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sábado, 24 de junho de 2017

Um missionário chamado David Livingstone

Os milhões de brasileiros que grudam os olhos na televisão para acompanhar filmes de ação - exibidos com sucesso estrondoso - talvez nem imaginem que aventuras também acontecem quase todos os dias, na vida real, em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. São pessoas debaixo do sol, dormem ao relento, morrem de saudades de casa, mas suportam tudo com bom ânimo para fazer a obra de Deus. Tudo isso sem a expectativa de recompensa material, mas pela alegria de ver almas salvas do inferno e desejando receber o galardão espiritual, uma retribuição que só será recebida no céu.

Não é difícil encontrar pelas igrejas evangélicas quem sonhe, desde criancinha, em viver no limite, enfrentando o desafio de ser missionário na África ou no coração da Amazônia, pregando para uma tribo que nunca ouviu  falar em Jesus Cristo, até ser contado entre outros heróis da fé. Alguns, porém, nãose conformam com o devaneio, e resolvem radicalizar de vez. Para estes, não há mosquito, malária, floresta, bicho ou solidão que possa impedir a caminhada. Como David Livinstone que viveu 30 anos de aventura e evangelismo na África.

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Poucos missionários levaram sua vida tão no limite quanto o médico, pastor e explorador escocês David Livingstone (1813-1873). Desbravador da África, sua biografia é uma mistura de fé, coragem e aventura. Livingstone evangelizou tribos que nunca haviam visto um homem branco, combateu a escravidão e descreveu, em seus diário de viagens, regiões até então desconhecidas, como o curso do rio Zambeze e as magníficas cataratas Vitória. Coube-lhe também a façanha de atravessar a áfrica da Costa Atlântica ao índico, acompanhado de poucos carregadores nativos e provisões escassas.

Embrenhado na sela. Livingstone contraiu malária, tifo, verminoses e teve incontáveis acessos de febre.

Certa vez, perdeu-se no deserto de Kalahari, vagando dias e noites em busca da saída. A empreitada desastrosa custou-lhe a vida de um filho.

Mais de uma vez, foi dado como morto. Numa delas, em 1872, o jornalista america Henry Stanley partiu em busca e conseguiu localizá-lo no interior da África. Contudo, Livingstone, mesmo doente e debilitado não quis retornar para a civilização.

Sua paixão pelas descobertas parecia ser tão grande quanto o compromisso de anunciar o Evangelho. Livingstone acreditava que, fornecendo ao mundo um levantamento detalhado da áfrica, atrairia até lá os colonizadores que cristianizaram o Continente Negro.

O missionário morreu, aos 60 anos, numa barraca instalada precariamente no meio do charco. Seu corpo foi transportado para sepultamento na Gra-Bretanha. Antes, os nativos extraíram-lhe o coração e o enterraram sob uma árvore, em reconhecimento ao homem que ajudou a extinguir o tráfico de escravo de escravos negros.

Folha Evangélica, coluna Missões, página 13, fevereiro de 2003.

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