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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Pastor evangélico em tempo integral

O lobo não espera o pastor estar disponível para atacar as ovelhas.

É sempre bom esclarecer. Não sou pastor e não vejo vocação em mim para exercer pastorado. Eu não sou uma pessoa que depende de dinheiro de igreja para sobreviver, sou independente dela financeiramente e não tenho como objetivo de vida receber remuneração eclesiástica.

Eu participo da ideia que a igreja precisa remunerar o pastor. Sim, e muito bem.

Minha opinião é com base na vivência no meio evangélico desde 1983, tempo em que  tive a oportunidade de testemunhar diversas situações. Exemplos: pastor impossibilitado ao trabalho secular e carente de cestas básicas; pastor recebendo assédio de uma colega de serviço; pastor ausente em serviço funeral de membro da sua igreja porque o patrão insensível lhe disse "não irá ao velório".

Existe o esteriótipo na sociedade que desenha a figura do pastor de tempo integral como se ele fosse o vagabundo, o estelionatário que aplica golpes em pessoas com baixo poder de raciocínio lógico. A maioria das pessoas que pensam desse jeito péssimo, não conhecem a rotina dos cristãos evangélicos. Não generalizo situações, mas posso dizer que este tipo de pensamento é bastante preconceituoso contra o pastor e contra o cristão em geral.

O pastor em tempo integral é aquela pessoa que tem condições de em altas horas da madrugada dobrar os joelhos e clamar pelas almas que estão sob sua responsabilidade; é quem pode se fazer presente em qualquer dia e momento para aconselhar as famílias em assuntos que necessita discrição. Grande parte das ovelhas se sente bem tendo um líder que olha pelo bem-estar espiritual delas diuturnamente.

O pastor "fazedor de tendas", em profissão secular, é pastor pela metade, 220 horas por mês, 8 horas ao dia, 5 ou 6 dias por semana ele não se dedica às tarefas espirituais. Digo isso sem nenhum desmerecimento aos que se  dividem entre o pastorado e às funções seculares Conheço amigos pastores, que nos momentos em que estão livres das tarefas profissionais, são excelentes pastoreando. Mas, para eles não existe a possibilidade de atender as ovelhas 24 horas ao dia. Será que os lobos esperam o pastor se fazer presente junto às ovelhas para atacar o rebanho?

• o pastor em tempo integral é um cidadão tão, ou mais, digno do que qualquer outro que ocupe trabalho secular;

• o pastor em tempo parcial é um cidadão digno, porém, como pastor corre o risco de falhar no bom trato com as ovelhas;

• o pastor em tempo integral trabalha lidando com assuntos de ordem eterna, espirituais;

• o pastor em tempo parcial trabalha lidando com assuntos de ordem material, com as coisas passageiras dessa vida;

• o pastor em tempo integral lida com assuntos da ordem espiritual;

• o pastor em tempo parcial lida com assuntos espirituais, mas sempre parcialmente.

A sociedade critica o pastor em tempo integral porque não tem a mente de Cristo, não tem contato pacífico com Deus, não sabe qual é o valor e nem o significado da função pastoral (1 Corintios 2.16).

Os cristãos verdadeiros valorizam a função pastoral e amam seus pastores. Sabe que o líder espiritual está a velar por suas almas, de segunda-feira ao domingo, enquanto elas estão envolvidas nas ocupações seculares dessa vida cheia de aflições. Sabe que o líder espiritual tem tempo para dobrar o joelho e receber unção para entregar bons recados de Deus ao fazer uso do púlpito - e essas mensagens são o alimento do céu para que continuem firmes e fortes na caminhada de fé.

É claro que existem pessoas usando o prenome "pastor" mas sem nenhuma vocação pastoral. Estes, nem deveriam ocupar cargos de pastores em tempo parcial. Se recebem o tempo integral, não o usará para dedicação espiritual, portanto, não podem ser pastores com remuneração da igreja.

"Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: digno é o obreiro do seu salário" - 1 Timóteo 5.18.

E.A.G.

9 comentários:

  1. Prezado irmão Eliseu,

    Respeito a sua opinião sobre pastores de tempo parcial e integral. Pelo menos em teoria deveria funcionar assim mesmo com relação a quem vive pela obra. Porém a realidade costuma ser um pouco diferente desse ideal, com suas exceções é claro. Conheço pessoas que realmente desempenham seu ministério integralmente no sentido de tempo. Reconheço também que o ideal do exercício pastoral deve ser de tempo integral, não tendo nada contra isso, muito pelo contrário. Pelo menos na minha região, o que ouço dos membros da minha igreja é que os pastores de tempo parcial não ficam nada a dever aos de tempo integral, alguns visitam até mais do que os que dispõe de mais tempo.

    Abração.

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  2. Pastor Juber.

    Eu não desfaço de pastores que possuem suas funções seculares. Conheci e conheço alguns que estão entre os que tenho profundo respeito.

    Abraço.

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  3. O certo é que quem tem vocação, seja parcial, seja integral, fará um bom trabalho, como o pr de João 10.

    O problema é que a eleição pastoral em todas as igrejas em nossos dias é o tempo de cristão e o estudo teológico. Parecidos com jovens médicos saídos da universidade, mas que não tem nenhuma vocação com aquilo que diz no juramento da medicina.

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  4. Caro Elizeu.

    É com tristeza que eu encontro pessoas usando o prenome pastor mas sem nenhuma vocação. Tratam mal as ovelhas, esquecendo-se que elas são ovelhas de Jesus Cristo.

    Existem pastores que são bons com pessoas enquanto elas são membros, ap passarem ao cargo de obreiros, começam a tratá-las pior do que os piores chefes existentes nas piores profissões que se possa imaginar. Vai ser muito ruim para esse tipo de gente quando chegar o momento da prestação de contas com Deus.

    Será tempo de virar churrasquinho no inferno, chorar sem ninguém socorrer, agonizar para sempre envolto no cheiro de enxofre.

    É isso. Justiça sem misericórdia para quem não foi misericordioso.

    Abraço.

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  5. Excelente reflexão a respeito do tempo disponivel que os pastores têm para dedicar ao seu rebanho!
    Penso que a diferença nos resultados da prática pastoral está mais relacionado à coerencia entre o tempo que o pastor dispõe para o exercicio do seu ministerio e o tamanho do seu rebanho.
    Há que considerar também a responsabilidade, o chamado e o temor que os líderes têm diante de Deus e das ovelhas que eles darão contas.
    Parabéns pelas considerações... bastante esclarecedoras!
    Sonia Costa

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  6. Sou pastor integral da igreja Batista, e digo com toda convicção; foi a melhor coisa que já me aconteceu. Um pastor parcial eu tiro meu chapeu, pois eu não conseguiria além de cuidar da igreja do Senhor Jesus e trabalhar em outra serviço secular. Pois, eu demora no mínimo 15 horas para preparar um sermão e prego 3 vezes por semana. Se eu fosse pastor parcial talvez não conseguiria preparar sermão, muito menos fazer visitas

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  7. Pois é, Pastor Whashington.

    Preparar sermões com dedicação, realizar visitar, são atividades que fazem parte do trabalho pastoral. No entanto, a coisa é vista de maneira preconceituosa por muita gente, que não consideram como trabalho.

    Da minha parte, é um trabalho nobre, como comentei no artigo.

    Abraço.

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  8. Muito interessante, tenho uma pergunta: quando é a hora certa de deixar de ser pastor de tempo parcial para ser de tempo integral???

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  9. Olá.

    Não existe determinação bíblica para que um pastor troque o tempo parcial pelo integral. O ministério no qual o pastor exerce seu ofício deve usar o bom senso nestes casos.

    Abraço.

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