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quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Lições sobre o naufrágio do apóstolo Paulo na ilha de Malta

O apóstolo Paulo havia passado por cinco julgamentos, e estava em Cesareia aguardo sua viagem para Roma. Após tantas lutas, esperávamos um pouco de alívio, mas em Atos 27, vemos que no lugar de conforto ele recebeu uma nova tempestade, não provocada por ele.

Algumas informações importantes sobre a viagem:

Havia no barco 276 pessoas. Este número não era absurdo para a época. O historiador Flávio Josefo relata, em determinada ocasião, de um navio para 600 pessoas.

"Havia passado o jejum" (Atos 27.9). O dia da expiação dos judeus, que caía em fins de setembro ou outubro. Segundo os cálculos judaicos, o período de navegação durava  em geral do Pentecostes (maio - junho) até a Festa das Cabanas, cinco dias após o jejum. Os romanos consideravam a navegação após o dia 15 de setembro duvidosa e, após o dia 11 de novembro, suicida. Por isso o apóstolo Paulo afirmou considerar a viagem arriscada (27.10). O que de fato se tornaria.

Com isso em mente, o que um naufrágio tem a nos ensinar? Uma tempestade não é sinal da ausência de Deus; um afundamento ensina mais sobre Deus e nós mesmos do que muitos períodos de bonança. 

No lugar de fixar os olhos na tempestade, olhe para o objetivo de Deus para a sua vida. Deus havia garantido que Paulo chegaria em Roma (Atos 23.11). Deus garantiu sucesso na viagem, mas não eliminaria as dificuldades, porque estava dando uma chance para os viajantes confiarem nEle como Paulo (Atos 27. 9-12).  

Confiar em Deus é muito mais do que acreditar que Ele existe, significa ficar com Ele durante a tempestade e naufrágio. "Esta é a admoestação que faço a você, meu filho Timóteo, segundo as profecias que anteriormente foram feitas a seu respeito: que, firmado nelas, você combata o bom combate, mantendo a fé e a boa consciência, porque alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé" (1 Timóteo 1.18,19).

Aceite a orientação de Deus durante o naufrágio. Deus permite a tempestade e desenvolve o livramento (Atos 27.21-31). Paulo recebe uma visão e fala aos tripulantes e presos do navio sobre o livramento divino. Os marinheiros demonstram falta de fé, Paulo reafirma sua fé na promessa do Senhor e age sabiamente.

Após uma difícil viagem eles atracaram em segurança em uma ilha conhecida pelo nome de Malta. A vida dos prisioneiros foi poupada, por causa da presença de Paulo na embarcação. Esta experiência do apóstolo nos ensina que confiar na Palavra de Deus é muito mais do que ter e ler uma Bíblia Sagrada, significa pensar e buscar as coisas do alto durante a iminência do naufrágio. 

Confiar na Palavra de Deus nos faz eliminar pulseiras de energia, elixir e mandingas, porque cremos que Deus tem a solução que precisamos. "Pelo poder de Deus nos foram concedidas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude. Por meio delas, ele nos concedeu as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vocês se tornem coparticipantes da natureza divina, tendo escapado da corrupção das paixões que há no mundo" (2 Pedro 1.3,4).

O naufrágio de Paulo chama a nossa atenção para mais uma lição, relacionada a nós e nossos líderes (Atos 17.11,12). Aceite a liderança de um verdadeiro servo de Deus, mas sempre analisando suas atitudes, tenha como base as Escrituras Sagradas, como faziam os crentes de Bereia. [1]

Deus usou Paulo para confirmar e conduzir seus planos. As pessoas não o ouviram no começo (Atos 27.11) e o resultado foi desastroso (27.21). Paulo tomou a iniciativa de instruí-los (27.9-10), falou-lhes com autoridade (27.21) demonstrou sua confiança em Deus, comportou-se corajosamente e com sinceridade (27.22-26), manteve o foco e serviu de exemplo a todos (27.33-38). Assim, obteve sucesso.  [2] Extraímos desta circunstância a lição de que é preciso valorizar os conselhos emitidos pela liderança eclesiástica quando o aconselhamento tem base bíblica. Hebreus 13.7-17.

Então, ao meditar no capítulo 27 de Atos dos Apóstolos, vemos que as lições que podemos aproveitar com o naufrágio de Paulo, descobrimos que um naufrágio por mais difícil que seja pode significar um recomeço para quem escolhe viver estar na presença de Deus. 

E.A.G.

Autoria: Pastor Walace S. Juliare. Artigo publicado na coluna "Exposição Bíblica" do "Jornal Batista Fundamentalista", veiculado em agosto de 2011 (exemplar sem informações detalhadas sobre o periódico). Título original: Lições de um naufrágio.

Notas: As frases numeradas neste artigo foram acrescidas pelo Editor de Belverede, considerando que as Escrituras Sagradas são a autoridade máxima aos cristãos: 1. "Aceite a liderança de um verdadeiro servo de Deus, analisando suas atitudes, tenha como base as Escrituras Sagradas, como faziam os crentes de Bereia"; 2. "Quando o aconselhamento tem base bíblica".

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