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sexta-feira, 18 de julho de 2014

Juízes - o sétimo livro da Bíblia Sagrada

Paixão e traição na história de Sansão e Dalila.
Para ter uma noção da atmosfera existente entre os israelitas do tempo dos juízes, imagine o seguinte: nos dias de hoje, o que aconteceria se ninguém respeitasse os sinais de trânsito ao dirigir? Com certeza haveria muita confusão, acidentes, muita gente se machucaria e até morreria. Esta situação nos leva a entender que para a vida ser suportável em sociedade é necessário seguir regras pré-estabelecidas.

Autoria e data

O autor de Juízes é desconhecido. Sabe-se que foi uma pessoa inspirada, que selecionou fontes orais e escritas que provessem uma história de Israel com orientação teológica. Pensa-se que algumas partes do livro pode ter sido escrita por Samuel, pois ele era um escritor (1 Samuel 10.25).

A data exata em que o livro foi composto é desconhecida também, mas sabemos que cobre o período entre a morte de Josué e a instituição da monarquia, que se seguiu à coroação de Saul, porém, antes da conquista de Jerusalém por Davi, cerca de 1050 a 1000 a..C.

Cogita-se que a época dos juízes pode ter ocorrido, aproximadamente, entre 1375 a 1040 a.C. Com certeza, foram anos em que os israelitas mergulharam em densas trevas espirituais e dessa época podemos colher valiosas lições.

Por que o livro é chamado Juízes?

Durante a liderança de Josué, Israel finalmente entrou na terra que fora prometida a Abraão. Havia gigantes na terra; não eram, porém, maiores do que Deus. O capitão do exército divino foi capaz de subjugar todos os inimigos de Israel. Surgiu então uma nova geração que não conheceu a guerra, tampouco conhecia a Deus, nem a obra que o Senhor havia realizado em favor de Israel. E por causa do desconhecimento, os israelitas passaram da vitória à derrota.

O livro de Juízes fala de uma época em que os israelitas não seguiam as regras de Deus. O povo de Israel não expulsou os cananeus da terra prometida, como havia prometido a Deus que faria. E não foi só isso: muitas vezes seguidas adoraram os deuses de Canaã, em vez de adorar o verdadeiro Senhor. É claro que Deus não ficou feliz com aquilo, todas as vezes que isso acontecia eles passavam por experiências ruins, o Senhor permitia que o povo sofresse as consequências de suas escolhas infelizes. Mas, por ser misericordioso, quando eles se lembravam de Deus e imploravam por seu socorro, o Senhor providenciava juízes para restaurar a paz e a ordem. 

As histórias seguem um padrão definido: o povo de Israel peca, sofre, busca a Deus, é salvo por um juiz, desfruta de um período de paz, e volta a pecar novamente.  Os juízes, aos quais o Senhor escolheu e ungiu como o seu Espírito, eram líderes militares e políticos, que mostravam aos israelitas em que eles estavam errando.

Os juízes

Seis indivíduos serviram ao propósito de Deus para libertar Israel, cujo papel de libertação possuem narrativas detalhadas, e são considerados "juízes maiores": Otniel (Juízes 3.9-10), Eúde (3.15), Débora (4.5), Gideão (6.34), Jetfé (11.29) e Sansão (13.29). E outros seis,  mencionados rapidamente  são classificados como "juízes menores": Sangar (3.31), Tola (10.1), Jair (10.3), Ibsã (12.8), Elom (12.11) e Abdom (12.13-15). Além destes, há Abimeleque, filho de Gideão, cuja história está vinculada ao seu pai (8.30-31).

Propósito

A composição de Juízes tem três propósitos: histórico, teológico e espiritual. Historicamente, narra eventos de um período específico de Israel. Teologicamente, enfatiza o princípio estabelecido na Lei de que a obediência ao Senhor gera vida e a desobediência traz opressão. Espiritualmente, apresenta a fidelidade do Senhor à aliança com seu povo.

O leitor deve preparar-se para um grande choque, pois as narrativas deste livro mostra que Deus usou como líderes pessoas que não eram exemplos de perfeição. Às vezes, elas mentiam e perturbavam muita gente, como se fossem garotos pirracentos. Mesmo assim, Deus as usou para fazer cumprir seu plano perfeito. Nesta situação, ficamos pensando que se Ele encontrou um modo de trabalhar com pessoas tão complicadas, realizando proezas através da instrumentalização delas, também pode realizar muitas coisas neste mundo através de pessoas comuns como eu e você, pois usa as pessoas do jeito que elas são.

Através dos relatos contidos em Juízes, conhecemos as consequências desastrosas da quebra de comunhão com Deus. O livro é um lembrete, o Senhor exige compromisso da parte do seu povo, quando cometemos pecados, o Ele permite que sejamos castigados, até chegarmos ao completo arrependimento. Também é um alerta, se insistimos em fazer as coisas do nosso jeito poderemos entrar numa enorme enrascada.

Conclusão

Por vontade própria, Deus não deu ao povo de Israel um monarca, dava-lhes os juízes, pois Ele mesmo era o Rei de Israel.

Deus é o Senhor da história, na plenitude do tempo enviou Jesus como nosso Libertador, nosso Salvador, para nos redimir da opressão do pecado e da morte. Cristo é um Juiz Justo, que haverá de julgar o mundo inteiro (2 Timóteo 4.8; Atos 17.31).

Deus é o nosso Juiz e Libertador (Salmos 75.7; Isaías 45.21), capaz de realizar coisas impossíveis. Nos dias atuais, Deus procura homens e mulheres, pessoas consagradas, a quem possa capacitar. Da mesma maneira que escolheu libertadores, ungindo-os com seu Espírito para que fizessem grandes façanhas no passado, pode nos dotar com o Espírito Santo e nos usar para trazer libertação àqueles que estão presos ao desespero e ao pecado.

E.A.G.

Compilações:
Bíblia de Estudo Indutivo, página 376, edição 1997, Tennessee - EUA (Editora Vida).
Bíblia de Estudo Plenitude, páginas 252 e 253, edição 2001, Barueri (Sociedade Bíblica do Brasil).
Bíblia Jovem, página 352, edição 2001, São Paulo (Editora Vida).
Bíblia FaithGirlz!, páginas 300 e 303, edição 2009, São Paulo (Editora Mundo Cristão).
Dicionário Bíblico Universal A.R. Buckland & Luckin Williams, edição 2007, São Paulo-SP (Editora Vida).
Pequena Enciclopédia Bíblica - O. S. Boyer, 19ª impressão, São Paulo, edição 1992 (Editora Vida). 

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