"Então toda a comunidade de Israel saiu da presença de Moisés, e todos os que estavam dispostos, cujo coração os impeliu a isso, trouxeram uma oferta ao Senhor para a obra na Tenda do Encontro, para todos os seus serviços e para as vestes sagradas. Todos os que se dispuseram, tanto homens como mulheres, trouxeram jóias de ouro de todos os tipos: broches, brincos, anéis e ornamentos; e apresentaram seus objetos de ouro como oferta ritualmente movida perante o Senhor" - Êxodo 35.20-22 (NVI).
O texto é claro, na construção do Tabernáculo, Moisés fez uso da solicitação de ofertas alçadas orientado por Deus. O relato informa que nem todos os israelitas se dispuseram a contribuir entregando peças de ouro e de prata - anéis, brincos, fivelas -, para servir de ornamento da Casa do Senhor, apesar de Moisés solicitar tais ofertas após descer do monte com as duas tábuas da lei nas mãos, e o seu rosto sobrenaturalmente resplandecer, conforme registro do capítulo anterior.
Não sabemos o peso das peças preciosas que os israelitas ofertam. Mas, fazendo pouco exercício do intelecto chegamos ao consenso que o anel, o broche, o bracelete não deveriam chegar à 500 gramas cada uma. E a quantidade entregue de ouro (o metal mais precioso), foi suficiente para cobrir a arca da aliança, os querubins, tábuas da lei, móveis do lugar santo do santos, e peças das roupas usadas no ofício dos sacerdotes (Êxodo 25.24; 26.29; 28.13; 36.34; 37.11).
O texto bíblico remete o leitor da Bíblia Sagrada à questão da oferta alçada, mas este artigo toca na questão da prática dos dízimos também, pois são assuntos paralelos.
Hoje, o ouro e a prata são objetos de valores e também eram valiosos no tempo relatado na passagem bíblica em foco.
Deus poderia ter pedido aos israelitas duas, três, todas as jóias que eles tinham. Mas, por meio de Moisés, ordenou que cada membro da congregação entregasse de suas posses UMA oferta de peça preciosa.
Após terminado o trabalho de revestimento do Tabernáculo, Deus mostrou contentamento, porque a glória do Senhor encheu o local (Êxodo 50.34).
A Bíblia, os dogmas e as liturgias
Muitos cristãos demonstram possuir familiaridade com dogmas e liturgias denominacionais, mas não demonstram estar familiarizados com a Bíblia toda. É preciso lê-la, estudá-la de maneira devocional e sistemática e viver conforme seus ensinos recomendam.
Dízimo e oferta alçada, heresias?
A prática de ofertas alçadas não é uma heresia, como alguns pensam e afirmam. Embora devamos respeitar tal pensamento, não devemos trocar a opinião humana pela Palavra de Deus.
Ao abrir a Bíblia Sagrada, ninguém conseguirá encontrar Jesus Cristo ensinando os discípulos a dar o dízimo e nenhum discípulo entregando o dízimo aos apóstolos. Então, aquelas pessoas que opinam que a oferta alçada é uma heresia, deveriam afirmar também que o dízimo é a heresia maior, pois o dízimo não é mencionado no Novo Testamento como uma prática entre os cristãos, ao passo que a oferta alçada é. Já citei neste artigo Atos 4.7, a oferta alçada sendo praticada na Igreja Primitiva, o caso do valor da herdade de Barnabé depositada aos pés dos apóstolos.
Em tempo: não sou contra a prática do dízimo. Apenas pontuo o assunto porque alguns tendem a banalizar a palavra “heresia”.
Raciocínio sem nexo
Não faz sentido alguém considerar a prática da arrecadação de dízimos correta e ao mesmo tempo considerar a prática da arrecadação de oferta alçada incorreta. As duas palavras ,“dízimo” e “oferta alçada”, estão lado a lado em Malaquias 3.8. Como considerar uma praticável e a outra não? Ora, porque aceitar a primeira prática (dízimo) e rejeitar a segunda (oferta alçada), se ambas estão envolvidas na mesma situação - no mesmo versículo bíblico?
Penso que os cristãos, sendo a maioria membros de denominações evangélicas cujas liturgias adotam a prática do dízimo em sua liturgia, deveriam encontrar facilidade sobre o tema oferta alçada. Mas, não existe tal facilidade, eles estranham essa prática. Talvez, o estranhamento ocorra porque a arrecadação de ofertas alçadas não fez e ainda não faça parte de seu cotidiano como membro de uma denominação evangélica.
Sobre as ofertas alçadas nos dias de hoje
A oferta alçada, pedir e contribuir quantias especificando valores, é um ato de fé.
O texto bíblico mais conhecido sobre esse tema que nós encontramos é Malaquias 3.8 (versão Almeida Corrigida – SBB).
Ao contrário do que muitos cristãos pensam, a oferta alçada não é prática vincula à Lei de Moisés, apesar de ter coexistido por algum tempo com o Código Mosaico. A prática de ofertar existia antes da instituição da Lei de Moisés e continuou a existir depois dela. No período da Igreja Primitiva, Barnabé vendeu sua herdade (uma grande propriedade) e depositou o valor da venda aos pés dos apóstolos (Atos 4.7).
Voluntariedade e denúncias
Deus quer ofertas apenas de quem estiver alegre e quer contribuir. Toda oferta a Deus deve ser voluntária. Nenhum cristão é forçado pela Palavra de Deus a ofertar durante as coletas efetuadas nas igrejas.
Na prática de entregar ofertas e dízimos à Obra do Senhor, é importante ter coração voluntário.. O ato de liberalidade é recebido por Deus como cheiro de suavidade e sacrifício prazeroso (Filipenses 4.18).
Se você presenciar um pastor fazendo coersção no momento de solicitar ofertas, ajunte provas e vá à Delegacia de Polícia mais próxima e peça para abrir um Boletim de Ocorrência, ou procure o Ministério Publico e faça uma denúncia, porque o ato de coagir é crime.
Coerção: acredito que isso não ocorra na maior parte das igrejas evangélicas. Quem faz este tipo de acusação sem provas cabais (pastor coagindo os membros das igrejas a contribuir) deveria ser levado aos tribunais, merece processo judicial. Fica aqui a minha sugestão ao pastorado: processem!
Conclusão
Amigo não contribuinte da Obra de Deus, não se sinta constrangido quando presenciar solicitações de dízimos e ofertas durante os cultos evangélicos, porque Deus jamais se interessa por ofertas de gente cujo coração está fechado. Os pastores comprometidos com o Evangelho também não querem esse tipo de contribuição. Que o dinheiro continue nas mãos de quem não quer colaborar com a expansão do cristianismo.
Se você se sente triste em se desfazer de parte dos valores monetários que está em seu bolso, fruto do suor de seu rosto, suor proveniente da capacidade que Deus lhe dá para acordar, levantar-se, trabalhar, então não colabore. Mas proponho que examine com cuidado os seus motivos, se por acaso for a avareza, saiba que ela é condenada pelo Senhor, os avarentos não entrarão no céu. Confira: 1 Coríntios 6.10; Efésios 5.5.
E.A.G.
Atualização: 08 de dezembro de 2015; 8h08.
A Paz,
ResponderExcluirSou assembleiano há 25 anos e com exceção da grande maioria, não sou dizimista, mas contribuinte.
Na verdade, eu procuro mesmo é seguir a orientação do Espírito Santo, no que concerne ao ato de contribuir. Eu vivo na graça, pelo Novo Testamento que Jesus iniciou com sua morte. Vivo a Lei de Cristo e não a de Moisés. A lei de Cristo me ensina contribuir de forma liberal e com propósitos que é justamente atender a necessidade do meu próximo. A igreja primitiva nasceu e viveu sob essa prática que aliás, era e é grande mandamento que Jesus deixou para Sua igreja, sob o qual prestaremos conta (Mt: 25:34-46).
Quando Deus pediu aos israelitas a oferta alçada Ele tinha propósitos que era a construção de um tabernáculo e da arca, por intermédio dos quais, Deus se faria presente no meio de seu povo Israel. Hoje, o tabernáculo de Deus somos nós, onde Ele habita e estar presente todos os dias.
Todas as vezes em que o Novo Testamento se reporta ao ato de contribuir, o faz mostrando que este ato visava primordialmente atender a necessidade do próximo, assim como o dizimo, quando valia no AT era para atender as necessidades dos levitas, órfãos, viúvas e estrangeiros e que digo mais, o dizimo nunca foi dinheiro como se pede nas denominações hoje.
Não vejo necessidade de fazer ocorrência, pois cada um há de prestar contas diante do justo juiz, como citei a referencia de Mateus 25:34 a 46.
Fica na Paz
http://www.crentefeliz.blogspot.com.br/
Caro Eliseu, já discutimos uma vez antes sobre esse assunto. Eu sou contra a prática do dízimo, por diversas razões, mas o objetivo deste meu comentário é dizer que você está certo no seguinte raciocínio: "Não faz sentido alguém considerar a prática da arrecadação de dízimos correta e a o mesmo tempo considerar a prática da arrecadação de oferta alçada incorreta. As duas palavras ,“dízimo” e “oferta alçada”, estão lado a lado em Malaquias 3.8. Como considerar uma praticável e a outra não?"
ResponderExcluirA meu ver, é simples: ambas estão no contexto da Lei,portanto, nenhuma das duas práticas é para a Igreja. É por isso que devem ser ambas abandonadas, pois a oferta neotestamentária é VOLUNTÁRIA. O que passa disso, eu não sei a procedência. Ou melhor, sei,mas prefiro não espichar mais.
Abraços, Deus abençoe.
Georges
Olá, eu acredito que o dízima é de Deus, então devemos devolve-lo assim como diz na na Bíblia.
ResponderExcluirEm Malaquias 3;8 fala dos dízimos e nas ofertas alçadas, "Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas."
Mas, não diz que as ofertas alçadas são obrigatórias como o dízimo.
No versículo 10 está escrito: " Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós tal bênção, que dela vos advenha a maior abastança."
Diz para trazer os dízimos a igreja como algo obrigatório, e não os dízimos e a ofertas alçadas juntos como algo obrigatório.
Obs:. em várias passagens da Bíblia fala que as ofertas são voluntárias. Creio que as ofertas alçadas são aquelas onde há um propósito ou quando Deus fala ao coração do homem.
Ola eu sou Marcos..ninguem leu Mateus 23:23 ??? Fazeis estas coisas SEM DEIXAR DE FAZER AS OUTRAS...ou seja, o proprio JESUS DISSE que deveriamos continuar praticando o dizimo...nao como obrigacao pois assim era no VT no novo e como agradecimento ao que ja recebemos...Paz a todas as nacoes...
ResponderExcluirola...sou Marcos..ninguem leu Mateus 23:23 ou a Cartas aos hebreus...???
ResponderExcluirMates 23:23 diz "...Fazei estas coisas SEM DEIXAR AQUELAS ..." ou seja o proprio Jesus esta dizendo que a pratica de dizimo nao foi abolida com as leis de Moises ate por que nao e lei de Moises, vem de antes, do livro de Genesis, em Abrao, antes mesmo dele se tornar Abraao...concordo que o dizimo nao deve ser ensinado como obrigacao mas sim como agradecimento, nao para sermos abncoados mas sim por que JA SOMOS ABENCOADOS...Deus abencoe a todos....
Graça e paz a todos!
ResponderExcluirMeu nome é malaquias (sobrenome) e não tenho interesse pelo dízimo dos crentes
Na verdade irmãos existe muita confusão no entender bíblico sobre o crente em Jesus devolver ou pagar dízimos. Citar Malaquias é voltar ser regído por algo que já foi superado. Alguns irmãos citaram Mateus 23:23 como ensino de Jesus respaldando a prática do dízimo no Novo Testamento. Penso que esta foi a única vez que Jesus mencionou o dízimo em todo o tempo de Seu Ministério. Observe que em Mateus 23:23 Jesus se dirigia a judeus incrédulos e ainda os chamava de hipócritas. Da mesma forma Ele falou a judeus sobre a circuncisão que eles faziam no sábado se a criança completasse oito dias de nacimento naquele dia, e com isso violavam uma lei em detrimento de outra lei. Aos que mencionaram Mateu 23:23 fica a pergunta: Da mesma forma que o Mestre falou aos judeus sobre o dízimo Ele também falou sobre a circuncisão. Se você diz que dar o dízimo porque Jesus falou sobre no Novo Testamento, então passe a fazer a circuncisão em você e nos seus filhos porque Jesus também falou dela no Novo Testamento.
Observemos que no Novo Testamento o apóstolo Paulo que recebeu os ensinos diretamente de Jesus e os repassou para as igrejas. Ele só falou em "OFERTAS DOS SANTOS". Paulo não mencionou nada sobre devolução de "dízimos". As igrejas precisam aprender a fazer a obra usando "ofertas específicas".
Caro Claymilton.
ResponderExcluirObrigado por participar deste blog, expondo o seu entendimento sobre a matéria desta postagem.
Suas observações sobre o dízimo são pertinentes.
Da minha parte, também observando os registros bíblicos sobre o posicionamento de Jesus e o ensino dos apóstolos em relação a contribuir na Obra, constato que ao crente em Cristo não cabe proibir que entregue dízimos na igreja, porque não existe esta proibição nas páginas do Novo Testamento. Esclarecendo mais, vejo que o cristão não é obrigado e também não é impedido pela Palavra de Deus de realizar tal contribuição percentual.
O que vale aos seguidores de Jesus Cristo é a liberalidade, a voluntariedade neste assunto, a conscientização que tal prática não serve como "muletas", "escada", ou "atalho" para entrar no céu. Se o crente é dizimista, deve sê-lo crendo que o sacrifício de Jesus é o suficiente para a nossa salvação, ter bem esclarecido que qualquer ação humana é ineficaz para sua salvação. Só Jesus é o caminho que nos leva aos braços do Pai.
Abraço.
Como já disse anteriormente não há uma clareza biblica ou legitimidade precisa que respalde o dízimo ou ofertas alçadas no novo testamento, em Mateus 23.23 Jesus só afirmou o que se fazia no velho testamento(dizimo da hortelã do endro e do cominho) detalhe era alimento e não dinheiro: Na época de Jeus tinham sacerdotes, sumo sacerdotes levitas...Para quem os farizeus entregavam os dizimos??? Para Jesus que não era!Jesus menospresou muitos costumes da lei e da religião judaica mostrando algo muito mais superior e perfeito que as coisas antigas. Eu diria que se as igrejas tivessem o coração para ofertar da mesma forma que a igreja primitiva não seria necessário dízimos e nem linguagens da época de Moisés para arrecadar recursos
ResponderExcluir. Respeito as diversas opiniões mas a minha posição é essa sobre o assunto.
Prezado Anderson.
ResponderExcluirVocê sabe. mas aos que desconhece o fato, informo que já redigi minha resposta para esta argumentação que agora reapresenta.
Está aqui:
Dízimo em dinheiro no Antigo Testamento | http://belverede.blogspot.com.br/2011/07/dizimo-em-dinheiro-no-antigo-testamento.html?showComment=1496877706278#c16562070588379917
O assunto é interessante e a troca de ideias sobre ele também. Então, continuará sendo bem-vindo em suas observações de pontos novos que ainda não abordamos.
Abraço.