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domingo, 13 de fevereiro de 2011

O fruto do Espírito

Romãs: quadro de Iakovifis C.
Por John W. Ritenbaugh

A elegância peculiar da Bíblia na sua escrita fez com que ela se mantivesse ao passar dos anos como o maior best seller da História. O Autor divino, que possui a beleza de expressão superior ao estilo do melhor dos autores humanos, nos dá vislumbres detalhados de seu gênio na magnitude literária dos Salmos, Isaías e Hebreus. Etc. E Ele também nos mostra um outro lado de suas habilidades literárias, por meio perspicaz, muito penetrante e prático se comunica conosco por meio de Provérbios e Eclesiastes. 

O valor da Escritura, no entanto, não reside na sua elegância de estilo. Ela reside no fato de que o grande Deus, o governador soberano de toda criação, escolheu a comuncação escrita para divulgar a Sua lei, a Sua instrução para os homens. Na clareza da Palavra, o Autor divino se apresenta como o Poderoso e o Legislador da Humanidade. E a Palavra é entregue por Ele como o pão que nutre todos os gostos (Mateus 4.4). 

Deus dá muito do seu ensino em parábolas, alegorias, metáforas, tipos, figuras e símbolos, fornecendo ilustrações que praticamente todos, não importa qual seja sua origem, pode entender.  A verdade é acrescentada por exemplos retirados de todo o espectro da vida humana e do espírito sobre vastas extensões de tempo. A Bíblia é um fundo de conhecimento útil para quem acredita, é aplicável e prática para quem tem fé.

Uma grande parte da instrução bíblica reflete o domínio agrícola.  Deus faz uso de aspectos da agricultura familiar como uvas, azeitonas, maçãs, figos, bois, mostarda, romãs, trigo, milho, cevada, flores, agricultores,  lavra, sementeira, plantação, colheita, adubação, chuva na época devida, ervas daninhas e sementes. Ele usa essas figuras conhecidíssimas para ilustrar a instrução moral e espiritual prática para aqueles que acreditam.

Como um veículo de ensino, em geral o "fruto" pode ser usado mais freqüentemente do que todos os outros termos agrícolas. No plano físico, é geralmente considerado como o produto de semente de uma planta.  Muitos deles são comestíveis, nutritivos, agradável para comer. Embora a Bíblia concorda com isso, também freqüentemente apresenta-os como o produto do esforço ou a prestação de um significado simbólico.

Assim, encontramos frases como, "fruto das árvores do jardim" (Gênesis 3.2), "fruto da terra" (Gênesis 4.3), e "fruto do ventre" (Gênesis 30.2). No Novo Testamento, o símbolo da fruta é muitas vezes entendido como o resultado da produção de uma vida fazendo o bem ou mal, vida em obediente ou desobediente a Deus.

Frutos como um símbolo
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O ensinamento de João Batista aos fariseus e saduceus em Mateus 3.8 é um exemplo disso: "Dêem fruto que mostre o arrependimento!". Os frutos simbolizam a conseqüência ou produto de arrependimento. A ação de arrependimento para com Deus é, entre outras coisas, uma mudança de atitude para com Ele e Sua lei. Representa um relacionamento temperado para com Ele, assim como transformar a partir de desobedientes à Sua Palavra para obediente. Também pode indicar uma mudança de estatuto e da relação do filho de Satanás (João 8.44) ao filho de Deus (Romanos 8.14).

Outro exemplo é Jeremias 6.19: "Ouça, ó terra: Vou trazer desgraça sobre este povo, o fruto das suas maquinações, porque não deram atenção às minhas palavras e rejeitaram a minha lei."

A desgraça é o efeito, o fruto, os maus pensamentos.  A lição é clara: desgraça deste tipo começa com maus pensamentos, os recursos para as más ações, produzindo experiências amargas e dolorosas para o ego e outros.
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Romanos 6.21-22 mostra as frutas como produto em  ambos sentidos, maus e bons: "Que fruto colheram então das coisas das quais agora vocês se envergonham? O fim delas é a morte! Mas agora que vocês foram libertados do pecado e se tornaram escravos de Deus, o fruto que colhem leva à santidade, e o seu fim é a vida eterna".  No versículo 21, o produto das ações traz a condição vergonhosa e tem levado à morte. Mas por causa do chamado de Deus e nosso arrependimento posterior, a nossa relação com Ele mudou e por isso temos condição de apresentar o bom fruto que estamos produzindo em nossas vidas. Agora estamos libertos da escravidão do pecado, produzimos frutos de santidade, em vez de vergonha e morte. No final, Deus nos dará a vida eterna. A escolha é nossa.  Qual fruta preferimos ter, vergonha e morte ou santidade e vida?

Produzir bons frutos

 A Bíblia mostra que a produção de bons frutos tem outras causas específicas, além do chamado de Deus e do arrependimento.

Romanos 7.4-6 é um boa indicação para começar a refletir: "Assim, meus irmãos, vocês também morreram para a lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerem a outro, àquele que ressuscitou dos mortos, a fim de que venhamos a dar fruto para Deus. Pois quando éramos controlados pela carne, as paixões pecaminosas despertadas pela lei atuavam em nossos corpos, de forma que dávamos fruto para a morte. Mas agora, morrendo para aquilo que antes nos prendia, fomos libertados da lei, para que sirvamos conforme o novo modo do Espírito, e não segundo a velha forma da lei escrita".
Nós iremos adicionar a este Romanos 1.13, 15, onde nós precisamos lembrar que Paulo se dirige a congregação em Roma, que ele não havia fundado e nem visitado. "Quero que vocês saibam, irmãos, que muitas vezes planejei visitá-los, mas fui impedido de fazê-lo até agora. Meu propósito é colher algum fruto entre vocês, assim como tenho colhido entre os demais gentios. (...) Por isso estou disposto a pregar o evangelho também a vocês que estão em Roma".

A passagem bíblica de Filipenses 4:17, onde Paulo instrui a congregação a que ele se sentia especialmente próximo, ajuda-nos a entender o que o apóstolo quis dizer aos romanos: "Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que cresça para a vossa conta" (Almeida Revisada - IBB). Escrevedo para uma congregação de pessoas convertidas, o apóstolo manifesta o desejo que haja a exibição do fruto da justiça, por meio do uso da fé na Palavra de Deus (o Evangelho). Os cristãos filipenses poderiam fazer isso ao ceder em obediência à instrução de Deus através do poder e orientação do Espírito Santo.

Como pastor, Paulo afirma que o fruto também seria dele, uma vez que caberia neles como resultado do ensino do Evangelho detalhadamente. O ensino em Romanos exemplifica o detalhe das mensagens que ele teria dado oralmente se tivesse estado lá. As boas obras que os crentes produziram, fazendo uso da Palavra de Deus também acumularia o fruto do trabalho deles para eles. Quando os alunos fazem bem, seu sucesso é fruto do trabalho do professor.

Por outro lado, Filipenses 4.17 explica que Paulo não está sendo auto-centrado no presente. Ele anseia que a igreja produza frutos através de boas obras, para que possam receber os benefícios. O fruto reverte para as suas contas. Assim, a condição de produzir bons frutos requer instrução de um professor qualificado (Atos 8.30-31), a Palavra de Deus, o Espírito Santo, e o crente com a mente receptiva e disposição para aplicar a instrução em sua vida.

Mesa farta
Dando muito fruto

Em João 15.1, Jesus começa a mensagem utilizando a videira como ilustração. Ele conclui afirmando no versículo 8: "Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim serão meus discípulos". No versículo 16, Ele volta a mencionar frutos em relação à sua instrução: "Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome".

Neste contexto, a abordagem da figura do fruto é generalizada.  Inclui tudo que é produzido como resultado do trabalho de pregação do Evangelho publicamente, e sua superação pessoal e crescente na imagem de Deus. Assim os cristãos honram a Deus, declaram pelas atitudes a mudança que acontece como resultado de estar ligado à videira. E podem contar com Deus e Seu poder para produzir esses frutos.
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O versículo 16 toca brevemente sobre a qualidade dos frutos desejáveis para Deus. Isso implica que os discípulos devem ser ricos em boas obras e precisam se esforçar para produzir fruto que permaneça. Deus quer que o fruto seja resistente (por assumir o caráter de Deus, e para se reverter em conversões de modo que a igreja cresça continuamente).

Todos os cristãos são chamados a participar nos trabalhos da igreja. São chamados para trabalhar na linha de frente da evangelização. Sobre a cristandade recai a responsabilidade de produzir frutos para glorificar a Deus.

O Fruto do Espírito por via do pensamento desejoso?

O fruto que estamos mais preocupados em gerar encontra-se Gálatas 5.22-23, onde Paulo escreve: "Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei".

Estas qualidades ou virtudes são produzidas pela ação do Espírito Santo em nós. Eles crescem em uma pessoa que, pela fé, obedece a Palavra de Deus através da orientação e poder do Espírito de Deus. Claramente, os elementos dessa equação deve ser usada para que o direito é fruto produzido Palavra de Deus, Seu Espírito, fé e obediência à Palavra de Deus. Estes, juntamente com alguns outros, produzem  grandes frutos de justiça.
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Guiados pelo Espírito

Cereja chinesa
Paulo escreve em Romanos 8.14, "porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus".  Gálatas 5:18 é especialmente útil na compreensão do fruto do Espírito, porque precede diretamente de Paulo nomeando os: "Mas, se vocês são guiados pelo Espírito, não estão debaixo da lei". Ser conduzido pelo Espírito é um precursor necessário para produzir o fruto do Espírito em nós.

Observe que o verso diz "guiado", e não arrastado, forçado, imposto ou imputado. E Jesus acrescenta mais luz ao assunto em João 16.13: "Mas quando o Espírito da verdade vier, ele os guiará a toda a verdade. Não falará de si mesmo; falará apenas o que ouvir, e lhes anunciará o que está por vir".

Alguns dos verbos na frase são: "guiar", "falar" e "anunciar". E revelam que Deus se relaciona com o ser humano com o convencimento ao invés de força. Além disso, os verbos dão a nítida compreensão que os seguidores de Jesus precisam tomar iniciativas por conta própria. Eles terão que fazer escolhas, prestar atenção ao que é dito ou está escrito na Bíblia Sagrada, e assim estabelecer suas vontades a fim de acompanhar e aprender com o Guia, o Espírito Santo. Sem a observação da Palavra nenhum cristão é capaz de produzir frutos.
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Um professor não pode impor o conhecimento, entendimento e sabedoria a um estudante. O aluno deverá colaborar no processo. Sem colaboração, pouco ou nenhum fruto é produzido. A Bíblia mostra o Espírito Santo influenciando, sugerindo e, quando o cristão decide por permitir que seja conduzido por Ele, então é abençoado em sua vida porque rende o fruto em sua vida. 
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Estamos conscientes de que existe uma influência divina a nos levar para longe das paixões e vaidades corruptoras desse mundo?  Será que estamos conscientes do desejo divino para que nós escolhamos ceder a influência do Espírito Santo e se deixar ser conduzidos ao longo do caminho de santidade e da vida? Será que existe em nós a disposição enérgica para resistir ao orgulho, paixões carnais, resistir à luxúria, fofocas, desejo desenfreado às riquezas e às modas do mundo? Andamos alegres a caminhada do Espírito?

Deus não vai nos enganar. O nosso verdadeiro amor, alegria e paz consiste apenas em render-se inteiramente a Ele e estar disposto a ser guiado e influenciado por sua Mão invisível. Só é´possível ser guiado pelo Espírito se houver a escolha voluntária e consciente de submeter-se a Palavra de Deus.

O Poder de Deus

O Espírito Santo é descrito geralmente como o poder de Deus, o que certamente é correto, mas o poder vem de várias formas. Há um poder que flui causado pelo movimento de um objeto. Assim, Deus usa a água para ilustrar um aspecto do Espírito Santo (João 7.37-39). Não há cura e poder nutritivo, por isso Deus usa óleo para simbolizar Seu Espírito. Palavras, símbolos que usamos para representar as idéias, a matéria-prima de nossos pensamentos, tem incrível poder de influência. Assim, Deus diz através de Jesus que suas palavras "são espírito e são vida" (João 6.63).

As palavras dão-nos o poder de comunicar idéias de uma mente para outra ou para muitas mentes. Elas carregam o poder de instruir, encorajar, desencorajar, acalmar, provocar raiva, vilipendiar, inspirar, animar, criar ou destruir. Elas podem fazer uma pessoa mudar de idéia, motivar a parar ou se mover, fazer, desfazer ou refazer. O poder das palavras é quase ilimitado.

Se examinarmos o fruto do Espírito, vemos que todos eles têm algo a ver com nossas mentes. As palavras são uma grande parte do material de trabalho da mente e, portanto, desempenham um papel enorme em que lavam as pessoas a produzir atitudes em suas vidas. Não é por acaso que Jesus é a Palavra de Deus e a Bíblia é a revelação pela escrita do propósito de Deus! Deus nos diz algo. Ele está preocupado com nossas mentes, porque o que se passa dentro delas irá determinar o que produzimos com nossas vidas. O que fazemos será fruto para a vida eterna ou nos levará à morte? Não podemos pensar com o que nós não temos. Se não temos o direito material em que basear nossos pensamentos, como poderemos produzir as coisas certas? Estamos sempre, seja pobre ou o rei, limitado por aquilo que está em nossa mente.

Paulo mostra isso em Efésios 2.1-3: "Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência. Anteriormente, todos nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne, seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira".

Isso nos revela que cada ser humano que já viveu (exceto Jesus), foi escravizado por um modo de pensar gerada pelo príncipe das potestades do ar, Satanás. Devido a isso, nós cumprimos os desejos da nossa carne e da mente. Na verdade, porque as nossas mentes tinham pouco mais com que trabalhar, não poderiam produzir qualquer outra coisa! Nós produzimos os frutos do espírito, mas não o Espírito de Deus.
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1ª Coríntios 2.7-8 esclarece o seguinte: "Pelo contrário, falamos da sabedoria de Deus, do mistério que estava oculto, o qual Deus preordenou, antes do princípio das eras, para a nossa glória. Nenhum dos poderosos desta era o entendeu, pois, se o tivessem entendido, não teriam crucificado o Senhor da glória".
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Usando aqueles que mataram Cristo como ilustração, Paulo mostra que a Humanidade têm sido mantida em cativeiro para a ignorância de Deus e Seu caminho.
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A sabedoria de Deus estava escondido de nós também, até que Deus começou a nos guiar por Seu Espírito. 1ª Coríntios 2.10-12 nos informa sobre a mudança que tem feito nas nossas vidas: "Mas Deus o revelou a nós por meio do Espírito. O Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as coisas mais profundas de Deus. Pois, quem dentre os homens conhece as coisas do homem, a não ser o espírito do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém conhece as coisas de Deus, a não ser o Espírito de Deus. Nós, porém, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito procedente de Deus, para que entendamos as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente".

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Olhe os frutos das árvores: Mateus 7.15
Deus comunica o Evangelho para nós por meio de palavras. Possuímos agora a matéria-prima para as nossas mentes para produzir o fruto do Espírito de Deus. Nós acreditamos na Palavra de Deus, e por recebê-la somos libertados da escravidão do engano e da ignorância espiritual e chamados por Ele a nos aproximar através do sangue de Cristo. Agora temos acesso a uma maior e nova dimensão da vida.
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1ª Coríntios 2:13-14 acrescenta: "Delas também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito, interpretando verdades espirituais para os que são espirituais. Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente"

Sem o Espírito de Deus, estávamos limitados a produzir coisas só dentro das capacidades do espírito humano, juntamente com a influência de Satanás. Embora nós pudéssemos produzir coisas materiais maravilhosas, o fruto espiritual inexiste. Só o acesso ao Espírito Santo nos capacita, devido a ajuda e misericórdia de Deus, a  produzir o fruto que leva-nos à vida eterna.

A produção de frutos
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No entanto, isso não será fácil, porque quando o ser humano recebe Jesus em seu coração se torna um homem com duas naturezas. A velha natureza, enraizada com os padrões de pensamento e hábitos aprendidos neste mundo, e que se encontra sob o domínio do maligno (1ª João 5.19), e a natureza divina, recebida ao passar pelo novo nascimento em Deus (João 3.3; 2ª Pedro 1.3-4). As duas neturezas existem juntas. São antagonista, irreconciliáveis entre si, e induz o cristão fazer escolhas.

Em Gálatas 5.16-17, Paulo diz: "Por isso digo: vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam".

Novamente, o contexto no qual estes versículos aparecem é importante para a compreensão da produção do fruto do Espírito. Isto imediatamente precede o anúncio do fruto do Espírito, mostrando que Paulo quer dizer que eles serão produzidos através de um intenso conflito interno.

A obediência à Palavra de Deus é necessária para produzir o fruto do Espírito. O cristão é puxado ou conduzido em duas direções. A mente tenta satisfazer os desejos da velha natureza, e conhecimento da Palavra de Deus nos convida a produzir o fruto do nova natureza espiritual. 

Paulo expressa sua experiência com isso em Romanos 7.15-19: "Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio. E, se faço o que não desejo, admito que a lei é boa. Neste caso, não sou mais eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo".

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Como seres humanos, somos criaturas de desejos, impulsos e emoções. Certamente, como aprendemos a andar no Espírito, cada vez mais subjugamos a nossa carne. Mas a carne e o Espírito, permanecem, e o conflito entre eles é feroz e incessante.

Nós não precisamos ficar desanimado por este conflito. Paulo nos dá uma solução. Em Romanos 7:24-25, ele exclama: "Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! De modo que, com a mente, eu próprio sou escravo da lei de Deus; mas, com a carne, da lei do pecado".
Todo cristão que se esforça para produzir o fruto de Deus irá experimentar esta combinação de lamentação sobre a pecaminosidade e a expressão alegre de gratidão pela certeza da libertação. Os não convertidos não sentem a angustiante luta contra o pecado com a mesma intensidade como os que  já são convertidos.

O convertido tem sua paz perturbada e pode se sentir infeliz na sua consciência. Mas isso tem um lado bom para ele também. Sabemos que é degradante para a natureza divina, e humilha-nos para saber muito bem que sucumbimos às paixões más. Em seguida, somos lembrados a Lei não pode vir em nosso auxílio, nem pode vir através do socorro dos homens, constatamos que nossa força pessoal é insuficiente e nos trai. Portanto, se nós realmente desejamos glorificar a Deus e produzir frutos espirituais, este conflito vai nos conduzir a Deus em oração sincera com a força que só Ele pode dar. A Palavra de Deus e, eventualmente, a nossa experiência prova que sem Cristo nada podemos fazer!

Um fruto singular

Pode ser útil notar que Paulo escreveu o "fruto", no singular. Indica que devemos entender que o fruto tem um número de componente. Ao mesmo tempo, todos eles são produzidos dentro de cada pessoa, por intermédio da condução do Espírito. Isso não significa que cada componente será exatamente em iguais proporções, como são os segmentos de uma laranja. Também não dá qualquer indicação de sua quantidade em cada pessoa.
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Paulo incisivamente chamou a atenção para a origem do fruto como sendo "do Espírito" para nos tornar plenamente conscientes de que essas qualidades não fluem de nossas naturezas. Os vícios ou "obras da carne" listados em Gálatas 5:19-21 são o produto de nosso coração humano. Mas o fruto espiritual é produzido por meio de uma influência "estrangeira", a agência do Espírito Santo. Mesmo após a conversão do nosso coração, o fruto continua sendo de origem espiritual.

Um último fator a considerar é os nomes das nove qualidades do fruto. Eles dividem-se nitidamente em três grupos, cada qual composto de três qualidades. Claro, podemos esperar alguma sobreposição de aplicação entre os grupos.

O primeiro grupo é composto de amor, alegria e paz. Retrata a mente de um cristão em seu aspecto mais geral, com ênfase especial na relação com Deus. O segundo grupo contém a paciência (longanimidade), a amabilidade (benignidade), e a bondade, que são virtudes sociais relacionadas aos nossos pensamentos e ações em convivência com o próximo. O terceiro grupo tem fidelidade, mansidão (gentileza) e domínio próprio, revelam como deve ser a constituição do cristão em relação a si mesmo, com conotações espirituais e confiabilidade moral.
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Cada uma dessas nove virtudes é uma qualidade que devemos possuir e buscar em oração com ardente desejo, pois sem elas não podemos refletir a mente e o caminho de Deus.

O fruto do Espírito reflete no ser humano as virtudes de Deus. De fato, quando Jesus se tornou um homem,  Ele glorificou o Pai no céu com sua vida manifestando as nove característica do fruto do Espírito.

Buscar primeiro o Reino de Deus e a Sua justiça, ceder à Sua Palavra surte na vida do cristão o efeito da produção das características de Deus, torna-o semelhante a Cristo, e assim como Ele, glorifica a Deus.

As virtudes de Deus, é claro, são muito mais do que a breve lista de Gálatas 5.22-23.
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Fonte: Church of the Great God

Salva citação, os textos bíblicos usados no artigo são da tradução Nova Versão Internacional (NVI).

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