Páginas

sábado, 4 de dezembro de 2021

Ester - rainha hebreia bela, sábia, corajosa e fiel a Deus

Ester era uma bela moça judia que vivia em Susã no tempo de Assuero, rei da Pérsia, também conhecido pelo nome grego Xerxes. Entre os 66 livros da Bíblia, um carrega seu nome. Uma das características mais evidentes do Livro de Ester é a ausência total de referência a Deus, ao templo, a Jerusalém e à lei. Neste sentido, a obra parece ser um livro secular cujo relato é apresentado no plano puramente humano da história. Não obstante, o livro trata do povo escolhido de Deus e faz parte tanto do cânone judaico como do cristão, devendo, portanto, ser entendido no contexto canônico da história da redenção.

O livro narra a história de uma jovem admirável conhecida como Ester, cuja vida é cheia de lances que envolvem amor, ódio, ganância, vaidades, traição, medo,armadilhas, orações, jejum, choro, intervenções divinas e um final feliz.

Na verdade, Ester se chamava Hadassa, nome hebraico que significa "murta" (Ester 2.7). Ester é um nome babilônico cujo significado é "estrela", pode ser uma forma do nome Istar, deusa babilônica do amor e da guerra.

A murta é uma planta de folhagem verde que produz florzinhas brancas de cheiro agradável e fruto vermelho comestível, usada no Antigo Testamento para simbolizar o perdão e a aceitação do Senhor para com o seu povo. Quando os judeus voltaram do cativeiro, seguindo orientação de Neemias, buscaram ramos de murtas para usar na festa dos Tabernáculos (Neemias 8.15). O profeta Isaías  profetizou a chegada de um tempo de bênção de Deus em que a murta haveria de ser plantada no deserto e substituiria a sarça, e citou-a junto com o cedro, a acácia e a oliveira (41.19; 55.13). Em uma visão profética, Zacarias (1.8,10) viu um bosque repleto de murtas.

Ester era judia e órfã de pai e mãe, foi criada por Mordoqueu, um parente mais velho que ela, que era um dos servos do rei e a adotou como filha. Ester segue os moldes de outros heróis do Antigo Testamento que sem dúvida foram guiados pelo Senhor. Assim como José, foi usada por Deus em terra estrangeira, conquistou a simpatia dos seus opressores e foi elevada a uma posição de poder, a fim de salvar os judeus (Gênesis, capítulos 39 a 50). 

Para que Ester (estrela) pudesse brilhar, foi importante que outra rainha saísse de cena. Trata-se de Vasti, cujo nome significa "mulher bonita", que pagou um preço terrível por desafiar a ordem de seu marido, o rei Assuero (Ester 1.9-22; 2.1-17). 

Quando Vasti foi deposta por Assuero, os conselheiros do rei organizaram, com permissão dele, uma espécie de concurso de beleza com as mulheres mais belas de todo o império persa, realizado no palácio real, a fim de que fosse escolhida uma nova rainha para a Pérsia, no lugar de Vasti (Ester 2.1-4). Aquela de quem Assuero mais se agradasse, se tornaria a nova rainha. Será que havia alguma jovem interessada em uma proposta como essa? Talvez algumas chegaram a lamentar o fato de serem bonitas. Como concubinas, seriam bem tratadas, teriam uma boa alimentação, roupas finas, serviçais para servi-las, mas o confinamento seria o seu fim, caso não fossem escolhidas para ocupar o lugar de rainha. 

É de se entender que Ester não estivesse interessada neste tipo de "concurso", mas a opinião e vontade que valia era a do rei e não a dela. Ao ser encontrada e conduzida ao palácio, ela participou de concurso de beleza e venceu. Quer tenha participado do concurso a pedido de Mordecai, quer forçada por oficiais perversos ou por sua própria escolha, sua beleza e seu charme despertaram a atenção do rei Assuero, que, sem titubear, apaixonado por ela, proclamou-a a nova rainha da mais poderosa nação daqueles dias. Assim, de moça pobre e descendência plebeia, ascendeu ao posto de rainha da Pérsia no ano 479 a.C.; após algum tempo, casou-se com o rei. 

Então, os contatos de Mordecai informaram a Ester que o povo judeu tinha uma data marcada para ser exterminado pelo perverso Hamã, um político versado na arte da autopromoção, que foi elevado a vice-regente, o segundo em poder depois do rei. Assuero havia se deixado levar pelas mentiras de Hamã sobre o povo de Israel e decretou a morte dos judeus, mas não sabia que Ester era judia e estava incluída entre as pessoas que deveriam morrer (Ester 3.7-15).

Ester refletiu sobre a pergunta de Mordecai: "Quem sabe se para conjuntura como esta é que foste elevada para rainha?" (Ester 4.14). Ao se deparar com este desafio, Ester foi uma mulher muito sábia, mesmo diante de uma situação difícil não se desesperou e foi buscar a Deus para que Ele a ajudasse a tomar a decisão correta. Preparou-se espiritualmente com jejum de três dias e orações. E, corajosamente, elaborou um plano cuja implementação poderia levá-la a morte. Ao final do período da consagração, Ester revelou ao rei que era judia e assim conseguiu salvar o seu povo. Sem dúvida, Deus dirigiu seus pensamentos, palavras e ações, e assim tornou-a uma heroína para o seu povo. 

Ester, mulher patriota, inteligente e bela, é dona de uma história incrível que nos oferece lições importantes. Sua vida traz à memória de todas as mulheres a soberania de Deus, ao retratar seu começo como uma jovenzinha judia exilada que se transforma em uma destemida rainha da Pérsia, que soube manter sua atitude de respeito para com seu marido, e, com ousadia combinada com sua fé extraordinária arriscou sua vida para salvar o seu povo de um holocausto. Sua história já foi motivo de filmes, novelas, poesias e hinos. É emocionante e cheia de suspense, vale a pena ser conhecida detalhadamente. 

A popularidade de Ester como uma das grandes heroínas da Bíblia é relembrada na Festa do Purim, instituída por ela e Mardoqueu para celebrar a vitória do povo judeu (Ester 9.29-32). Ainda hoje, os judeus celebram esta festa lendo o Livro de Ester. 

Compilação:
Bíblia da Pregadora Pentecostal, página 718. Erivaldo de Jesus Pinheiro. Impressão 2021, Barueri - São Paulo - SP. (Sociedade Bíblica do Brasil - SBB).
Bíblia de Estudo Vida. Página 764. Edição 1998. São Paulo - SP (Editora Vida)
Bíblia de Estudo da Mulher Sábia. Edição 2016. Página 552. Várzea Paulista - SP. (Casa Publicadora Paulista).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá!

Obrigado por comparecer ao blog Belverede e interagir comentando. Sua opinião é importante para nós.

Lembramos que a legislação brasileira responsabiliza o blogueiro pelo conteúdo do blog, incluindo os comentários escritos por visitantes. Assim sendo, agradecendo a visita e a interatividade de todos, avisando a todos sobre nossa Política de Moderação de Comentários:

• Não serão publicados comentários em que houver palavreados chulos, xingamentos, frases grosseiras. É permitido o debate educado.

• O Editor do blog Belverede analisa todos os comentários e não publica conteúdos que infringem as leis. São eles: digitações caluniosas; ofensivas, que contenham falsidade ideológica, que ferem a privacidade pessoal ou familiar, e, em determinados casos, os comentários em anonimato.

• O editor do blog Belverede não aceita publicar todos os comentários anônimos. Embora haja aceitação de digitação de comentários anônimos, não significa que o mesmo será publicado. Priorizamos à publicação os identificados. Os anônimos são publicados apenas quando escritos objetivando à preservação do digitador devido o assunto referir-se a ele mesmo, com vista a receber aconselhamento de ordem espiritual, e a abordagem do tema tratado estiver dentro do assunto do artigo em que o comentário tem em vista ser publicado.

• Mais sobre cometários em anonimato. O comentário é de exclusiva responsabilidade de quem o escreve, conforme dispõe o Marco Civil da Internet. A utilização da condição de anonimato, não exime de responsabilidade seu autor, porque a qualquer momento seu IP pode ser levantado judicialmente e a identidade ser exposta de maneira clara.

Ainda, pedimos a gentileza ao Leitor (a) para usar este espaço de comentários escrevendo comentários referentes ao artigo.

Incentivamos aos que pretendem tratar de assunto particular, pedir orientação pessoal/espiritual. a usar o seguinte e-mail de contato: eliseu07redesocial@yahoo.com.br.

Em Cristo,

Eliseu Antonio Gomes