Pelas diversas circunstâncias da vida, estive dias atrás pensando sobre a nossa fé e a liturgia de culto que acostumamos viver em reuniões de adoração a Deus. As práticas litúrgicas tornam-se tão costumeiras que até chegamos a pensar que ela é a mesma dos primeiros crentes que viveram no tempo dos registros de Atos dos Apóstolos. E não deve ser, porque não há registro bíblico suficiente para nos fazer saber com exatidão como era o costume dos cristãos cultuarem a Deus quando estavam reunidos no primeiro século da era cristã.
Vejamos como Paulo descreveu a reunião de culto aos crentes de Corinto: “Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” - 1 Coríntios 14.26.
Entenda-se "salmo" como a parte musical. Existem muitos louvores que nos quebra, rasga, Deus fala diretamente ao nosso coração através deles.
Ao escrever "tem doutrina", Paulo refere-se à ministração da Palavra. Esta doutrina é a doutrina de Cristo, a mensagem do Evangelho, não é a cartilha denominacional de "pode-não-pode", elaborada por fundadores de instituições eclesiásticas para nortear usos e costumes na vida dos membros. É o monólogo do pregador, que hoje encontramos na figura de pessoas ao microfone nos púlpitos.
Não digo que a participação de pregadores não é importante durante o culto, claro que sempre será, sem dúvida a pregação é um dos momento mais importante na reunião, pois "a fé vem pelo ouvir e ouvir a Palavra de Deus" (Romanos 10.17). O verbo "ouvir" nesta passagem não está restrito ao significado de audição, mas à disposição do coração em atender ao que a mensagem recomenda que se faça.
Apesar da mensagem que o pregador leva ser o momento que mais prestamos atenção, Deus não se comunica conosco apenas pela fala de pregadores, pois sua Palavra não está aprisionada ao formato da comunicação via pregação, ela é entregue por meio do canto, da escrita, etc. Não digo que a participação de pregadores não é importante durante o culto, claro, sem dúvida a pregação é um dos momento mais importante na reunião, pois "a fé vem pelo ouvir e ouvir a Palavra de Deus" (Romanos 10.17).
Deus não limitou sua comunicação com as almas apenas pelo meio da oratória dos pregadores. São muitos os preletores evangélicos que se queixam dizendo que o povo não quer ouvir Deus falar porque o seu tempo de preleção é reduzido, mas nós, os ouvintes assentados nos bancos das igregas jamais devemos limitar o modo de ouvir Deus comunicar-se. Ele quer falar comigo e com você, e usa de todos os métodos para que isso aconteça.
Enfim, Deus fala conosco toda hora, em todo instante. Durante o andamento da reunião de culto, quando a reunião termina, na rua, em casa. Só não o escuta quem não quer.
Reflitamos sobre isso.
E.A.G.
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