Tribunal Regional da Primeira Região (TRF-1) anula liminar que impedia investigação sobre facada em Jair Messias Bolsonaro, reabre diligências sobre atentado e autoriza quebra de sigilo de advogado de Adélio Bispo de Oliveira.
A jurisdição do Tribunal Regional Federal da 1ª Região engloba o Distrito Federal e os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins. Jair Bolsonaro recebeu o golpe covarde durante ato de campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG).
As primeiras investigações concluíram que Adélio concebeu, planejou e executou o atentado sozinho. E desde junho o inquérito, que visava apurar se houve participação de terceiros no atentado, estava arquivado pela Justiça Federal de Minas Gerais. A decisão pelo arquivamento atendia pedido do Ministério Público Federal. Apesar do arquivamento, o juiz Bruno Savino havia determinado que as investigações poderiam ser reabertas caso surgissem novas provas ou diligências pendentes fossem autorizadas, como a quebra de sigilo do advogado que se apresentou para fazer a defesa de Adélio após o ataque.
Na tarde do dia 6 de setembro de 2018, na Rua Batista de Oliveira, esquina com Rua Halfeld, região do Parque Halfeld, no município Juiz de Fora, em Minas Gerais, o então deputado federal Jair Bolsonaro, quando era carregado nos ombros por apoiadores durante um comício que promovia sua campanha eleitoral para a presidência do Brasil, foi alvo do atentado que quase ceifou sua vida.
No momento em que era carregado em meio à uma multidão de apoiadores, o assassino Adélio se aproximou e desferiu um golpe de faca na região do abdômen. Bolsonaro foi rapidamente socorrido para a Santa Casa do município mineiro, passou por uma cirurgia que durou cerca de 2 horas e conseguiu sobreviver.
O esfaqueamento causou graves ferimentos, ocorreram três lesões no intestino delgado e uma lesão em uma veia do abdômen que gerou uma forte hemorragia. Foram necessárias quatro cirurgias relacionadas aos danos causados no atentado.
O assassino foi preso no local, muitos se admiraram pelo fato da multidão não linchá-lo mas entregá-lo vivo às autoridades policiais. Na ocasião um dos advogados de Adélio, Pedro Augusto Lima Possa, disse que seu cliente assumiu a autoria do atentado, e que ele agiu sozinho com motivações religiosas e de cunho político.
Agora, em 3 de novembro de 2021, a Corte autoriza ampla devassa sobre o caso, isto é, ação no qual se inquirem testemunhas e se procuram provas para revelar o maior número possível de detalhes sobre fato criminoso.
Diante do restabelecimento das investigações, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal analisarão novas pistas sobre a participação de terceiros neste crime. Serão acessadas informações do Banco Central sobre contas no nome de Zanone Manuel de Oliveira Júnior, o advogado que se apresentou no primeiro momento como defensor legal de Adélio, e empresas das quais ele é sócio. Serão examinadas movimentações financeiras realizadas de setembro a dezembro de 2018, logo após o atentado contra Bolsonaro.
Espera-se que, a partir dessa decisão do judiciário, a investigação identifique quem pagou os advogados de Adélio Bispo e alcance os possíveis mandantes do crime. Muitos brasileiros têm a esperança que as apurações esclareçam sobre a existência de supostos mandantes do atentado ao chefe do Executivo e haja punição exemplar.
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