Existe diferença entre o dom da profecia e o ofício de profeta. O primeiro é um dom do Espírito e o segundo é uma função ministerial a ser utilizada na Igreja do Senhor, que é o Corpo de Cristo.
Determinado pregador certa vez afirmou o seguinte: O profeta poderá ser encontrado com o dom de profecia, mas nem toda pessoa que tem o dom de profecia poderá ser considerada profeta. No mesmo sentido acontece em Medicina: o médico presta atendimento médico, mas nem toda pessoa que oferece cuidados médicos é um médico.
Com isso, podemos dizer que nem todos que profetizam são profetas, nem todos os que têm o dom da profecia são chamados para o cargo de profeta.
O dom da profecia
O Espírito Santo distribui nove espécies de dons à Igreja de Cristo, entre eles a capacidade de comunicar mensagens visando exortar, consolar e edificar, de forma individual ou coletiva (Romanos 12:6 ; 1ª Corintios 14.3-4).
“A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito para o proveito comum. Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; a outro a operação de milagres; a outro a profecia; a outro o dom de discernir espíritos; a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação de línguas” - 1ª Corintios 12.7-10.
“Porque todos podereis profetizar, cada um por sua vez; para que todos aprendam e todos sejam consolados” - 1ª Corintios 14.31.
Um cristão portador de dom da profecia não é aquele que é usado para trazer correção para o corpo de Cristo de maneira específica. Este dom traz três resultados de acordo com 1ª Coríntios 14.3:
• Ela produz a edificação da vida cristã e caráter;
• Encoraja os crentes desanimados;
• Fortalece os crentes ao dar espaço à esperança.
Os profetas
Jesus Cristo fundou a Igreja. Nas páginas do Novo Testamento vemos que Ele organiza a liderança dela criando cinco ofícios ministeriais, cada qual com sua especificidade.
Os profetas são porta-vozes de Deus e porta-vozes que falam para a humanidade em nome de Deus.
"Ora, havia na igreja em Antioquia alguns profetas e mestres" - Atos 13.1.
“E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. Porventura são todos apóstolos? são todos profetas?” - 1ª Corintios 12.28-29 a.
“E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” - Efésios 4.11-12.
Em virtude da construção gramatical no grego, fica claro que as cinco funções possuem estreita proximidade de ações entre si, porém, são distintas em suas funcionalidades.
Os profetas são as pessoas as quais Deus revela uma mensagem para o povo que atende às suas necessidades ou situações específicas na Igreja. Ele não age separado dos outros quatro ministérios.
As pessoas vocacionadas ao cargo de profetas proclamam a mensagem de arrependimento e esperança, denunciam o pecado e predizem o juízo futuro, inclusive em questões nacionais, ao receber revelações da parte de Deus. Eles têm consigo autoridade divina, embora não poucas vezes sejam reconhecidos assim no ambiente em que vivem. O próprio Jesus disse isso sobre os profetas, avisou que eles não encontram honra em sua pátria (João 4.44).
A mescla de proclamação e predição são encontradas no Novo Testamento. Como cristãos somos ordenados a viver como Cristo e proclamá-Lo a todos da nossa geração, anunciando o arrebatamento da Igreja e o Juízo Final.
A vocação profética tem origem em Deus
Em Atos 21.10-14, lemos o profeta em ação. Ágabo entrega ao apóstolo Paulo um recado do Espírito Santo, avisando-lhe que seria preso por judeus em Jerusalém e em seguida entregue aos gentios. A maneira que a mensagem é ministrada é totalmente diferente da forma ministrada por pastores, mestres, evangelistas ou apóstolos.
A função de profeta é uma função designada por Jesus Cristo e não pelos homens. Ninguém tem capacidade por si mesmo para se promover ao cargo e nenhuma denominação evangélica tem aval do Senhor para designar seu membro ao posto de profeta.
Infelizmente, muitas pessoas têm se autoproclamado como profetas por iniciativa pessoal, objetivando glória e vantagens para si mesmo e seu círculo social. Após se apresentar com este título, se acham no direito de criticar, repreender e prejudicar desafetos, criando “recados divinos” em mensagens que com muita clareza entendemos serem missões em causas próprias ou das intituições eclesiásticas que representam.
O profeta verdadeiro trabalha para converter almas para Cristo e jamais para si mesmos ou suas denominações evangélicas.
Leia mais: Efésios 4.11, Atos 11.27-30, 13.1; 15.32, 19.6.
E.A.G.
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Artigo liberado para cópias, é solicitado que sejam citados o link (HTML) do blog Belverede e o nome do autor.
O presente texto é publicado com o objetivo de servir de subsídio à revista Lição bíblica - O Ministério Profético na Bíblia; lição 11 - O dom ministerial de profeta e o dom de profecias – O ministério profético no Novo Testamento; comentários do Pr. Esequias Soares (CPAD).
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