No último mês estive na formatura do meu filho. Naquela noite cem formandos estavam recebendo o diploma de economia e administração para ingressarem no mercado de trabalho. Minha surpresa foi constatar o grande número de mulheres se formando em carreiras predominantemente masculinas. Estas jovens corajosas viveram ao lado de logarítmos, sentenças matemáticas, raízes quadradas, num mundo matemático.
Mas nem sempre foi assim. No dia 8 de Março de 1857, em uma fábrica de tecidos na cidade de Nova York, mulheres reivindicavam algo bastante simples: uma jornada de oito horas de trabalho por dia e equiparação salarial com os homens que desempenhavam igual função. Unidas, elas decidiram pelo protesto seguido de uma greve, com o objetivo de amedrontá-las e dar uma solução rápida ao impasse, os donos da fábrica, agindo em conjunto com a polícia, trancaram as portas de emergência e atearam fogo, num desenfreado desespero de mostrar a sua superioridade. O saldo dessa tragédia foi a morte de 129 mulheres por afixia. Foi criado então o Dia Internacional das Mulher.
No Brasil o trabalho da mulher é menos valorizado do que o do homem. Segundo a CEFI (Centro de Estudos da Família e do Indivíduo), 25 % das mulheres se queixam que sofrem agressão física da própria casa onde moram com os filhos. Dados estatísticos revelam que 60% das famílias são monoparentais, isto é, "chefiadas" por apenas uma pessoa: a mulher.
Em nosso país em torno de 25% das mulheres estão assumindo cargos executivos, enquanto nos Estados Unidos e na Suécia o índice é de 60%. A concepção greco-romana de associação do poder da mulher à beleza, ao amor, ao romantismo, à sedução continua intocada e cada vez mais valorizada. Mas também coube a ela mesma descobrir a sua inteligência.
A mulher, que sempre foi responsabilizada por todos os filhos, quer sua saúde permitisse ter ou não, passou a programar quantos queria, ou melhor, podia. Só que as responsabilidades femininas cresceram e as mudanças geraram outras preocupações; o medo das ameaças de câncer, varizes, frieza sexual, obesidade.
O fantasma da culpa continuou assustando a mulher porque sempre coube a ela o cuidado da família. Como uma Débora (mães que oram pelos filhos), gostaria de lembrar mães que fizeram diferença extraordinária no mundo em que viviam e também através de seus filhos.
Alguns exemplos
Isabel, Eunice, Hagar, Joquebede, Maria, a mãe sunamita são mulheres que permitiram que Deus realizasse grandes feitos através de sua vida.
Corrie Ten Boom, Suzana Wesley, madre Tereza, Alberta King, Betzy Moody, Morrow Graham, Flora Lewis, Catherine Marshaw, Paula Bowoeffer contribuíram dentro e fora das paredes de sua casa para que o mundo tivesse um impacto tremendo.
Mulheres da antiguidade deixaram grandes legados para a mulher do mundo atual. Com elas aprendemos a vestir os necessitados ensinando a bondade e a embalar o berço ensinando a ternura. Com elas aprendemos a preparar os alimentos ensinando a repartir, a construir uma família ensinando a confiar, a plantar flores ensinando a trabalhar, a erguer as nossas mãos ensinando a orar.
Como a única mulher no meio de quatro homens em casa, quero sugerir a você leitora uma ida ao "salão de beleza". A beleza de cada parte do corpo depende da sabedoria e de alguns cuidados especiais:
Para os pés: Como são belos os pés dos que anunciam boas novas (Romanos 10.15).
Para as mãos: ...fazendo algo de útil com as mãos para que tenha o que repartir com quem estiver em necessidade (Efésios 4.28).
Para os olhos: Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz (Mateus 6.22).
Para os cabelos: Como é bom e agradável quando os irmãos vivem em união! É como o óleo precioso derramado sobre a cabeça... (Salmo 133.1-30).
Para o rosto: A sabedoria de um homem...muda o seu semblante carregado (Eclesiastes 8.1); A alegria do coração transparece no rosto... (Provérbios 15.13).
Para a língua: O falar amável é árvore de vida... (Provérbios 15.4).
Para os lábios: A sabedoria está nos lábios dos que têm discernimento (Provérbios 10.13).
Um último lembrete para você mulher: valorize a vida, administre o tempo, controle as emoções, use corretamente a tecnologia e por fim lembre-se de que Deus não a rejeita.
Dora Bomilcar de Andrade é formada em Teologia e Pedagogia, é coordenadora do Ministério Desperta Débora e apresenta o programa Entre Amigas na Rádio Transmundial. Casada há 31 anos com o Pr. Paulo de Andrade, tem três filhos.
Fonte: Lar Cristão, ano 24, nº 120, maio-junho de 2011.
Um comentário:
Muito boa esta palavra da irmã Dora! Fique na paz!
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