David Goodall, londrino com nacionalidade australiana, aos 104 anos de idade, cercado por netos e um amigo, colocou fim a própria vida em uma clínica na Balileia, a cidade considerada capital cultural da Suíça. A eutanásia ocorreu nesta quinta-feira, 10 de maio de 2018. Ele foi botânico e ecologista, pesquisador honorário da Universidade Edith Cowan de Perth, influente no estudo da vegetação, e teve sua fama acentuada ao trabalhar como editor-chefe da série de livros "Ecossistemas do Mundo", enciclopédia em 30 volumes, publicados entre 1972 a 2015 pela Elsevier.
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Exceto pelo ensurdecimento, o cientista não tinha qualquer problema de saúde. Ao som de Beethoven, o cientista pôs fim a própria vida em uma clínica de suicídio assistido na Suíça. Talvez tenha escolhido tocar Beethoven porque como ele o compositor alemão também sofria com o mal da surdez.
Goodall não tinha nenhuma doença grave ou terminal, mas alegava que já havia vivido muito e que sua qualidade de vida estava aquém da que gostaria. Após uma queda, ele ficou em seu escritório por dois dias até ser descoberto caído e levado para um hospital.
Aos 102 anos, Goodall chamou a atenção da mídia para si quando a universidade em que trabalhava o afastou de suas atividades "por razões de segurança"; acionou a imprensa tentando fazer com que as circunstâncias se revertessem conforme sua vontade. Apesar de criar um debate local sobre a força de trabalho de pessoas idosas, a universidade não o recolou em seu quadro de funcionários.
Depois disso, ele tentou, sem sucesso, tirar a própria vida na Austrália, o país onde morava. E decidiu transformar seu desejo de morte em uma missão a mídia teria que contar. Então fez campanha aos australianos, com o objetivo de receber a autorização legal para cometer o suicídio assistido. Sua campanha mórbida não obteve sucesso.
Na data do 104º aniversário, no início de abril deste ano, convidou a emissora estatal para registrar o momento em que apagaria as velas do bolo, ocasião que aproveitou para dizer sobre sua tristeza em ter atingido seu centenário e outra vez falar sobre seu desejo de morrer. Circunstância em que usou as câmeras de televisão como vitrine e divulgar que planejava viajar para Liestal, Suíça, onde uma clínica havia aprovado sua morte assistida.
O transporte foi pago, ao custo de 20 mil dólares australianos, pela Exit International, a instituição que ajuda suicidas a darem cabo de suas vidas. A Suíça não é o único país onde o suicídio assistido, ou eutanásia, é legal. Também está liberado na Bélgica, no Canadá, em partes dos Estados Unidos, na Holanda, e em Luxemburgo. Mas a Suíça é o único país em que o serviço também pode ser oferecido a estrangeiros. É por isso que Goodall voou para lá.
Antes de cometer o suicídio, o botânico fez uma grande conferência de imprensa para enfatizar a ideia da liberação da eutanásia ao redor do mundo. Declarou ele: "Eu não pensava ir para a Suíça, embora seja um bom país. No entanto, preciso viajar, para ter a oportunidade de suicídio que o sistema da Austrália não permite. Estou muito ressentido. Percebam como minha vida aqui é insatisfatória em quase todos os aspectos. Quanto mais cedo chegar ao fim, melhor. Sinto tristeza pelo fato de uma pessoa como eu, que deveria ter direitos de plena cidadania, incluindo o direito de suicídio assistido, não tê-lo".
Aos 102 anos, Goodall chamou a atenção da mídia para si quando a universidade em que trabalhava o afastou de suas atividades "por razões de segurança"; acionou a imprensa tentando fazer com que as circunstâncias se revertessem conforme sua vontade. Apesar de criar um debate local sobre a força de trabalho de pessoas idosas, a universidade não o recolou em seu quadro de funcionários.
Depois disso, ele tentou, sem sucesso, tirar a própria vida na Austrália, o país onde morava. E decidiu transformar seu desejo de morte em uma missão a mídia teria que contar. Então fez campanha aos australianos, com o objetivo de receber a autorização legal para cometer o suicídio assistido. Sua campanha mórbida não obteve sucesso.
Na data do 104º aniversário, no início de abril deste ano, convidou a emissora estatal para registrar o momento em que apagaria as velas do bolo, ocasião que aproveitou para dizer sobre sua tristeza em ter atingido seu centenário e outra vez falar sobre seu desejo de morrer. Circunstância em que usou as câmeras de televisão como vitrine e divulgar que planejava viajar para Liestal, Suíça, onde uma clínica havia aprovado sua morte assistida.
O transporte foi pago, ao custo de 20 mil dólares australianos, pela Exit International, a instituição que ajuda suicidas a darem cabo de suas vidas. A Suíça não é o único país onde o suicídio assistido, ou eutanásia, é legal. Também está liberado na Bélgica, no Canadá, em partes dos Estados Unidos, na Holanda, e em Luxemburgo. Mas a Suíça é o único país em que o serviço também pode ser oferecido a estrangeiros. É por isso que Goodall voou para lá.
Antes de cometer o suicídio, o botânico fez uma grande conferência de imprensa para enfatizar a ideia da liberação da eutanásia ao redor do mundo. Declarou ele: "Eu não pensava ir para a Suíça, embora seja um bom país. No entanto, preciso viajar, para ter a oportunidade de suicídio que o sistema da Austrália não permite. Estou muito ressentido. Percebam como minha vida aqui é insatisfatória em quase todos os aspectos. Quanto mais cedo chegar ao fim, melhor. Sinto tristeza pelo fato de uma pessoa como eu, que deveria ter direitos de plena cidadania, incluindo o direito de suicídio assistido, não tê-lo".
Instantes antes da morte, o idoso assinou documentos sobre sua decisão na presença da família e amigos e médicos, comeu peixe e batata frita, o prato preferido dele, e cheesecake, de sobremesa. Após ele mesmo aplicar a injeção letal, ouviu a Nona Sinfonia de Beethoven, conhecida pelo quarto movimento como Ode à Alegria. E morreu ao término dessa peça musical.
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Segundo a Exit International, Goodall não acreditava em nenhum tipo de continuação de vida após a morte. Ele pediu que nenhuma cerimônia fosse realizada em sua memória e que seu corpo fosse entregue à ciência ou que, em caso de rejeição, as cinzas fossem espalhadas na Suíça.
No processo pela qual passou para cometer a eutanásia, Goodall precisou apenas girar uma espécie de roda, esta liberou uma substância letal, que ao fluir entrando em seu organismo através da corrente sanguínea do seu braço, não demorou para se mostrar eficaz em seu efeito.
Vale lembrar, o cientista morreu em seu suicídio na Suíça, após ter o pedido de suicidar-se negado na Austrália. Segundo a agência France Presse, o ato de eutanásia era totalmente proibido na Austrália, e no ano passado foi legalizado no estado de Victoria, mas apenas para solicitantes com doença em fase terminal.
É óbvio que todos que nascem sabem que em seu futuro há a sombra da morte. Goodall escolheu data e hora para dar fim em sua existência nesse mundo, e morreu da maneira que considerou ser a melhor possível.
Fala-se em liberdade individual, o direito de acabar com a própria vida. Mas é preciso questionar isso, principalmente quando a pessoa não passa a certeza de que está com o controle total de suas faculdades mentais. Alguém aos 104 anos continua a raciocinar perfeitamente?
Seu suicídio ocorreu em conformidade com a lei daquele país, mas dificilmente será considerada em concordância com as diretrizes da Academia Suíça de Ciências Médicas. A instituição revisa o tema e demonstra posição contrária à escolha pela eutanásia.
E.A.G.
Consultas:
Seu suicídio ocorreu em conformidade com a lei daquele país, mas dificilmente será considerada em concordância com as diretrizes da Academia Suíça de Ciências Médicas. A instituição revisa o tema e demonstra posição contrária à escolha pela eutanásia.
E.A.G.
Consultas:
Exame - Cientista australiano de 104 anos morre na Suíça por suicídio assistido - 10 maio 2018 - 09h56 - https://exame.abril.com.br/ciencia/cientista-australiano-de-104-anos-morre-na-suica-por-suicidio-assistido/
G1 - Cientista David Goodall, de 104 anos, morre na Suíça após suicídio assistido - 10/05/2018 08h16 - Atualizado 10 de maio de 2018 10h19 - https://g1.globo.com/bemestar/noticia/cientista-david-goodall-de-104-anos-morre-na-suica-apos-suicidio-assistido.ghtml
BZ Basel - Darum inszeniert der 104-jährige Australier David Goodall seinen Freitod in der Schweiz - atualização em 8 de maio de 2018 às 08h09 - https://www.bzbasel.ch/basel/baselbiet/darum-inszeniert-der-104-jaehrige-australier-david-goodall-seinen-freitod-in-der-schweiz-132543607
G1 - Cientista David Goodall, de 104 anos, morre na Suíça após suicídio assistido - 10/05/2018 08h16 - Atualizado 10 de maio de 2018 10h19 - https://g1.globo.com/bemestar/noticia/cientista-david-goodall-de-104-anos-morre-na-suica-apos-suicidio-assistido.ghtml
BZ Basel - Darum inszeniert der 104-jährige Australier David Goodall seinen Freitod in der Schweiz - atualização em 8 de maio de 2018 às 08h09 - https://www.bzbasel.ch/basel/baselbiet/darum-inszeniert-der-104-jaehrige-australier-david-goodall-seinen-freitod-in-der-schweiz-132543607
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