Você costuma ouvir as pessoas se referirem à terra de Israel como 'Palestina'. Sabe o motivo, de onde veio esse nome e se é um termo que convém ser usado?
Cerca de quatro mil anos atrás, os hebreus se estabeleceram na terra conhecida como Israel. Seu líder, Abraão, até mesmo comprou legalmente parte da terra. Porém, devido à fome, seus descendentes migraram para o Egito, onde acabaram sendo escravizados por mais de 400 anos. Então, em 1446 a.C., esses hebreus, que se autodenominavam 'israelitas' escaparam da escravidão e retornaram à sua terra de direito.
Essas datas são importantes, pois havia outras pessoas interessadas nessa mesma terra: os filisteus. Se esse nome soa conhecido, é porque Golias, o gigante morto por Davi por volta de 1012 a.C., era um filisteu. A evidência da presença filisteia na área aparece pela primeira vez por volta de 1150 a.C., cerca de 300 anos após os israelitas se estabeleceram na terra.
Então, quem eram esses filisteus e de onde eles vieram?
De acordo com a Bíblia hebraica, bem como a tradução grega da Bíblia hebraica, e confirmada por testes genéticos modernos, os filisteus eram um povo europeu marítimo. Isso mesmo, os filisteus estavam colonizando os europeus. E depois que suas repetidas tentativas de invadir o norte da África foram repelidas pelos egípcios, eles se voltaram para Israel.
Em meados do século 12 a.C., os filisteus chegaram às fronteiras de Israel, construíram um punhado de cidades e depois passaram várias centenas de anos tentando conquistar os israelitas. Com base na história de Davi e Golias, esses planos nunca tiveram sucesso, e eles eventualmente pararam suas invasões contínuas e ficaram satisfeitos em permanecer fora da terra de Israel. Lá eles permaneceram até 604 a.C., quando foram conquistados e dispersos pelos babilônios. Com a destruição de suas cinco cidades e a dispersão de seus cidadãos, os filisteus geneticamente deixaram de ser um povo.
Avanço rápido de 700 anos. Os judeus, agora um subconjunto de israelitas, nunca deixaram sua terra, mas nesse espaço de tempo foram subjugados por quase todas as superpotências que existiram, pelos assírios, babilônios, medos, persas, gregos e romanos. Os judeus lançaram uma série de rebeliões na esperança de ganhar sua liberdade. Algumas foram razoavelmente bem sucedidas, como a Revolta dos Macabeus, mas a maioria fracassou. Uma dessas revoltas fracassadas ocorreu em 132 d.C., conhecida como Revolta de Bar Kokhba. O levante causou a irritação do imperador romano Adriano e, como retaliação renomeou sua terra natal, foi quando Israel passou a ser chamada de 'Palestina', como uma suposta homenagem a seus antigos invasores, os filisteus.
Note como é estranha tal situação: o invasor europeu colonizador atual renomeou a terra em homenagem a outro invasor europeu colonizador que nunca conseguiu capturar a terra, nunca habitou na terra e nem mais existia. Analisando com mais atenção, houve uma suposta homenagem, o verdadeiro motivo foi derramar sal na ferida da população mais historicamente oprimida do mundo inteiro. Uma população que foi quase sistematicamente varrida do planeta há menos de 100 anos. Uma população que ainda é o grupo de pessoas mais odiado do planeta.
Não sei você, mas não me sinto confortável para usar o nome criado pelos romanos para fustigar os judeus. Estou satisfeito referindo-me ao território por seu nome histórico: Israel.
Fonte: https://tinyurl.com/israel-palestine. Texto adaptado ao blog Belverede.
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