Neste panorama turbulento, Joquebede engravidou. "E a mulher concebeu e deu à luz um filho e, vendo que ele era formoso, escondeu-o três meses" - Êxodo 2.2.
Na iminência de perder o filho em uma execução, o amor de mãe e o coração cheio de fé impediram que Joquebede se abalasse e impulsionaram suas ações corajosas. Em momento tão delicado, soube agir de maneira contundente e correta, assim protegeu sua família e favoreceu as gerações futuras de seu povo.
Através de Hebreus 11.23, sabemos que Moisés escapou da morte porque seus pais eram tementes a Deus, com a ajuda celestial Anrão e Joquebede conseguiram salvá-lo. Anrão, companheiro de Joquebede, é descrito junto com ela no plano para salvar a vida do filho caçula. Mas as referências ao seu nome são menos expressivas na Bíblia quando em referência ao episódio de escape, isso nos leva a cogitar que Joquebede empreendeu mais vigor no plano divino que salvou a vida do pequeno Moisés. Talvez tenha sido assim por causa de sua condição de escravo ou ter falecido.
Deus revelou a Joquebede um plano extremamente simples de libertação. Apesar da simplicidade, o êxito da operação dependia da sua confiança no Senhor, pois somente a fé manteria o equilíbrio emocional dela e de toda a família durante todos os passos para atingir o desfecho desejável. Ela preparou um cesto que não afundasse quando posto nas águas, colocou seu bebê dentro dele e o deixou à margem do curso das correntezas do rio Nilo sob a observação de Miriã. Joquebede contava que quando a princesa, filha de Faraó, contemplasse o pequenino menino indefeso dentro da embarcação improvisada pensasse que teria chegado ali conduzido pela correnteza e aflorasse sua sensibilidade feminina e se encantasse de imediato com sua aparência bela e meiga. E parece que foi exatamente isso que aconteceu. "E a filha de Faraó desceu a lavar-se no rio, e as suas donzelas passeavam, pela margem do rio; e ela viu a arca no meio dos juncos, e enviou a sua criada, que a tomou. E abrindo-a, viu ao menino e eis que o menino chorava; e moveu-se de compaixão dele, e disse: Dos meninos dos hebreus é este" - Êxodo 2.5-6.
Estando Miriã, a filha mais velha de Joquebede por perto, direcionou o rumo da situação omitindo o parentesco: "Então disse sua irmã à filha de Faraó:' (irmã do bebê) 'Irei chamar uma ama das hebréias, que crie este menino para ti? E a filha de Faraó disse-lhe: Vai. Foi, pois, a moça, e chamou a mãe do menino. Então lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino, e cria-mo; eu te darei teu salário. E a mulher tomou o menino, e criou-o" - Êxodo 2.8-9, parênteses meus.
Desta forma incrível, os fatos se sucederam como num conto de fadas, o pequeno Moisés, que nasceu dentro de família pobre e oprimida, é encontrado, resgatado e adotado por uma jovem princesa e passa a receber favores do palácio, tendo como babá sua própria mãe. O monarca, promotor de extermínio de criancinhas, passou a ser a pessoa que pagou pela educação do filho de Joquebede. O mesmo Nilo que afogou tantas crianças hebréias proporcionou a continuidade da vida de Moisés, possibilitando um futuro seguro para ele e estável para toda a família: "E, quando o menino já era grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou; e chamou-lhe Moisés, e disse: Porque das águas o tenho tirado" - Êxodo 2.10.
O testemunho desta mãe nos ensina que para sermos ferramentas úteis nas mãos de Deus não importa se somos significantes ou insignificantes na sociedade em que estamos inseridos. O que importa é ter compromisso com Deus e disposição para agir com fé e coragem, saber que em situações adversas os olhos do Senhor estão atentos sobre nós e Ele agirá para que seus planos alcancem as metas estabelecidas.
Na mesma condição que Deus usou Joquebede, ele pode nos usar. Através de nossos passos de fé sabemos que agimos segundo a vontade divina, entretanto, não sabemos a dimensão do que as nossas ações alcançarão no futuro. É possível que a luta contra um problema pessoal - realizada com as armas espirituais: Efésios 6.10-18 - , se transforme em uma solução com abrangência de nível mundial.
E.A.G.
Muito bom esse sermão, parabéns. Amo demais a história dessa grande mulher, Joquebede e sua família. Deus abençoe.
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