Aborto: Antibíblico, antiético, ilógico e imoral. Entenda porque são absurdos todos os argumentos dos defensores da legalização do aborto no Brasil.
Um dos assuntos mais revisitados nos últimos anos em nosso país tem sido a descriminalização do aborto, que volta a pauta neste ano aproveitando a comoção nacional com os casos de microcefalia, que supostamente estariam ligados ao Zika vírus. Apesar de todas as pesquisas apontarem que a maioria da população brasileira é terminantemente contra a descriminalização do aborto, grupos liberais e feministas tem feito constantemente pressão seja no Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal, para tentar liberar o assassinato de seres humanos ainda no ventre.
A Pesquisa Nacional de Aborto, feita em 2010 por grupos pró-descriminalização, é bastante questionada ainda hoje pela forma como como teria sudo feita, mas, a ser verdade o que aparece ali, cerca de 13% das jovens evangélicas brasileiras já teriam praticado o aborto, o que torna o assunto ainda mais urgente no meio evangélico.
A legislação brasileira permite, já há muito tempo, os abortos por causa de estupro e para salvar a vida da mãe, e desde 2012, também o aborto de anencéfalos, após decisão do Supremo Tribunal Federal. Porém, o que diz a Palavra de Deus sobre o assunto? Qual deve ser a posição do cristão, à luz da Bíblia, em relação ao aborto?
O que diz a Bíblia
Independente do motivo pelo qual a criança foi concebida, é Deus quem forma as crianças no ventre de suas respectivas genitoras (Jó 10.11-12; 33.4; Salmos 139.13-16). A Bíblia também afirma que os filhos devem ser tratados como presentes de Deus, dádivas divinas (Gênesis 33.5; Salmos 127.3). Ela declara que não devemos rejeitar uma criança, mas recebê-la como trataríamos ao próprio Jesus (Mateus 18.5; Marcos 9.36-37). O próprio Deus diz que ainda que uma mãe rejeitasse seu filho no ventre, Ele não o faria e que nunca se esquece dos seus filhos (Isaías 49.15-16).
A Bíblia ressalta que a vida foi criada por Deus. Esse ensino é afirmado tanto no Antigo quanto no Novo Testamento (Gênesis 1.27-28 e Atos 17.26). Portanto, somente Deus pode tirar a vida. Aliás, declara que não devemos assassinar, matar deliberadamente (Êxodo 20.13).
Quando a Bíblia ordena "Não matarás", em Êxodo 20.13, não está se referindo ao assassinato involuntário, acidental, mas a algo proposital. O verbo hebraico "ratsach" aparece 47 vezes em todo o Velho Testamento, sendo a primeira vez nesse texto dos Dez Mandamentos, e seu significado mais exato é "Não assassinarás" ou "Não cometerás assassinato", subtendendo no original hebraico a necessidade da intenção de matar. O verbo "ratsach" refere-se claramente ao homicídio premeditado. Nunca é usado para referir-se à pena de morte, isto é, à execução de um assassino (Gênesis 9.6) e nem para homicídio culposo, e muito menos para defesa própria ou em situações de guerra. Logo, os abortos natural e acidental não são imorais à luz da Bíblia, pois eles não são provocados, são involuntários. O aborto natural ocorre por doença ou morte do feto. Já o acidental é resultante de fatores como susto, queda etc; enfim, acidentes.
No caso do aborto para salvar a vida da mãe, a maioria dos cristãos tem entendido historicamente, à luz da Bíblia, que embora seja doloroso e uma decisão muito difícil, não é pecado. Nessa situação, a maioria dos cristãos entende que há moralmente duas decisões possíveis: ou abortar a criança e salvar a vida da mãe ou a mãe decidir morrer para salvar a vida do filho. Nesses dois casos a decisão não seria imoral. Nem os pais estariam autorizando um assassinato nem a mãe estaria cometendo suicídio, porque o objetivo é salvar uma vida - no caso, um ou outro. É preciso, porém, frisar que há médicos hoje em dia que exageram na sua definição de gestações de risco, visando a um aborto; logo, é bom os pais ouvirem a opinião de mas de um médico. Nesses casos, até porque hoje em dia, devido aos avanços da ciência, a gravidez de risco torna-se cada vez mais contornável.
Os abortos pecaminosos são todos os que são provocados por razões totalmente egosístas ou eugênicas (para evitar nascer um filho com deficiência física). Esses abortos são um crime, uma covardia.
A Bíblia diz que é Deus quem dá a vida e que Ele abomina a morte de inocentes (1 Samuel 2.6; Jó 1.21; Provérbios 6.16-17; Deuteronômio 27.25; Gênesis 4.10; 1 Coríntios 3.17). Ela frisa também que entre os sangues inocentes está o das crianças (Salmos 106.38). Sem dúvida alguma, o sangue da criança não nascida é inocente. Não existe razão científica, médica, social, moral ou religiosa para colocar a criança no ventre em uma classe inferior ao das crianças já nascidas.
A Bíblia ressalta que, em relação aos direitos fundamentais, não se pode dizer que alguém tem menos direitos do que outro, e sabemos que um direito fundamental é o direito à vida, que nos foi dada por Deus (Jó 31.13-15). A Bíblia também enfatiza que devemos não apenas não consentir na morte de inocentes, mas também nos opormos a ela, em vez de fecharmos os nossos ouvidos e olhos para essa matança (Provérbios 24.11-12; 29.7).
A Bíblia diz que devemos nos colocar em defesa dos mais fracos e indefesos, dos injustiçados e oprimidos (Êxodo 22.21-24; Salmo 82.3-4; Jeremias 22.3). e a criança no ventre, inocente por definição, que esteja sendo ameaçada de aborto por outras pessoas, está obviamente nessas condições. E não se pode justificar o aborto dizendo que todas essas crianças mortas irão para o Céu, porque não temos o direito de tirar a vida de ninguém, e não se pode fazer males visando a um bem (Romanos 3.8). E mais do que leviano: é imoral.
E mesmo se consideramos apenas a lógica, o aborto é imoral, porque se a criança no ventre é uma vida - e é -, logo o aborto não é a mutilação do corpo da mulher, mas assassinato, pois o feto não é uma extensão do corpo da mulher, mas outro corpo dentro dela.
[Este artigo continua: O embrião e o feto são vida
Fonte: Revista Geração JC, páginas 13 e 14; março abril de 2016, Rio de Janeiro (CPAD).
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