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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Linguagens antropomórfica e antropopática na Bíblia

A Bíblia Sagrada usa diversos recursos de linguagens, e duas delas são os recursos antropomórfico e antropopático, que fazem uso de imagens irreais, simbólicas, para comunicar algo real.

Os textos bíblicos onde existem os recursos da antropomorfia e antropopatia servem como pontes, facilitam o resultado final da comunicação entre o Senhor e os servos, entre o Criador e a criatura.

Linguagem antropomórfica

Definição do dicionário Michaellis: 1 Que apresenta semelhança de forma com o homem. 2 Referente à antropomorfia ou aos antropomorfos. 3 Descrito ou concebido em forma humana ou com atributos humanos.

Deus é Espírito. Não tem carne e ossos, não tem olhos, nem braços e mãos. Mas é essa a figura dEle que é apresentada para nós nas páginas das Escrituras. Por quê? Para facilitar aos seres humanos a compreensão das ações e propósitos divinos.

Linguagem antropopática

Definição do dicionário Michaellis: 1 Relativo ou pertencente à antropopatia. 2 Que atribui sentimentos humanos a algum ser que não é humano.

Na passagem de Êxodo, quanto é mencionado que Deus endureceu o coração de faraó, o contexto bíblico nos esclarece que o Criador permitiu que faraó tivesse seu ânimo contrário à saída dos judeus do Egito. Faraó não foi vítima das mãos de Deus, um Ser enfurecido. Nos deparamos com a línguagem antropopática. O monarca egípcio não foi uma marionete do Criador. Está escrito que Deus endureceu o coração de faraó, sem explicar maiores detalhes. Os detalhes são os contextos bíblico encontrados em Romanos 1.19-25 e Tiago 1.12-16.

Segundo o apóstolo Paulo, Deus não endureceu o coração de faraó literalmente. Deus abandonou faraó às suas próprias paixões carnais por servir aos deuses falsos. Ao estudar sobre as Dez Pragas do Egito, fica claro que Romanos 1.19-26, traz entendimento quanto ao endurecimento do coração de faraó.

Segundo o apóstolo Tiago, Deus não endureceu o coração de faraó literalmente. Deus abandonou faraó às suas próprias paixões carnais porque o monarca preferia adorar deuses falsos e servir seus desejos desenfreados de poder e riquezas.

Analisemos o coração de faraó pela luz de Tiago 1.12-15: "Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam. Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte".

O povo judeu era escravo, representava uma enorme massa humana de mão-de-obra gratuíta para faraó e seus súditos. A nação israelita inteira, ao sair do Egito com Moisés de uma só vez, faria com que a economia egípcia sofresse com sua falta. Então o monarca pensou no prejuízo que seria ficar sem o regime da escravidão, prevendo essa situação ele quis evitá-la a todo custo. Custou sua vida nas águas do Mar Vermelho e de todas as tropas de soldados que o acompanharam.

E.A.G.

5 comentários:

  1. Bela e sábia explicação, enriquece-nos de conhecimento.

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  2. Muitíssimo bom. Mim ajudou e muito.

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  3. Muito obrigada! Abriu a minha mente! Que Deus o abençoe!

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  4. Pois ele diz a Moisés: "Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão".
    Portanto, isso não depende do desejo ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus.
    Pois a Escritura diz ao faraó: "Eu o levantei exatamente com este propósito: mostrar em você o meu poder, e para que o meu nome seja proclamado em toda a terra".
    Portanto, Deus tem misericórdia de quem ele quer, e endurece a quem ele quer.

    Romanos 9:15-18
    se Deus não endureceu o coração de faraó, então me explique este texto!

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  5. Prezado Alan.

    Vamos por partes:

    1. Considere o fato de que o rei egípcio ser uma pessoa que se considerava um deus, além de ser adorador de outros deuses falsos.

    2. Considere que o rei egípcio não tinha nenhuma misericórdia do povo hebreu, escravizado, usava-os como mão de obra sem custo.

    3. Considere o texto de Romanos, capítulo 1, versículos 20 ao 25. Nesta passagem, está escrito que Deus entrega os pecadores impenitentes às suas próprias paixões pecaminosas.

    4. Pondere sobre os textos de Mateus 6.14 e Tiago, 2.12-13. As duas passagens bíblicas nos informam que Deus quer perdoar apenas quem exercita o perdão, e que Ele quer ser misericordioso apenas com aquele que age com misericórdia.

    Se colocamos estes contextos dentro dos textos que relatam como Deus agiu com faraó, temos um entendimento mais claro sobre o assunto. Deus não endureceu o coração de um homem bom, mas de um homem mau, que não agia com amor para com os israelitas, antes, era extremamente duro com os descendentes de José, que no passado havia livrado os egípcios da fome.

    Abraço.

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