Luís Alves de Lima e Silva (1803-1880), mais conhecido como Duque de Caxias. Militar e estadista fluminense, teve participação em diversas campanhas militares. Lutou na Guerra da Independência da Bahia (1823), liderou as tropas avançadas na campanha da Cisplatina (1815-1825) e comandou a pacificação da Balaiada (1839-1840), revolta acontecida na vila maranhense de Caxias e que deu origem ao nome de seu título nobiliárquico. Em 1843, pacificou a revolta do Rio Grande do Sul e participou da Guerra do Paraguai, como comandante das tropas da Tríplice Aliança. Por três vezes foi Ministro da Guerra. Em 1962, foi nomeado Patrono do Exército Brasileiro.
A monumental homenagem. É impressionante o gigantesco monumento à Duque de Caxias. A altura do marco histórico é de aproximadamente 48 metros, equivalente a um prédio de 10 andares, pesa cerca de 18 toneladas. Foi fundido no Liceu de Artes de Ofícios de São Paulo.
A estátua em massa de bronze platinado, cavalo e cavaleiro, está no topo de um enorme pedestal. Na parte inferior estão estátuas menores, lembrando as batalhas épicas do militar, as suas vitórias e o seu funeral. O suporte da escultura está coberto em pedras lisas de granito cinza Mauá, acabadas a picola fina, retangular. A obra foi construída em cinquenta partes, que foram soldadas depois. Em seu interior há estrutura de aço que serve como suporte de fixação. No abdome do cavalo há um alçapão que permite acesso ao interior, onde se encontram instalações elétricas, na ponta da espada está instalado um para-raios.
O monumento a Duque de Caxias é o maior do gênero na América Latina. Até 1980 era a maior escultura equestre do mundo, ano em que foi erigida a homenagem a Gengis Khan na cidade de Tsonzhin-Boldog, Mongólia.
Idealização e Inauguração. Durante o regime do Estado Novo, houve uma campanha pela celebração dos heróis brasileiros, assim por iniciativa da 2ª Região Militar, representada pelo General Maurício Cardoso, surgiu a iniciativa de celebrar os feitos exemplares de Duque de Caxias. Em 1939, foi nomeada a "Comissão Pró-Monumento a Caxias", cuja atribuição era de organizar um concurso público internacional de projetos de obras de arte em logradouros públicos.
Grandes nomes afluíram enviando suas propostas em formato de maquetes, como Galileo Emendabili, Humberto Cozzo e Rafael Galvez e Victor Brecheret. Por fim, ficou definido que o escultor da obra de arte seria o italiano Victor Brecheret, pois foi considerado o artista que mais se aproximou do sentido patriótico e militar que se pretendia dar ao tributo.
Dos primeiros traçados na prancheta até a solenidade de entrega da obra aos paulistanos, passaram-se duas décadas. O pedestal do monumento só começou a ser erguido em 1957; a estátua foi inaugurada às 16 horas do dia 25 de agosto de 1960, data comemorativa ao Dia do Soldado. Obras suplementares de urbanização foram projetadas para a praça, foram construídos canteiros, houve ampliação do espaço para pedestres e na ocasião da data de inauguração houve o plantio de vinte e duas palmeiras, simbolizando os estados brasileiros. Os eminentes Ministro da Guerra, Marechal Odílio Denys, o Prefeito Adhemar de Barros, e muitas outras autoridades militares e civis compareceram ao evento. A homenagem a Caxias foi considerada por Brecheret a sua obra mais importante, porém a inauguração ocorreu sem a presença deste artista que a criou. Ele faleceu em 1955.
Localização. Primeiramente, o Largo do Paissandu, foi cogitado para a fixação da obra artística, mas visto suas grandes proporções, a ideia de expor o monumento ali tornou-se inviável. Ao final de 1948, ficou decidido que a exposição seria na Praça Princesa Isabel, junto à avenida Duque de Caxias.
A Praça Princesa Isabel está situada na área central da capital paulista, no começo dos Campos Elísios, encontra-se nas proximidades das regiões Santa Efigênia e Praça da República. No passado, foi um espaço considerado nobre, hoje encontra-se deteriorado, embora a Prefeitura empenhe esforços para sua revitalização.
Curiosidades. Conta-se que o governador Ademar de Barros fez questão que se mostrasse ser o cavalo do Duque um garanhão, e pressionou Brecheret a adicionar ao animal o que faltava para tal.
Como toda obra de arte, o monumento precisa ser preservado e respeitado. Porém, no dia 15 de agosto de 1991, foi danificado pela explosão de uma bomba. A ação teria sido executada por um soldado, em protesto contra os baixos soldos dos militares. O Exército manifestou sua indignação e considerou a explosão como um ato de vandalismo. [Portal da Prefeitura de São Paulo. Acesso em 30 de julho de 2021 - https://bit.ly/3ygfxki ].
Nos dias atuais, o local é conhecido como Cracolândia, o termo é derivado da composição de "crack" e "landia", isto é, terra do crack. Há ali uma concentração muito grande de moradores de rua, usuários de drogas e pessoas envolvidas com prostituição.
Enfim, conta-se um caso inusitado envolvendo a estátua de Duque de Caxias. Pela janela de um ônibus um garoto gritou: "Mãe, olha o Zorro!" Expressando indignação, talvez envergonhada pelo alarido que chamou a atenção de olhares curiosos dos demais passageiros do transporte coletivo, a senhora retrucou: "Presta atenção Marcelo, esse é o Dom Pedro I."
Fonte:
Blog do Milton Parron. 21 Anos para Concluir o Monumento. Data de publicação não divulgada. https://miltonparron.band.uol.com.br/21-anos-para-concluir-o-monumento/
Correio da Manhã, edição 20661, 3 de agosto de 1960, via Biblioteca Nacional Digital Brasil, PDF, acesso em 30 de julho de 2021, https://bit.ly/3yeMMVd
Enciclopédia Ilustrada do Conhecimento Essencial, edição 1998, Reader's Digest Brasil Ltda.
São Paulo Antiga. Monumento a Duque de Caxias. Douglas Nascimento. 14/05/2005 - https://bit.ly/3xdOVz8
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