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terça-feira, 12 de abril de 2016

Justificação, somente pela fé em Jesus Cristo


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Por Eliseu Antonio Gomes 

"Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus" - Romanos 5.1-2.

Romanos parte do princípio da universalidade do pecado. Todos, gentios, que possuíam a revelação natural, bem como os judeus, que receberam a revelação especial da lei, estavam debaixo do pecado. É a graça, e somente a graça, que opera por meio da fé, que os resgatará. Deus proveu a salvação para todos pela graça e não pelos nossos méritos, cabe ao pecador responder positivamente ou negativamente a essa graça.

A experiência de Martinho Lutero

Martinho Lutero, enquanto professor de Teologia na Universidade de Wittemberg, lecionou a Carta aos Romanos de novembro de 1515 a setembro de 1516. À proporção que se aprofundava na epístola, apreciava cada vez mais a doutrina bíblica da justificação pela fé. Segundo Lutero, ele "ansiava por compreender a Epístola de Paulo aos Romanos", mas o tema da "justiça de Deus" o incomodava. O reformador considerava a doutrina da justiça divina como a punição de Deus sobre o injusto. Até que, depois de muito refletir sobre o assunto, entendeu tratar-se da "justiça pela qual, mediante a graça e a misericórdia, Deus nos justifica pela fé". Desde então, afirmou Lutero, "senti-me renascer e atravessar os portais abertos do paraíso. Toda a Escritura ganhou novo significado e, ao passo que antes a justiça de Deus me enchia de ódio, agora se tornava indizivelmente bela e me enchia de amor. Este texto veio a ser uma porta para o céu".

O efeito imediato da justificação é a reconciliação com Deus

O ser humano quando vive em pecado é inimigo de Deus, somente quando é justificado pela fé em Jesus Cristo, é reconciliado. A justificação pela fé é o começo de uma nova vida, trazendo paz, graça, glória e absolvição da ira futura (Romanos 5.10). Através da morte de Cristo, o qual suportou o castigo que nos estava reservado, recebemos a bênção da redenção dos pecados, cuja pena é a morte - física e espiritual (Isaías 53.5, 6; 1 Pedro 2.24; Gênesis 2.16-17; Romanos 5.12-14; 6.23). Assim que está justificado, o cristão entra no processo de transformação de acordo com a imagem de Jesus Cristo. O agente dessa transformação é o Espírito Santo.

A justificação do pecador, testificada pela lei e pelos profetas, mediante o sacrifício vicário de Cristo, pode ser percebida por meio de várias profecias no Antigo Testamento (Isaías 53.11; 45.22-25; 61.10; Jeremias 23.6; 33.16; Salmo 85.10; Gálatas 3.7).

A expressão " justiça de Deus" na Carta aos Romanos (1.17; 3.21-22) e em outras passagens, refere-se ao tipo de justiça que o Senhor aceita para que o homem tenha comunhão com Ele. Essa justiça resulta da nossa fé em Cristo segundo o evangelho (1 Coríntios 1.30; 2 Coríntios 5.21; Filipenses 3.9).

O alcance da justificação divina

Assim como o pecado tornou-se universal, a justificação destina-se a todos quantos queiram ser salvos (Tito 2.11). A expressão "para que todo aquele que nele crê não pereça" (João 3.16) abrange a todos indistintamente. Todos os que se arrependem de seus pecados e creem em Jesus como Salvador não perecerão, mas terão a vida eterna. E é tudo pela graça concedida por Cristo e outorgada por Deus (Romanos 5.20). Esta "multiforme graça" alcança de igual modo todas as pessoas de todas as raças, culturas, níveis sociais, idades e circunstâncias (João 6.7). Ninguém é bom o suficiente para se salvar, como também não é tão mau que não possa ser salvo por Jesus.

Conclusão

Para descrever a ação de Deus ao justificar-nos, os termos empregados pelo Antigo Testamento (em hebraico "tsaddiq": Êxodo 23.7; Deuteronômio 25.1; 1 Reis 8.32; Provérbios 17.15) e pelo Novo Testamento (em grego "dikaio": Mateus 12.37; Romanos 3.20; 8.33-34) sugerem um contexto judicial e forense. Não devemos considerar uma ficção jurídica, como se estivéssemos justos sem, contudo, sê-lo. Por estamos em Jesus (Efésios 1.4, 7, 11), Ele tornou-se a nossa justiça (1 Coríntios 1.30). Deus credita ou contabiliza (grego: logizomai) sua justiça em nossa favor. Ela é imputada a nós.

Da mesma maneira que a regeneração leva a efeito uma mudança em nossa natureza, a justificação modifica a nossa situação diante de Deus. A condição de justificado é mais do que de perdoado. O perdão remove a condenação do pecado; a justificação nos declara justos, como se nunca houvéssemos pecado contra Deus. Aos olhos de Deus, os atos de pecados já não existem mais, pois "quanto o oriente está longe do ocidente, tanto tem ele afastado de nós as nossas transgressões" (Salmo 103.12).

E.A.G.

Compilações:
Ensinador Cristão, ano 17, nº 66, página 26, abril a junho de 2016, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - Mestre, 2º trimestre de 1998; Romanos, o Evangelho da Justiça de Deus; comentarista: Esequias Soares; lição 6: Privilégios dos justificados pela fé; páginas 30 - 38; Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - Mestre, 1º trimestre de 2006; Eliezer Lira; Salvação e Justificação - Os pilares da vida cristã, páginas 25-32, Rio de Janeiro (CPAD).

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