Assisti a um acontecimento na televisão que ainda hoje continua vivíssimo em minhas lembranças, e acredito que nunca o esquecerei. O programa abordava uma grande competição olímpica, e a disputa em exibição era a maratona feminina com a participação da atleta suíça Gabrielle Andersen.
O cenário era a Califórnia e seu sol escaldante, a Olimpíada da Cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, quando ocorreu pela primeira vez uma maratona feminina. Às 8 horas, 50 mulheres largaram no Coliseu de Los Angeles e 2 horas e 24 minutos depois a corredora Joan Benoit cruzava a linha de chegada, sagrando-se como a campeã daquele evento esportivo.
Após muito tempo, depois de 48 atletas terminarem o trajeto atrás de Joan Benoit, aparece na pista a maratonista suíça Gabrielle Andersen, andando vagarosamente, sem firmeza nos braços, músculos enfraquecidos, e joelhos sem tensão. Em alguns momentos inclinava-se para um e outro lado, porém, ela resistia, continuava caminhando com o firme propósito de chegar ao ponto final da prova. Nitidamente, era incapaz de correr, tinha enorme dificuldade de se sustentar em pé, mas não caía e nem parava de seguir adiante.
Quando Gabriele surgiu trôpega, uma equipe médica acompanhou-a de perto, na provável necessidade de apoiá-la caso fosse ao chão. Mas, nem uma pessoa presente atreveu-se a pôr fim em sua passada. Analisando a cena pelo raciocínio comum, pensava-se que existia a impossibilidade para completar os metros restantes até a linha de chegada, mas ela prosseguiu caminhando com uma força de vontade gigantesca, apesar de possuir condições físicas reduzidas. E então, cruzou a linha de chegada e, no exato momento de cruzá-la, desmaiou, sendo amparada pelos médicos. Gabriele não venceu suas adversárias, mas muitas pessoas defendem a ideia de que ela também deveria ter subido ao pódio porque, de modo admirável, superou a si mesma.
No Novo Testamento, encontramos o exemplo da persistência do apóstolo Paulo. A "carreira" que o Senhor propôs a ele foi repleta de sofrimentos. Foi mal compreendido por membros da igreja e até por companheiros de ministério. Foi alvo de humilhações como consequência por pregar o Evangelho. Entretanto, aos olhos de Deus, apesar das realidades tristes que enfrentou, não era um derrotado. Em seu momento final, ensinou que a nossa união com Cristo define nossa carreira cristã e aos que atravessam momentos de adversidades, disse "o Senhor esteve ao meu lado e me revestiu de forças" [2 Timóteo 4.16a].
Para Deus, os persistentes são os verdadeiros campeões, mesmo que as circunstâncias sejam duras demais e a sociedade não o considere em condição elogiável. "Melhor é o fim das coisas do que o seu princípio; a paciência é melhor do que a arrogância" [Eclesiastes 7.8].
O campeão nunca desiste da caminhada, considera o seu objetivo maior do que ele mesmo. Sabe que Deus aprova e recompensa aquele que não desiste no meio do caminho. Mesmo que surjam no trajeto do verdadeiro cristão muitas dificuldades, segue em frente com persistência mantendo os olhos da fé sempre abertos, pois sabe que Deus o ama e em Jesus Cristo ele é mais do que um vencedor [Romanos 8.37].
Jesus Cristo prometeu uma recompensa aos vencedores na fé: "Ao vencedor, que guardar até o fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações,' [...] 'assim como também eu recebi autoridade de meu Pai. E eu lhe darei ainda a estrela da manhã. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas" - Apocalipse 2.26,28,29.
Artigo escrito por Leonice Fonseca Souto de Souza, originalmente publicado no livreto devocional Presente Diário, edição 2013, página direcionada à leitura em 1º de maio. Uma publicação da Rádio Trans Mundial [RTM], Vila Alexandria, São Paulo - SP. [www.transmundial.com.br]. Texto apresentado aos leitores do blog Belverede com estrutura sintática adaptada e ampliada.
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