Fidel Castro e as relações com John Kennedy e Nikita Khrushchev

Fidel Alejandro Castro Ruz. Político e revolucionário cubano, nascido em Mayari, Oriente (atualmente é conhecida como província de Holguín) no ano de 1927 e falecido em 25 de novembro de 2016 em Havana.

Filho de imigrante plantador de cana-de-açúcar, cresceu em família rica. Casou-se duas vezes, foi pai de sete filhos com três mulheres.
Em 1947, alistou-se no Partido do Povo Cubano. Em 1952, em Havana, quando estudava Direito, uniu-se aos revolucionários esquerdistas à luta contra o general, e ditador, Fulgêncio Batista, que era apoiado pelos Estados Unidos.

Apoiado por Che Guevara, chegou ao poder depois de três anos de guerrilha. Liderou a transformação de seu país num estado comunista, Foi primeiro–ministro de Cuba desde 1959, passou a ser presidente a partir de 1976 sem que houvesse eleições.

Em 1953, liderou o assalto ao quartel de Moncada, em Santiago de Cuba, e foi preso até 1955, quando foi anistiado. Durante o julgamento, em suas palavras finais de autodefesa, pronunciou uma frase que ficou bastante conhecida e que veio a ser o discurso político mais comentado à época: "A História me absolverá".

Exilado em 1955, foi ao México em 1956. Liderou um desembarque de revolucionários, composto de 28 homens, entre eles Che Guevara, à costa de Cuba. O grupo guerrilheiro foi desbaratado pelo Exército, apenas 12 sobreviveram.

Após este fracasso, Castro refugiou-se em Sierra Maestra, província de Oriente, a atual Província de Guantánamo, composta de cordilheira. Nesta região montanhosa, estruturou um grande movimento de combate. A partir das montanhas, comandou operações de guerrilhas bem-sucedidas  Em dezembro de 1958 marchou sobre Havana, acompanhado de um número extraordinário de guerrilheiros. Fulgêncio fugiu. E em 1º de janeiro de 1959, afinal, Fidel Castro "oficializou" a derrubada de Batista proclamando a Revolução Cubana.

Castro decretou que o Estado e o partido presidido por ele seriam oficialmente ateus; ordenou a prisão e execução de muitos partidários de Batista; expropriou a indústria estrangeira; coletivizou a agricultura; e, declarou-se incapaz de estabelecer relações comerciais e diplomáticas com os Estados Unidos; também, alinhou-se abertamente com a União Soviética (URSS) ao negociar crédito, comprar alimentos e armas. Por sua vez, em 1960, os Estados Unidos cancelaram todos os acordos comerciais com Cuba.

As pressões e atritos políticos com John Kennedy, então presidente dos Estados Unidos, tiveram como consequência a consolidação da Revolução Cubana que, inicialmente era nacionalista e gradualmente radicalizou-se, levando Fidel a proclamar, em 1961, um regime socialista baseado no modelo soviético, estreitando assim relações com os soviéticos e criando atritos políticos com os Estados Unidos.

A deterioração desta relação com os norte-americanos levou à invasão da Baía dos Porcos, em 1961, e à Crise dos Misseis de Cuba, em 1962.

• Baía dos Porcos:

Local de uma tentativa fracassada de cerca de 1500 exilados cubanos, em abril de 1961, que se preparavam para invadir Cuba e derrubar seu presidente, Fidel Castro. Os invasores foram treinados e equipados pela Central Intelligence Agency (CIA), norte-americana. O episódio, marcado pela completa falha da operação é considerado - ainda nos dias atuais - o mais humilhante do governo de Kennedy. Pelo outro lado, impulsionou a popularidade de Fidel.

• Crise dos misseis de Cuba (outubro de 1962).

Confronto entre os Estados Unidos e a União Soviètica, que pôs o mundo à beira da Terceira Guerra Mundial. Após a Revolução Cubana de 1959, Cuba foi sob a influência da então União Soviética. O dirigente soviético Nikita Khrushchev instalou misseis nucleares na ilha, apenas a 225 quilômetros da costa norte-americana. O presidente dos Estados Unidos reagiu com um bloqueio à Cuba e exigiu que os misseis fossem retirados. Após sete dias de grande tensão, Khrushchev concordou em retirar os misseis.

Forte promotor da revolução em outros países da América Latina, e dos movimentos de libertação na África, sendo aliado fiel da antiga URSS, Fidel esforçou-se ainda por tornar-se porta-voz do Terceiro Mundo, conquistou relativa posição de liderança junto aos movimentos dos "não-alinhados".

Em 1990, com o colapso da União Soviética  e do Comecon (Conselho para Assistência Econômica Mútua, organização  econômica  dos partidos do bloco soviético, criado por Stalin), dissolvido após a queda dos regimes comunistas na Europa oriental. Castro viu seu governo enfrentar aumento de vários problemas. O fim da União Soviética e todo abalo no Leste Europeu levou ao isolamento político de Castro. Em 1991, as crises econômicas crescentes de Cuba forçaram-no a introduzir medidas de austeridade econômica e alguma liberação da economia cubana, a procurar novas receitas através do turismo.

Pragmático, tentou reconciliar-se com países da América Latina e reaproximar-se dos Estados Unidos. Não obteve sucesso nestas aspirações.

Durante os anos do governo de Castro, os cidadãos cubanos foram privados da liberdade de imprensa e religiosa. Cristãos foram impedidos de exercer profissões como filósofo, psicólogo, professor e filiarem-se ao Partido Comunista. Havia a política de manter as aparências, ao exterior era distribuída uma imagem de tolerância religiosa, porém, muitos cristãos cubanos declararam sofrer perseguições do governo por causa de sua fé. A produção e importação de Bíblias eram proibidas desde 1969, apenas em 2016 é que houve mudança desta regra. Segundo o Pastor Mário Feliz Barroso informa em seu blog (cubanoconfesante . com) é corriqueiro a destruição ou fechamento de igrejas e a prisão de pastores em Cuba. Barroso também diz que na década de 1960 o regime político levou muitos cristãos aos campos de concentração, nomeados Unidades Militares de Apoyo a la Producción (UMAP). Ainda, Barroso nos faz saber que, em novembro passado, o Pastor Juan Carlos Nuñez foi preso por faze cultos “ilegais”.

Em 31 de julho de 2006, Raúl Castro, o irmão mais jovem entre três irmãos de Fidel, assumiu o cargo de presidente do Conselho de Estado, cargo que lhe garantiu plenos poderes como chefe de estado, durante a transferência temporária de poder em virtude da enfermidade do ditador.

Fidel permaneceu no poder por 49 anos. Ao morrer, estava com 90 anos de idade. Apesar de ostentar crucifico em algumas fotos, receber as visitas de dois papas, João Paulo II e Francisco, afirmar que considerava suas relações com o Vaticano  ótimas, desde 1959 Castro se definia como ateu.

E.A.G.

Compilações:
Grande Enciclopédia Larousse Cultural, página 1240, edição, volume 5 (Nova Cultural).
Enciclopedia Ilustrada do Conhecimento Essencial, página 236, edição junho de 1998 Rio de Janeiro (Reader’s Digest). 
Nova Enciclopédia Ilustrada Folha, encarte das edições de domingo da Folha de São Paulo entre março e dezembro de 1996, páginas 172 e 201 (Empresa Folha da Manhã - S/A).
Gospel Prime - Morre Fidel Castro, ditador que tratava cristãos como criminosos - Jarbas Aragão - https : // noticias . gospelprime . com . br / morre - fidel - castro - ditador - que - tratava - cristaos - como - criminosos/