A preguiça leva à miséria

O Livro de Provérbios contém muitas descrições do preguiçoso, daquele que é folgado demais para começar um trabalho, indeciso demais para levá-lo até o fim, e que passa a vida bocejando, até ser tarde demais, quando a pobreza e a fome se instalam de maneira irreversível. A preguiça consiste na indisposição de fazer qualquer esforço, no ócio e na indolência, na aversão ao trabalho. A criatura preguiçosa é descrita no senso comum como abatida, boêmia, demorada, desanimada, farrista, fraca, frouxa, inativa, lânguida, lenta, lerda, mole, molenga, ociosa, pândega, tardia, vadia, vagabunda, malandra, gandaieira, indolente.

O preguiçoso envergonha os pais. "Quem trabalha com a mão ociosa fica pobre, mas o que trabalha com diligência enriquece. Quem ajunta no verão é filho sábio, mas o que dorme no tempo da colheita é filho que envergonha." (Provérbios 10.4,5).

Obviamente, cada dia tem 24 horas, encontramos oportunidades para crescer, servir e ser produtivo. Ainda assim é muito fácil perder tempo, e permitir que a vida fuja ao nosso controle. Recuse-se a ser uma pessoa preguiçosa, dormindo além do necessário e esbanjando as horas que devem ser destinadas a trabalho prolífero. Deus avalia a maneira como vivemos e controla o resultado final de tudo o que fazemos. Portanto, é preciso reconhecer que o tempo é um presente de Deus e trabalhar com propósitos claros, realizar tudo com diligência e disciplina, e não com preguiça, evitar ser relaxados, ou autossatisfeitos, no uso de nossas habilidades e talentos.

Algumas pessoas que têm preguiça são forçadas a trabalhar pela pressão social, ou por grave necessidade econômica. O indivíduo preguiçoso chega constantemente atrasado ao expediente e deixa o seu turno o mais rápido que puder, faz longas interrupções durante o dia para tomar um cafezinho; costumeiramente perde o foco de seus deveres e entrega-se à maledicência contra colegas e chefes. 

O preguiçoso é atribulado. "O caminho do preguiçoso é como que cercado de espinhos, mas a vereda dos justos é plana" (Provérbios 15.19).

A pessoa preguiçosa permite que espinheiros atrapalhem seu caminho e, assim, sente-se agoniado, oprimido e ultrajado por eles. Mas o elemento dominado pela preguiça é demasiadamente "cansado" para resolver os problemas que o impedem de seguir adiante.

O preguiçoso sempre procura saídas para não se envolver em qualquer ocupação e afasta-se, sorrateiramente, de qualquer propósito na vida. Mas quando há qualquer festa, comida e bebida em abundância, o preguiçoso está sempre presente. Adoece por causa da glutonaria e fica saudável rapidamente se surgir a chance de passear às custas de alguém. Queixa-se quando suas acomodações não são de primeira classe, e chama a outros de egoístas quando não é servido como acredita que deveria.

O preguiçoso mendigará. "O preguiçoso não ara as terras porque é inverno; por isso, no tempo da colheita, procura e não encontra nada" (Provérbios 20.4).

O Livro de Provérbios diz que as pessoas são pobres por diversas razões, as razões mais enfatizadas são a opressão dos ricos, a embriaguez e a preguiça. Você já deve ter ouvido advertências semelhantes a essas: se não estudar, será reprovado no teste; se não economizar, não terá dinheiro quando precisar.

Deus quer que fiquemos prevenidos contra as necessidades futuras. Não podemos esperar que o Senhor nos resgate quando causamos os nossos problemas por falta de planejamento e ação. Deus nos ajuda, mas também ensina a sermos responsáveis.

O preguiçoso morre desejando. "O preguiçoso morre desejando, porque as suas mãos se recusam a trabalhar" (Provérbios 21.25).

O desejo avassalador da pessoa preguiçosa, que quer tranquilidade, repouso, o caminho fácil de saída para evitar o trabalho, terá como resultado o seu próprio fim. Ele deseja os frutos, mas detesta o trabalho para produzi-los. Por causa da sua inércia, deixará até de alimentar-se, para finalmente desaparecer. Um preguiçoso pode ser apático e seguir o caminho do autoflagelo ou atentado contra a própria vida que o Criador lhe deu.

O preguiçoso e suas desculpas. "O preguiçoso diz: 'Um leão está lá fora! Serei morto no meio da rua!' " (Provérbios 22.13).

A pessoa preguiçosa não se deixa inspirar por qualquer ideia produtiva, incentivos ao trabalho dificilmente adiantarão para torná-la participativa em atividades úteis e necessárias. Frequentemente age como parasita que acredita que outros precisam sustentá-la.

"Em todo trabalho há proveito" (Provérbios 14.23). Quando algum trabalho precisa ser feito, a pessoa preguiçosa ausenta-se do ambiente e volta apenas quando tudo foi realizado. Inventa desculpas para não trabalhar, costuma exagerar as dificuldades da tarefa da qual o querem incumbir, a fim de que nada continue fazendo. A desculpa usando a figura do leão parece tola demais, mas é exatamente assim que parecem para os outros as evasivas de quem não gosta de trabalhar. É importante ao ser humano enfrentar o problema da preguiça, assumir sua responsabilidade e viver a vida trabalhando.

Conclusão

O indivíduo tomado de preguiça é um dos casos humanos mais lamentáveis que existe. Assim sendo, não há nenhuma razão para enaltecer a preguiça.

É pecado dar vazão à preguiça porque a preguiça é equiparada ao desperdício. O desperdício equivale aos recursos desperdiçados, ao tempo desperdiçado. Ao somar tudo isso, equivale a uma vida inteira desperdiçada e esse é o verdadeiro problema da preguiça.

O problema da pessoa preguiçosa é que ela nunca se tornará tudo o que Deus quer que ela seja, não porque Deus não pode fazer isso, mas porque ela não se esforça. Por mais maravilhoso e poderoso que Deus seja, Ele não faz nada pela pessoa que tem a capacidade de fazer por si mesma. Você deve fazer o trabalho necessário para ser a pessoa que Deus quer que você seja e fazer o que Deus quer que você faça.

E.A.G.