A poluição sonora é um problema de saúde pública mundial, seus efeitos causam danos à saúde física e mental. Quando o silêncio parece banido nas grande cidades e somos envolvidos por buzinas de carros, irritados pelo fluxo do trânsito, invadidos por sons em altos decibéis do aparelho do vizinho, agitados pelas chamadas de celulares em tempo oportuno e fora da hora conveniente, é uma excelente escolha fugir do corre-corre da vida cosmopolitana.
No momento em que vivemos, quase tudo desperta nossa atenção, dificilmente divagamos em silêncio. A poluição sonora está tão presente que estamos acostumamos com ela. Dentro de nossos lares, produzimos sons de liquidificadores, aspiradores de pó, batedeiras, secadores de cabelo; passamos longos momentos com áudios no Whatsapp e vídeos no YouTube; inclusive, mantemos o televisor ligado sem prestar atenção à programação; escutamos podcast. Apreciamos o rádio no automóvel. No trabalho, sofremos com os estrépidos de máquinas, serras etc.
De modo geral, tudo o que ouvimos a partir de 60 decibéis pode ser considerado ameaça para a saúde. Se o estardalhaço ultrapassa o limite auditivo normal, torna-se um mecanismo lesivo ao ser humano. É capaz de causar uma maior produção de cortisol, conhecido como "o hormônio do estresse". E o estresse, consequentemente, reproduz em todo organismo, acarreta o crescimento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, provoca o risco de causar danificações cardiovasculares. Outros malefícios, são: perda orgânica auditiva, zumbido, perda de desempenho do raciocínio lógico, redução da produtividade, alterações no sono, insônia, irritação, depressão, náusea, cefaleia.
Que em nossa boca haja a comunicação em serenidade, que as conversas transmitam tranquilidade. É na calmaria que as coisas são resolvidas no tempo e no jeito certos. Na moderação de palavras, a oportunidade para a paz ganha maior espaço em nossa vida. Que em nosso coração haja o objetivo de focar no que mais importa: nossa interatividade com Deus, pois somos templo do Espírito Santo. Administremos o nosso cotidiano, é necessário parar tudo em determinado momento de cada 24 horas com o propósito de dar-lhe atenção: "O Senhor, porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra" [Habacuque 2.20].
Nós precisamos do silêncio. Precisamos permanecer por algum tempo longe das zoadas de conversas descompromissas, dos rumores que levam a perder horas preciosas, tapar os ouvidos às manifestações ridiculamente chinfrins. Por este motivo, Jesus ensinou ao crente isolar-se de tudo e todos e viver momentos particulares com o Senhor. Ele disse: "Ao orar, entre no seu quarto e, fechada a porta, ore ao seu Pai, que está em secreto. E o seu Pai, que vê em secreto, lhe dará a recompensa" [Mateus 6.6].
Com o propósito de incentivar o relacionamento do ser humano com Deus, Jesus nos deixou seu exemplo. Ao ler os Evangelhos, encontramos a informação que muitas vezes Ele se afastava das pessoas, ia para lugares silenciosos para entrar em contato com o Pai celeste. Longe dos burburinhos sociais, Cristo elevava seus pensamentos dirigindo-os a Deus, falava com Deus e ouvia a Deus.
Ao contrário do que diz o adágio popular, a voz do mundo não é a voz de Deus. Quando buscamos as coisas do alto, escutamos a voz de Deus, o sonido celeste é benigno e totalmente edificante. O Espírito Santo se comunica com o nosso espírito por meio do silêncio e de modo plenamente perceptível atentamos ao seu falar.
Encontramos em Apocalipse a descrição de uma sonoridade extraordinária. João relatou: "Ouvi uma voz do céu como som de muitas águas, como som de um forte trovão. A voz que ouvi era como de harpistas quando tocam as suas harpas" [Apocalipse 14.2].
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Eliseu Antonio Gomes