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quinta-feira, 31 de março de 2016

A Epístola aos Romanos

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Por Eliseu Antonio Gomes

O autor da Epístola aos Romanos é o apóstolo Paulo, embora tenha sido Tércio quem a escreveu (Romanos 16.22). Foi redigida, aproximadamente, entre 57 e 58 d.C., quando se encontrava em Corinto, capital da província romana de Acaia, no território da Grécia.

A Carta aos Romanos foi destinada aos crentes judeus e gentios, que constituíam a igreja em Roma (Romanos 1.7, 15). Foi endereçada a pessoas simples, provenientes de todas as camadas da  população e sem distinção de cor ou de raça. Não foi escrita para atender interesses de teólogos, eruditos, nem tampouco a especialistas em religião. A redação foi composta com o propósito de edificar a igreja, tirar dúvidas e esclarecer questionamentos que a nova fé estava provocando. Alie-se a isso o desejo do apóstolo em contar com o apoio dos romanos no estabelecimento de uma nova base missionária. Romanos, portanto, é uma carta escrita para todos os crentes em Cristo, de todos os tempos e gerações.

A Epístola nos apresenta uma teologia profunda, prática, em linguagem acessível aos leigos e aos estudantes da Bíblia. Nela desvenda-se o plano divino da redenção do homem através da justificação e da posterior santificação. As discriminações são desfeitas, pois, tanto judeus como gentios, são alcançados pelo Evangelho da Graça de Deus.

Ao escrever a carta, Paulo se apresenta à igreja para remover  as suspeitas levantadas contra ele pelo partido judaico de Jerusalém a fim de impedi-lo de ir à Espanha. Também tinha o propósito de anunciar o plano de Deus para a salvação, expor o amor de Deus tanto aos judeus quanto aos gentios, pois, em Cristo, não há mais judeus nem grego, mas somente a pessoa renascida em Cristo (Romanos 14.1-10).

Numa sequência espetacular, o apóstolo destaca verdades incontestáveis e irremovíveis. A doutrina da salvação é apresentada em quatro itens. Os aspectos principais destacados, são: o teológico (1.18 - 5.11); o antropológico (5.12 - 8.39); o histórico (9.1 - 11.36); e o ético (12.1 - 15.33).

A chamado ministerial de Paulo. "Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus" - Romanos 1.1.

O nome Paulo é uma forma latina do hebraico Saul. Ele era judeu de sangue, da tribo de Benjamim (Romanos 11.1), e natural de Tarso, na Cilícia, hoje território turco. Em Jerusalém, foi fariseu zeloso, tendo como mestre o respeitável Gamaliel (Atos 22.3; 26.4-5). Era conhecido e respeitado por seu zelo extremo da religião judaica. Por essa razão, antes de se converter ao cristianismo foi implacável perseguidor dos cristãos, promoveu perseguição sangrenta aos cristãos, levando muitos deles ao cárcere e à morte  (Atos 7.58; 8.1; 9.1; Gálatas 1.13; Filipenses 3.6; 1 Timóteo 1.13).

Paulo foi contemporâneo de Jesus em sua vida terrestre, e certamente conhecia a sua fama entre os judeus. Não é possível provar até hoje que tivesse conhecido Jesus pessoalmente. Na realidade, o conheceu verdadeiramente no caminho de Damasco, capital da Síria. O Senhor já havia ressuscitado e subido ao Pai, quando o implacável "Saulo de Tarso" preparou-se para mais uma investida cruel contra o Rei dos reis, Jesus, o Salvador. Uma transformação imediata e regeneradora aconteceu, e ele converteu-se a Cristo (Atos 9.1, 29; Gálatas 1.11; 2.1).

Paulo rogava a Deus para estar com os irmãos em Roma. "Pois Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, me é testemunha de como incessantemente faço menção de vós, pedindo sempre em minhas orações que, afinal, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião para ir ter convosco" - Romanos 1.9-10.

Se você ora continuamente por alguma inquietação, saiba que Deus segue o seu cronograma e muitas vezes responde de maneira inesperada. As formas que Ele usa para responder nossas petições frequentemente são muito diferentes do que esperamos.

Paulo orou, a fim de que pudesse visitar Roma e ensinar os cristãos que já estavam lá, porém, quando finalmente chegou àquela cidade, era um prisioneiro (Atos 28.28.16). Orou por uma viagem segura e, embora chegasse em segurança a Roma, antes foi preso, teve o rosto esbofeteado, naufragou e foi picado por uma cobra venenosa.

Paulo desejava comunicar algum dom espiritual aos irmãos em Roma. "Porque desejo muito ver-vos, para vos comunicar algum dom espiritual, a fim de que sejais fortalecidos; isto é, para que juntamente convosco eu seja consolado em vós pela fé mútua, vossa e minha" - Romanos 1.11-12.

A fé em Cristo proporciona um vínculo entre os irmãos, que é uma bênção e um estímulo para todos, quando os cristãos se reúnem para adorar a Deus todos dão e também recebem.

Paulo estava desejoso de visitar os cristãos em Roma e encorajá-los com sua fé e ser por eles ser encorajados. Sabia que poderia ajudá-los a entender melhor o significado do Evangelho de Jesus Cristo, por sua vez os cristãos romanos tinham condição de oferecer ao apóstolo comunhão e conforto.

Paulo já havia tentado ir até Roma, porém, foi impedido. "E não quero que ignoreis, irmãos, que muitas vezes propus visitar-vos (mas até agora tenho sido impedido), para conseguir algum fruto entre vós, como também entre os demais gentios" - Romanos 1.13.

Os gregos costumavam referir-se a todos os povos não-gregos, ou que não falassem seu idioma, como bárbaros (Atos 28.4). Ao término de sua terceira viagem missionária, Paulo já havia viajado pela Síria, Galácia, Ásia, Macedônia e Acaia. Desejava conhecer a Igreja em Roma, predominantemente gentílica, ver como viviam na fé os novos convertidos, bem como compartilhar suas experiências e motivar os mais maduros para a evangelização e o avanço missionário.

Paulo dedicou toda a sua vida a divulgar as Boas Novas. "Eu sou devedor, tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. De modo que, quanto está em mim, estou pronto para anunciar o evangelho também a vós que estais em Roma" - Romanos 1.14-15.

Após encontrar Cristo na estrada de Damasco, o dever de Paulo era dedicar toda a sua vida á tarefa de divulgar as Boas Novas de salvação. Esta era a obrigação do apóstolo para com todos os povos do mundo inteiro. E ele cumpriu-a ao proclamar Cristo como Salvador às pessoas de todas a etnias, culturas, classes sócio-econômicas, a todos os povos, judeus e gentios.

Nós também temos uma obrigação para com Cristo, porque Ele assumiu o castigo que merecíamos por nossos pecados. Não podemos retribuir tudo o que Jesus fez por nós, mas podemos demonstrar nossa gratidão com nosso amor pelos semelhantes, apresentando a eles o plano divino da salvação, usando os talentos e dons que o Senhor nos deu (2 Timóteo 1.6-10).

Paulo pregou que o justo deve viver pela fé. "Porque no evangelho é revelada, de fé em fé, a justiça de Deus, como está escrito: Mas o justo viverá da fé" - Romanos 1.17.

Quando Jesus triunfou sobre a morte, Ele eliminou as acusações que nos eram contrárias e abriu-nos o caminho para o Pai (Colossenses 2.12-15). Em sua misericórdia, nos concede a fé. Devemos aceitar a bondosa oferta de Deus com ações de graça e permitir que Ele plante a semente da fé dentro de nós.

Assim como o povo do Antigo Testamento não conseguiu chegar a Deus por meio de sacrifícios, nós jamais conseguiremos agradar a Deus através de uma fé humana, desenvolvida através nossos esforços pessoais. Pois, diante do Senhor, "todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como o vento, nos arrebatam" (Isaías 64.4).

A justiça que tem origem na fé em Deus nada tem a ver com fazer boas obras,  embora isso seja uma consequência do ato de ser justo. Jesus apontou Deus como sendo o único que verdadeiramente é bom. "Bom" é um sinônimo de justo; portanto, segue-se que ser justo é o mesmo que imitar a Deus. Todo pecado está arraigado na descrença. E toda a justiça está ligada à fé em Cristo. Creia em todas as promessas de Deus, e Ele imputará a sua fé como justiça.

Conclusão

No texto de Romanos 1.17, observamos que Paulo mencionou Habacuque 2.4. O apóstolo amplia o sentido que o profeta apresentou, ao apontar à vida eterna. Somos salvos á medida que confiarmos em Deus; só nEle encontramos vida agora e no porvir.

E.A.G.

Fortalecei-vos no Senhor, agora! - Preletor Valdeci Bezerra

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, páginas 1551, 1552, edição 2004, Rio de Janeiro (CPAD). 
Bíblia de Estudo Devocional- Max Lucado, página 1401, edição 2005, Rio de Janeiro (CPAD).
Carta aos Romanos, Elienai Cabral; páginas 9, 12, 13, 17; edição 1986, Rio de Janeiro (CPAD).
Ensinador Cristão, ano 17, nº 66, abril - junho de 2016, página 36, Rio de Janeiro (CPAD)
Maravilhosa Graça - O evangelho de Jesus Cristo revelado na Carta aos Romanos, José Gonçalves, página 7, 1ª edição 2016, Rio de Janeiro (CPAD).

Um comentário:

Unknown disse...

Otimo Post!!Abraços
http://ahoraechegada.blogspot.com.br/
Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
1 Tessalonicenses 4:16