Solilóquios: desejo de explicar ou confundir?
Solilóquio. Palavrinha estranha e pouco usada. Porém, o que ela significa está em alta no Facebook. É escrever recado para uma pessoa, não pontuar o destinatário, e enviar para um grupo não relacionado diretamente ao assunto abordado sem intenção de esclarecer a ninguém. É a ação de falar sozinho, não haver interlocutor, é usar monólogo, é o ato de pensar em voz alta.
Acho que quem faz isso usa o recurso para desabafar, alfinetar alguém. No fim de tudo, machuca a si mesma.
Abordo a atitude de quem escreve postagens absolutamente de assuntos pessoais, pessoas que publicam conteúdos para quem nem imagina do que se trata. Um exemplo: alguém termina o namoro e está com raiva do ex-namorado, dá-lhe postagens para 3 mil contatos que ela nunca disse que namorava, jamais apresentou o tal ex. Não explica que o namoro foi rompido e nem o motivo do rompimento. Acredite, casos assim já aconteceram.
Minha sugestão é que se a sua intenção não for dizer tudo sobre determinado fato ou sentimento para as pessoas que receberão sua postagem, então não diga absolutamente nada para elas. Entendo que generalizar nem sempre ajuda. O ponto específico quase sempre não representa o conjunto.
É compreensível que em momentos emocionalmente difíceis uma pessoa se comporte dessa maneira. Mas a elas digo que agir assim não é o meio de encontrar a solução.
Tal tipo de “recado” é recebido como se fosse um conjunto de códigos de difícil decifração, porque não se entende perfeitamente o que se lê. Por ser conteúdo intenso e não explicar quase nada sobre a razão de sua intensidade, quem o escreve gera desconforto e causa estranheza aos seus leitores, cria dúvidas sem oferecer respostas.
A regra da boa comunicação é prestar esclarecimento. E pelo motivo do solilóquio não esclarecer quase nada, encontro quem o lê reagindo com indignação. Até já vi alguns que desfizeram o elo de contato online irritados com quem escreve conteúdos confusos.
Como blogueiro evangélico, muitas vezes uso o fato específico como pauta de texto e lanço-o de maneira geral. Tomo cuidado de não transformar o tema em embaraço ou constrangimento. Evito tomar partido pessoal do caso. Ao escrever, em primeiro lugar meu objetivo é expor na abordagem o ponto de vista da Palavra de Deus, em segundo, fazer conhecida minha opinião sobre o assunto. É conteúdo escrito com clareza, mensagem direta, não é uma indireta, pois troco o público-alvo, que não é um único destinatário não declarado, por todos os internautas que porventura entrarem em contato com a redação.
E.A.G.
2 comentários:
Olá Eliseu, muito boa a sua abordagem, tenho observado esse fenômeno também e além de muito chato para quem lê, os envolvidos saem mais machucados do que já estavam, abraços
Clara
Clara.
Realmente, não é uma boa situação ler algo que não entendemos, e quem escreve o conteúdo, dirigido para nós, não deseja explicar o que quer dizer.
Abraço.
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