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quarta-feira, 23 de maio de 2012

EBD 2012 - Laodiceia, a igreja morna

Este artigo é escrito com a intenção de ser útil aos que amam a Palavra de Deus, aos que fazem uso do material pedagógico da CPAD, revista Lições Bíblicas, As Sete Cartas do Apocalípse usado nas escolas dominicais no segundo semestre de 2012, cujos comentários são de Claudionor de Andrade. O conteúdo também se encaixa aos que pesquisam sobre o tema liderança cristã, sem elo com a revista.

"E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!" - Apocalipse 3.14-15.

Como cristão há aproximadamente 29 anos, tenho observado alguns pastores evangélicos. Eles são gente como a gente, têm erros e acertos. Meu objetivo não é atacar pontos fracos, apenas fazer nova reflexão bíblica sobre liderança cristã e o comportamento de liderados, com a finalidade de edificação.

Quem manda na igreja?

"Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, (...) e Deus a cabeça de Cristo" - 1 Coríntios 11.3.

A questão de autoridade é um detalhe importantíssimo no ministério pastoral. Diversos líderes se desviam do propósito de sua chamada nesta questão essencial, por esquecer-se ou ignorar. Acreditam que são superiores à membresia e corpo de obreiros, e mesmo que ajam bem intencionados, queiram o bem de todos, não estão aprovados por Deus nesta situação.

Deus não é confuso. Existe uma hierarquia na igreja, ela começa em Deus e passa por Jesus Cristo, que é o único investido com poder de mando entre os crentes. Mas, alguns homens se esquecem disso, e colocam Jesus para fora, ocupam o lugar dEle para mandar, ou trocam o Senhor para obedecer alguém de carne e sangue, um semelhante. Isso aconteceu na igreja de Laodiceia (Apocalipse 3.20).

"Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: digno é o obreiro do seu salário" - 1 Timóteo 5.17-18.

Quando alguém vive fora da proposta do Evangelho não é seguidora de Jesus. Note bem, Paulo assinala quem deve ser estimado o pastor que sabe exercer liderança eficaz, e considerado merecedor de duplicada honra apenas o líder que se dedica a viver e pregar a Palavra de Deus, que sabe ensinar a doutrina de Cristo. No texto em grego, o termo que foi traduzido ao português como honra tem a ver com remuneração, o que não significa levar em conta o reconhecimento do liderado à liderança pastoral.

Quem manda na família?

"Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos" - Efésios 5.23-24.

Deus criou o casamento e depois instituiu a família. A igreja é formada por pais, mães e filhos. Paulo instruiu ao jovem pastor Timóteo tratar os membros da congregação respeitosamente. Aos mais velhos como se eles fossem seus pais e mães, aos da mesma geração como a irmãos e irmãs e aos mais novos como se fossem seus filhos e filhas. Bem diferente da atitude de alguns pastores, que se comportam como se fossem chefes da membresia (1 Tmóteo 5.1-2).

 Assim como Jesus é a cabeça da igreja, também é a cabeça do marido. Neste cenário, a figura do pastor é a de alimentar a todos com a exposição da Palavra de Deus e não como impositor de vontades pessoais sobre todos.

Muitos pastores estão desaprovados por Deus porque não reconhecem o limite de autoridade que receberam, querem administrar além que que é de sua competência.

Prostado aos pés de Cristo

"E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque com tais sacrifícios Deus se agrada. Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil" - Hebreus 13.16-17.

Prestemos atenção ao que Deus diz e pratiquemos, o Senhor comunica-se conosco, orientando a fazer o bem.

O Novo Testamento, em Atos 17.11, nos mostra o bom exemplo dos crentes bereianos, que foram reputados como mais nobres que os demais cristãos porque ouviam a explanação das Escrituras feita por Paulo, e conferiam se o que ele dizia estava de acordo ou não. Ou seja, para eles Deus estava acima do ser humano, Jesus Cristo habitava verdadeiramente em seus corações.

Quando o cristão não examina se a exposição bíblica está certa ou não, corre o risco de repetir os erros praticados e apregoados pelo palestrante, ser apenas uma pessoa religiosa idolatrando o pregador.

Cristo é apresentado pelo apóstolo João como o Verbo, a Palavra. É necessário olhar para Jesus nesta perspectiva do conteúdo revelado na forma escrita. O cânon bíblico deve ser a regra de fé e conduta de todo cristão, pois é a lâmpada para nossos pés e luz para nossos caminhos. João 1.1; Hebreus 12.2; Salmo 119.105.

Conclusão

Igreja não é empresa, pastor não é chefe e membros não são empregados. Atrás do microfone, cada pastor deve olhar à membresia e ver os maridos, pensando "cabeça de um lar", os membros em geral como ovelhas de Jesus e não dele mesmo. E a membresia deve respeitar o pastor em sua função de expositor do texto bíblico, considerando que seu Senhor é Cristo e não o ser humano que expõe o conteúdo das Escrituras Sagradas.

Como vai a congregação em que serve ao Senhor? Ela está quente, morna ou fria? A autoridade de Cristo é reconhecida ou Ele está do lado de fora pedindo para entrar? A temperatura espiritual do da igreja é alta, média ou baixa de acordo com o reconhecimento do senhorio do Filho de Deus por parte de líderes e liderados evangélicos

E.A.G.

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