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quarta-feira, 16 de junho de 2021

Jesus e a figueira infrutífera


Por Eliseu Antonio Gomes

Jesus disse: "Vocês não podem dar fruto se não permanecerem em mim" (João 15.4c).

A figueira é uma árvore muito comum na paisagem de Israel até dos dias atuais. Está adaptada perfeitamente ao clima do Oriente Médio, é muito resistente às condições de calor e frio, resiste aos períodos prolongados de faltas de chuvas. Desde os primórdios da história israelense é possível encontrar sete espécies de figueiras, os figos mais cultivados são o figo cipriota, o figo roxo e o figo branco. É dito que da figueira "emana leite e mel", pois seus frutos comestíveis são muito doces e atraem tanto os seres humanos quanto vários pássaros e outros animais.

Sobre a necessidade que todo servo de Deus tem de frutescer, Jesus apresentou a seguinte mensagem alegórica:
"E dizia esta parábola: Um certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi procurar nela fruto, não o achando; e disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho. Corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente? E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a esterque. e, se der fruto, ficará e, se não, depois a mandarás cortar."

 Lucas 13.6-9.
E no Evangelho escrito por Marcos, no capítulo 11 e versículos 12 ao 14, e 19 ao 24, encontramos o relato sobre o momento em que Jesus teve fome, viu ao longe uma figueira, aproximou-se dela em busca de algo para comer e percebeu que ela não frutescia. Então, amaldiçoou-a e ela secou-se completamente. 

Não era o tempo de apresentar figos. Por que Jesus amaldiçoou a figueira, se está dito que não era a época dela frutificar? O leitor da Bíblia que não se aprofunda em seus estudos, não encontra a resposta para esta reação.

Precisamos nos atentar ao fato peculiar que antes dos figos, a copa dessas árvores se constituem de ramificações de muitos galhos carregados de folhas verdes, junto com as folhagens nascem nódulos comestíveis, que são uma espécie de precursores dos figos. A presença desses nódulos demonstra que a produção será abundante. 

Quando Jesus procurou esta figueira, provavelmente quis alimentar-se desses nódulos, não os encontrou e constatou que não haveria frutificação naquele ano. Aquela figueira, por apresentar uma bela folhagem, só tinha a oferecer uma falsa aparência, que gerava expectativa frustrante. De maneira simbólica, a figueira é comparada ao povo de Israel. A nação apresentava ser muito religiosa, havia "bela folhagem verdejante" no cotidiano do cidadão israelita e pouco ou nenhum fruto correspondente ao aspecto viçoso.

O episódio serve de exemplo aos cristãos. A advertência aos israelitas provoca uma reflexão sobre a necessidade de agir de acordo com o nosso discurso, não construir uma imagem ilusória sobre quem somos. A produção abundante de frutos glorifica ao Criador e demonstra que realmente somos seguidores de Cristo.

Deus não se impressiona com aparências, Ele quer encontrar frutos maduros, espera de nós a coerência entre a fé cristã e a vida social. De nada adianta impressionar quem nos vê apresentando "folhagens bonitas". É necessário manter a conduta de cristão em todo tempo. Em casa, no trânsito, no trabalho, na escola, a sós, nas redes sociais e na igreja. 

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