Deus está disposto a perdoar quantas vezes o ser humano quiser pecar?
Algumas pessoas pensam que por Deus ser amor, é um ser misericordioso que perdoa a todos, que relativiza e compensa aos pecadores praticantes de boas obras, que está assentado no trono disposto a aceitar uma contagem interminável de solicitações de perdão.
Infelizmente, elas estão erradas. Deus não é assim. O cristianismo verdadeiro é diferente, não existe relativização.

“E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.” – Lucas 9.23.
Nos Evangelhos, Jesus está apresentado como o Caminho. Troquemos a palavra Caminho por Hábito, para entender melhor.
O convite de Jesus implica em conversão (mudança) de hábitos, mas nem todos mudam por completo. Costumam usar a cruz para crucificar o próximo, “matando-os” com desamor e acusações. Eles não negam os desejos da carne, costumam ficar parados à beira do caminho esperando Jesus passar.
Quem dá espaço para o ódio no coração é espiritualmente um assassino, não imita a Deus e nem a Jesus (1 João 3.15, Efésios 5.1; 1 Corintios 11.1).
Tenho um bom exemplo para compartilhar.
Conheço um velho cristão, assembleiano, que se decidiu pela vida religiosa há mais de 40 anos, tem muitos versículos bíblicos decorados e sabe os números e as letras dos hinos da Harpa Cristã de memória. Ele é uma pessoa antiga em sua congregação. Cavou a terra para os alicerces das paredes do templo onde congrega, ajudou a assentar tijolos, pintou as paredes dela muitas vezes. Ele participou dos primeiros eventos de evangelização do bairro, participou dos trabalhos nas praças que resultou nas primeiras conversões, esteve nos primeiros eventos que fez a igreja crescer. Hoje, o ministério é enorme e próspero, se expande em diversos outros templos novos inaugurados a cada cinco anos, aproximadamente. Ele é útil como membro, entrega ofertas com valores importantes para a manutenção do templo, é dizimista, é capelão, costuma fazer evangelização periodicamente.
Mas, apesar de possuir este currículo religioso bonito, é espiritualmente problemático. Continua com hábitos antigos. Ele tem o hábito de guardar rancor em seu coração. Discutiu com uma pessoa há mais de uma década atrás, quando foi ameaçado de morte, e continua ressentido como se o fato tivesse acontecido hoje, está cheio de melindres, não faz esforço para reaver a paz, não quer esquecer os insultos e ameaça que recebeu.
Eu tive a oportunidade de conversar sobre esse assunto, ele usava tom de voz bastante alterada, fazia gestos rápidos, e revelou-me sua ira com o tal ofensor, que é um homem descrente, distante de todas as religiões.
Disse-lhe:
- Jesus manda perdoar.
- Ele é o inimigo em pessoa – respondeu-me – e quer me bater, me roubou e ameaçou! É o demônio, olha para mim com olhar de ódio.
- Irmão, Jesus diz para perdoar quem o ofende. Se alguém tirar sua capa sem a sua permissão, deve entregar a túnica também. Se alguém o persegue, deve orar pelo perseguidor. Se alguém fala mal, calunia-o, seu dever é procurar os pontos positivos do caluniador e fazer elogios sobre ele. É preciso negar os costumes terrenos. É preciso mortificar a carne. É preciso andar no Espírito (Mateus 5.38-48; Colossenses 3.1, 5, 8; Gálatas 5.22).
Ao ouvir isso o homem parou por uns segundos, diminuiu seu ritmo da vocalização de frases, pensou, mas voltou ao hábito antigo.
- Ele é o demônio em pessoa, não posso ter paz com ele!
Todos sabem, mas vou relembrar: O cristianismo verdadeiro é marcado pela conversão de hábitos, implica em mudar de vida de dentro para fora. Ser cristão é esforçar-se a cada dia para manter uma mudança interior. Mudar as intenções, os objetivos, as iniciativas. Ser cristão é fazer o que Jesus ordena.
Não existe relativização no Evangelho, os mandamentos são para todos, indistintamente. Jesus nos chama para seguir com Ele, agir conforme ensinou.
Voltando ao cristão assembleiano, religiosamente exemplar, mas sem as mudanças que os mandamentos de Cristo exigem de cada um de nós, lembrei-lhe sobre a questão do perdão e da misericórdia de Deus.
Ao ensinar a oração do Pai Nosso Jesus revela que Deus só perdoa quem é perdoador. Também fiz menção da carta de Tiago, que revela que o juízo divino será sem misericórdia contra todos que não agiram misericordiosamente (Mateus 6.14-15; Tiago 2.12-13).
Não existe relativização no Evangelho. Não há relativismo nenhum. Tanto o religioso cheio de obras, que descumpre os mandamentos, quanto o mundano irão para o mesmo lugar. Não importa ser um religioso metódico, bom ofertante, dizimista, visitante de doentes, ser distribuidor de material evangelístico nas ruas, se no coração cultivar a raiva contra o próximo. O destino final e irreversível de quem age sem perdoar e sem misericórdia é o inferno!
Fui obrigado a ser direto e dizer isso para o velho assembleiano.
Enfim, a raiva, ou a prática de qualquer outro tipo de hábito que não esteja de acordo com os ensinamentos de Jesus, significa não ter a Jesus Cristo como o Caminho. Só Cristo leva o ser humano para o céu, e quem não recebê-lo como o Caminho não achará atalhos e escapes para encontrar-se com Deus, porque não há nenhum relativismo no Evangelho.
E.A.G.
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