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segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Myer Pearlman: O poder do Espírito Santo


Por Myer Pearlman

"Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra" - Atos 1.8.

O versículo da Escritura, que acabamos de ler, juntamente com o seu contexto, marcam o ponto de transição entre os Evangelhos (os Atos de Jesus) e os Atos dos Apóstolos. Nos Evangelhos, está descrito como a segunda pessoa da Trindade veio; neste texto, se acha declarada a vinda da terceira pessoa da Trindade. Os Evangelhos mostram como Jesus veio morrer pelo seu povo; os Atos, como o Espírito estava por vir, afim de morar com o seu povo. Jesus dera testemunho do Espírito; agora o Espírito daria testemunho de Jesus.

Nos Evangelhos, lemos acerca do princípio do ministério de Jesus; nos Atos, iniciamos a leitura sobre a continuação do seu ministério, nas pessoas dos seus discípulos e apóstolos. Como o Pai enviou Jesus, assim Jesus enviou os seus servos - no poder do Espírito.

No primeiro concílio cristão, que se realizou sobre a presidência pessoal do Senhor Jesus, foram discutidos os planos de evangelização do mundo. Foi então, que o Mestre expos aos discípulos, algo concernente o reino de Deus - um reino, não de poder natural, mas espiritual - caracterizado, não por glória militar, mas por "justiça, paz e gozo no Espírito Santo", um reino difundido, não pelas forças das armas, mas, pelo testemunho da voz humana, pelo poder do Espírito Santo.

O intento de levantar a questão do tempo da restauração de Israel, desvaneceu com a resposta de Jesus: A vós não compete saber os tempos ou as épocas, que o Pai fixou pela sua própria autoridade."

O concílio foi prorrogado, depois de receberem a última comissão do Senhor: "Ide por todo mundo, pregai o Evangelho a toda criatura" - prorrogado até que se unam de novo; em concílio pela chamada do grande Moderador, cuja voz forte ajuntará, tanto os fiéis vivos, como os mortos em Cristo (Atos 1.11).

Depois, Jesus subiu ao Pai. Se estivéssemos ensinando estas verdades a meninos, diríamos: "meninos, Jesus disse aos seus discípulos que esperassem, em baixo, enquanto Ele subia ao telhado para fazer a ligação de poder."

A MANIFESTAÇÃO DO PODER

Jesus se declarou a fonte de poder, quando disse: Todo o poder me é dado".

Certo cientista conta-nos que todo o poder que é distribuído no mundo, tem a sua origem numa só fonte - o sol, que irradia ondas de energia para serem transformadas em luz, calor e eletricidade. Do mesmo modo é o nosso Senhor, a fonte de todo o poder espiritual.

Malaquias se referiu a Ele como sendo o Sol da Justiça, que traria saúde debaixo de suas asas. Ainda, a seu respeito, é dito que Ele é o resplendor da glória de Deus (Hebreus 1.3); Jesus tem relação com o Pai, igualmente como os raios para com o sol. Ele disse: "Eu sou a luz - o sol - do mundo". É uma bem-aventurança ser unido a Jesus, o poder salutar de Deus, que irradia luz celestial.

Note a natureza do poder. Algumas substâncias podem conter mais eletricidade que outras. É o que se chama diferença em potência. A tendência da eletricidade é correr de um corpo de alta potência para outro com potência inferior, afim de uniformizar-se. Quando há contato entre dois corpos, o corpo que contém mais eletricidade, passa a sua força para o outro. 

Existe uma imensa diferença de potência entre Deus e nós! Mas que boa vontade de Sua parte, para se dar a Si mesmo por nós, até ficarmos "cheios de toda a plenitude de Deus"!

Tanto o poder divino quanto o poder natural, precisam de um condutor. A energia do sol é irradiada pelo espaço, por meio de vibrações, em mais de centenas de trilhões por segundo. Mas, enquanto essa energia não entra em contato com o ar e a matéria, não pode ser transformada em luz, calor e eletricidade. Assim, também, só quando o Espírito entra em contato com os vasos submisso, - condutores espirituais - é que o seu poder pode ser manifesto ao mundo.

A eletricidade pode ser manifesta em calor, luz, movimento e som. 

1. A eletricidade é manisfesta em calor.

Apliquemos esta verdade à experiência espiritual. O Espírito pode ser manifesto na vida dos crentes, em forma de zelo ardente, sem o qual não pode haver verdadeira conquista. Os vencedores espirituais, de todas as idades, foram homens de oração, atividade, serviço e amor intenso. 

Diz um escritor: "Nada é possível nesta vida, sem aquele calor intenso de entusiasmo, que faz o mundo pensar que os santos estão loucos." Um outro diz: "Nenhum coração é puro, que não esteja apaixonado; nenhuma virtude é sã, que não seja entusiástica." Henry Martin, o missionário devoto, disse uma vez: "Agora, deixe-me arder até me consumir para Deus." Em outros termos: zelo cristão.

2. A eletricidade pode ser manifesta em forma de luz.

No Novo Testamento, a manifestação de poder espiritual e moral, é considerada como luz: Vós sois a luz do mundo." "Brilhe a vossa luz diante dos homens". A necessidade suprema desta hora é haver cristãos que brilhem. Tais crentes não precisam usar de pesados argumentos abstratos, para dar provas da verdade do Cristianismo. Quanta lógica é necessária para  provar que uma lâmpada pode luzir? Nenhuma. Basta ligar o contato.

Estas palavras - "Brilhe a vossa luz" - podem, também, ter uma significação literal. A face de Moisés não brilhou, voltando ele da presença de Deus? O rosto de Estevão não teve a aparência de um anjo? Faremos isto: todos nós separaremos um dia, para visitar o lugar de Deus, onde o nosso rosto ficará brilhante; e depois brilhemos, brilhemos, brilhemos!

3. A eletricidade pode ser manifesta em forma de movimento.

Os pés que levam as Boas Novas, não só devem ser belos, como também ativos. João Wesley, durante quarenta anos, viajou 4 a 5 milhas por ano, e pregou cerca de quinze vezes por semana. Whitefeld pregou, regularmente, cerca de quarenta vezes, por semana. O efeito natural do recebimento de poder espiritual é o movimento para a evangelização do mundo.

O livro do Atos pode ser resumido em três palavras: ascensão, descensão e extensão. 

A ascensão de Cristo, a descensão do Espírito Santo e a extensão do Evangelho. Cristo subiu, o Espírito desceu, e o nosso dever é propagar o Evangelho.

A eletricidade pode ser manifestada em som: rádio, telefone etc. Que mais doce experiência pode haver, tanto para o pregador, como para qualquer crente, do que a elocução, pela unção do Espírito - o tinido suave das campainhas do Espírito! Tal união é a marca distinta da verdadeira pregação do Evangelho, do qual Pedro disse: foi pregado pelo Espírito Santo, enviado do céu."

A elocução em outras línguas - a voz audível do Espírito que edifica o crente, agindo sobre ele, como um estimulante - é comparável à elocução ungida. Assim, convence o inquiridor sincero e livre de prevenções, do poder sobrenatural do Evangelho. Lembrem-se que estou falando das línguas genuínas, porque, neste mundo imperfeito, as verdadeiras e preciosas línguas são, muitas vezes, imitadas por outras sem valor.

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A matéria tem seguimento: Myer Pearlman - O poder do Espírito Santo (parte 2).
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E.A.G.

Fonte: Matéria publicada no Mensageiro da Paz, ano 2, nº 14/15, quinzenas de julho e de agosto de 1932, páginas 6 a 9. Rio de Janeiro.

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