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segunda-feira, 25 de outubro de 2021

O caminho para a vitória

Nunca é demais enfatizar o fato de que é pela graça que somos salvos. Realmente, a salvação é um dom de Deus. Podemos afirmar, com absoluta certeza, que a obra completa foi realizada no Calvário, pelo Filho de Deus, quando Ele derramou seu precioso sangue para a remissão da humanidade.

Uma coisa é ser salvo, e outra bem diferente é manter uma experiência de vitória sobre o mundo, a carne e o diabo. Uma coisa é ser justificado, nos termos de Romanos 5, e outra é ter a vitória descrita em Romanos 6.22: "libertados do pecado (...) o fruto que vocês colhem é para a santificação." Para

sermos mais do que vencedores, por meio dAquele que nos amou (Romanos 8.37), precisamos entrar na vida de plenitude em Cristo, e isso pela porta da identificação com Ele em sua morte e ressurreição. O preço que pagamos é a obediência. Em certo sentido, ela não nos custa nada; em outro, nos custa tudo.

"Viemos a receber graça... para a obediência por fé", escreve Paulo em Romanos 1.5; e em Hebreus 5.9, lemos que o nosso Senhor tornou-se o autor da salvação eterna para todos que lhe obedecem. A graça não está divorciada das obras, pois ela se manifesta numa vida de obediência. Todos os pensamentos precisam ser submetidos à obediência de Cristo (2 Coríntios 10.5). 

A lei básica da vida vitoriosa é expressa com clareza na declaração de Paulo, em Gálatas 2.20: "Não mais eu, mas Cristo". À medida que o controle passar do eu para Cristo, o crente será levado pela corrente celestial da vitória. Paulo podia dizer: "Tudo posso naquele que me fortalece", mas a regra básica da sua vida era: "Senhor, que queres que (eu) faça?"

Aqui está a razão da existência de tantas derrotas nas fileiras cristãs. A afirmação "mais do que vencedores", de Romanos 8, deixa muitos crentes indiferentes. Estão sendo levados pela inundação do mundanismo, como que indefesos diante do monstro que a Bíblia chama de "a carne"; dançam quase sempre segundo a música do diabo e conhecem pouco ou nada do significado de uma declaração tão categórica como "Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo (2 Coríntios 2.14). Por quê? Porque jamais coroaram a Cristo como Senhor de tudo, entregando a vida em irrevogável obediência ao Salvador. Vitória significa uma vida diária de plena submissão e obediência a Cristo, e um desejo de nada ser para que Ele possa ser tudo.

F.B. Meyer conta como encontrou  a vida de vitória, depois de anos de discussão com o Senhor e Mestre, a respeito do que ele chamou de "a segunda chave". Diz que o Salvador se pôs à porta de seu coração, pedindo-lhe a entrega da última chave. "Mas Senhor", retrucava o pregador, "eu te dei todas as chaves." Ao que o Senhor respondeu: "Todas, menos uma." E assim a discussão se arrastou por anos a fio, até que, um dia, Meyer reconheceu que o Senhor havia pedido a chave que ele tão egoisticamente se havia recusado a entregar-lhe, pela última vez, Meyer diz que, finalmente, caiu em si muito chocado pelo fato de sua resistência haver entristecido tanto o seu paciente e amoroso redentor. Subjugou seu orgulhoso coração e gritou: "Não te vás; agora estou disposto. Aqui está; dou-te a última chave." Desde então haveria de viver em absoluta obediência ao Senhor, em todas as coisas. "Naquela hora", testifica Meyer, "entrei em uma vida de vitória.

Se como crente você deseja alcançar uma vida de vitórias constantes, esta questão terá que ser resolvida. O Salvador não pode, nem deve, nem ousará poupá-lo. Provavelmente, a questão não será abordada da mesma forma que com F.B. Meyer, mas, de uma forma ou de outra, Cristo exigirá e você uma decisão, e você terá que entregar a última chave. Tem que entregar-se inteiramente. Após a entrega Cristo reina supremo: tempo, dinheiro, pensamentos, imaginação, língua, entes queridos - tudo deve ser colocado sob a sua gloriosa autoridade. O Senhor ordena (eu diria: o Amor Infinito murmura); você obedece.

Como consequência inevitável, "o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro", invade o seu ser, e o mergulha numa torrente de vitória. A depressão agora é coisa do passado. O temor se foi. "O perfeito amor lança fora todo o medo." A inveja não ousa levantar sua cabeça repulsiva, e se o fizer, é levada imediatamente para a cruz. Morrer seria apenas a plena posse das eternas riquezas e belezas dos céus, por ocasião da recepção da coroa da vida. Você descobre, como Spurgeon costumava dizer, que as ordens de Cristo trazem em si a capacitação para o seu cumprimento, pois os rios de água viva correm do mais profundo do seu ser.

No túmulo de certa mulher foram inscritas estas palavras: "Ela fez o que pôde." Mas você faz o que não pode, pois agora Cristo é a sua vida, e nada é impossível para o Senhor.

E.A.G.

Autoria: F.J. Huegel. Artigo publicado na revista Mensagem da Cruz. Outubro de 1988 a março de 1989. Número 81, página 31. F.J. Huegel Venda Nova - MG (Editora Betânia).

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