimento ocorre pelo fato de ser um cristão fiel. Exemplos: 

• A pobreza e a fome podem existir na vida de alguns cristãos porque eles não se aplicaram como deveriam aos estudos e ao trabalho (Provérbios 19.15; Eclesiastes 10.18; 2 Tessalonicenses 3.10); 
• A esposa cristã que não usa a sabedoria em sua vida corre o risco de provocar a destruição das estruturas de seu casamento e de sua família (Provérbios 14.1; 1 Pedro 3.1); 
• A frieza da esposa para com o marido cristão pode ter como culpado o próprio marido que não sabe respeitá-la em público e/ou na intimidade (1 Pedro 3.7); 
• Crises de relacionamentos conjugais ocorrem no ambiente de lares cristãos porque marido e esposas não cultivam boa vontade um com o outro (1 Coríntios 7.3; Hebreus 13.4); 
• As coisas boas podem acontecer com muita dificuldade, ou jamais acontecer, na vida de pessoas cristãs, porque elas são filhos e filhas que não respeitam seus pais. Inclusive, podem perder a vida mais cedo por faltar com a honra aos seus progenitores (Efésios 6.2-3);
• A rebeldia de filhos dentro do lar pode existir por causa dos pais cristãos que os irrita com autoritarismo e/ou ausência (Efésios 6.4); 
• O crente cristão pode perder seu emprego porque não é bom funcionário (Efésios 6.5-7);
• A doença pode surgir na vida de crentes porque eles não cuidaram bem de seus corpos, no que tange à alimentação, intempéries, exagero ou falta de atividades físicas; relacionamentos sociais impróprios (1 Coríntios 3.16-17). 

E do modo contrário, muitos cristãos são prósperos e experimentam felicidade neste mundo porque a qualidade de ceifa que recebem é o resultado de suas semeaduras em conformidade com orientações do Senhor para suas vidas. É exatamente este o ensino que os apóstolos Pedro e Paulo deixaram registrado, com muita clareza, em suas cartas. Para quem quiser consultar os textos bíblicos em que me baseio, eis as referências: Romanos 13.1-4; 1 Pedro 2.19-21; 3.10-11; Gálatas 6.7-8.

E.A.G.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Amós 5.4 e o auxílio do alto

O capítulo 5 do livro de Amós nos ensina que o socorro eficaz é realizado por Deus. Se não houver auxílio do alto amparando a ajuda humana, por mais bem intencionadas que sejam as intenções de amigos e desconhecidas almas caridosas, elas não alcançarão todos os objetivos aos quais se destinam. 

Lembre-se da virada de cativeiro na vida de Jó. Após todas as aflições que viveu, após orar por seus parentes e amigos, foi Deus quem usou seus amigos e parentes para lhe socorrer, fazendo com que ele voltasse a ser uma pessoa duas vezes mais feliz do que era no início da narrativa do livro (Jó 42.10-12).

E.A.G.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Jesus e o dinheiro

No primeiro século da era cristã, por ser uma crença de natureza escatológica, o cristianismo não estimulava a aquisição de posses materiais. Os cristãos primitivos, incluindo os apóstolos, mantinham a expectativa de que Jesus poderia voltar ainda em sua geração, então a prioridade para eles não era o acúmulo de bens terrestres, mas a propagação da mensagem do reino de Deus
Por Eliseu Antonio Gomes

O dinheiro, meio de compra e venda de mercadorias e bens, era usado pelos israelitas desde o oitavo século antes de Cristo. Antes disso, eles pesavam a prata e o ouro para fazer pagamentos (Gênesis 23.16).

No primeiro século da era cristã, por ser uma crença de natureza escatológica, o cristianismo não estimulava a aquisição de posses materiais. Os cristãos primitivos, incluindo os apóstolos, mantinham a expectativa de que Jesus poderia voltar ainda em sua geração, então a prioridade para eles não era o acúmulo de bens terrestres, mas a propagação da mensagem do reino de Deus.

O estudo do Evangelho escrito por Lucas apresenta o estilo de vida que o seguidor de Cristo precisa adotar com relação ao dinheiro.

Avaliando a verdadeira intenção do coração. "E rogou-lhe um dos fariseus que comesse com ele; e, entrando em casa do fariseu, assentou-se à mesa. E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento; E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o ungüento'  (...) 'E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas, e os enxugou com os cabelos de sua cabeça" - Lucas 7.36-38, 44.

Embora a mulher não fosse uma convidada, entrou na casa de Simão e ajoelhou-se aos pés de Jesus. Naquela época, era habitual reclinar-se durante as refeições. Os convidados para refeições reclinavam-se em sofás, de modo que, bem próxima à mesa, ficava a cabeça, apoiada em um dos cotovelos, e o restante do corpo ficava esticando para trás. Assim aquela mulher facilmente ungiu os pés de Jesus sem aproximar-se de comes e bebes.

A narrativa de Lucas contrasta os fariseus com os pecadores. Simão, o anfitrião que convidou Jesus, havia negligenciado várias regras de etiqueta. Ele não havia lavado os pés de Jesus conforme o hábito local, não ungiu a cabeça do Mestre com óleo; não lhe deu um beijo de saudação. Talvez Simão se considerasse superior ao Unigênito Filho de Deus. Porém, a mulher pecadora foi generosa. Ela  usou um perfume extremamente caro; com lágrimas lavou os pés de Jesus e ungiu-os; e com beijos saudou seu Salvador.

A vida do homem não consiste no seus bens. "E disse-lhe um da multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança. Mas ele lhe disse: Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?" - Lucas 12.13,14.

De acordo com a Lei de Moisés (Deuteronômio 21.17), o filho mais velho recebia duas vezes mais do que os outros filhos. As situações do repartir heranças eram frequentemente levadas para os mestres para que eles realizassem a divisão dos bens. Embora Jesus tivesse respondido com outra pergunta e uma recomendação, sem assumir a posição de juiz em questão secular, não mudou de assunto. Ele apontou para uma questão mais importante: a atitude correta em relação à acumulação de riquezas. A vida é mais do que bens materiais; e o nosso relacionamento com Deus é ainda muito mais importante. Assim, Jesus atingiu o âmago da questão levada por aquele homem.

Não guardar tesouros na terra, mas no céu. 'E dizia também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens. E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo' (...) 'E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos" - Lucas 16. 1,2, 9.

Jesus não elogiou a desonestidade do mordomo, mas a sua visão do futuro. A sagacidade é típica dos "filhos desse mundo", que assim agem para com os seus semelhantes; e o público de Jesus (e mesmo o senhor da palavra) poderia, sem justificar ou tolerar as suas atividades, sorrir devido à maneira como o astuto criado livrou-se de um aperto. O mordomo usou os recursos que tinha a fim de preparar-se para a inevitável demissão. Logo a questão é a seguinte: se os injustos sabem como usar o dinheiro para conquistar amigos e assegurar um futuro, muito mais devem saber os justos, para, com finalidades justas, auxiliar os que estão em necessidade, tendo em vista a recompensa de Deus.

A injustiça, a cobiça e a sede de poder estão comumente envolvidos na acumulação e emprego das riquezas deste mundo. Devemos empregar nossos bens e dinheiro, com sabedoria e jamais de modo desonesto, de modo a promover os interesses de Deus, para ajudar as pessoas, para a salvação do próximo. Assim fazendo o Senhor nos confiará as verdadeiras riquezas, que são as responsabilidades espirituais (12.33, 34; 16. 11). 

Os perigos de se ter as riquezas como senhor. "Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. E os fariseus, que eram avarentos, ouviam todas estas coisas, e zombavam dele" - Lucas 16:13,14.

O dinheiro pode tomar o lugar de Deus em sua vida. Ele pode tornar-se o seu mestre. Como você sabe se não é escravo do dinheiro? Caso responda sim no questionamento abaixo, ore ao Senhor.

1. Você se preocupa frequentemente com o dinheiro?
2. Desiste de fazer o que deveria ou gostaria, a fim de ganhar mais dinheiro?
3. Gasta grande parte de seu tempo cuidando de suas posses?
4. Sente dificuldade de ofertar?
5. Costuma ficar endividado? 

Nenhuma quantia em dinheiro é capaz de garantir saúde e felicidade, tampouco a vida eterna. Os servos do Senhor têm paz de espírito e segurança, tanto no presente como no porvir.

Generosidade e prosperidade segundo a Palavra de Jesus."E ele lhes disse: Na verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos, pelo reino de Deus, Que não haja de receber muito mais neste mundo, e na idade vindoura a vida eterna" - Lucas 18:29,30.

As perdas no âmbito familiar podem ser mais do que compensadas ainda nesta vida através dos relacionamentos com outros membros da família de Deus.

As recompensas prometidas neste versículo não devem ser entendidas literalmente. Jesus não prometeu saúde e riquezas aos seus seguidores. Na verdade, Jesus prometeu que os cristãos serão amplamente compensados na nova comunidade pelo que renunciaram em sua vida na terra. As bênçãos e alegrias inerentes nos relacionamentos citados aqui serão experimentadas pelo discípulo genuíno, que se nega a si mesmo por amor a Cristo. O fato de que Jesus estava falando por hipérboles fica claro pela promessa de uma pessoa receber cem pais e mães pelo fato de perder um pai e uma mãe ao abraçar o Evangelho do Senhor.

Riqueza e pobreza no tempo de Jesus. "E, olhando ele, viu os ricos lançarem as suas ofertas na arca do tesouro; E viu também uma pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas; E disse: Em verdade vos digo que lançou mais do que todos, esta pobre viúva; Porque todos aqueles deitaram para as ofertas de Deus do que lhes sobeja; mas esta, da sua pobreza, deitou todo o sustento que tinha" - Lucas 21.1-4.

A arca do tesouro, ou gazofilácio, era a caixa posicionada no átrio do templo, na qual eram depositadas as ofertas. Segundo os biblistas, haviam 13 caixas afixadas no pátio das mulheres.

A passagem bíblica da viúva pobre e ofertante tem sido usada por pessoas inescrupulosas para extorquir dinheiro dos outros, pelo fato de Jesus ter elogiado a piedade demonstrada pela viúva. Mas Jesus não estava recomendando que todos demonstrassem piedade exatamente da mesma maneira que aquela mulher.

Temos nesta situação a lição de como Deus vê a nossa contribuição e donativos. A oferta que damos a Deus é avaliada, não segundo o montante, mas pelo montante do nosso amor ao Senhor nela envolvido. Os ricos, às vezes, contribuem do que lhes sobra - não lhes custa nenhum esforço e devoção. A oferta da viúva custou-lhe tudo. Ela deu tudo que podia. Este princípio pode ser aplicado a todo o nosso serviço prestado a Jesus. Ele julga o trabalho que lhe prestamos, não pelo seu volume, influência ou sucesso, mas pelo volume de sincera dedicação, fé e amor nele envolvido.

Conclusão

Na cultura secular dos dias atuais, uma das formas mais comuns de enxergar o dinheiro, bens e posses, é vê-los como algo de natureza estritamente material. Na perspectiva cristã, o dinheiro coexiste nas dimensões material e espiritual. Jesus ensinou a respeito do uso correto do dinheiro, mostrando o cuidado  que o cristão deve ter com a avareza.

EBD-CPAD-revista-escola-dominical-segundo-trimestre-2015-Jesus-o-Homem-Perfeito-O-Evangelho-de-Lucas-o-Medico-Jose-GoncalvesE.A.G.

Compilações: 
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, páginas 1362, 1378, 1386, edição 2004, Rio de Janeiro (CPAD)
Bíblia de Estudo Defesa da Fé, páginas 1568, 1640, edição 2010, Rio de Janeiro (CPAD)
Bíblia de Estudo NTLH, páginas 1032, 1046, edição 2005, Barueri, (Sociedade Bíblica do Brasil)
Bíblia de Estudo Pentecostal, página 1480, 1552, edição 1996, Rio de Janeiro (CPAD)
Lições Bíblicas - Professor, José Gonçalves, 2º trimestre 2015, páginas 73,75, 76, Rio de Janeiro (CPAD)
Lucas - O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito, José Gonçalves, página 119, 1ª edição 2015, Rio de Janeiro (CPAD). 

► As ofertas no estilo de Caim.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Bem-aventurado aquele que presta reverência ao Senhor

"Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos. Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem. A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor. O Senhor te abençoará desde Sião, e tu verás o bem de Jerusalém em todos os dias da tua vida. E verás os filhos de teus filhos, e a paz sobre Israel" - Salmos 128.1-6.

Na perspectiva da retribuição temporal, própria do Antigo Testamento, o Salmo 128 apresenta a bênção por excelência. Contém a sabedoria divina e seus versículos têm o objetivo de nos ensinar.  O salmista ensina que a bem-aventurança é fruto de reverência e obediência a Deus, diz que é feliz a pessoa e a família que cumprem com dedicação o que é prescrito pelas Escrituras Sagradas. Nos faz saber algumas características essenciais ao homem bem-sucedido. Apresenta a condição para ser uma pessoa bem-aventurada.

Versículo 2: "Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem." A pessoa bem-sucedida e feliz conquista seu sustento de maneira honesta. Guardadas as raríssimas exceções, os que temerem ao Senhor e andarem em seus caminhos, trabalhando com esforço, desfrutarão do seu salário.

O salmista define as bênçãos de Deus em termos materiais. Deus deseja que gozemos do fruto do nosso trabalho como uma dádiva dEle. As promessas de bem-estar para os que trabalham com afinco depende da reverência e da obediência.  

Versículo 3: "A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa." O homem bem-aventurado tem uma família abençoada, sua esposa e seus filhos lhe dão alegria, e em sua casa há felicidade e prosperidade.

No contexto da tradição judaica, a videira sempre foi símbolo de fertilidade (Gênesis 49.22), encantos sexuais (Cantares de Salomão 7.8-12), festividade e alegria (Juízes 9.13). A oliveira é símbolo da longevidade e da vitalidade. Os frutos da videira e da oliveira sempre estiveram  à mesa das famílias judaicas. especialmente em tempo de liberdade e prosperidade nacional, representam a beleza de um lar aconchegante e feliz (Êxodo 23.11). É válido fazer a comparação entre este versículo com a mulher promíscua, descrita em Provérbios 7.11.

O salmista destaca verdades acerca da pessoa bem-sucedida e feliz. O Criador abençoa os justos dando-lhes um lar próspero e satisfatório.  Sempre haverá prosperidade para os que vivem uma vida consagrada ao Senhor, quer seja no lar, no trabalho, ou nos relacionamentos sociais (1 Timóteo 4.8).

Enfim, quem deseja ter o perfil de uma pessoa bem-aventurada precisa temer o Altíssimo e viver fielmente segundo o que Ele determina. É preciso ter a consciência esclarecida que não devemos deixar de realizar o trabalho que Deus espera que façamos, nem tentar fazer o que somente a Deus compete ser feito, como também não basta evitar fazer o que o Senhor proíbe, mas fazer tudo o que Ele manda.

E.A.G.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Jesus e as riquezas temporais

Na televisão, assisto o depoimento de uma pessoa sendo entrevistada por uma pastor. A pessoa garante ter conhecido a Cristo, e como sinal deste encontro afirma que em seu passado ganhava salário baixo e agora recebe valor exorbitante, usava transporte público e agora tem mais de um automóvel de luxo na garagem, pagava aluguel e agora tem casa própria e casas alugadas.

Será que essa pessoa não tem conhecimento que existem bilionários ateus e anticristãos?

Mesmo sabendo que a prosperidade financeira é algo bom para nós, devemos considerar que a posse dos bens materiais não é sinal de estar com Cristo e em paz com Deus. Quem quiser seguir a Cristo deve entender que o propósito principal do cristianismo é a salvação espiritual, as coisas materiais são consequências de amar a Deus - a prosperidade divina é estabilidade no corpo, na alma e no espírito. 

Ser cristão autêntico é negar-se a si mesmo, é decidir amar a Deus mais do que amamos as coisas e os semelhantes, é querer amar o inimigo e amá-lo sinceramente, é perdoar quem nos tem ofendido, dar a outra face para bater, bendizer os maldizentes.

E.A.G.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Não farás imagens de esculturas

Por Eliseu Antonio Gomes

"O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas" - Atos 17.24-25.

Na introdução do primeiro mandamento Deus se apresenta. O segundo mandamento é muito semelhante ao primeiro, os dois são de categoria espiritual e declaram a existência de um Deus vivo e ativo que deve ser adorado.

Os patriarcas de Gênesis e os isrelitas do deserto conheciam pouco sobre os atributos de Deus, o Criador se relevou aos seres humanos de maneira gradual ao longo dos séculos. Hoje, nós sabemos que Ele é um espírito e um ser invisível (João 4.24; Colossenses 1.15; 1 Timóteo 1.17).

Na época em que Deus escreveu o Decálogo, o Egito era um dos maiores centros de idolatria do mundo. Quando, na condição de escravos, os judeus viveram entre imagens de esculturas e obeliscos por muitos anos. Na região em que os judeus se encontravam após escaparem da escravidão egípcia, as sociedades de então praticavam religiões extremamente pagãs, da modalidade politeísta. Assim sendo havia o risco dos judeus inclinarem-se à idolatria, então Deus mandou a nação israelita não reproduzir nenhuma imagem de escultura em culto, o objetivo da proibição era evitar que eles atribuíssem às falsas divindades a sua poderosa ação de libertação.

"Não te encurvarás a elas e nem a elas servirás" (Êxodo 20.5; Deuteronômio 5.9). 

A idolatria se caracteriza por tudo aquilo que toma o lugar de Deus no coração da pessoa.

Temos que ter discernimento para não proibir o que a Bíblia não proíbe. O segundo mandamento refere-se a imagens com fíns cúlticos. Deus proíbe a adoração aos ídolos e o culto a qualquer imagem de escultura ou de pintura como o objeto de adoração. O contexto é religioso e remete à proibição de fazer imagens de escultura ou quaisquer figuras e se prostrar diante delas para as adorar. Portanto, desenvolver a arte de escultura para fins meramente culturais, apreciar o talento de artistas em galerias de artes, criar e manter acervos pessoais de fotografias, ou se deixar fotografar e possuir objetos decorativos em casa estão fora deste contexto. Confira: Êxodo 35.30-35.

Sentir a necessidade de outro intermediário, além de Jesus, para chegar-se a Deus é ter coração idólatra.

Deus trouxe as Boas Novas de salvação ao mundo através de Jesus, seu Filho abriu as portas do céu para todos que creem nEle como Salvador e o seguem como Senhor. Esta fé em Cristo não tem espaço para crendices.

A Bíblia apresenta Jesus Cristo como o único intermediário entre Deus e os homens (1 Timóteo 2.5-6). Para tomar posse das bênçãos que Deus nos preparou, não é necessário o uso de "galho de arruda", de "sal grosso", ou qualquer outro objeto, e nem de representações de figuras de "santo" ou "anjo".

Cultuar a Deus com a mediação de imagens é colocá-lo no mesmo nível das falsas divindades, é cometer uma atitude de afronta ao verdadeiro Deus. O Criador não se deixa reproduzir em meras elaborações humanas, nunca se apresenta aos homens através de imagens inanimadas, concretas.  É preciso vigiar, jamais esquecer que o sacrifício do Calvário nos dá livre acesso ao Trono da Graça, nos dá a condição de sem intermediários e artifícios nos aproximarmos de Deus, apresentar a Ele toda a nossa ansiedade sabendo que nos ouve e em nossa ansiedade cuida perfeitamente de nós (1 Pedro 5.7).

O amor ao materialismo em lugar do amor a Deus é idolatria

Deus não é um Papai Noel do século 21. Não convém servir ao Senhor com interesses de conquistas meramente materiais, como o carro novo, a conquista da casa espaçosa, o emprego melhor remunerado, a recuperação da saúde plena. "Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens" - 1 Coríntios 15.19. Portanto, o crente não deve buscá-lo por causa do que Ele pode dar, mas pelo que Ele é, pois quando buscamos o Reino e sua justiça em primeiro lugar, servindo-o com todo o coração, temos a promessa divina que o restante necessário nos é acrescentado (Mateus 6.31-33).

Deus não compartilha amor e adoração com nenhuma divindade criada pelos homens, não aceita coração dividido, quer exclusividade. Que o nosso cuidado não seja apenas com os ídolos esculpidos em metal, pedra ou madeira, retratados pelos traços de um pincel, mas também aos ídolos em forma de pessoas e coisas que possam entrar em nosso coração, como o amor do mundo, isto é, a concupiscência da carne,  a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Nada e ninguém deve ser mais importante para nós do que Deus (1 João 2.16).

Conclusão

No discurso de Moisés em Deuteronômio, na revelação do Sinai nenhuma imagem, forma, representação foi vista pelos israelitas. eles ouviram a voz de Deus vindo do meio do fogo, mas nenhuma representação de figura foi mostrada, apenas e tão-somente a Palavra (Deuteronômio 4.16, 23, 25). Guardemos a Palavra de Deus no coração par iluminar nossos passos na caminhada de fé, para que não pequemos (Salmo 119.11, 105).

E..A.G.

Compilações:
Ensinador Cristão, ano 16, nº 61, página 38 , jan/fev/mar 2015, Rio de Janeiro (CPAD)
Os Dez Mandamentos - Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança, Esequias Soares, 1ª edição outubro de 2014, páginas 39-48, Rio de Janeiro (CPAD).

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

O Papai Noel e os miseráveis


A miséria é a causa de muitos cidadãos perderem quase todos os direitos à condição de cidadania plena. A falta do dinheiro faz com que muita gente deixe de ser tratado como ser humano, alguém que merece ter dignidade.

E.A.G.

sábado, 20 de setembro de 2014

Os pecados de omissão e de opressão

Por Eliseu Antonio Gomes

Deus fez o ser humano em triplicidade: o corpo, a alma e o espírito. Na condição de Criador e Deus, ama o homem como ele é e tem como objetivo o seu bem-estar de maneira plena. Assim , clama ao arrependimento de pecados. As Escrituras abrangem todos os aspectos do cristão com o objetivo de que viva praticando o bem a si mesmo e ao próximo. Em Tiago 4.17 e 5.1-6, encontramos exortações sobre relacionamentos no campo profissional.

Ter bens materiais adquiridos honestamente não é pecado

O Senhor espera que seus servos usem os recursos materiais para ajudar os necessitados. A prosperidade que Ele permite ao cristão experimentar, não é dada para uso de deleites e prazeres egoístas.

Possuir riqueza não é sinal de fé e nem de aprovação de Deus

A Bíblia adverte aos cristãos a não colocarem o coração nas riquezas materiais e aos ricos para que não depositem sua confiança nelas (Salmo 49.6, 7).

Quando alguém tem seu o coração na riqueza, ele corre o risco de ser induzido à inveja e a praticar ações incorretas para possuí-la. E se o rico passa a acreditar que suas posses materiais são recursos suficientes para responder a tudo que ele necessitar, comete idolatria, pois age considerando o dinheiro o seu deus.

Exortação apostólica aos patrões opressores

Tiago condena a exploração econômica e toda a manobra fraudulenta que os ricos deste mundo, crentes ou descrentes, usam para manterem-se no topo da pirâmide financeira. Na geração do apóstolo, existiam poucas pessoas da classe alta que se mostravam abertas ao Evangelho. Devido a perseguição contra a igreja, muitos crentes perderam seu meio de subsistência e passavam apuros financeiros. Enquanto isso, pessoas ricas faziam mau uso de suas posses, viviam de maneira extravagante, extasiados em seus deleites pareciam cegos e surdos aos clamores dos irmãos que precisavam do auxílio. Diante desta situação, ele exorta os ricos, pois eram capazes de ajudar mas se recusavam a realizar esta prestação, e além disso exploravam os crentes pobres (2.5, 6).

Conclusão

Deus se posiciona em relação às injustiças sociais, abomina aqueles que adquirem riquezas às custas da exploração de desvalidos e necessitados, não aceita nenhuma espécie de opressão e injustiça na relação entre ricos e pobres, funcionário e patrão.

O Senhor está ao lado de trabalhador humilde e honesto, ao lado de explorados e oprimidos. É importante estar consciente que para Deus os cristãos são irmãos, independente das posições socioeconômicas, empregador ou empregado. O crente é ensinado pela Palavra de Deus a fazer o bem, seja pagando salário ou trabalhando para recebê-lo.

Os bens são ferramentas para tornar viável a expansão da mensagem do Evangelho e para socorrer os irmãos que precisam de ajuda. Através da oferta voltada ao evangelismo e missões, as almas famintas são alimentadas; por meio da ação social, o corpo humano, que é templo do Espírito Santo, recebe oportunidade para continuar a louvar e servir para Deus.

E.A.G.

Compilações:
Ensinador Cristão, ano 15, nº 59, página 42, julho-setembro de 2014, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - Mestre, Elinaldo Renovato de Lima; 1º trimestre de 1999, páginas 73-79, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - Mestre, Eliezer de Lira e Silva; 3º trimestre de 2014, páginas 82-90, Rio de Janeiro (CPAD).

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Gerados pela palavra da verdade

Por Eliseu Antonio Gomes

Deus é sempre bom

A sabedoria de Deus é pura, boa, humilde, repleta de benignidade e bom senso. A carta de Tiago nos mostra que Ele em sua sabedoria age fazendo apenas o bem, jamais houve ou haverá nEle a variação entre benignidade e malignidade e entre luz e trevas.

Sejamos sempre bons, tratando o próximo como Jesus o trataria.

Os pobres e os ricos da igreja

Tiago usa enfoque escatológico para apresentar lições sobre ética cristã. A perspectiva de libertação ou julgamento na futura volta do Senhor é um fator motivacional que tem como objetivo nos incentivar a viver uma vida santa e agradável ao Senhor. Ele lembra que os cristãos são "herdeiros do reino" e "como que as primícias de suas criaturas", recorda que existe uma recompensa àqueles que se mostrarem fiéis e frutíferos, e faz admoestação dizendo que "o Juiz está às portas" para pedir prestações de contas aos que não vivem ordenadamente (1.10-11, 18; 2.5, 12-13; 3.1; 5.1-6, 9).

Os cristãos que não ocupam posições elevadas na sociedade, embora às vezes sejam desprezadas até dentro das igrejas por serem pobres, não devem ficar tristes, porque são grandes aos olhos do Senhor e jamais serão desprezadas e maltratadas por Deus (Marcos 4.18-19).

Os acumuladores

Tiago afirma que a acumulação de ouro e prata enferrujam e que a tal ferrugem servirá de testemunho contra acumuladores e a devorará como fogo. Diz que o dinheiro atrai desgraça ao que o adora, pois quem trata o dinheiro como "deus" é incapaz de ser justo, não o usa para ajudar o próximo, antes usa o próximo para enriquecer-se ainda mais.

Quem enriquece tendo como meio de enriquecimento a injustiça contra seus irmãos, um dia receberá a cobrança do Senhor dos Exércitos por não ter aliviado o sofrimento de seus filhos (Confira: Tiago 5.3-4).

O apóstolo não condena o rico apenas porque ele é rico, em 1.10-11, esclarece que a pessoa abastada também é considerada um irmão. Ele descreve os pecados que tornam alguns ricos censuráveis: uma maneira egoísta de acumular dinheiro (5.2-3); fraude contra o trabalhador (5.4); luxo sem sentido (5.5); perseguição ao justo (5.6).

Pobreza e riqueza são temas que aparecem em diversas passagens bíblicas. Deus tem um interesse todo especial pelas pessoas humildes de coração, sejam elas pobres ou ricas. Ele põe os pobres, se humildes, em lugares de honra e manda os ricos para longe de sua presença de mãos vazias, se estes forem avarentos e orgulhos (1 Samuel 2.1-8; Salmo 35.10; Provérbios 22.22-23; Amós 8.4-6; Lucas 1.51-53; 6.20, 24; 1 Timóteo 6.17-19).

Posições sociais e o acúmulo de dinheiro não tornam as pessoas mais dignas diante de Deus, então, jamais devemos atribuir a essas coisas importância exagerada e nem honrar as pessoas apenas porque elas os têm.

Os crente maduros

Tiago usa o termo grego "teleios" ao referir-se a "perfeito" -  o dom perfeito. Tal palavra significa completo, maduro, pleno. Quando o crente recebe este dom, amadurece por intermédio dele, aperfeiçoa-se como cristão, torna-se pronto para toda boa obra. Então, que cada um de nós, aperfeiçoados pela dádiva divina, incorporemos ao procedimento diário verdades bíblicas que proporcionem maior equilíbrio e a completa maturidade espiritual. E maduros na fé, tenhamos a oportunidade de acrescentar coisas positivas à vida de outras pessoas, fazendo a diferença necessária ao nosso círculo de influência e para toda a nossa geração.


O Pai das luzes

A descrição de Deus como o Pai das Luzes é única nas Escrituras, restrita à passagem de Tiago 5.17. Com certeza, Tiago fazia referência à Lua, ao Sol e outras estrelas ao usar o vocábulo "luz". Tal abordagem alude à obra criadora e o contínuo exercício de poder de Deus sobre os corpos celestes para nos fazer entender a benevolência do Criador ao gerar o ser humano. (Jó 38-4-15, 28; 19-21; 31-33; Salmos 136.4-9; Isaías 40.22, 26;  38.38).

No mesmo verso bíblico as palavras "sombras" e "variações" são usadas com sentido astronômico, embora não sejam termos técnicos apontam claramente às constantes mudanças observadas na criação. Indicam movimentos cíclicos de rotações de planetas e satélites naturais, fenômenos de eclipses solares e lunares, alternância entre dia e noite, entre a clareza e a escuridão.

Deus, em sua imutabilidade contrastante com a mutação de toda a natureza criada, nos gerou a partir de sua determinação espontânea e gratuita pela palavra da verdade. E nos colocou como as "primícias de suas criaturas" - "criatura" no texto, em grego, é "ktismata", faz referência à criação não-humana.

É importante lembrar que a palavra grega, vertida ao português como "gerou" (apokyeo) significa "dar à luz", ou produzir uma nova vida (Efésios 2.10; 2 Corintios 5.17; Gálatas 6.15). Também, que a afirmação sobre o cristão ser como "a primícia de toda a criação" encontra paralelo em Romanos 8.19-23, e alude à vida espiritual.

O novo nascimento só é possível através da palavra da verdade, e ocorre por intermédio da soberania do Espírito, sendo o homem totalmente passivo nesta questão (Ezequiel 11.19; João 1.11; Filipenses 2.13). O cristão renasce através da palavra do Evangelho, cresce espiritualmente, e amadurece na fé através da aplicação da Palavra de Deus em seu viver. A disponibilidade deste desenvolvimento, cuja capacidade vem da boa dádiva e dom perfeito de Deus, visa à qualidade de uma vida em santidade, para dessa maneira glorificar ao Criador (2 Corintios 6.7; 2 Timóteo 2.5; 1 Tessalonicenses 2.13; Apocalipse 14.4).

Conclusão

As riquezas jamais deveriam dirigir os objetivos e ser a razão de viver do ser humano, pois é um estado transitório. Os recursos financeiros podem ser facilmente perdidos, e sendo assim os crentes ricos e pobres devem se sentir felizes por saber que a fartura e a falta de dinheiro não significam nada para Deus. O que importa para Deus é o que a pessoa tem em seu coração e não o seu status social e saldo da conta bancária.

Que a bondade do Pai Celestial inunde a vida de cada cristão, para que, assim como Ele amou o mundo inteiro, também decida fazer o bem ao próximo. Que nós entendamos e abramos o coração ao agir de Deus e alcancemos plena maturidade espiritual.

E.A.G.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, páginas 1752, 1753, edição 2004, Rio de Janeiro (CPAD).
Bíblia de Estudo de Avivamento e Renovação Espiritual, página 1244, edição 2009, Barueri, (Sociedade Bíblica do Brasil).
Lições bíblicas - Mestre, Eliezer de Lira e Silva; 3º trimestre de 2014, páginas 27, Rio de Janeiro (CPAD).
Revista Exposição Bíblica - Liberdade, Fé e Prática - Gálatas e Tiago; Arival Dias Casimiro; páginas 34; 3ª edição em julho de 2013; Santa Bárbara d'0este/SP (Z 3 Editora Ltda). 
Tiago - Introdução e Comentário, Douglas. J. Moo, páginas 44, 75, 76; 1ª edição 1990, reimpressão 2011, São Paulo (Edições Vida Nova)..

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Você sabe como buscar em primeiro lugar o reino de Deus?

Por Eliseu Antonio Gomes

"Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça" - Mateus 6.33. 

O versículo acima é parte de sermão do monte, é muito conhecido no meio cristão, é muito comum ser recitado em momentos de adoração. Realmente, trata-se de uma sublime exortação e precisa mesmo estar em voga. Mas, mesmo tão evocado em tantas gerações de cristãos, quantos crentes sabem o que significa buscar em primeiro lugar o reino de Deus?

Na dúvida, é importante observar o texto e o contexto para ter condições de interpretar corretamente o que Jesus quis nos ensinar em Mateus 6.33. Ao nos lançar no estudo do capítulo, a pesquisa no leva a perceber que o Mestre não fala diretamente "como fazer". A linha de raciocínio do sermão de Cristo nos traz ilustrações de provisões de Deus para as aves e para os lírios do campo.

"Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas" - Mateus 6.24.

"Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles" - Mateus 6.25-29.

Para entender o que o Mestre quis dizer sobre como buscar o reino de Deus, é necessário fazer a conexão dos versículos 24, 25 ao 29 com o 33.

Não é possível ao ser humano servir inteiramente a Deus e ao Dinheiro. A ansiedade em não ter o necessário é um sinal negativo. A pessoa que vive ansiosa e temerosa em faltar o suficiente para comer e vestir-se é escravizada pelo Dinheiro, não é serva de Deus. .

As ilustrações de Deus alimentando pássaros e proporcionando beleza às flores do campo é uma lição para nós, nos ensina que o Criador - que dá água e comida aos pássaros e faz o serviço de jardineiro às plantas que, humanamente, estão abandonadas - é o nosso Provedor.

"Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (versículo 33) é um imperativo que decorre da frase reveladora "não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo" (34). Ou seja, a inquietação é uma ocupação mental precipitada e inútil!

Na preleção do monte, Jesus Cristo nos convida a servir a Deus de maneira clara e plena, solicita-nos a escolher quem é o nosso Senhor. Apresenta a opção de desprezar o atrativo que o Dinheiro tem e descansar na fé e amor de Deus, que zela eficazmente pelo nosso bem-estar. Afirma que não é possível servir a Deus e ao Dinheiro ao mesmo tempo, ser uma pessoa escravizada pelo medo da escassez e simultaneamente agradar a Deus. Nos diz que é preciso escolher apenas um senhorio. Assim, o Mestre, tal qual a sugestão encontrada em Deuteronômio 30.19, nos mostra que de maneira voluntária o crente deve fazer sua opção pelo bem e pela vida.

É importante escolher o caminho correto. Faça a sua escolha! Não há nenhuma necessidade de viver angustiado pensando que passaremos fome e sede, vergonha e frio por carência de roupas. Quando o crente de aplica a priorizar as coisas pertinentes ao reinado de Deus em seu viver, sua vida é devidamente cuidada por Aquele que criou todas as coisas.

Ser cristão autêntico é mais do que apenas ter uma vida religiosa de oração e leitura da Bíblia Sagrada e viver socialmente com uma moral aceitável pela sociedade. Este tipo de pensamento equivocado era o engano do jovem rico, que foi ao encontro de Jesus e desistiu de segui-lo quando Cristo solicitou que distribuísse suas riquezas com os pobres (Mateus 19.16-23). Na mente religiosa e mundana daquele jovem religioso, não havia a fé de que Deus era o seu Provedor, ele acreditava que a resposta de todos os seus problemas estava no poder aquisitivo das riquezas, ao ouvir a sugestão de compartilhamento de seus bens logo se amedrontou pensando que passaria por privações se compartilhasse sua fortuna, e entristecido deu às costas para o Salvador.

Como priorizar de maneira correta o reino de Deus e sua justiça? O sermão do monte e o relato do jovem rico nos revelam que o coração do ser humano precisa fazer a sua escolha entre servir ao Dinheiro (confiar no poder de resposta que o Dinheiro dá substituindo problemas por soluções) e servir a Deus (confiar em Deus e seu amor, que gera a provisão sob medida às aflições desse mundo).

A relação com a preocupação em possuir Dinheiro, a riqueza como solução para tudo, é incompatível com a fé em Deus. Qualquer pessoa que busque em primeiro lugar o Dinheiro e dê vazão à preocupação com o que tem para comer e vestir, jamais será realmente realmente serva de Deus, no mínimo será uma pessoa religiosa e bem quista aos olhos humanos.

O medo é o inverso da fé e sem a fé é impossível agradar ao Senhor, quem se aproxima dEle precisa crer que Ele é galardoador, isto é, dá presentes, aos que o buscam (Hebreus 11.6).

A caminhada de busca ao reino de Deus e sua justiça exclui apenas a "preocupação" e não a ocupação com as coisas desse mundo. "Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças; e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai" - Filipenses 4.6-8. No idioma grego, neste versículo, o verbo pensar tem a ver com planejamento.

Jamais devemos pensar que importar-se com as coisas dessa vida será sempre algo pecaminoso. Aos casados, afirmou o apóstolo Paulo, cabe a responsabilidade de cuidar das coisas dessa vida em como agradará ao seu companheiro de matrimônio (1 Corintios 7.32-33). Deus não censura o preparo educacional, a reciclagem profissional e o fruto trabalho honesto que gera uma vida de conforto e riqueza. É importante ocupar-se de maneira digna para através do próprio suor comprar a alimentação e o vestuário pessoal e da família, ter a habitação que o abrigará e abrigará a família. A prosperidade conquistada honestamente é um dom de Deus (Eclesiastes 5.19).

A nossa fé em Jesus Cristo como Filho Unigênito de Deus nos faz filhos de Deus. Ele é nosso Pai Celestial, sabe de tudo que precisamos, nos ama e vê a realidade antes que o ontem se torne hoje e o hoje se torne em amanhã e dessa maneira cuida de nós, não permitindo que nenhuma necessidade básica não seja suprida, portanto, ignoremos o desconforto das incertezas. É um despropósito ignorar a justiça do Senhor, perder a paz e alegria no Espírito ao ponto de trocar a busca do reino de Deus pela ansiedade provocada pelo medo da falta de comida e bebida (Romanos 14.17).

"Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir? (Pois a todas estas coisas os gentios procuram.) Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso" - Mateus 6.31-32.

E.A.G.
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Artigo parcialmente compilado e inspirado na postagem "Seek Ye Firts" de Alex Cameron, pastor anglicano que escreve e mantém o blog "Does anyone read these things?" http://sttimothyburlington.blogspot.com.br/2014/02/seek-ye-first.html

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Então e assim - reflexão no livro de Jó, capítulo 42.10-12

Ao conversar ontem pela manhã com uma pessoa muito estimada, senti a necessidade de mostrar textos bíblicos referentes a relação de dar e receber. Citei Jó e Jesus Cristo.

"E o Senhor virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o Senhor acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía. Então vieram a ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram acerca de todo o mal que o Senhor lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e um pendente de ouro. E assim abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro; pois teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas" - Jó 42.10-12.

O cativeiro

Por cativeiro, podemos considerar um lugar ou o tempo que uma pessoa permanece sem liberdade. Esta é a descrição que o escritor do Livro de Jó faz da situação em que Jó se encontrava.

No primeiro capítulo, o escritor do livro escreveu: "Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal. E nasceram-lhe sete filhos e três filhas. E o seu gado era de sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas; eram também muitíssimos os servos a seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do oriente" - Jó 1.1-3.

Sobre cativos, temos a seguinte profecia: "Assim diz Deus, o Senhor, que criou os céus, e os estendeu, e espraiou a terra, e a tudo quanto produz; que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que andam nela. Eu, o Senhor, te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te darei por aliança do povo, e para luz dos gentios. Para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que jazem em trevas" - Isaías 42.5-7.

Jesus Cristo identificou-se com esta profecia: "E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados de coração, a pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor. E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos" - Lucas 4.17-21.

Todos os dias restantes de Jó

"Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando" - Salmos 90.10.

Notamos que o termo cativeiro é usado em Jó 42.5-7 de maneira figurada. O patriarca não estava dentro de uma cela, sofria com grave doença, pela perda da família e perda da condição financeira privilegiada. Mesmo nestas condições, tinha forças para orar em favor dos amigos. Depois da oração, todas as amizades que o conheciam antes do seu sofrimento foram visitá-lo em sua casa, e em sinal de comunhão todos comeram pão juntos. Após a refeição, os visitantes sentiram compaixão de Jó e tomaram a decisão de agir para ajudá-lo, e essa ajuda aconteceu através de compartilhamento de bens ao ponto dele ficar em condição financeira melhor do que antes das aflições que o acometeram e o empobreceram.

A narrativa bíblica não revela como Jó recuperou-se da doença, mas mostra que experimentou novo vigor físico, pois voltou a casar-se e teve dez filhos, sendo que três eram mulheres muito bonitas e faleceu em idade avançada, aos  cento e quarenta anos, tempo de longevidade em dobro de anos considerados normais ao ser humano. Em sua velhice, teve plenas condições de ver o crescimento de sua família até os tataranetos. E o livro termina com essas palavras: "Então morreu Jó, velho e farto de dias."

As bênçãos que Deus te dá

Não cabe ao cristão ter a esperança de ser abençoado apenas no plano desta vida, como também desprezar as bênçãos de ordem material.

Para instruir sobre as bênçãos que Deus nos dá, Jesus Cristo usou como ilustração as figuras do agricultor e do cesto de sementes usado como forma de medir porções no mercado. O agricultor generoso, no momento da compra de grãos recebe o produto de maneira extremamente generosa. "Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo" - Lucas 6.38.

As bem-aventuranças em dar e receber

"Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber" - Atos 20.35. Lucas, relatou uma exortação do apóstolo Paulo, em que ele discursa sobre coisas da esfera material, e nesta exortação relembra as palavras de Cristo sobre bem-aventurança. E fica claro que são felizes tanto quem dá quanto quem recebe.

Escrevendo aos crentes da cidade de Filipos, 4.13, Paulo afirmou ter condições de viver bem, espiritualmente, tanto passando necessidade quanto tendo sobras, ser alguém pobre ou rico. Nós também devemos ter a mesma estrutura espiritual dele. São muitas as vezes na vida em que podemos servir de instrumento de Deus para abençoar outros, tal qual fizeram as amizades de Jó. E poderá existir vezes em que estaremos em posição parecida com a do patriarca, em que será preciso ter o coração humilde para receber a bênção que o Senhor quer nos entregar por intermédio de pessoas perto de nós. Assim sendo, estejamos prontos para dar e também para receber. Na primeira e na segunda condição somos pessoas bem-aventuradas.

Ninguém, mesmo que esteja longe do estado de extrema necessidade, deve dizer "eu não preciso", porque o Senhor é bondoso e muitas vezes não se satisfaz com o nosso cesto cheio, quer que seja recalcado (espremer o produto para baixo e colocar mais), sacudí-lo, e fazê-lo transbordar.

E.A.G.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Como servir a Deus? Charge

Mateus 25.33-40

"E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? Ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? Ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes."

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A ilusória prosperidade dos ímpios

Por Eliseu Antonio Gomes

O humanismo secular está impregnado em nossa sociedade, coloca o ser humano como centro de tudo e põe Deus para fora. O escritor do excepcional livro Eclesiastes aborda o caos dessa situação, totalmente contrária à revelação das Escrituras Sagradas.

A prosperidade do ímpio

A Teoria da Evolução introduziu na mente das pessoas a filosofia que o ser humano é apenas um animal superior aos bichos, e que a sua morte é semelhante a morte de animais irracionais. Faleceu, acabou, alega.

E seguindo essa alegação equivocada, o ímpio põe a si próprio no centro do universo, não tem interesse pelo bem-estar das outras pessoas, pensa mais em si mesmo e muito pouco nos outros. Alimenta o desejo egoísta por poder e riquezas, intenção esta que o leva a desconsiderar valores morais, dignidade e bondade humana. Sem misericórdia, é capaz de oprimir quem não pode se defender. Este estilo de vida preza pelo amor ao dinheiro e tudo que ele pode comprar, faz o mundo estar repleto de situações opressivas.

Quando uma pessoa assume o controle de sua vida, acreditando ser autosuficiente, não precisar seguir a orientação do Senhor, a vida desta pessoa perde o propósito e a bênção divina. Mesmo que conquiste uma posição financeira privilegiada, viverá carregando sua existência como um fardo pesado para sua alma.

Quem é o ímpio?

Você já parou para pensar quem são os ímpios? Um pai que joga a filhinha da janela do apartamento ou uma filha que coloca indivíduos dentro de casa para matar o pai e a mãe? Sim, são pessoas más, sem compaixão, impiedosas. É comum pensar que o ímpio está longe das igrejas e deplora as religiões. De acordo com a Bíblia Sagrada, é possível ao ímpio ser extremamente religioso e usar a aparência piedosa (2 Timóteo 3.1-5, 13). Quem odeia o próximo, segundo as palavras de Jesus também é assassino (Mateus 5.21-25; 38-48; 1 João 3.15).

A frustração com o materialismo

Salomão, o homem mais rico de sua geração, procurou o sentido da vida sem o Criador no centro do coração humano, apresentou os aspectos da filosofia onde prevalece o pensamento que não leva em consideração a importância de reverenciar a Deus. Ele empreendeu uma busca inútil para encontrar a felicidade neste mundo.

Percebemos que o acúmulo de bens e riquezas que Salomão possuiu não o tornaram um homem feliz. Ao final da procura, ele concluiu que a felicidade não reside em coisas materiais, que buscá-la neste mundo é uma vaidade. O termo vaidade pode ser entendido como correr atrás do vento, que é uma atividade totalmente sem sentido.

Em Eclesiastes capítulo 4, Salomão observa o sentimento da avareza como pano de fundo de algumas opressões que predominavam no dia a dia contra trabalhadores. Ele percebeu que o esforço para conquistar condições de vida melhores causava desilusão; também, que algumas pessoas com objetivo de levar vantagem e enriquecer rapidamente provocavam o mal-estar de seus vizinhos. Ponderou que a pessoa obsessiva para ser superior aos demais pode se fartar daquilo que quer, porém, junto com seu aparente sucesso encontrará infelicidade interior e frustração. É melhor ter um pouco menos e desfrutar de uma consciência limpa (versículo 6).

Aflição e prosperidade espiritual

A injustiça está em curso desde a queda de Adão e há de permanecer até o retorno de Cristo. A vida não é sempre fácil para os crentes. E por este motivo alguns cristãos podem estar embaraçados com a filosofia humanista. Às vezes pode passar o pensamento na cabeça do cristão que ele poderia ser mais feliz se tivesse algumas coisas que outras pessoas têm. No entanto, a experiência de Salomão demonstra que as coisas materiais não podem tornar a pessoa feliz, embora provoque alguma felicidade parcial e passageira.

Não devemos nos concentrar apenas nas dificuldades. Deus é misericordioso e faz o sol nascer e a chuva cair sobre todos. Portanto, lutas e oportunidades da vida estão perante  justos e ímpios, bons e maus. Enquanto estivermos neste corpo de sangue e carne, estaremos tão sujeitos às intempéries quanto ao céu de brigadeiro. Isto é: ao clima inóspito e também ao clima agradável, ao infortúnio e do mesmo modo ao sucesso, à doença e igualmente à saúde (Eclesiastes 9.2; Mateus 5.45).

A inveja de Asafe

O verdadeiro sentido da vida não se encontra no raciocínio humano, mas na revelação divina. Devemos fixar a nossa atenção no conhecimento do Senhor, que oferece a indicação correta à resposta certa para todos os problemas.

O Salmo 73 nos revela sentimentos inquietantes de Asafe. Levita, servo fiel, ministro da música na Casa de Deus, tinha problemas em seu raciocínio sobre a situação financeira do justo, que sofria injustiças, e do ímpio, que usufruía prosperidade, e como o Senhor exercia sua soberania sobre ambos, e se sentiu desanimado ao passar por aflições. Ao ir ao templo, passou a meditar sobre o paradoxo e Deus lhe fez entender o resultado final da vida em impiedade e a consequência de se viver em fidelidade ao Senhor.

A prosperidade do cristão

Por que os ímpios prosperam e os justos sofrem? Quando o cristão está confuso devido passar por circunstâncias complicadas, pode encontrar consolo e fortaleza na oração, na comunhão com os irmãos, nos ensinamentos contidos na Bíblia Sagrada. Na oração, se aproxima de Deus em primeiro lugar. Na união fraterna Deus o vê e ordena que seja abençoado (Salmo 133). Através do contato com a Palavra o Espírito Santo ensina os propósitos de Deus para sua vida.

Uma das bênçãos de se conhecer a Cristo é que, mesmo quando não encontramos facilmente as respostas, temos o poder para superar o problema e prosseguir com o Senhor.

As filosofias deste mundo não são capazes de nos fazer realmente prósperos e felizes e nem nos dar a vida eterna. Ser próspero pela perspectiva bíblica não significa apenas estar acima da linha da pobreza, assim como ser salvo em Cristo é muito mais do que ser liberto da condenação ao inferno. Ser próspero e salvo é, entre muitas outras coisas, entender a vida através do ponto de vista de Deus e viver neste mundo, que despreza ao Senhor, triunfando segundo a vontade e graça divinas.

Conclusão

Enquanto o cristão estiver neste mundo estará sujeito a sentir dor e experimentar sofrimento, mas deve considerar e esperar também que um dia estará livre das lágrimas e dores para sempre ao receber um corpo totalmente incorruptível, imortal, glorificado (Romanos 8,18-23; 1 Coríntios 15.52; Apocalipse 21.4).

Em todas as ações que realizamos, devemos levar em conta que a eternidade existe e que ela será sem Deus para todas as pessoas que não obedecem ao mandamento do Senhor. Amar é uma ordem do Senhor, não é uma sugestão. Então, coloque-se sempre na posição de servo fiel e ame ao Todo Poderoso em primeiro lugar e ao próximo como a si mesmo.

Um dia todos teremos que enfrentar a morte, tanto justos quanto ímpios. Do ponto de vista natural, o ímpio desconsidera que há uma existência após a morte, não analisa que esta existência será o começo da sua aflição na eternidade. Mas o Dia do Juízo chegará para eles, se não se arrependerem de seus maus feitos antes que venham a morrer (Hebreus 9.27; 2 Pedro 3.9). Terão que enfrentar o julgamento do trono branco e após condenados prantearão e rangerão os dentes numa aflição sem-fim (Apocalipse 20.11-15; Mateus 13.41-43).

Às vezes podemos ter a impressão que os ímpios levam vantagem em relação aos servos de Deus. O cristão não deve se deixar abalar por circunstâncias adversas que enfrente neste mundo e nem pela aparente prosperidade do ímpio debaixo do sol, porque a riqueza material não resolve sua condição além-túmulo, o destino do impio e do justo são completamente diferentes no porvir. A prosperidade deles é só nesta vida, enquanto a dos justos pode ser nesta vida e também na vida eterna. Assim sendo, o crente precisa manter viva a esperança e confiança no Senhor, que lhe preparou moradas celestiais (João 14).

A felicidade plena e duradoura da alma está em assumir o compromisso de viver com e para Deus. É assim que o cristão se renova espiritualmente todos os dias e retém a perspectiva do propósito de Deus para si.

E.A.G.

Texto baseado em:
Ensinador Cristão, ano 4, nº 56, lição 11, A ilusória prosperidade dos ímpios, página 41, Rio de Janeiro (CPAD).
O Mestre - Vida Radiante, volume 9, lição 20, O sentido da vida, páginas 141 a 146, ano 1998, São Paulo (Editora Vida).