Por estes dias, surgiu nas redes sociais o assunto 'Crianças Pregadoras'. A minha participação foi com a seguinte argumentação.
Sabemos que Deus quer que vivamos a nossa vida cristã prestando um culto racional, isto é, usando o raciocínio lógico, mas mesmo uma criança com o QI privilegiado não tem a capacidade de usar sua concentração pelo mesmo período de tempo que um adulto. Eles não possuem apenas cérebros de tamanho menor, estão se desenvolvendo. Desde a nutrição no útero, passando pelas mamadas repletas de ingredientes importantes como células-tronco e substâncias anti-inflamatórias, os pequenos formam sua capacidade cognitiva e personalidade reagindo aos estímulos que recebe. E é exatamente dentro deste cenário que as Escrituras recomendam aos pais a ensinarem os filhos sobre qual caminho devem seguir e a não irritá-las para que não desanimem em sua caminhada.
Ao observar o ministério de Jesus Cristo, vemos que Ele considerou muito bem as condições de gente biologicamente maduras e infantis: Aos adultos, disse-lhes "vinde a mim"; sobre as crianças, dirigiu-se aos adultos: "deixai vir a mim...". Deus criou apenas Adão e Eva com o cérebros já desenvolvidos, com a faculdade de raciocínio plena logo após passarem a existir. Todos que vieram depois tiveram que passar pelas fases do embrião ao nascimento, da infância à maturidade. O cérebro infantil, quando saudável, está em desenvolvimento, enquanto que em alguém adulto a construção psíquica já é desenvolvida por completo. O sistema nervoso central da criança é "de menos" em tudo: controle de emoções, memória [por ter vivido menos anos], sabedoria [não confundir com inteligência].
Portanto, que os pequeninos preguem, mas jamais que sejam considerados "adultinhos", porque isso vai contra o projeto da criação divina. Não devemos impedir que uma criança use o microfone e pregue, mas a preleção feita pelos pequeninos não deve ser recebida como a de uma pessoa madura. Elas têm mais perguntas a fazer do que respostas a dar.
Como pentecostais, sabemos que o Senhor dá dons aos homens nos dias atuais. Mas os dons não servem como autenticação de espiritualidade do seu portador. A criança, que porventura possa estar dotada com a capacidade da pregação, precisa ter mais do que esse dom em sua religiosidade. Também é preciso manifestar o fruto do Espírito em sua vida.
Quanto a isso, podemos falar que a vida religiosa pode ser comparada como um motor. As nove características do fruto do Espirito são como a colocação de óleo no motor. Sem o óleo não é possível que as engrenagens girem com a capacidade que é esperada, se houver insistência no funcionamento o motor trinca, quebra, torna-se totalmente imprestável. Lembramos que a manifestação do fruto do Espírito é um ato que passa pela escolha pessoal de recusar-se a praticar as obras da carne. A decisão de viver nossa religiosidade segundo as nove características do fruto trata-se da prática consciente do nosso culto racional, envolve as faculdades mentais. Mas, será que a criança saberia explicar o significado dos termos "concupiscência", "longanimidade" e "domínio próprio"?
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