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quinta-feira, 3 de março de 2011

A tentativa de imposição de usos e costumes no ano do centenário das Assembleias de Deus no Brasil

O quê é combatido neste artigo? 
Eu combato a imposição de usos e costumes por parte de lideranças evangélicas, entendendo que tal prática é um anátema. 
 
Eu combato a doutrina humana de quem afirma que para ir para ao céu é preciso usar uma espécie de grife de roupas... Ora, esse tipo de fé  não é a mesma que emana da Palavra de Deus. A Bíblia diz que Jesus é o caminho para o céu (João 14.6), quem invocar o nome de Jesus será salvo (Atos 2.21; Romanos 10.13). Não está escrito em nenhuma parte da Bíblia que para ser salvo é necessário adotar costumes impostos por alguma denominação evangélica. O ensinamento sobre usos e costumes não faz parte das Boas Novas apresentadas pelo Senhor.

A obrigatoriedade de seguir uma cartilha de “podes-não-podes”, a firmeza para manter uma identidade denominacional, nunca foi instituída por Jesus Cristo e nem pelos apóstolos da Igreja Primitiva. É clara essa constatação. Ora, não existiam denominações evangélicas no tempo de Jesus e nem dos apóstolos; esta cartillha de imposições não está contida nas cartas pastorais encontradas no Novo Testamento; a cartilha denominacional foi escrita no século 20. 

Entendemos que a imposição de usos e costumes é um fardo, não é prova de santidade do praticante.


• O quê não combatemos neste artigo? 

Defendemos a liberdade e não a libertinagem; a descência e não a indecência. 

Se uma pessoa se sente bem dentro dos padrões da cartilha de imposições denominacionais, vive voluntariamente neste estilo rígido procurando agradar a Deus, tudo bem para ela. Penso assim  lembrando-me de Romanos 14.6.

Mas, essa escolha passa a ser um equívoco, e então merece veemente censura, quando a pessoa considera que tal filosofia religiosa transforma-a em alguém mais santa do que as que não vivem de maneira igual. E que por viver conforme o figurino da igreja que frequenta, então, está salva.

• Caprichos e abuso de autoridade
Para que se mantenha o capricho de líderes, que é a vontade deles em manter a identidade denominacional, criou-se a cartilha de "podes-não-podes". A finalidade dessa cartilha é padronizar os costumes de membros da denominação evangélica.

E para fazer prevalecer os mandamentos dessa cartilha, criada por líderes evangélicos considerados pastores, muitas ovelhas são excluídas do ambiente da congregação, arbitrariamente, sem nenhum amor cristão. Esses líderes parecem amar mais a instituição humana a que pertencem do que amam as almas por quem Jesus Cristo morreu na cruz!

É digno de nota o seguinte: se a ovelha considerada infratora de regras da cartilha de “podes-não-podes” for uma pessoa com poder aquisitivo alto, se ela estiver listada como dizimista da denominação, então as infrações dela serão postas de lado, ela tende a não ser punida como as outras ovelhas pobrezinhas. Eu afirmo isso baseado em informação de um pastor assembleiano, dirigente de igrejas na região oeste da cidade de São Paulo.

• Eisegese assembleiana
A cartilha de "podes-não-podes" criou  novas modalidades de pecados.

Muitas ovelhas que não se curvam aos mandamentos da cartilha de “podes-não-podes” são acusadas de desobedecerem a doutrina de Jesus Cristo. É importante frisar que em nenhuma parte do Novo Testamento existe exclusão igual, esse tipo de ação é atitude estranhíssima dentro da Igreja de Cristo, e totalmente peculiar à denominação em algumas partes do território brasileiro, mas não pertence ao Evangelho, não faz parte do organismo vivo e espiritual que é o Corpo de Jesus Cristo.

Os líderes, querendo sustentar autoridade nesta questão de impor usos e costumes no cotidiano da igreja, fazem exclusões de membros que desobedecem proibições de cortes e pinturas de cabelos, depilação de sobrancelhas, uso de estilo de roupas, uso de jóias ou bijouterias, maquiagem. Para isso, usam textos bíblicos descontextualizados.


É erro grave pensar que desprezar a cartilha de "podes-não-podes" seja pecado; é um erro considerar a cartilha de "podes-não-podes" como doutrina de Jesus Cristo. O Evangelho do Senhor é essencial, insubstituível, é superior aos usos e costumes.
• Motivos de exclusão registrados no Novo Testamento.
Inimizades

Jesus Cristo disse: “Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão; mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu” - Mateus 18.15-18.

Nota: Jesus Cristo ensina como tratar quem erra contra nós. Deve ser com amor, com muita benignidade, muita mansidão e humildade. Jesus instrui a usar o respeito, a dar todas as oportunidades para quem está errando se consertar. Primeiro, o cristão precisa tomar a atitude de ir conversar em particular com quem está em erro, depois, caso não houver reconciliação, com duas testemunhas, e, por último, se não houve conserto na relação, levar o caso publicamente para a Igreja.

Sexo ilícito

O apóstolo Paulo escreveu: “Geralmente se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, que nem ainda entre os gentios se nomeia, como é haver quem abuse da mulher de seu pai. Estais ensoberbecidos, e nem ao menos vos entristecestes por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação. Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo, seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus” - 1ª Coríntios 5.1-5.

Nota: A mulher envolvida não recebeu exclusão. Mas, o homem sim, ele é apontado como fornicário e abusador da esposa de seu pai! Isso é muito grave, a descrição do caso indica que poderia ser um estuprador.
 

• O anátema dentro da doutrina denominacional assembleiana

E, sem medo de errar, com toda sobriedade, podemos afirmar que, na mente de líderes defensores de usos e costumes, essa cartilha é uma espécie de acréscimo às Escrituras Sagradas . Parece que estes líderes, determinados a excluir ovelhas, fazem a exclusão considerando a cartilha denominacional no mesmo nível de autoridade espiritual que a Palavra de Deus possui.

E, então, nesta prática, extrapolam o que as Escrituras permitem, pois seguem orientações extra-bíblicas quanto ao tratamento dispensado às ovelhas que não são deles, pertencem ao Senhor Jesus Cristo.

E, nessa situação, a Bíblia faz advertências:

“Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso” - Provérbios 30.5-6.

“Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro” - Apocalípse 22.18-19.

• Conclusão
Não estamos fazendo defesa do pecado. Não fazemos defesa de pecado nenhum!

Frisamos que as regras religiosas, inventadas por homens, são iguais panos velhos e sujos, são imprestáveis e nojentas aos olhos de nosso Deus (Isaías 64.6).

A prostituição e lascívia, e outros pecados, são praticados tanto por pessoas que usam quanto pelas que desprezam os usos e costumes denominacionais. A cartilha de "podes-não-podes" não evita que as pessoas pequem, não converte seu praticante em pessoa santa. Só Jesus liberta! Só o sangue de Cristo é capaz de purificar o pecador (1ª João 1.8-9). 


E.A.G.

2 comentários:

  1. Amado irmão.
    Faço parte de uma denominação que não adota estes costumes da A.D. pois entendemos que tais costumes são meras doutrinas de homens. Porém temos que entender que toda instituição seja religiosa ou não, tem seus estatutos internos, códigos e condutas que deverão ser respeitadas por seus respectivos membros. Nada tem haver com pecado ou não - Tem haver com regimentos. E isso se vê em qualquer instituição. seja colégios, igrejas, casa da câmara federal, empresa, condominios, etc... e etc...
    Entendo a posição do irmão. Também sou contra que tais costumes seja relacionado à doutrina bíblica. Como disse: Tem haver com regimentos internos, por isso para quem faz parte de tais denominações, devem respeitá-las sim. Isso se dá em qualquer órgão.
    Mas foi bom o post. Visito seu blog regularmente e sou seu seguidor. Gostaria que nos seguisse também no http://evangelhohoje.blogspot.com

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  2. ´Saudações no senhor Jesus!, infelizmente a Assembléia de Deus enfrenta essa dificuldade. Congrego na Assembléia de Deus Min. do Belém SP, e quando alguma pessoa chega na igreja ja se olha na sua orelha para ver se esta de brinco, se tiver ela ja é discriminada sem abrir a boca, uma hipocrisia e um farísaismo sem limites.
    Os irmãos são analfabetos de bíblia, e a ordem é esta: obedecer o estatuto da igreja.
    Não sei se vou continuar congregando lá, quando se faz isto é um perigo porque se dimui o sacrifício de Cristo e a salvação passa a ser pelas obras, ou seja, isso é heresia.

    Abraços no amor de Cristo - Pb. João Eduardo.

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