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segunda-feira, 19 de maio de 2014

O livro de Números, o quarto livro da Bíblia Sagrada


Números parece ser um título tão empolgante quanto Catálogo Telefônico ou Dicionário. Poderia ser chamado de "O Livro dos Censos", pois é como começa e termina. O nome deriva em nossas versões portuguesas, bem como nas versões latina e grega, dos dois recensementos relatados dentro da narrativa maior. Entre os escribas judeus era conhecido como "No Deserto", que no hebraico se registra com a palavra "Bemidbar", título extraído do primeiro versículo.

Tanto os judeus quanto os cristãos tradicionalmente consideram que Moisés é o autor do livro de Números, visto que a época de Moisés é 1.300 anos antes da de Cristo. A tese da autoria e data tem sustentação em descobertas arqueológicas, que apontam para a antiguidade das leis, das instituições e das condições de vida descritas no livro. Foi escrito para contar sobre os anos dos israelitas no deserto e mostrar o juízo de Deus em contraste com sua fidelidade e paciência para com o amado povo de Israel.

O livro de Números está repleto de histórias intensas. De modo vívido e impactante, revela um Deus de ira esmagadora o qual, porém, escancara os braços e acolhe os que se arrependem e se voltam para Ele. Deus é apresentado em Números como o soberano, severo, que exige obediência absoluta à sua santa vontade, mas que também é gentil, oferece esperança, e mostra misericórdia aos arrependidos. É o livro da disciplina divina, mostra que o povo precisa aprender que pode prosseguir somente enquanto confia e depende dEle, apresenta as consequências dolorosas de decisões irresponsáveis da parte do povo escolhido e os crentes.

Números começa com a nação de Israel no Monte Sinai pronta para iniciar uma marcha à Canaã. Deus manda Moisés quantificar os homens guerreiros e os levitas. Um projeto detalhado é dado parra arranjar o povo tanto em marcha quanto no acampamento. Nos 430 anos, desde José no Egito (Êxodo 12-40), a força de combate da nação de crescera até 603-550, sugerindo uma população de vários milhões. 

O livro começa com a velha geração (1-12), move-se através de um trágico período de transição (13-20), e termina com uma nova geração (21-36) às portas da terra de Canaã. Contém os registros de duas gerações, dois censos, e dois conjuntos de instruções para usufruto da terra da promessa.

Do ponto de vista histórico, o livro de Números começa onde termina o livro de Êxodo, com o espaço necessário, naturalmente, para as seções históricas dispersas. Cobre um período de aproximadamente quarentas anos de história da caminhada de Israel em direção à Palestina. Apesar de comumente chamarem esses anos de peregrinação, fica claro que o povo viveu 37 anos ao sul da própria terra de Canaã, em parte na área conhecida como Neguebe, não muito distante de Cades-Barnéia.

No Novo Testamento podem-se encontrar várias referências ao livro, nas quais o livramento da escravidão dos judeus no Egito é considerada um modelo terreno da redenção eterna. As experiências dos israelitas no deserto são histórias registradas para advertir os membros que fazem parte da Igreja do Senhor (1 Corintios 10.11). Devemos extrair uma grande lição ao ver em Números repetidos pecados, condenação e arrependimentos, ao ver o fracasso humano, mas também como Deus reage com paciência e misericórdia.

Jesus Cristo mencionou o episódio da serpente de bronze,  para ilustrar  o modo que Ele mesmo haveria de ser levantado na cruz afim de que todos aqueles que nEle confiassem não padecessem mas tivessem a vida eterna (Números 21.5-9; João 3.14-17).

E.A.G.

Compilações:
Bíblia de Estudo Vida, página 201, edição 1998, São Paulo (Editora Vida).
Bíblia Sagrada Almeida Século 21, página 144, 2008, São Paulo, (Edições Vida Nova).

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