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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Não adulterarás

Por Eliseu Antonio Gomes

Para muitos, a prática do adultério pode parecer normal, mas a Palavra de Deus é clara ao declarar: "Não adulterarás" (Êxodo 20.14; Deuteronômio 5.18).

O adultério é a relação sexual de uma pessoa casada com alguém que não é o cônjuge e vive-versa. "Adultério" e "pecado contra o sétimo mandamento" na maior parte das igrejas evangélicas tornaram-se sinônimo da relação sexual extraconjugal com outra pessoa casada ou solteira.

O objetivo do sétimo mandamento é preservar a sacralidade da família que foi instituída pelo Criador por meio do casamento no jardim do Éden (Gênesis 2. 18-24). Requer um relacionamento de amor e fidelidade entre marido e esposa. Foi apresentado no Decálogo para Israel manter a pureza sexual e evitar as práticas da cultura egípcia, de onde os israelitas saíram, e da cultura cananéia, para onde o povo se dirigia.

Homens de coração endurecido

Embora o adultério viole o princípio de Deus para com os seres humanos, jamais ter sido a vontade do Criador para a humanidade, era comum em Israel o homem adulterar.

Coisa feia

"Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça aos seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe fará escrito de repúdio, e lho dará na sua mão" -  Deuteronômio 24.1.

O significado de "coisa feia" foi alvo de muitas interpretações entre os sábios de Israel e teve como resultado o fim de muitos casamentos por motivos absurdos.

Pela dureza do coração humano as esposas israelitas dos tempos antigos eram preteridas por quaisquer desculpas, e a ruptura matrimonial era motivada com a intenção de trocar uma mulher envelhecida por outra jovem e mais bonita.

O sentido da expressão "coisa feia" no texto de Deuteronômio 24.1 não é claro, mas podemos conjecturar que se após o casamento o homem descobrisse comportamento indecente ou conduta inapropriada de sua esposa (nudez pública, por exemplo) poderia repudiá-la. Não podemos considerar que "coisa feia" signifique adultério, pois se assim fosse a consequência era a pena capital da esposa infiel e de seu parceiro de pecado.

O valor do casamento pela ótica de Cristo

"Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem" - Mateus 19.4-6.

No Novo Testamento, Jesus retomou o ideal de Deus para a humanidade, denunciou a covardia dos israelitas, principalmente a dos religiosos. Advertiu os homens casados de sua geração a continuarem casados, pois eles determinavam o bem-estar das mulheres. Naquela época, as esposas repudiadas tinham apenas duas opções para sobrevirem, elas partiam para à mendicância ou viravam prostitutas.

Na doutrina de Cristo, o adultério vai mais além da cópula extraconjugal, abrange a imaginação lasciva e os pensamentos impuros. "Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela" - Mateus 5.27-28.

Conclusão

A santidade do relacionamento familiar deve ser mantida entre todos. É isso que Deus espera dos casais, principalmente entre quem se diz seguidor de Cristo. "Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará" - Hebreus 13.4.

O mundo de hoje está às avessas e o sétimo mandamento continua vigente. Mesmo que a sociedade atual diga "não" para tudo aquilo que Deus diz "sim", o crente temente a Deus obedece as orientações das Escrituras Sagradas, prazerosamente.

E.A.G.

Compilações:
Deuteronômio, Introdução e Comentário, J. A. Thompson, reimpressão 2011, página 233, São Paulo (Vida Nova). Ensinador Cristão, ano 16, nº 61, página 40, jan/fev/mar 2015, Rio de Janeiro (CPAD).  
Os Dez Mandamentos - Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança, Esequias Soares, 1ª edição outubro de 2014, páginas 99, 100,  Rio de Janeiro (CPAD). 

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